sexta-feira, 31 de agosto de 2012

FESTA DE ARROMBA DA TESTOSTERONA.

Aguardada reunião dos astros de ação fica um pouquinho abaixo do esperado, mas, cumpre sua missão de divertir o público.

Final dos anos 80, começinho dos 90. Entre uma brincadeira e outra, um grupo de pré-adolescentes amigos e vizinhos, entre eles, este blogueiro, conversavam sobre cinema, sobretudo os filmes de ação. Divergência  havia quando o assunto era quem era o astro maior do gênero: de um lado, meus colegas achavam que era Arnold Schwarzenegger, do outro, este blogueiro e mais um defendiam corajosamente que Sylvester Stallone era o cara. O fato é que aquela garotada, hoje homens e mulheres feitos na vida, alguns casados, outros solteiros, curtiam os dois, como também  Chuck Norris, Dolph Lundgren, Michael Dudikoff, os saudosos Bruce Lee e Charles Bronson, e os novatos da época, Jackie Chan (apesar de ter uma carreira longa desde da década de 1970, seus filmes chegaram por aqui apenas com advento do VHS), Bruce Wills, Steven Seagal e um certo Jean Claude Van Damme, tão fodástico, que fez este blogueiro e seus colegas o colocarem em segundo lugar na lista dos maiores astros do gênero, apenas perdendo para um dos reis.

Sonhavamos naquela época com algo impossível: Stallone e Schwarzenegger, lado a lado, num mesmo filme. Para nós um sonho tão alto e praticamente impossível de ser atingido que sequer ousamos sonhar com a presença dos demais. Particularmente, eu tinha uma pontinha de esperança, justamente por causa de outros durões, Clint Eastwood e Burt Reynolds, que reinavam no gênero nos anos 70, atuaram juntos numa produção oitentista. Afinal, se rivais das telonas setentistas um dia fizeram um filme juntos, porque não os brucutus reis do gênero? Esta era minha esperança que, confeso, foi se apagando aos poucos.

O sonho daqueles garotos começaram a se tornar realidade, em 2010, quando foi anunciado, ainda com Os Mercenários sendo exibido nos filmes,  a presença dos nossos ícones juntos, ao lado de Wills, Norris, Van Damme, Lundgren e de astros do gênero mais recente Jason Statham e Jet Li na continuação. Ao menos para mim à espera do sonho terminou às 14:49 da  tarde de hoje, quando começou a ser exibido na sala 3 do Complexo Kinoplex Maceió Os Mercenários 2. Provavelmente, por ser uma espera longa demais, criei expectativa demais e acabei me fustrando um pouco com o resultado final deste filme que tanto prometia.

A trama começa num pique só, quando o team dream do filme original vai até o Nepal resgatar um empresário chinês, numa sequência inicial de tirar o folêgo, principalmente de tanto rimos pelos absurdos apresentados na tela. Depois de uma abertura, literalmente falando, tão explosiva, o filme cai um pouco no ponto morto, com os  caras se divertindo no bar, e com o novato Billy The Kid (Liam Hemsworth, único do elenco que não  astro do gênero) pedindo ao chefão do time Barney Ross (Sylvester Stallone) para sair. Horas depois, Barney recebe a visita de Church (Bruce Wills), que incumbe o grupo de ir a Bulgária, para resgatar um artefatozinho de um avião caiu, que tem a localização exata de uma quantidade de plutônio que,  caindo em mãos erradas, pode explodir todo o planeta. A missão estava cumprida e todos iriam para casa se não aparecesse um grupo de terroristas, liderado pelo cínico e cruel Vilain (Jean Claude Van Damme), que não somente leva o artefato, como desfalca o time. Putos da vida, secos por vingança, Barney e companhia partem com tudo para cima dos bandidões, a fim de recuperar o plutônio e acertarem as contas principalmente com Vilain e seu capanga Hector (Scott Adkins). No decorrer da missão, o grupo contará com a ajuda do próprio Church, do rival de Barney, Trench (Arnold Schwarzenegger) e do lendário lobo solitário Booker (Chuck Norris).

É inegável que Os Mercenários 2 é um filme bastante divertido, com muita ação e humor, que praticamente tira onda com a cara de todos os principais participantes. Os fãs mais securentos como este blogueiro darão gargalhadas com Wills dando um fora em Schwarzenegger após dizer, pela segunda vez no filme, sua frase mais conhecida, e com Schwarzenegger respondendo com a expressão Yippee-ki-yah! imortalizada pelo John MacClane de Wills, as piadas fazendo referências ao grau elevado universitário de Dolph Lundgren (por incrível que pareça. desta vez é o grandalhão que arranca risadas, ofuscando Terry Crews, que tinha essa função cômica no primeiro filme). Mas, os mais novos também irão dá gargalhadas, graças a presença de Chuck Norris, que no filme faz valer as suas famosas verdades, com um personagem fodão, exército de um homem só. Sua presença no filme é marcante e hilária. Particularmente, fiquei muito feliz em revê-lo mais uma vez nas telonas, já que o tinha visto pela última vez, em 1990, quando assistir na tela do saudoso Cinema São Luiz Comando Delta 2.

Quanto ao elenco, cada um cumpre direitinho sua função, sem muito esforço interpretativo, exceto Van Damme e seu atualmente habitual parceiro Scott Adkins, que simplesmente, agarram com unhas e dentes o presentão dado por Stallone, e dão um show de interpretação, sendo os grandes destaques do filme. O baixinho belga faz o que não fazia há décadas, ou seja, sai do habitual piloto automático, luta e interpreta, mostrando que de todos os astros de ação, é um dos poucos que realmente sabe dar porrada e atuar. Seu confronto final com Stallone é mais uma cena inesquecível para sua carreira, e da sua atual fase, o mais bem coreografado e empolgante. Já Adkins, não tem o mesmo brilho do seu colega de cena, muito menos está longe da sua atuação em O Lutador, mas, mesmo assim consegue chamar atenção. Sua luta com Jason Statham é dos pontos altos do filme, tão empolgante quanto a de Stallone e seu colega Van Damme. Espero e torço para que a participação de ambos no filme sirva para abrir os olhos dos produtores hollywoodianos, reerguendo a carreira de um e alavancado a do outro.

O maior e mais sentido ponto negativo do filme é o desfalque no grupo de Jet Li, que só aparece na sequência inicial. Stallone tinha tudo para corrigir a injustiça cometida com o astro chinês no primeiro filme, dando-lhe mais destaque, mas, optou em diminuir ainda mais sua participação. Uma pena, já que a injustiça dupla dificilmente será reparada já que Li relutou inicialmente em participar deste novo filme, o que, provavelmente, foi o seu adeus a franquia. A falta de confronto entre Li e Van Damme, o restante dos mercenários sem tem muito o que fazer no filme e a pouca atuação juntos tão esperada do trio Stallone, Schwarzenegger e Wills são outros pontos negativos, que no geral, fizeram o filme ficar um pouco abaixo do esperado, fustrando um pouco os fãs que tanto esperavam ansiosamente por este filme.

Mas, o resultado final não é tão ruim assim, já que Os Mercenários 2 é um filmaço divertido, que cumpre direitinho sua missão de divertir, sem exigir que queimemos nossos neurônios. Pode encarar numa boa, sem muita exigência, que a diversão está garantida. Poderia ter sido bem melhor que o primeiro filme, ainda imbatível, mas, é comum do ser humano criar grandes expectativas com algo que não sai como deveria ser. Valeu a pena esperar pela festança que reúne doze astros do gênero de ação, pois a diversão está garantida. Nota: 9,8.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

 
Norris brinca com sua fama de fodão
e arrebenta em pequena, mas marcante participação.

 
Encontro histórico e nunca imaginado:
Rambo e Braddock batendo um papinho.

 
Van Damme e Adkins (ao fundo, a sua direita).
Dupla repete a parceria e de quebra, roubam a cena como vilões.




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

QUADRILOGIA DURA DE SER SUPERADA.

Bruce Wills arrebenta numa das melhores franquias da história do cinema.
 
Encerrando com chave de ouro a maratona de um mês, comentando a cada dia um filme estrelado por um dos astros de ação presentes em Os Mercenários 2, nada como tecer alguns comentários sobre uma franquia fodástica, que está entre as melhores da história do cinema. Trata-se da quadrilogia (até agora, já que o quinto filme estreia no próximo ano) Duro de Matar estrelada por Bruce Wills que arrebenta na pele do fodástico John McClane, um personagem ícone do cinemão de ação que já figura entre os personagens mais inesquecíveis da sétima. Admito que desde que inaugurei este blog venho adiando os comentários desta quadrilogia composta de filmes tão excepcionais, praticamente um empate técnico entre eles, que fica difícil não me empolgar e cair no exagerismo. Mas, é inegável que Duro de Matar é um franquia, até agora, dura de ser superada, já que não tem sequer um filminho mediano, graças, principalmente, ao carisma de seu astro principal, que simplesmente, dá um show tanto de bom humor como também nas cenas de ação surreais, que a cada filme, arrancam involuntárias e inevitáveis gargalhadas.
 
A estreia foi em grande estilo. Em Duro de Matar, de 1988, somos apresentados a John McClane, policial de Nova Iorque que vai a Los Angeles, na noite de natal, tentar reatar com sua esposa Holly (Bonnie Bedelia), vice-presidente de uma multinacional. Mas, um bando de terroristas, liderados pelo cínico e cruel Hans Gruber (Alan Rickman), invade o prédio e toma como reféns todos os que estavam confraternizando, inclusive Holly. Eles não contavam que seus planos iriam por água baixo, pela presença do penetra McClane, que sozinho, vai detonando com eles, um por um. Dirigido de forma explêndida por John McTiernan, o primeiro filme da franquia é um divisor de águas no gênero de ação, que até hoje bebe na sua fonte, originando vários similares.
 
O filme tem um roteiro excepcional, que ganha ainda mais força graças a competente direção e um elenco afiado. Wills está perfeito no filme que marcou o seu estouro como astro, com um personagem divertidíssimo, com senso de humor e um pouco mais humano (o cara termina o filme todo fodido, sangrado rios) que os durões de pouca palavras e quase idestrutíveis que na época pipocavam nas telonas. Mas, o grande destaque, sem sombra de dúvida, é Alan Rickman, que rouba a cena como o vilão, até agora, o melhor e mais inesquecível de toda carreira. Outro também que rouba a cena é Willian Atherton, como um jornalista sensacionalista e mala sem alça. Com ação frenética do começo ao fim, Duro de Matar é um filmaço excepcional, um inesquecível clássico do cinemão de ação, que para mim, continua sendo o melhor de uma franquia só com filmaços excepcionais. Nota 10,0 é pouca.
 
Evidente que o filme arrebentou nas bilheterias. E fazer uma continuação de um filmaço tão perfeito seria uma missão quase impossível. Desafio que o diretor Renny Harlin e o astro Bruce Wills toparam em 1990. O resultado foi supreendente já que  Duro de Matar 2 consegue ser tão bom quanto o primeiro filme, perdendo para este, apenas por um pequeno detalhe chamado Alan Rickman. Com muito mais ação frenética que o filme original, a trama se passa mais uma vez no natal. Num aeroporto em Washington, McClane só queria recepcionar sua esposa e levá-la para casa para um tradicional natal em família. Só que ele percebe uma movimentação estranha de um grupo paramilitar no aeroporto, que resolve fazer um ataque terrorista no local, no intuito de resgatarem com segurança, um ditadorzinho de merda (Franco Nero), que foi preso e extraditado para os Estados Unidos. Mais um grupo de malvadões que se ferra por não contar com o elemento surpresa John McClane.
 
Duro de Matar 2 tem um roteiro bem mais caprichado e recheado que o original, com muito mais ação, que o diretor Harlin explorou muito bem, nos presenteando como sequências eletrizantes e excepcionais, que superam o filme anterior. Wills está bem mais a vontade no personagem e esbanja, ao mesmo tempo, simpatia, carisma e também aptidão para as sequências de ação. Outro clássico inesquecível do gênero, que como o primeiro, deve ser visto e revisto milhares de vezes, sem perder o impacto empolgante que nos causa. Outro filmaço fodástico, onde a nota 10,0 é pouca.
 
Dois filmaços tão excepcionais e únicos só aumentaram o desafio dos roteiristas em manter o clima. Em 1995, o diretor John McTiernan volta a franquia como o também surpreendente Duro de Matar - A Vingança, graças a um roteiro elaborado, que coloca McClane não somente para dá porrada, mas, também usar o raciocínio. Já devidamente apresentado nos filmes anteriores, Duro de Matar - A Vingança já começa no pique total, com um ataque terrorista em Nova Iorque, onde o responsável que se auto-denomina Simon (Jeremy Irons) exige e coloca o policial McClane, num joguinho repleto de charadas, a fim de descobrir onde estão as outras bombas a tempo de não serem detonandas. Correndo contra o tempo. McClane desta vez não está sozinho, contando com a ajuda de Zeus (Samuel L. Jackson), um comerciante do Harlem. Mas, por trás de uma suposta vingança, já que Simon é irmão de Hans, que McClane jogou pelos ares no final do primeiro filme, existe um roubo milionário de barras de ouro.
 
A partir deste filme, a franquia perde um pouco o status de clássicos inesquecíveis. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, Duro de Matar - A Vingança é um filmaço de ação de primeiro, com um enredo muito bem desenvolvido, que dosa perfeitamente a ação e o suspense. O perfeito e divertido entrosamento entre Wills e L. Jackson é o ponto forte deste filme que mantém o ótimo nível da franquia, e recebe também a nota 10,0. Filmaço de ação de primeira, que, como os demais da franquia, merece ser visto e revisto, sem perder o brilho empolgante.
 
Com a enxurrada de tanto ícones dos anos 80 voltando as telonas na segunda metade da primeira década do século XXI, John McClane não poderia ficar de fora. Coube ao diretor Len Wiseman, da franquia Anjos da Noite e atualmente em cartaz com o remake O Vingador do Futuro, tirar John MacClane em grande estilo, no eletrizante Duro de Matar 4.0. O roteiro, mais uma vez muito bem elaborado, coloca o velho McClane perfeitamente adaptado aos novos tempos, sem perder seu caráter fodástico, muito pelo contrário, só elevando o seu status, desta vez enfrentando um grupo de terroristas cibernéticos que causam o caos nos States. Como no filme anterior, McClane não está sozinho, já que tem que escoltar e proteger um jovem hacker (Justin  Long), que irá ajudá-lo, com seus conhecimentos internauticos a impedir os malvadões da vez. Com ação frenética e as ações mais mirabolantes de toda série, o filme perde em comparação aos dois primeiros filmes da série e supera ligeiramente o filme anterior. Apesar disso, Duro de Matar 4.0 é outro filmaço de ação de primeira qualidade, que mantém a mesma nota 10,0 dos demais filmes da franquia.
 
John McClane voltará no próximo ano em um novo filme da franquia. De acordo com a sinopse divulgada na internet, o durão agirá fora dos Estados Unidos, na Rússia.  Se no último filme, a filha de McClane foi raptada pelos terroristas, quem agora se mete numa fria é seu filho Jack (Jai Courtney, com muito mais destaque no trailer que o próprio Wills, como você pode conferir no final desta postagem), que será feito prisioneiro de um poderoso líder russo (Sebastian Koch). O pai fodástico irá resgatar o filhão e juntos irão detonar contra a bandidagem, lutando para salvar o mundo. Se o novo filme manterá o mesmo nível da franquia, a ponto de também receber a mesma nota altíssima dos seus antecessores, só saberemos em fevereiro do próximo ano, data prevista para a estreia. O certo é que só o fato de McClane ainda está na ativa, nos deixa muitos animados para conferir suas novas peripéciais fodásticas. Enquanto isso, vale a pena ver e rever infinitas vezes, os quatro filmes já produzidos.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo. 
 
Trailer original do primeiro Duro de Matar.
 
Trailer original de Duro de Matar 2.
 
Trailer original de Duro de Matar - A Vingança.
 
Trailer de Duro de Matar 4.0.
 
Trailer do inédito Duro de Matar 5.
 


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

UM ASTRO MARCIAL RUMO AO ESTRELATO.

Parceiro de Jean Claude Van Damme em seus últimos filmes, Scott Adkins se destaca na pele do lutador Yuri Boyka nas continuações de O Imbatível.
 
Dos astros de ação presentes em Os Mercenários 2, Scott Adkins luta, literalmente falando, a cada filme para se firmar com astro de ação.  O inglês de 36 anos e 1.80m de alutra, estreiou nas telonas encarando Jackie Chan no divertido Espião por Acidente, apareceu irreconhecível encarando Wolverine no seu filme solo, e atualmente é figura presente nos últimos filmes estrelados pelo baixinho belga Jean Claude Van Damme, incluindo o citado acima comandado por Sylvester Stallone e o novo filme da franquia Soldado Universal. Até agora, destaque mesmo em sua carreira é o lutador russo Yuri Boyka, presentes nas duas continuações de O Imbatível.  Mesmo com este personagem fodástico Adkins, ao meu ver, ainda não alcançou o estrelato, figurando no momento como aspirante a pelo menos, astro de filmes de ação B. Mas, é fato que ele pode ir além disso, pois cacife o cara tem de sobra, já que domina nada mais, nada menos que oito modalidades marciais, portanto, tem tudo para estourar com astro do gênero. Vamos ver se após a mega-reunião dos astros da porrada a carreira do cara decola. Vai depender muito de sua atuação no filme chamará atenção dos produtores hollywoodianos e  também de suas escolhas. Enquanto isso, vamos aos comentários da atuação mais marcante do cara.
 
Para quem não lembra, O Imbatível é um filme de 2002 que traz Ving Rhames como o campeão mundial de box James "Iceman" Chambers que é enviado a uma prisão de segurança máxima, após ser condenado por estupro. O local é palco de lutas de boxes entre os detentos a cada seis meses, onde Monroe Hutchen (Wesley Snipes) é o campeão absoluto por dez anos. Os dois logo de cara se estranham, principalmente, pelo temperamento explosivo e encrenqueiro de Iceman. Sabendo desta tensão entre os dois brutamontes, percebendo, portanto, uma chance para faturar uma grana alta, um detento mafioso (o saudoso Peter Falk, o eterno Colombo da série televisiva homônima) resolve promover uma luta entre os dois. É incrível como este típico filminho "B" a la  Rocky é dirigido por Walter Hill, o mesmo cara que nos anos 80 nos presenteou com alguns filmaços, principalmente, o fodástico e inesquecível Ruas de Fogo. O Imbatível tem um roteiro um pouco arrastado, com muita falação e pouca ação. Mas, vale conferir pelo confronto entre Rhames e Snipes, duas feras bons de briga. Nota 5,0.

 
 
É justamente no segundo filme, produzido em 2006, que Adkins dá as caras pela primeira vez com o seu personagem, até agora, mais conhecido. Curiosamente lançado por aqui com o título O Lutador, desta vez o campeão Iceman, agora interpretado por Michael Ja White (de Soldado Universal - O Retorno e Rede da Corrupção), está na Rússia para alguns contratos comerciais e vai parar de novo no xilindró, acusado injustamente de tráfico de drogas. Tudo armação para colocá-lo no ringue de uma espécie de UFC mortal entre detentos, tendo que encarar o fodástico e cruel Yuri Boyka (Adkins). Apesar de ter um elenco bem menos famoso que o filme original, a continuação tem muito mais ação que o primeiro, apesar do roteiro ainda deixar um pouco a desejar. Sem sombra de dúvida, O Lutador é o filme de Adkins, que rouba a cena e dá um show, tanto de atuação como na porrada, na pele de um vilão que faria o seu compatriota Ivan Drago se mijar de medo. Em síntese, um típico filme de artes marciais classe "B", com coreografias razoáveis e um vilão fodástico que  os fãs do gênero tanto gostam. Nota 6,0.



Seu excelente desempenho em O Lutador  fez com que Adkins ganhasse uma chance de protagonizar o próximo filme da franquia. Em O Imbatível III: Redenção, logo de cara somos surpreendidos por um Boyka com um visual tosco, literalmente falando na merda, trabalhando no esgosto da prisão, longe da fama de fodão do filme anterior, ferradíssimo após o Iceman ter detornado com um dos seus joelhos. Mas, dez minutos depois, e de forma surreal, só pelo desejo de voltar aos ringues, o cara arrumar o visual, entra no ringue e detona o atual campeão, ganhando a chance de particpar de um torneio, junto com oito prisioneiros do mundo inteiro, incluindo um tosco brasileiro de São Paulo (na verdade, interpretado por um gringo, que dá alguns saltinhos acobráticos se passando por capoeirista). Mais um filminho "B" de torneio, sem novidade nenhuma, com sequências de lutas regulares e um roteiro fraquinho, que tira todo brilho de Boyka, que de vilão fodástico no filme anterior passou a ser mais um heróizinho medíocre, tirando todas as chances de Adkins dá um show. Os fãs do gênero menos exigentes e criteriosos até quem curtem este filme que segue a velha e batida regra dos terceiros filmes de uma franquia serem os mais fracos. Nota 3,5.



Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

EXTERMINANDO O CAPETA.

Filme de 1999 traz Arnold Schwarzenegger lutando contra o próprio chifrudo para salvar o mundo.
 
As especulações do fim do mundo seja na virada de um milênio ou numa data profetizada, como no próximo 12 de dezembro, são bem aproveitadas pelo cinema, gerando milhões de produções  algums boas, outras toscas. Fim dos Dias, de 1999, é mais uma destas produções apocaliptícas  e coloca Arnold Schwarzenegger enfrentando o próprio diabo para salvar o mundo. O brucutu austríaco é Jericho Cane, um guarda-costas deprimido e sem fé após a morte de sua esposa e filha, que faltando poucos dias para a virada do milênio recebe a missão de proteger um banqueiro (Gabriel Byrne), sem saber que o cara foi possuído pelo próprio capeta. Quando o  cara sofre um atentado cometido por um padre, Jericho resolve investigar e descobre que o chifrudo quer dá uns pegas na mocinha Christine York (Robin Tunner) e fazer um menino nela. Mesmo sem ter fé, Jericho luta contra o tempo para salvar a moça e de quebra o mundo.
 
O filme tem todo climão de filme de terror, com um roteiro regular, que viaja bastante na maionese, mas pelo menos dosa corretame o suspense e a ação. O elenco, que conta também com Kevin Pollack e o saudoso veterano Rod Steiger (desperdiçado), cumpre diretinho sua função, apesar de não contamos com grandes atuações. Exceção apenas para Schwarzenegger, com uma canastrice bem acima do habitual. O cara não convence em nenhum momento como um personagem deprimidão e sem fé. Mas, considerando que o que interessa aos fãs do gênero e do ator, não é seu talento interpretativo, até que podemos ignorar tranquilarmente sua péssima atuação.
 
Com um enredo batido, mas bem conduzido, somado a ótimos efeitos especiais, o resultado final de é um filme bastante divertido, que até prende atenção e empolga em alguns momentos.  Ah, curiosamente, a nossa versão dublada conta com um festival de palavrões, já que os traduz literalmente, algo que na maioria das vezes não ocorre. Em síntese, Fim dos Dias é um filminho bobo, feito com o único intuito de divertir sem exigir do espectador queima de neurônios. Nota 9,0.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo. 
 
 


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

SURPRESA MUSICAL.

Tom Cruise rouba a cena e solta à voz como roqueiro.
 
Diz o ditado popular, que "O bom filho à casa volta!", e também que milagres acontecem. Depois d meses sem ir aos Cinemas Centerplex, devido somente ser exibido lá filme dublados, finalmente, voltei no final da tarde de hoje a marcar presença por lá para assistir Rock of Ages - O Filme, que em nossa cidade está sendo exibido apenas na sala 3 do complexo de cinemas do Pátio Shopping Maceió e, milagrosamente, na versão original, com legendas. Baseado no musical homônimo da Broadway de grande sucesso, o filme é uma agradabilíssima surpresa e até mesmo aqueles que não curtem muito o gênero, vão amar este filmaço com vinte números musicais muito bem coreografados e dirigidos. Já para os saudosistas dos bons anos 80, o filme é um presentaço, graças a sua excelente trilha, com canções inesquecíveis que marcaram para sempre, com novos arranjos para agradar também a galera da nova geração acostumados com o chatíssimo seriado televisivo Glee.
 
A trama é um pouco bobinha, servindo de alicerce para os interessantes números musicais, que fazem as duas horas e alguns minutinhos de duração passarem rapidinho e agradavelmente. Sonhando em ser cantora, a jovem Sherrie (Julianne Hough, ótima cantora e com atuação convicente) sai de sua cidadezinha do interior e vai a Hollywood. Logo de cara, após cantarolar uma canção, a moça é assaltada e conhece Drew (Diego Boneta, ex-RBD, fraquinho que dá pena), um jovem que trabalha num renomado bar reduto dos roqueiros de propriedade do figuraça Dennis (Alec Baldwin, convicente), que também sonha em ser cantor, mas, morre de medo do palco (algo pouquíssimo explorado na trama). Os dois, obviamente, se apaixonam e trabalham juntos no bar, que receberá o último show de uma renomada banda de rock liderada pelo loucão Stacee Jaxx (Tom Cruise, hilário, numa atuação surpreendente). O bar está à beira da falência e ainda por cima sofre com a marcação cerrada de um grupo de caloras, lideradas por Patricia Whitemore (Catherine Zeta-Jones, no piloto automático, mas, se saindo muito bem nas sequências musicais), esposa do prefeito (Bryan Cranston).
 
Além dos excelentes e divertidíssimos números musicais e sua excelente trilha, outro grande destaque do filme é o seu elenco de coadjuvantes, com atuações muito boas, principalmente Cruise, que arrebenta e rouba a cena, junto com um macaco hilário. Muito bem dirigido por Adam Shankman, Rock of Ages é um filmaço divertídissimo e nostálgico, que além de nos empolgar e envolver a ponto de nos contagiarmos e nos embalamos com os números musicais, ainda arranca risadas facéis. Como já disse, uma agradabílissima e divertidíssima comédia musical que consegue agradar até mesmo quem não curte o gênero. Nota 9,5.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
 
 
Carolas lideradas por Zeta-Jones não perdem o rebolado.
Ótimos números musicais fazem o filme uma agradável surpresa.
 
 
Cruise rouba a cena e ainda solta à voz como
hilário roqueiro.
 
 


A MELHOR ATUAÇÃO DE JET LI.

Luc Besson e Jet Li provam que filme de ação pode ser sensível e cerebral.
 
Uma coisa é certa: a maioria dos fãs dos filmes de ação pouco estão se importando com um roteiro bem escrito e/ou com a boa atuação do protagonista, querendo ver mais é a porrada correr solta. Por isso, poucos astros preferem ficar na mesmice, sem se preocuparem em inovar e se esforçarem nas suas atuações. O diretor, produtor e roteirista francês Luc Besson resolveu sair da mesmice, ousando ao escrever brilhantemente um roteiro recheado com muita ação, mas, também emocional e cerebral, convocando o seu parceiro Louis Leterrier, especialista em filmes do gênero com ritmo alucinante como Carga Explosiva, propondo o desafio a Jet Li de protagonizar um filme de ação totalmente fora do convencional, e de quebra, escalou como coadjuvante de luxo Morgan Freeman e Bob Hoskins, dois grandes atores. O resultado é o filmaço Cão de Briga, simplesmente um dos melhores filmes do gênero de todos os tempos.
 
Com um roteiro criativo e muito bem escrito por Besson, na trama  Li é Danny, um jovem criado desde de criança como cão, por Bart (Hoskins, ótimo), um agiota safado, que o usa como um letal guarda-costas. Bart condicionou Danny a se comportar com um cordeirinho, mas, ao retirar a coleira e a sua ordem, cair matando para cima de quem ameaça não pagar as dívidas. Numa dessas cobrança, o talento de Danny é descoberto por um promotor de lutas ilegais e propõe ao agiota que seu cãozinho fiel entre no jogo. Tudo iria bem para o safadão, se não fosse uma emboscada que sofresse e Danny fugisse do seu controle, sendo encontrado pelo ceguinho bondoso, afinador de pianos, Sam (Freeman, convicente), que o acolhe. Convivendo com Sam e sua sobrinha Victoria (Kerry Condon), Danny começa a se humanizar. Mas, quando um guarda-costas de Bart o encontra e o leva de volta para o seu chefe, Danny terá que confrontá-lo, buscando liberta-se de sua tirania cruel e desumana.
 
Cão de Briga é a maior prova que Li não é somente um astro marcial, mas, também um grande ator. As coreografias de lutas são boas, presenteando os fãs com ótimas sequências, onde Li dar um show. Mas, a grande surpresa e destaque do filme é justamente sua brilhante e supreendente atuação de Li, que transmite sensibilidade e nos emociona com uma atuação perfeita, digna de prêmios que provavelmente por puro preconceito não foi indicado. Só o fato de ofuscar e superar as atuações de dois colegas de cena tão excelentes  com Freeman e Hoskins, já mostra o quanto Li se esforçou não somente fisicamente, mas, também deu um show de interpretação.
 
Ação e sensibilidade num filme de ação. A mistura de Besson deu certo e o resultado é um filmaço fodástico, eletrizante ao mesmo tempo que emocionante. Disparado, não somente um dos melhores filmes de Jet Li, mas, também do gênero de ação. Filmaço para ser visto e revisto. Nota 9,5.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
 
 


RECORDAR É REVER: LOUCADEMIA DE POLÍCIA 5 - MISSÃO MIAMI BEACH.

Com consideráveis baixas, saudosa tropa de elite de policiais atrapalhados invade Miami.
 
Nada como abertura de sinal de alguns canais por assinatura para animar um cinéfilo. Desde da semana passada, os canais da HBO estão com sinal aberto. Aproveitando o dia santo que aqui em Maceió comemoramos a nossa padroeira, Nossa Senhora dos Prazeres, para zapear por esses canais e acabei parando no HBO Family, onde revir na madrugada de hoje a comédia oitentista Loucademia de Polícia 5 - Missão Miami Beach. Com um trama leve, com piadinhas bobinhas, deste vez a tropa de elite mais atrapalhada da história do cinema viaja a Miami, para participar de um convenção de policiais, onde o figuraça Comandante Eric Lassard (George Gaynes, como de costume na série, hilário) será homenageado. É justamente o velhinho simpático que acidentalmente troca de mala com uns toscos e  atrapalhados ladrões de jóias, que irão correr atrás dele para recuperar a tal mala.
 
Mantendo boa parte do elenco, o antepenúltimo é o primeiro da divertida heptalogia oitentista a sofrer baixas consideráveis no seu elenco, com a saída de alguns dos personagens mais engraçados da série, a começar pelo protagonista galã dos quatro primeiros filmes, Steve Guttenberg, que cumpriu o que prometeu e não voltou a interpretar Mahonney, aqui substituído por um sem graça Nick Lassard, sobrinho do comandante interpretado pelo insosso Matt McCoy, e do piradão Zed, interpretado de forma competente por Bob Goldthwait. Essas baixas, somadas ao roteiro fraquinho que usa e abusa de velhas piadas já trabalhadas nos filmes anteriores, causaram um impacto imenso no resultado final. Loucademia 5 é um filminho bobinho, um besteirol bem leve (a série mudou do tom putaria do primeiro filme para este desde do ótimo terceiro filme), onde pouquíssimas piadas funcionam, praticamente todas elas protagonizadas pelo figuraça Capitão Harris, interpretado mais uma vez de forma brilhante por G.W. Bailey.
 
No geral, Loucademia de Polícia 5 - Missão Miami Beach não chega a ser o pior filme da série, e até chega a ser o último filme realmente bom, já que seus dois sucessores conseguem ser menos engraçados. Mas, é inegável que as baixas sofridas e seu roteiro escrito no piloto automático fizeram um grande estrago no resultado final. Mesmo assim, é sempre bem-vindo rever esta hilária trupe que tanto nos alegrou na segunda metade da década de 80 e que, inexplicável e absurdamente anda sumida das programações televisivas do nosso país. Nota 6,5.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
 


domingo, 26 de agosto de 2012

JEAN, O VILÃO EM DOSE DUPLA.

Principal vilão em Os Mercenários 2, baixinho belga já tinha antes dado vida à três outros vilões.

O vilão, sem sombra de dúvida, é um tipo de personagem que fascina e conquista de uma forma impressionante o público. Na maioria das vezes, são cruéis, sem moral, fazem de tudo para ter o que conseguem e, na considerável maioria das  vezes ofusca o mocinho e em vários casos conseguem até ganhar a simpatia e torcida do público. Exemplo disso são alguns personagens inesquecíveis, tão idolatrados pelo público como o Darth Vader da primeira trilogia Star Wars, Freddy Krueger, Jason, Michael Miyers, Chucky e companhia das franquias do terror, o Smigol da trilogia O Senhor dos Anéis, o Coringa imortalizado pelo saudoso Heath Leadger e que antes havia sido a grande atração da estreia do morcegão nas telonas na pele do grande Jack Nicholson.  Com tanta façetas, os vilões são um prato cheio para qualquer ator sair do lugar comum, mostrar todo seu talento e versatilidade. É incrível, porém, como os astros de ação, em sua maioria, não ousem em interpretar vilões. O acrobático e Mister Simpatia Jackie Chan, é um exemplo de um astro do gênero que nega ser antogonista, preferindo os mesmos personagens bobinhos à mostrar seu talento interpretativo. Até Arnold Schwarzenegger, cujo seu personagem mais memorável é justamente um vilão, evita interpretá-los, e ainda por cima faz a merda de transformar o tal personagem inesquecível em mocinho, e na rara vez que aceitou está no outro lado da eterna batalha bem x mal, foi para  pagar um micaço na pele gelado do Sr. Frio, no famigerado Batman & Robin. Poucos tem a coragem de inovar,  a exemplo de um Jet Li e um Dolph Lundgren, este com suas melhores e mais memoráveis atuações justamente como vilão em Rocky IV e Soldado Universal.

Principal vlião da mega e divertida reunião dos astros de filmes de ação Os Mercenários 2, dando vida a um tal de Jean, O Vilão (o nome é provavelmente uma brincadeira do roteirista Sylvester Stallone com o eterno Frank Duxx), o baixinho belga Jean Claude Van Damme já havia antes dado vida a três vilões em sua carreira, sendo a última vez em 2001, no divertido Replicante, onde curiosamente dá trabalho a si mesmo, interpretando um psicopata que para se pego é clonado. Muitos fãs do baixinho não curtem este filme que eu particularmente gosto bastante, mas, a jornada dupla de ser ao mesmo tempo, herói e vilão, deu a chance dele mostrar que não apenas sabe dá chutes, mas, tem talento como  ator. Provavelmente, se esse filme tivesse sido lançado na fase de ouro de sua carreira, teria um destaque melhor em sua filmografia e junto ao público. Antes, precisamente no começinho de sua carreira, Van Damme tinha dado vida a dois outros vilões. Em comum, ambos eram russos, entravam mudos e saiam calados, com o baixinho fazendo uma tosca cara de mal e abrindo escala, algo obrigatório aos filmes do começinho de sua carreira. São justamente esses dois filmes que serão comentados nesta postagem.

DIVERTIDA CÓPIA TOSCA DE KARATE KID.

Van Damme só foi apresentado ao público brasileiro na virada da década de 1980 para 1990, quando finalmente chegou por aqui O Grande Dragão Branco, provocando uma verdadeira Van Dammemania. Os distribuidores nacionais trataram logo de lançar no mercado, num curto intervalo de temppo, vários filmes que o baixinho fez, antes e depois da saga de Frank Duxx. O primeiro a chegar por aqui foi Retroceder Nunca... Rende-se Jamais!. A trama gira em torno de Jason (Kurt McKinney, canastrãozinho convicente), um jovem fã de Bruce Lee, que após seu pai levar uma surra do guarda-costas Ivan (Van Damme) de um grupo criminoso russo, que inexplicávelmente deseja dominar o ramo de academia de artes marciais dos Estados Unidos, e ser obrigado a vender a academia, se muda com toda família para Seatle, onde está sepultado o seu ídolo. Na nova cidade, Jason faz amizade com um garoto local, mas, ganha de ganha a antipatia de outros, inclusive. um gordinho irritante, seboso e patético, que passam a persegui-lo. Após levar uma surra na festa de sua paquera, e cansado das constantes brigas com o pai, Jason vai chorar suas mágoas e reclamar da vida no túmulo do seu ídolo que, horas depois, volta do além para treiná-lo. Jason tem a chance de mostrar o que aprendeu com o seu mestre fodástico quando a bandidagem russa invade um torneio de artes marciais local, com o terrível Ivan distribuindo porrada em todo mundo.

Produzido em 1985 e dirigido pelo mestre Cory Yuen o filme é uma imitação, cagada  e cuspida, de décima quinta categoria do clássico oitentista, que tem uma ideia interessante de colocar Bruce Lee no enredo, mas desperdiçada por praticamente fotocopiar  a saga de Daniel Laruso e Sr. Miyagi. E a  péssima dublagem nacional (infelizmente, atualmente, não encontramos por aqui o filme legendado) mal sincronizada, com sotaque patético dos dubladores, só tornam aumento o baixo nível do filme. Provavelmente, uma das piores e mais toscas dublagens feita num país conhecido por ter a melhor dublagem do mundo. Os caras devem se envergonhar quando, ao final do filme, são mencionados seus nomes.

Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! Tinha tudo para ser uma merda total, se não fosse por  um pequeno detalhe de pouco mais de 1,60m chamado Jean Claude Van Damme. Mesmo aparecendo apenas no começo e no final, entrando mudo e saindo calado, com uma atuação canastrona, cheia de expressões faciais toscas, é o baixinho que eleva o nível e a nota desta produção tosca, tornando este filminho bem mais atrativo que de fato é. É o baixinho e a música-tema que fazem este filminho receber deste blogueiro a altíssima nota 7,5.


Curiosamente, o filme teve duas continuações sem nenhuma ligação com o original e entre elas, ambas estreladas pelo atualmente sumidíssimo Loren Avedon, mais conhecido por aqui como O Rei dos Kicboxers. Dirigido por Yuen e que conta também com a também sumidísima Cinthia Rothrock (a única mulher a ter um relativo sucesso nos filminhos de ação kickboxers dos anos 90), Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! - Parte II é um filme péssimo, tão ruim que deve ser uma das piores continuações da história do cinema, com  uma trama tosca, sem lógica, que se passa no Vietnã. Tudo é ruim nesse filme, do roteiro até a horrível fotografia de décima quinta categoria. Nem mesmo o encontro de dois astros kickboxers classe c  da época, Avedon e Rothrock convence e salva esta porcaria de filminho vagabundo. Nota 0,0 redondinha.


Já o terceiro filme, Yuen pulou fora, passando a batuta para um ilustre desconhecido diretor, e teve uma considerável melhora, sendo lançado por aqui com o título de Os Irmãos Kickboxers, fazendo um relativo sucesso  nos cinemas e nas videolocadoras, e posteriormente, na telinha da Band, presença frequente na extinta e saudosa sessão Força Total. Com uma batidona premissa, o filme gira em torno de dois irmãos, um policial e outro meste em artes marciais que não são os mais unidos do mundo, mas, que têm que se unirem para vingar o assassinato do seu pai, pela máfia local. Em comparação ao segundo filme, dá para encarar numa boa, já que é um daqueles filminhos que de tão ruins e toscos, acabam sendo divertidos e provocando inevitáveis gargalhadas (destaque para a canastrice - que faz o Cigano Igor ser o melhor ator de todos os tempos - do ilustre desconhecido que protagoniza junto com Averon, um dos piores atores que já vi em minha vida). Como de costume nos filmes da trilogia, conta com umas boas sequências de luta nada memoráveis, mas,  o que prevalece mesmo é seu altíssimo nível tosco que torna um filme ruim uma diversão descerebrada recomendada para mandar a tristeza embora a base de muitas gargalhadas. Nota 6,0.


SUB-007 DE DÉCIMA QUINTA CATEGORIA.

Se em Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! a curta presença do baixinho fez a diferença a ponto de conseguir a proeza de salvar o filminho de um desastre e torná-lo bem melhor do que realmente é, o mesmo não podemos dizer do terrível e frustrante Contato Mortal, sub-007 de décima quinta categoria, estrelada na verdade pelo atual sumidísismo Sho Kosugi (da trilogia Ninja, mas, lembrado por aqui, por sua participação no terceiro filme como um ninja caolho). É verdade que esta filme tem uma produção bem mais caprichada, que a fotocopia de Karate Kid, com direito a locações legais em Malta. Mas, o grande problema deste filme, o primeiro que Van Damme fez após estrelar O Grande Dragão Branco, muito mal escrito e fraquíssimo demais, sem pé, nem cabeça, que sequer tem a dignidade de aproveitar o confronto entre Kosugi e Van Damme,  resumido num lutinha fajuta, com um dando uns chutinhos nas outras.

Dirigido por Eric Karson, que havia dirigido Chuck Norris no clássico Octagon - Escola para Assassinos, a trama traz Kosugi como Ken Tani, o seu agente mais fodástico que tem o codinome Black Eagle (Águia Negra), que tem que ir a Malta resgatar uma arma ianque que caiu nas águas da ilha. Para isso, os caras pegam seus filhos (na vida real, os pirralhos são filhos de Kosugi) e levam para ilha, a fim de garantir que o tosco James Bond nipo-americano cumpra direitinho a missão. Para complicar ainda mais, os soviéticos também querem a tão poderosa arma e enviam também sua equipe para recuperar a tal arma, entre os membros, o mais fodástico dos seus agentes do KGB, o caladão Andrei (Van Damme), inexplicavelmente inimigo mortal de Ken.

Contato Mortal é um filminho chatíssimo, morgadíssimo, que não empolga em nenhum momento e ainda frustra bastante, já que o ponto alto do filme, o confronto entre os dois astros marciais é insosso, mal coreografado. Van Damme está totalmente perdidão, sem ter muito que fazer, resumindo sua participação em fazer uma tosca cara de mau, abrir a obrigatória escala, e, eventualmente, dá algumas porradinhas. Em síntese, total desperdiço de dois astros marciais. Ao menos serviu para Kosugi lançar mão do nepotismo, colocando seus dois filhos no filme. O primeiro filme ruim de Van Damme. Nota 0,0.



 
Van Damme e Kosugi posando de durões.
Nem os dois astros conseguiram salvar o filme de ser
uma merda.

 
Capinha do VHS lançado na época
pela Paris Filmes, sucessora da América Vídeo.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.