domingo, 31 de janeiro de 2016

MERDA DO MÊS: JANEIRO/2016.


Como na vida, nem sempre teremos prazeres na sétima arte. Por mais que 2016 seja um ano que promete ser o mais fodástico da sétima arte, tranqueiras também vem no embalo. E em janeiro, elas vieram em um número além do esperado. O brasileiro Reza a Lenda chegou pertinho e, por pouco mesmo, não arrancou um empate com o pior filme do mês. Enquanto que A 5ª Onda bateu na trave, sendo salvo pela trama secundária, Caçadores de Emoção - Além do Limite só foi salvo por algumas sequências de ação empolgantes, porque como remake merecia ser não somente a nossa bosta do mês, mas do século. Já o malhadíssimo Os Dez Mandamentos - O Filme, foi salvo pela sua segunda metade, pela impecável parte técnica e pela atuação forte do seu protagonista, já que o roteiro, as atuações e a edição o gabaritavam para ser um dos piores filmes do mês, mas, acabou superando a rajada de tiros no próprio pé e nos surpreendendo. Com tanto potenciais candidatos, o nosso prêmio nada honroso ficou com Carol, draminha horrível, elogiadíssimo por parte da crítica, que reinou absoluto o mês todinho como nossa merda do mês. Insosso, morgadíssimo, simplesmente, jogaram no esgoto uma premissa interessantíssima que poderia render um puta filme. Nem as excelentes atuações das protagonistas, ambas indicadas a premiações, salvam o filme de ser uma tranqueira. Com todo merecimento, recebe nosso fedido prêmio, e bela nota baixíssima, já desponta como o pior filme lançado este ano que está apenas começando.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

FILME DO MÊS: JANEIRO/2016.


E começamos bem o ano que promete ser um dos mais fodásticos da sétima arte. Logo no primeiro filme somos surpreendidos com dois filmaços que apesar de prometerem, surpreenderam de forma avassaladora. A começar pelo novo filme do mestre Quentin Tarantino, Os Oito Odiados, um faroeste fodástico, muito bem escrito e desenvolvido, que simplesmente já é mais uma obra-prima e melhores filmes do mestre. Por mais que seja super fã de Sylvester Stallone e do seu personagem ícone personagem Rocky Balboa, não levava tanta fé que o spin-off fosse tão bom. Mas, Creed: Nascido para Lutar acabou superando toda expectativa, sendo ao mesmo tempo original e nostálgico, e de quebra, ainda traz uma das melhores atuações da carreira do brucutu, que vem arrastando premiações. Merecidamente, um empate justíssimo entre dois filmaços, que abre com chave de ouro o nosso filme do mês. 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

FENÔMENO NACIONAL E INTERESSANTE HISTÓRIA REAL EM SESSÃO DUPLA DE CINEMA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?. 

Os Dez Mandamentos - O Filme.
Produção brasileira de 2015.

Direção: Alexandre Avancini.

Elenco: Guilherme Winter, Sérgio Marone, Sidney Sampaio, Camila Rodrigues, Petrônio Gontijo, Giselle Itié, Denise Del Vecchio, Paulo Gorgulho, Vera Zimmermann, Larissa Maciel, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 3 do complexo Kinoplex Maceió em 31 de janeiro de 2016.

Cotação

Nota: 7,0.  

Sinopse: Adaptação para as telonas da novela homônima campeã de audiência, que por sua vez, é uma adaptação dos relatos bíblicos sobre Moisés (Winter), que ainda bebê foi criado pela filha do faraó, até que, quando adulto, descobre ser hebreu. A partir daí, começa uma jornada, onde Moisés irá ter um encontro com Deus, que o ordena para libertar o povo judeu. Tarefa nada fácil já que seu irmão adotivo, o faraó Ramsés (Marone) fará de tudo para que isso não ocorra.

Comentários: Depois da Globo e do SBT, agora chegou a vez da Record (leia-se Igreja Universal do Reino de Deus) também se lançar na sétima arte, neste caso, pegando uma novela recentemente exibida e levá-la aos cinemas de todo país. Estratégia arriscadíssima, porém, não inédita (além de recentemente, os produtores do seriado A Bíblia lançarem nas telonas O Filho de Deus, alguns anos atrás, aqui no Brasil, a Globo fez isso com O Auto da Compadecida e Caramuru - A Invenção do Brasil). E para garantir não ficarem no prejuízo, os caras trataram logo de pegar pesado no marketing mais antigo: a divulgação boca a boca, e neste caso, com os fiéis da igreja do bispo Edir Macedo, que logo nos primeiros dias do ano, correram ao cinema de todo país, para comprar antecipadamente os ingressos. O resultado foi um recorde absurdo no número de expectadores na estreia e mais recordes a vista serão quebrados, o que não quer dizer que os cinemas estejam realmente lotados. Mas, enfim, não vamos polemizar, vamos ao que interessa, ou seja, damos a nossa opinião sobre o filme. Antes, faço questão de salientar que não assistir a nenhum capítulo da novela, muito menos sou daqueles que fizeram coro contra o filme, a Record ou a Universal, portanto, meus comentários específicos sobre o filme, uma produção totalmente inédita para mim. 

A primeira metade do filme é sofrível e nem mesmo com muita boa vontade dá para encarar sem ficar incomodado. É onde justamente são evidenciados os três maiores problema do filme, que irão se arrastar até o final: o roteiro regular (nem entrarei no mérito da questão da fidelidade aos relatos bíblicos, afinal, na maioria das vezes, ela é inexistente. Dos clássicos Os Dez Mandamentos de Cecil B. DeMille ao recente Êxodo: Deuses e Reis do também mestre Ridley Scott, a tal da liberdade poética rola solta. Imagina então para produzir a novela de 176 capítulos e depois sair retalhando, para chegar a esse filme de duas horas), muito mal estruturado, com personagens entrando e saindo da trama, sem justificativa, com ausência total de desenvolvimento dos personagens e diálogos muito mal escritos, desnecessárias situações piegas, que beiram ao dramalhão mexicano. Tudo isso agravado por um elenco com atuações impressionantemente amadoras parecendo teatrinho de escola dominical, salvando-se apenas o protagonista Guilherme Winter, o único a realmente atuar de verdade (em alguns momentos, fica a sensação que o diretor só se preocupou em exigir dele e ordenou aos demais colegas de elenco, boa parte atores inegavelmente bons, a ligar o piloto automático no modo canastrice exagerada).  Mas, o pior problema do filme, que o prejudica bastante é, é a edição rápida, os cortes mal feitos, lembrando bastante os das novelas mexicanas reprisadas nas tarde do SBT. Fica a clara sensação que os caras, no desespero de pegar carona no estrondoso sucesso da novela, apressaram as coisas, foram picotando sem nenhum critério. Mas, na segunda metade há uma melhora significativa, todos os defeitos citados são camuflados, e a trama se torna surpreendentemente interessante, a ponto de nos pegarmos envolvidos e torcendo pelo desfecho dos personagens de uma história que conhecermos. 

Mas, o filme não é essa tranqueira que a crítica vem dizendo. Se por um lado há realmente esses problemas supracitados, que arrisco a afirmar mais uma vez que ocorreram pela pressa em lançá-lo antes que a novela caísse no esquecimento (como ocorreu com Giovanni Improtta e Crô - O Filme, produções da Globo Filmes baseados em personagens de novelas), por outro, o filme tem também acertos, principalmente, na parte técnica, com destaque para os cenários e os figurinos, que impressionam por retratarem bem a época que a trama se passa, apesar de não trazerem nada inédito. E a ótima fotografia só impressionam, ao mesmo tempo que mostra alguns defeitos. Por fim, os efeitos especiais, na maioria das vezes, surpreende, pelo alto padrão, se não é de um blockbusters hollywoodiano, mas, pelo menos não feio, apesar de errar em alguns momentos isolados, deixando a sequência muito artificial. 


Enfim, mesmo não concordando com a estratégia de forçar um sucesso estrondoso de público, não confiando no próprio produto oferecido, e com todos os defeitos citados, no final das contas, Os Dez Mandamentos consegue se superar e ser um pouco melhor do que realmente promete ser. Um filme familiar, divertido, involuntariamente engraçado pela canastrice do elenco, carregado nas costas pela força da única boa atuação e pelo carisma do seu protagonista, com uma ótima parte técnica, e que por pouco mesmo, tudo isso não foi por água a baixo, pelos graves problemas do filme. Fica a dica e o alerta para a galera da Record, que já anunciou é só o começo da empreitada de rivalizar também nas telonas e brigar por espaço com a Globo Filmes, que o ditado "a pressa é inimiga da perfeição!", é totalmente válido. Por isso, nos próximos projetos, mais atenção e cuidado com o roteiro, com a edição e com as atuações do seu elenco. 

 

Joy: O Nome do Sucesso (Joy).
Produção estadunidense de 2015.

Direção: David O. Russell.

Elenco: Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Bradley Cooper, Edgar Ramírez, Virgìnia Madsen, Isabella Rossellini, Diane Ladd, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 31 de janeiro de 2016.

Cotação

Nota: 7,5.  

Sinopse: Baseado na interessante história real de Joy (Lawrence), que quando criança, era muito criativa e cheia de sonhos, mas, em virtude das várias circunstâncias da vida deixou para atrás tudo isso. Adulta, mãe solteira, a moça se vira nos trinta para sustentar a família, deixando para atrás seus sonhos e tem uma vida medíocre e infeliz, ralando num emprego que detesta. Mas, um belo dia, após cortar as mãos acidentalmente, Joy ver a sua criatividade ressuscitar, tendo a ideia de fazer um prático esfregão, e finalmente, passa a correr atrás para realizar os seus sonhos.

Comentários: Inegavelmente, Jennifer Lawrence é uma excelente atriz, é linda, mas, com toda sinceridade, já tá começando a enjoar, de tanto dá as caras nas telonas, e pelo exagero de paparico, que qualquer coisa que ela faça, fora das franquias Jogos Vorazes e X-Men, chove indicações a prêmio. Também já enjoou ela e Bradley Cooper juntos num mesmo filme. Tudo bem que todo diretor tem seus atores favoritos, mas, já passou da hora de David O. Russell dá oportunidade a outros atores que não seja o casalzinho brigadeiro de festa que ele dirigiu no ótimo O Lado Bom da Vida e Trapaça. Sobre o novo trabalho do trio em parceria, temos um filme que tem um bom roteiro, que dosa perfeitamente drama e humor, que nos envolve por completo, prendendo a nossa atenção do começo ao fim, que ganha mais força com um elenco afinado, com excelentes atuações, todas fazendo jus ao talento de todos os envolvidos, mas, nada de extraordinárias que mereçam alguma indicação. Em síntese, um filme bem legal, emocionante e motivacional, que merece ser conferido. 



Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

REMAKE DESNECESSÁRIO E COMÉDIA INDEFINIDA EM SESSÃO DUPLA DE CINEMA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?. 

Caçadores de Emoção - Além do Limite (Point Break).
Produção estadunidense de 2015.

Direção: Ericson Core.

Elenco: Edgar Ramírez, Luke Bracey, Ray Winstone, Teresa Palmer, Delroy Lindo, Clemens Schink, Max Thierot, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 30 de janeiro de 2016.

Cotação

Nota: 5,0.  

Sinopse: Refilmagem do filme homônimo de 1991. Johnny Utah (Bacey) é um agente em treinamento do F.B.I. que já foi um praticante de esportes radicais. Seu chefe (Lindo) o encarrega de investigar o caso de gangue que vive metendo bronca de forma radical, mas que, ao invés de embolsar, distribui adoidado os produtos do roubo. Johnny tem certeza que trata-se de praticantes de esportes radicais, teoria que não é aceita pela alta cúpula do F.B.I., mas que seu chefe acredita e o envia a França, para com ajuda do agente da inteligência inglesa Angelo Pappas (Winstone) investigar. Num evento em alto-mar, onde praticantes de esportes radicais surfam em ondas gigantescas, Johnny conhece Bodhi (Ramírez) e seus amigos, que formam a quadrilha, e Johnny tenta se infiltrar. 

Comentários: Não sou muito chegado em refilmagens e sempre quando anunciam uma, logo penso que vem merda por aí, pois, geralmente, é o que acontece na maioria das vezes. Quando anunciaram que iriam fazer esta do filmaço fodástico noventista, resolvi dá um crédito de confiança, apenas por inicialmente ter sido divulgado que o eterno Rei Leônidas, Gerard Butler, iria fazer o papel que no original foi do saudoso Patrick Swayze. Tamanha decepção foi quando algumas semanas atrás, vi pela primeira o trailer deste novo filme e descobrir que Butler não estava no filme, já que tinha pulado fora com a dupla desculpa clichê de choque na agenda e diferenças criativas. Mas, o choque maior veio a conferir o filme na noite de ontem, pois simplesmente é um dos piores remakes de todos os tempos. Realmente, como refilmagem, o filme é uma merda total, e merece um zero bem redondinho, e cinco cocôs no lugar das duas estrelas, pois, nada funciona, levando uma surra histórica do original. O roteiro é péssimo, muito mal elaborado, apesar de conservar a essência do original, um elenco insosso, sem carisma, sequências de ação esquecíveis, ou seja, tudo inverso ao original fodástico. Mas, tentando ignorar o fato que trata-se de um péssimo remake, evitando as inevitáveis comparações ao original, Caçadores de Emoção - Além dos Limites eleva a cotação e a nota, por funcionar como filme de ação classe C, conseguindo prender a atenção, envolver e divertir em alguns momentos, e até empolgar timidamente em poucos momentos com algumas sequências de ação legais. Desnecessário, descartável e esquecível, uma prova viva e inquestionável que esse lance de refilmagem já passou além dos limites. É preferível que você gaste seu dinheiro comprando o DVD ou o Blu-ray do original. 

 


Pai em Dose Dupla (Daddy's Home).
Produção estadunidense de 2015.

Direção: Sean Anders.

Elenco: Will Ferrell, Mark Wahlberg, Linda Cardellini, Scarlett Estevez, Owen Vaccaro, Thomas Haden Church, Hannibal Buress, Alessandra Ambrósio, John Cena, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 30 de janeiro de 2016.

Cotação

Nota: 7,0.  

Sinopse: Brad (Ferrell) é um executivo de uma rádio de jazz, que está casado a oito meses com Sara (Cardellini), e desde então, tenta conquistar o amor e o respeito dos filhos dela (Estevez e Vaccaro). Quando finalmente, parece que ele irá conseguir, eis que Dusty (Wahlberg), o pai dos pirralhos, resolve aparecer para embaçar os planos de Brad. Começa então uma batalha entre os dois, competindo pelo amor e pela atenção dos pirralhos. 

Comentários: Regra básica quando fomos assistir a uma comédia: desliguemos o nosso cérebro e embarquemos numa boa, cabendo aos realizadores provocar em nós as gargalhadas, garantindo a nossa diversão. Neste sentido, este novo filme de Will Ferrell, que repete a excelente parceria com Mark Wahlberg que antes rendeu o divertido Os Outros Caras, consegue atingir o objetivo, pois, tem momentos bobinhos, mas, realmente engraçados, que funcionam, graças a um roteiro simples, direto, que não traz novidade nenhuma, mas, que graças ao carisma da dupla e ao elenco de apoio, consegue divertir. O único problema é a falta de definição que caminho trilhar, ou seja, se é uma comédia familiar padrão ou uma comédia abestalhada ao estilo de Ferrell, com piadas vulgares e politicamente incorretas, voltada para o público. Essa indefinição resultante de uma tentativa frustrada de agrada gregos e troianos acaba prejudicando um pouco no resultado final. Outro ponto negativo é o fato de boa parte das piadas serem entregues no trailer, o que acabou deixando o filme menos engraçado do que deveria. Fora esses dois probleminhas pontuais, temos uma comédia razoável, que cumpre o que promete. Enfim, siga a regra básica supracitada e embarque num boa pois aqui a diversão descerebrada e abestalhada está garantida. 


Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.