terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

DO MENOR PARA O MELHOR: FRANQUIA ROCKY.

Nesta postagem, estamos inaugurando oficialmente o marcador Do Menor para o Melhor, onde iremos revisitar as grandes franquias e fazer o ranking dos filmes que a compõem, partindo do mais fraco para o melhor. E começamos com um grande desafio que exigiu a queima de muitos neurônios, tanto pelo altíssimo nível de qualidade de cinco dos seis filmes da franquia oficial Rocky, e seus dois spin-off, Creed: Nascido para Lutar e Creed II, como também por ser uma das minhas favoritas. Obviamente, por eu não ser crítico, nem um cinéfilo com gostos refinados, a presente lista é de acordo com minha preferência pessoal, o que não obriga você a concordar comigo, e por isso mesmo que, convido a elaborar a sua lista nos comentários. Enfim, mais rápido que um soco de Ivan Drago ou do seu filho, Viktor, vamos ao nossa lista.

8. Rocky V.

Com certeza, não é surpresa para você que o mais fraco da franquia seja esse filme que, até hoje, é malhado pela crítica, pelos fãs e pelo próprio Sylvester Stallone. A volta às raízes, seja de Rocky e sua família que saíram do luxo de uma mansão e voltaram para o subúrbio da Filadélfia, seja da franquia que após dois filmes bem estilo videoclipes dos anos 1980, voltava ao drama, sob à batuta do diretor do primeiro filme, o saudoso John G. Avildsen. De quebra, temos o astro brucutu atuando ao lado do filho, o também saudoso Sage Stallone, a volta numa rápida aparição do também saudoso Burgess Meredith, e ainda uma alfinetada ao promotores e empresários inescrupulosos do boxe. Ou seja, tinha tudo para ser um filmaço, mas, acabou dando merda. O problema aqui é péssima execução que vai das toscas desculpas no roteiro para Rocky ir a falência e se aposentar dos ringues, passando pela empolgação do personagem pelo pupilo a ponto de ignorar o próprio filho, e nos fazer, pela primeira e única vez na franquia, criar ranço e torcer para que o personagem se ferre. Mas, o ápice é a péssima caracterização do personagem, que faz de Balboa um abestalhado irritante. Só não é uma merda total, por ser salvo no clímax, com uma ótima sequência de briga de rua. Mas, nem essa tira o fato do filme ser o mais fraco e ignorado da franquia.

7. Rocky Balboa.

A partir daqui a porra fica séria na nossa lista, já que o nível de qualidade onde a diferença entre os filmes são ligeiras. Provavelmente, temos aqui a primeira grande polêmica da nossa lista pela discordância na posição que o filme ocupa, afinal, o sexto e último filme da franquia oficial é considerado pela maioria um dos melhores. Se o filme anterior tinha tudo para dar certo, mas, acabou dando merda, o mesmo não podemos dizer da tosca premissa aqui: uma simulação num programa esportivo de TV mexe com o orgulho do jovem atual campeão de boxe e do veterano aposentado Rocky Balboa, agora viúvo, dono de um restaurante onde ele conta seus causos quando era lutador. Stallone volta à direção e ressuscita o seu icônico personagem de forma tocante e emocionante, fazendo tudo aquilo e muito mais que o filme anterior deveria ter feito, e ainda com direito a ter uma gigantesca e deliciosa cereja do bolo: um dos discursos motivacionais mais inesquecíveis da sétima arte. Uma pequena obra-prima que, se não encerra a saga do Garanhão Italiano, pelo menos dar um final digno a franquia oficial.

6. Creed: Nascido para Lutar.

Outro filmaço da franquia que, com certeza, você e a maioria dos fãs, devem achar que deveria está numa posição mais elevada na nossa lista (como disse na introdução, a mesma é elaborada de acordo com minha preferência pessoal). Quando achávamos que não veríamos mais nosso adorável personagem, após ter pendurado as luvas em grande estilo, o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler resolve fazer uma homenagem a franquia original e ao mesmo tempo iniciar uma nova saga. Algo que ele faz com maestria, nos presenteando com um filmaço e nos apresentando a um novo personagem icônico, Adonis Creed, vivido de forma engajadíssima pelo ótimo Michael B. Jordan. De quebra, traz uma Tessa Thompson, tão carismática quanto o Jordan, e arranca de Stallone uma das melhores atuações de sua carreira, que lhe rendeu premiações (e o Oscar só não veio por que os filhos da puta sebosos dos membros da Academia fizeram uma puta e totalmente sem graça trolagem). Um início com chave de ouro daquele que, até agora, é o melhor spin-off da história.

5. Rocky IV.

E a controvérsia na nossa lista chega ao ápice, afinal, estamos falando do filme que, além de descaracterizar totalmente o Garanhão Italiano, que de lutador humilde que só quer realizar um sonho, se torna praticamente um super-herói patriótico fodão que deixa o Capitão América no chinelo, é considerado por alguns um dos piores filmes da franquia, até mesmo que o famigerado Rocky V. Particularmente, gosto demais desse filme, que nos meus tempos de pirralho e aborrescente, cheguei achar que era o melhor de toda franquia. Hoje, reconheço que o filme tem uma série de problemas, principalmente, por trazer o roteiro mais fraco de toda franquia, que só rende um filme de quase uma hora e meia, por causa da montagem estilo videoclipe. Mas, por trazer o oponente mais casca-grossa, icônico e inesquecível de toda franquia, Ivan Drago, papel da vida de Dolph Lundgren, que rendeu uma das sequências de luta mais inesquecível da sétima arte (que por pouco, não mandou o astro Stallone desta para uma melhor), faz do filme o mais inesquecível e fodástico de toda franquia.

4. Rocky III - O Desafio Supremo.

O filme que marca a transição do drama esportivo para filme de ação oitentista. Curiosamente, foi o mais exibido na Globo, apesar de muitos acharem que foi Rocky IV, que aliás, foi exibido tardiamente pela primeira vez, e fica atrás no número de exibições também do primeiro e segundo filme. Assim como o filme que viria depois, o segundo filme da franquia dirigido por Stallone traz um roteiro bem simples, redondinho, que só rendeu um filme de uma hora e meia, pela montagem estilo videoclipe. Em compensação, somos presenteados com um dos filmes mais divertidos da franquia, que traz um oponentes figuraça, sem falar que antes do UFC existir, traz um hilário duelo de modalidades, boxe versus luta-livre, na sequência que é a mais engraçada de toda franquia. Mas, sem sombra de dúvida, a grande contribuição do filme para a cultura pop é a canção Eye of the Tiger, imortalizada pelo grupo Survivor.

3. Rocky II - A Revanche.

O filme que marca o debute de Stallone na franquia na função de diretor, curiosamente, junto com Rocky III, foi o filme mais exibido nos bons tempos da Sessão da Tarde e Temperatura Máxima da Globo. Praticamente uma continuação direta do filme original, a trajetória do bom e humilde Rocky Balboa prossegue em grande estilo, mantendo o mesmo altíssimo nível. Temos aqui um drama sensível e envolvente, sem deixar de ser divertido e empolgante. O desfecho da luta entre Rocky e Apollo no clímax do filme, se pensarmos bem, realmente, é ridículo e tosco. Mas, é tão bem conduzido, que ignoramos isso por completo, e acaba rendendo uma das sequências mais inesquecíveis e empolgante da sétima arte. Não é a toa que permaneceu por quase quarenta anos como o segundo melhor filme, só sendo superado agora por...

2. Creed II.

A maior surpresa da franquia, que superou até mesmo as voltas de Rocky no sexto filme e no primeiro spin-off. Ryan Coogler pulou fora da batuta apenas para tocar Pantera Negra, deixando um roteiro e o caminho pronto para o quase desconhecido Steven Caple Jr trilhar, algo que ele fez com maestria, nos presenteando com um filmaço emocionante e empolgante, que eleva a enésima potência as homenagens a franquia, e faz uma despedida definitiva em grande estilo do icônico personagem, que oficialmente, passa a tocha para o novo protagonista trilhar seu próprio caminho. Simplesmente, um filmaço que banqueteia os fãs com um festival de referências e easter eggs, sem deixar de ter estilo próprio, que deixa todos os demais da franquia para atrás, só ficando atrás mesmo do insuperável...

1. Rocky, Um Lutador.

Podemos discordar de todo ranking apresentado aqui, mas, dificilmente, discordaremos que o primeiro filme da franquia continua sendo o melhor de todos. E não é a toa. O ganhador de três Oscar, inclusive, Melhor Filme (aliás, um dos pouquíssimos vencedores nesta categoria realmente merecedor), é um drama cativante, envolvente, emocionante do começo ao fim, e bastante motivacional. A história do personagem se confunde com a do seu criador e intérprete, e um grande lição de vida e exemplo de superação para todos nós. Simplesmente, uma obra-prima, que o tempo não apagará, e praticamente, impossível de ser superada.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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