Uma franquia campeã peso-pesado.
Quem segue nosso humilde blog vem reparando que o assunto dominante é cinema. Até agora, são 144 postagens comentando os mais variados filmes, lançamentos ou não. Tentaremos, a cada semana, postar comentários sobre franquias que marcaram a história do cinema, como dicas tanto para os saudosistas de plantão quanto para a nova geração, que acompanha este blog, descubra que existem outras séries, algumas ate mesmo superiores as atuais franquias campeãs de bilheterias Harry Potter e Crepúsculo. E começo, batendo pesado nas franquias teen, com uma série campeã peso-pesado, que noucateia muitas outras franquias doc cinema e que arrasta até hoje uma multidão de fãs. Trata-se da saga do boxeador Rocky Balboa, estrelada e escrita por Sylvester Stallone.
Sem dúvida o grande mérito e segredo do sucesso da série é Stallone. Rocky Balboa, em muitos aspectos, é a cópia fiel do seu criador. Destemido e incansável para agarrar uma chance de realizar os seus sonhos, como o seu personagem Balboa, Stallone, que até então só tinha feito algumas pontas em filmes dos outros e tinha estrelado alguns filmes "B", sendo um deles um pornô classe "Z", negou propostas milionárias pelo roteiro de Rocky, Um Lutador, por estas não incluí-lo no pacote. Mesmo passando por privações com sua família soube esperar pela oportunidade, oferecida por um produtor que comprou o roteiro a preço de banana, em comparação as outras propostas, mas aceitou ter Stallone como protagonista. O resultado foi uma franquia com seis filmes campeões de bilheteria, os quais passo a comentar a partir de agora.
Rocky, Um Lutador (1976).
Nota: 10,0.
No primeiro filme somos apresentados ao trintão Rocky Balboa, que vive de bico, trabalhando como um brucutu cobrador de um agiota e nas horas vagas, é um lutador amador de décima quinta categoria. Balboa é um zero a esquerda e ver uma chance de sua vida mudar quando é escolhido para lutar contra ninguém menos que o campeão de peso-pesado, Apollo Creed (Carl Weathers). Com ajuda do seu treinador Mickey (o saudoso e excelente ator Burgess Meredith), começa uma preparação para não jogar fora esta grande chance que surge em sua vida.
O filme é um emocionante e envolvente drama, com um enredo bastante interessante que mescla perfeitamente humor e drama. Curiosamente, Stallone escreveu o roteiro em apenas três dias após assistir pela TV a clássica luta entre o lendário Muhammad Ali e o desconhecido Chuck Wepner. E o roteiro foi ainda mais favorecido graças a um elenco afiado que recebeu quatro indicações ao Oscar por suas brilhantes interpretações (Além de Stallone, na categoria melhor ator, Talia Shire foi indicada a melhor atriz, Burgess Meredith e Burt Young a Melhor Ator Coadjuvante).
Merecidamente, o filme recebeu dez indicações ao Oscar, levando apenas três estatuetas: Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Filme. Todas premiações merecidas, mas, sem exagero nenhum, merecia ser premiado nas demais categorias que concorreu, principalmente, pelas inspiradas e excelentes interpretações. Mas, como sabemos, os membros da Academia nem sempre são tão justos. Paciência!
Em síntese, Rocky, Um Lutador é um filmaço, disparado o melhor de toda franquia. Um drama sensível, envolvente e emocionante, com dosagem certa de humor e uma belíssima mensagem de superação e força vontade. Um verdadeiro clássico moderno que não envelheceu com o tempo. Para ser visto e revisto incansavelmente.
Rocky II: A Revanche (1979).
Nota: 9,8.
Depois de ter estourado nas bilheterias e premiado mundo a fora, evidente que a saga do garanhão italiano ganharia uma continuação. Três anos depois, chegou aos cinemas Rocky II: A Revanche, com todo elenco de volta, sendo dirigido desta vez pelo próprio Stallone.
A trama se passa logo após o histórico combate entre Rocky e Apollo no final do primeiro filme, com os dois indo para o hospital para tratar de suas caras amassadas. Meses depois, Apollo é cobrado pelos fãs para uma revanche, enquanto Rocky, agora casado e prestes a ser pai, tenta sobreviver de todas formas, até numa tentativa fustrada de ser garoto propaganda (uma das cenas mais engraçadas da série). Evidente que, devido as circunstâncias, só existe uma alternativa para Balboa: voltar aos ringues, aceitando o desafio de Apollo.
Rocky II é uma continuação fiel do primeiro filme, com um enredo idêntico, tão envolvente e emocionante que aquele filmaço original. Destaque para a luta entre Rocky e Apollo, com um final eletrizante, resolvido por questão de segundos, que mesmo sabendo o resultado, faz a plateia torcer freneticamente por Balboa, até hoje. O elenco está mais a vontade nos seus personagens, logo, todos estão perfeitos. Stallone, se sai bem como diretor, mas ainda seguindo a cartilha do seu antecessor John G. Avildsen, sem colocar seu estilo próprio.
Em síntese, Rocky II - A Revanche é um filmaço tão bom quanto o original que também não envelheceu com o tempo. Outro excelente filme para ser visto e revisto.
Rocky III - O Desafio Supremo (1982).
Nota: 9,5.
Seguindo o intervalo de três anos entre os filmes, Rocky III - O Desafio Supremo chegou as telonas, dando cara nova e novo pique a franquia, substituindo o gênero drama esportivo pela ação frenética. Ao contrário do filme anterior, Stallone impõe seu estilo próprio na direção e mostra toda sua versatilidade acumulando também a função de ator e roteirista.
Na trama deste filme que inúmeras vezes se fez presente nas saudosas Sessão da Tarde e Temperatura Máxima, após sair da merda e ganhar o título mundial, Balboa relaxa em sua carreira, enfrentando outros "moloídes". Até que surge o loucão e tosco Clubber Lang (Mr. T, hilário), um lutador tão zero à esquerda e com a mesma determinação quanto o Rocky nos primeiros filmes, mas sem a mesma humildade. De tanto encher o saco, chamando Balboa para briga, ganha a chance de lutar com ele e acaba dando-lhe uma surra para o garanhão italiano baixar a crista. Para complicar ainda mais, Balboa perde o seu treinador e entra em crise, chutando (ou seria esmurrando?) o pau da barraca. Mas é ajudado pelo seu ex-adversário Apollo, que o treinar e o faz levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima e muita porrada no metidão Lang.
O filme tem um ritmo frenético, quase um videoclipe. Ao contrário dos dois antecessores, o roteiro não aprofunda os personagens, indo direto ao ponto, ou seja, a ação. De todos os filmes da série, este é o que tem mais ação, com direito a Balboa sair numa porrada beneficente com um gigante lutador de luta livre, interpretado pelo sumido Hulk Hogan, numa espécie de prévia de UFC. Uma hilária e inesquecível sequência, que diverte, de tão tosca e absurda. Neste filme também somos apresentados ao clássico da música pop "Eye the Tiger", cantada pelo Survivor e executada até hoje, mundo a fora.
Em síntese, um ótimo filme de ação, que empolga até hoje, mesmo depois de ter sido exibido tão exaustivamente pela Rede Globo.
Rocky IV (1985).
Nota: 9,3.
Já era de lei: de três em três anos, Rocky Balboa pintava nas telonas para encarar um novo desafio. Em Rocky IV, Balboa deixa de ser apenas um bom moço que lutou persistentemente para realizar os seus sonhos para se tornar um "Capitão América" versão brucutu. Até certo ponto é compreensível esta mudança desnecessária no personagem se analisarmos a época. Os Estados Unidos viviam o auge da Era Regan, onde o patriotismo exagerado que beirava ao barrismo chegava ao extremo. Stallone, também no auge de sua carreira, não perdeu tempo e fez dos seus mais famosos personagens, Rocky e Rambo, garotos propaganda desta época.
Na trama, após vencer o doidão Lang no final do filme anterior, Balboa vivia "de boa" em sua mansão. Até que chega aos Estados Unidos uma comitiva soviética, que o desafiava para enfrentar o super-máquina bombadão soviético Dragon (Dolph Lundgren, fazendo cara de mau, mas totalmente canastrão no seu personagem mais memorável). Mas, quem acaba sentindo as dores no sentimento patriótico e saindo na porrada com o armário soviético é outro lutador aposentado, Apollo Creed, que acaba se ferrando, após o circo patrocinado por Balboa. Evidente que Balboa parte para vingança e encara o grandalhão numa luta memorável na antiga União Soviética.
Stallone,que também escreveu e dirigiu o filme, deixa de lado o roteiro e torna o filme um festival de videoclipes. Em um deles, o mais interessante de todos, são exibidas cenas de todos os filmes da franquia realizados até então. De todos os filmes da série, este é o que tem uma edição mais rápida. Evidente que com um ritmo acelerado deste, o aprofundamento das personagens foi deixado de lado, o que prejudicou e muito as interpretações. O próprio Stallone ligou o piloto automático, numa de suas piores perfomances como ator. Em compensação temos a luta mais eletrizante e empolgante de toda franquia, onde o nanico saradão Balboa enfrenta de igual para igual o Armário Gigante Bombadão Dragon.
Em síntese, Rocky IV é um filme para norte-americano ver e se orgulhar, que se afastou totalmente de suas raizes. Mesmo assim, com uma edição empolgante e ritmo acelerado de videoclipe, é um filme de ação que agrada aos fãs do gênero, que até hoje o consideram o melhor fiilme da franquia (quando criança e adolescente também achava isso). Gosto não se discute, né galera?
Rocky V (1990).
Nota: 6,5.
Mesmo afastando-se de suas origens, Rocky IV tinha tudo para encerrar bem a franquia, que já tinha cumprindo a sua função. Mas cinco anos depois, Stallone escreve e estrela mais um round para Balboa em Rocky V, trazendo de volta John G. Avildsen, diretor do excepcional primeiro filme e dos três primeiros Karate Kid.
Nesta tentativa fustrada de voltar ao drama, gênero inicial da série, mesclando e maneirando no estilo videoclipe dos dois últimos filmes, após voltar da União Soviética e sequelado de tanto levar porrada de Dragon na cabeça, de uma hora para outra, Balboa vai a falência, indo morar com a família em sua primeira casa. Eis que surge Tommy Gunn (o lutador Tommy Morrison, como ator é um ótimo boxeador), jovem e promissor lutador que de tanto encher o saco, é aceito por Balboa para treiná-lo. Bobão.. digo, Balboa, se empolga tanto com o rapaz, que ignora seu próprio filho. Como retribuição de tanta dedicação que beira ao paternalismo, Gunn dar uma ingrata (e merecida) banana para Balboa. Evidente que a ingratidão é resolvida na porrada, só que desta vez, fora dos ringues, numa interessante e empolgante briga de rua.
O filme é uma total decepção. Roteiro fraco, interpretações toscas. Stallone está péssimo, transformando o personagem num bobo alegre, superando sua péssima atuação no filme anterior. Uma mancha na ótima franquia, que até mesmo o próprio Stallone hoje assume que foi um erro. Vale apenas pela cena final da briga de rua, pela criativa ideia de expor fotos de cenas de todos os filmes da franquia nos créditos finais, ao som de uma brega e bonitinha música cantada por Elton John e pela curiosidade de ver pai e filho contracenando pela primeira vez (Sage Stallone, filho do ator, interpreta Rocky Jr. Os dois voltaram a contracenar anos depois no eletrizante Daylight).
Em síntese, um filme fraquíssmo, que só merece alguma nota pelos pontos mencionados acima. O único filme da série que deve ser ignorado e esquecido. Algo que seu criador e ator principal faz questão de fazer.
Rocky Balboa (2006).
Nota: 9,0.
Quando todos achavam que Rocky V tinha enterrado a franquia, afogando-a na merda, dessesseis anos depois deste micaço e exatamente trinta anos após o original, Stallone ressuscita seu personagem ícone para mais um round no ótimo Rocky Balboa.
Reencontramos o personagem agora viúvo (para mim, o único ponto fraco do roteiro), longe dos ringues, dono de um restaurante, onde ele exercita a sua humildade, contando "causos" de suas memoráveis lutas para os clientes. Seu filho, agora interpretado por Milo Ventimigilia, vive longe do pai, cuidando da sua própria vida, apesar de sempre as pessoas lembrarem de quem ele é filho. Ao lado do velho Balboa, apenas o inseparável amigo e cunhado Paulie (o impagável Burt Young, que junto com Stallone e Tony Burton, que interpreta Duke, o treinador de Apollo, são os únicos atores presentes em todos os filmes da franquia). Tudo ia na mais perfeita paz, na merecida aposentadoria, até que um telejornal esportivo exibe uma simulação computadorizada de uma luta entre Balboa e o atual campeão de peso pesado Mason Dixon (o lutador Antonio Tarver), o que acaba reascendendo no velho garanhão italiano, a vontade de lutar.
O filme é uma agradável supresa, conseguindo o êxito que seu antecessor não conseguiu: voltar as raízes dos primeiros filmes. A ação está presente, mas na dosagem certa, voltando a ser um ótimo drama que tem o boxe com pano de fundo. O roteiro está muito mais elaborado, aprofundando os personagens, e com os pés no chão, respeitando a idade dos mesmo. Aqui, finalmente, Balboa volta a ser o sujeito boa praça que quer apenas realizar um sonho, neste caso, voltar aos ringues mais uma vez.
Curiosamente, no filme que também é dirigido por Stallone, é feito um flashback com várias cenas filmes da franquias, exceto o antecessor Rocky V. Sem falar que o dano cerebral que o personagem tinha neste filme, é totalmente ignorado em Rocky Balboa. Duas provas inequívocas que Stallone quer mais é distância daquele decepcionante filme.
Mais do que um filme, Rocky Balboa é uma belíssima homenagem ao filme original. Tanto que nos créditos finais são exibidas cenas de populares subindo as escadarias que Balboa subiu no primeiro filme. Um drama sensível, emocionante e envolvente, que encerra com chave de ouro a ótima franquia. Apesar de existirem rumores de um novo filme a franquia, penso que seja desnecessário, depois de um encerramento tão perfeito. Tomara que sejam apenas boatos.
No geral a saga do lutador Rocky Balboa é uma franquia que emociona, diverte, empolga e inspira, já que seus filmes trazem belas lições de superação e força de vontade, que com certeza, não se apagam com o tempo. Apesar de algumas deficiências, é uma da melhores franquias da história do cinema, logo, é para ser vista e revista sempre! Imperdível!
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Sem dúvida o grande mérito e segredo do sucesso da série é Stallone. Rocky Balboa, em muitos aspectos, é a cópia fiel do seu criador. Destemido e incansável para agarrar uma chance de realizar os seus sonhos, como o seu personagem Balboa, Stallone, que até então só tinha feito algumas pontas em filmes dos outros e tinha estrelado alguns filmes "B", sendo um deles um pornô classe "Z", negou propostas milionárias pelo roteiro de Rocky, Um Lutador, por estas não incluí-lo no pacote. Mesmo passando por privações com sua família soube esperar pela oportunidade, oferecida por um produtor que comprou o roteiro a preço de banana, em comparação as outras propostas, mas aceitou ter Stallone como protagonista. O resultado foi uma franquia com seis filmes campeões de bilheteria, os quais passo a comentar a partir de agora.
Rocky, Um Lutador (1976).
Nota: 10,0.
No primeiro filme somos apresentados ao trintão Rocky Balboa, que vive de bico, trabalhando como um brucutu cobrador de um agiota e nas horas vagas, é um lutador amador de décima quinta categoria. Balboa é um zero a esquerda e ver uma chance de sua vida mudar quando é escolhido para lutar contra ninguém menos que o campeão de peso-pesado, Apollo Creed (Carl Weathers). Com ajuda do seu treinador Mickey (o saudoso e excelente ator Burgess Meredith), começa uma preparação para não jogar fora esta grande chance que surge em sua vida.
O filme é um emocionante e envolvente drama, com um enredo bastante interessante que mescla perfeitamente humor e drama. Curiosamente, Stallone escreveu o roteiro em apenas três dias após assistir pela TV a clássica luta entre o lendário Muhammad Ali e o desconhecido Chuck Wepner. E o roteiro foi ainda mais favorecido graças a um elenco afiado que recebeu quatro indicações ao Oscar por suas brilhantes interpretações (Além de Stallone, na categoria melhor ator, Talia Shire foi indicada a melhor atriz, Burgess Meredith e Burt Young a Melhor Ator Coadjuvante).
Merecidamente, o filme recebeu dez indicações ao Oscar, levando apenas três estatuetas: Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Filme. Todas premiações merecidas, mas, sem exagero nenhum, merecia ser premiado nas demais categorias que concorreu, principalmente, pelas inspiradas e excelentes interpretações. Mas, como sabemos, os membros da Academia nem sempre são tão justos. Paciência!
Em síntese, Rocky, Um Lutador é um filmaço, disparado o melhor de toda franquia. Um drama sensível, envolvente e emocionante, com dosagem certa de humor e uma belíssima mensagem de superação e força vontade. Um verdadeiro clássico moderno que não envelheceu com o tempo. Para ser visto e revisto incansavelmente.
Rocky II: A Revanche (1979).
Nota: 9,8.
Depois de ter estourado nas bilheterias e premiado mundo a fora, evidente que a saga do garanhão italiano ganharia uma continuação. Três anos depois, chegou aos cinemas Rocky II: A Revanche, com todo elenco de volta, sendo dirigido desta vez pelo próprio Stallone.
A trama se passa logo após o histórico combate entre Rocky e Apollo no final do primeiro filme, com os dois indo para o hospital para tratar de suas caras amassadas. Meses depois, Apollo é cobrado pelos fãs para uma revanche, enquanto Rocky, agora casado e prestes a ser pai, tenta sobreviver de todas formas, até numa tentativa fustrada de ser garoto propaganda (uma das cenas mais engraçadas da série). Evidente que, devido as circunstâncias, só existe uma alternativa para Balboa: voltar aos ringues, aceitando o desafio de Apollo.
Rocky II é uma continuação fiel do primeiro filme, com um enredo idêntico, tão envolvente e emocionante que aquele filmaço original. Destaque para a luta entre Rocky e Apollo, com um final eletrizante, resolvido por questão de segundos, que mesmo sabendo o resultado, faz a plateia torcer freneticamente por Balboa, até hoje. O elenco está mais a vontade nos seus personagens, logo, todos estão perfeitos. Stallone, se sai bem como diretor, mas ainda seguindo a cartilha do seu antecessor John G. Avildsen, sem colocar seu estilo próprio.
Em síntese, Rocky II - A Revanche é um filmaço tão bom quanto o original que também não envelheceu com o tempo. Outro excelente filme para ser visto e revisto.
Rocky III - O Desafio Supremo (1982).
Nota: 9,5.
Seguindo o intervalo de três anos entre os filmes, Rocky III - O Desafio Supremo chegou as telonas, dando cara nova e novo pique a franquia, substituindo o gênero drama esportivo pela ação frenética. Ao contrário do filme anterior, Stallone impõe seu estilo próprio na direção e mostra toda sua versatilidade acumulando também a função de ator e roteirista.
Na trama deste filme que inúmeras vezes se fez presente nas saudosas Sessão da Tarde e Temperatura Máxima, após sair da merda e ganhar o título mundial, Balboa relaxa em sua carreira, enfrentando outros "moloídes". Até que surge o loucão e tosco Clubber Lang (Mr. T, hilário), um lutador tão zero à esquerda e com a mesma determinação quanto o Rocky nos primeiros filmes, mas sem a mesma humildade. De tanto encher o saco, chamando Balboa para briga, ganha a chance de lutar com ele e acaba dando-lhe uma surra para o garanhão italiano baixar a crista. Para complicar ainda mais, Balboa perde o seu treinador e entra em crise, chutando (ou seria esmurrando?) o pau da barraca. Mas é ajudado pelo seu ex-adversário Apollo, que o treinar e o faz levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima e muita porrada no metidão Lang.
O filme tem um ritmo frenético, quase um videoclipe. Ao contrário dos dois antecessores, o roteiro não aprofunda os personagens, indo direto ao ponto, ou seja, a ação. De todos os filmes da série, este é o que tem mais ação, com direito a Balboa sair numa porrada beneficente com um gigante lutador de luta livre, interpretado pelo sumido Hulk Hogan, numa espécie de prévia de UFC. Uma hilária e inesquecível sequência, que diverte, de tão tosca e absurda. Neste filme também somos apresentados ao clássico da música pop "Eye the Tiger", cantada pelo Survivor e executada até hoje, mundo a fora.
Em síntese, um ótimo filme de ação, que empolga até hoje, mesmo depois de ter sido exibido tão exaustivamente pela Rede Globo.
Rocky IV (1985).
Nota: 9,3.
Já era de lei: de três em três anos, Rocky Balboa pintava nas telonas para encarar um novo desafio. Em Rocky IV, Balboa deixa de ser apenas um bom moço que lutou persistentemente para realizar os seus sonhos para se tornar um "Capitão América" versão brucutu. Até certo ponto é compreensível esta mudança desnecessária no personagem se analisarmos a época. Os Estados Unidos viviam o auge da Era Regan, onde o patriotismo exagerado que beirava ao barrismo chegava ao extremo. Stallone, também no auge de sua carreira, não perdeu tempo e fez dos seus mais famosos personagens, Rocky e Rambo, garotos propaganda desta época.
Na trama, após vencer o doidão Lang no final do filme anterior, Balboa vivia "de boa" em sua mansão. Até que chega aos Estados Unidos uma comitiva soviética, que o desafiava para enfrentar o super-máquina bombadão soviético Dragon (Dolph Lundgren, fazendo cara de mau, mas totalmente canastrão no seu personagem mais memorável). Mas, quem acaba sentindo as dores no sentimento patriótico e saindo na porrada com o armário soviético é outro lutador aposentado, Apollo Creed, que acaba se ferrando, após o circo patrocinado por Balboa. Evidente que Balboa parte para vingança e encara o grandalhão numa luta memorável na antiga União Soviética.
Stallone,que também escreveu e dirigiu o filme, deixa de lado o roteiro e torna o filme um festival de videoclipes. Em um deles, o mais interessante de todos, são exibidas cenas de todos os filmes da franquia realizados até então. De todos os filmes da série, este é o que tem uma edição mais rápida. Evidente que com um ritmo acelerado deste, o aprofundamento das personagens foi deixado de lado, o que prejudicou e muito as interpretações. O próprio Stallone ligou o piloto automático, numa de suas piores perfomances como ator. Em compensação temos a luta mais eletrizante e empolgante de toda franquia, onde o nanico saradão Balboa enfrenta de igual para igual o Armário Gigante Bombadão Dragon.
Em síntese, Rocky IV é um filme para norte-americano ver e se orgulhar, que se afastou totalmente de suas raizes. Mesmo assim, com uma edição empolgante e ritmo acelerado de videoclipe, é um filme de ação que agrada aos fãs do gênero, que até hoje o consideram o melhor fiilme da franquia (quando criança e adolescente também achava isso). Gosto não se discute, né galera?
Rocky V (1990).
Nota: 6,5.
Mesmo afastando-se de suas origens, Rocky IV tinha tudo para encerrar bem a franquia, que já tinha cumprindo a sua função. Mas cinco anos depois, Stallone escreve e estrela mais um round para Balboa em Rocky V, trazendo de volta John G. Avildsen, diretor do excepcional primeiro filme e dos três primeiros Karate Kid.
Nesta tentativa fustrada de voltar ao drama, gênero inicial da série, mesclando e maneirando no estilo videoclipe dos dois últimos filmes, após voltar da União Soviética e sequelado de tanto levar porrada de Dragon na cabeça, de uma hora para outra, Balboa vai a falência, indo morar com a família em sua primeira casa. Eis que surge Tommy Gunn (o lutador Tommy Morrison, como ator é um ótimo boxeador), jovem e promissor lutador que de tanto encher o saco, é aceito por Balboa para treiná-lo. Bobão.. digo, Balboa, se empolga tanto com o rapaz, que ignora seu próprio filho. Como retribuição de tanta dedicação que beira ao paternalismo, Gunn dar uma ingrata (e merecida) banana para Balboa. Evidente que a ingratidão é resolvida na porrada, só que desta vez, fora dos ringues, numa interessante e empolgante briga de rua.
O filme é uma total decepção. Roteiro fraco, interpretações toscas. Stallone está péssimo, transformando o personagem num bobo alegre, superando sua péssima atuação no filme anterior. Uma mancha na ótima franquia, que até mesmo o próprio Stallone hoje assume que foi um erro. Vale apenas pela cena final da briga de rua, pela criativa ideia de expor fotos de cenas de todos os filmes da franquia nos créditos finais, ao som de uma brega e bonitinha música cantada por Elton John e pela curiosidade de ver pai e filho contracenando pela primeira vez (Sage Stallone, filho do ator, interpreta Rocky Jr. Os dois voltaram a contracenar anos depois no eletrizante Daylight).
Em síntese, um filme fraquíssmo, que só merece alguma nota pelos pontos mencionados acima. O único filme da série que deve ser ignorado e esquecido. Algo que seu criador e ator principal faz questão de fazer.
Rocky Balboa (2006).
Nota: 9,0.
Quando todos achavam que Rocky V tinha enterrado a franquia, afogando-a na merda, dessesseis anos depois deste micaço e exatamente trinta anos após o original, Stallone ressuscita seu personagem ícone para mais um round no ótimo Rocky Balboa.
Reencontramos o personagem agora viúvo (para mim, o único ponto fraco do roteiro), longe dos ringues, dono de um restaurante, onde ele exercita a sua humildade, contando "causos" de suas memoráveis lutas para os clientes. Seu filho, agora interpretado por Milo Ventimigilia, vive longe do pai, cuidando da sua própria vida, apesar de sempre as pessoas lembrarem de quem ele é filho. Ao lado do velho Balboa, apenas o inseparável amigo e cunhado Paulie (o impagável Burt Young, que junto com Stallone e Tony Burton, que interpreta Duke, o treinador de Apollo, são os únicos atores presentes em todos os filmes da franquia). Tudo ia na mais perfeita paz, na merecida aposentadoria, até que um telejornal esportivo exibe uma simulação computadorizada de uma luta entre Balboa e o atual campeão de peso pesado Mason Dixon (o lutador Antonio Tarver), o que acaba reascendendo no velho garanhão italiano, a vontade de lutar.
O filme é uma agradável supresa, conseguindo o êxito que seu antecessor não conseguiu: voltar as raízes dos primeiros filmes. A ação está presente, mas na dosagem certa, voltando a ser um ótimo drama que tem o boxe com pano de fundo. O roteiro está muito mais elaborado, aprofundando os personagens, e com os pés no chão, respeitando a idade dos mesmo. Aqui, finalmente, Balboa volta a ser o sujeito boa praça que quer apenas realizar um sonho, neste caso, voltar aos ringues mais uma vez.
Curiosamente, no filme que também é dirigido por Stallone, é feito um flashback com várias cenas filmes da franquias, exceto o antecessor Rocky V. Sem falar que o dano cerebral que o personagem tinha neste filme, é totalmente ignorado em Rocky Balboa. Duas provas inequívocas que Stallone quer mais é distância daquele decepcionante filme.
Mais do que um filme, Rocky Balboa é uma belíssima homenagem ao filme original. Tanto que nos créditos finais são exibidas cenas de populares subindo as escadarias que Balboa subiu no primeiro filme. Um drama sensível, emocionante e envolvente, que encerra com chave de ouro a ótima franquia. Apesar de existirem rumores de um novo filme a franquia, penso que seja desnecessário, depois de um encerramento tão perfeito. Tomara que sejam apenas boatos.
No geral a saga do lutador Rocky Balboa é uma franquia que emociona, diverte, empolga e inspira, já que seus filmes trazem belas lições de superação e força de vontade, que com certeza, não se apagam com o tempo. Apesar de algumas deficiências, é uma da melhores franquias da história do cinema, logo, é para ser vista e revista sempre! Imperdível!
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Filmes de lutador nunca saem do estilo. ❤️ Este tema é um clássico do cinema. Recentemente eu li sobre o filme Mãos de Pedra Legendado e parece muito interessante e divertido. Eu quero vê-la porque tem bons atores. Além disso, a direção é excelente! ¡Você não ficará desapontado!
ResponderExcluirCom certeza, Natalia Souza!
ExcluirTambém ouvir falar bem de Mãos de Pedra. Vou assisti-lo e depois fazer um post sobre ele. Muito obrigado pela dica!
Obrigado também pela visita e pelo comentário! Sinta-se sempre bem-vinda a nos visitar e deixar seus comentários!