segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

RETROSPECTIVA 2019: OS MELHORES FILMES DO ANO.

Que ano arretado para nós cinéfilos esse tal de 2019! Pipocaram filmaços de todos os gêneros e gostos. Com uma safra tão acima da média, as queimadas de neurônios este ano foram infinitamente quadruplicadas para fazemos as nossas escolhas dos Melhores Filmes de Ano, e de quebra, renderam também seis postagens prévias onde listamos por gênero. E no caso desta lista final, que sempre marca a nossa última postagem do ano, haja empate! Inclusive no primeiríssimo colocado, onde simplesmente quatro filmes excepcionais participaram de uma frenética dança das cadeiras na minha cabeça no decorrer do ano até o momento em que escrevo esta postagem. Antes que eu mude de ideia e faça mais mudanças, vamos a nossa lista dos melhores filmes do ano. Lembro que a mesma é baseada em minhas preferências pessoais, de um cinéfilo do povão que preferências bem simples. Se discordar de alguma escolha ou ausência (e com certeza, isso irá acontecer por diversas vezes aqui), sugiro que elabore a sua nos comentários. Enfim, sem mais delongas, vamos lá!


Iniciamos nossa lista com o primeiro dos vários empates inusitados que teremos aqui. A cada ano que passa a nostalgia pelos saudosos anos 1980 só aumenta. E pegando carona nela, e também claramente no fenômeno nostálgico Stranger Things (até o poster é parecido com o de uma das temporadas da série da Netflix), temos esse divertidíssimo filme, que chegou timidamente, não fez muito alarde. Uma pequena obra-prima que eleva a nostalgia oitentista à enésima potência que precisa ser conferida.

E falando en nostalgia, 2019 marcou a volta do icônico brucutu exército de um homem só oitentista, vivido por Sylvester Stallone. É bem verdade que o quinto e provavelmente último filme é o mais fraco da franquia, como também não é o melhor filme de ação do ano (o spin-off Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw e John Wick 3: Parabellum são disparados os melhores). Mas, em compensação é um autêntico filme de porradaria testosterona, que causou muito mimimi por parte do pessoal da ditadura do politicamente correto (muitos,inclusive, injustamente, colocam o filme como o pior do ano), que acabou sendo o mais lembrado do gênero lançado esse ano.


E continuamos nossa lista com mais um empate inusitado. Assim como o quinto filme do brucutu John Rambo, o novo filme do talentosíssimo diretor e roteirista Jordan Peele, também não é o melhor filme do seu gênero lançado este ano (por incrível que pareça, o reboot Brinquedo Assassino é ligeiramente melhor). Sequer teve menção honrosa, já que chegou no agitadíssimo mês de março onde pipocaram vários lançamentos arretados. Mas, quem ficou mesmo marcado na memória foi esse interessantíssimo filme, onde Peele mais uma vez demonstra toda sua criatividade, enriquecido pelas ótimas atuações de um elenco engajadíssimo, com destaque para Lupita Nyong'O.

Vivendo o seu ápice, o gênero gospel pisou no freio em 2019. Mas, em compensação, ganhou um dos seus melhores exemplares. Este drama cativante e envolvente, baseado em fatos, que mostram a fé inabalável de uma mãe que rema contra a maré e não desistir do seu filho gravemente acidentado, é outro lançamento de 2019 que ficou marcado na memória, e por isso mesmo, é presença obrigatória em nossa lista.


Provavelmente o primeiro filme da nossa lista que você encontrará em várias outras dos melhores do ano. A adaptação live-action da clássica animação noventista é considerada por muita gente como o melhor filme da Disney deste ano. E com todos os méritos, já que temos uma agradabilíssima surpresa, um filme divertido e empolgantes. A cereja do bolo fica por conta da atuação de Will Smith, que consegue se superar e entregar um Gênio tão inesquecível e com identidade própria que o imortalizado pelo saudoso Robin Williams na animação.


Mais um filmaço que agrada cinéfilos dos mais variados gostos, presença obrigatória em todas as listas dos melhores filmes do ano, inclusive, em boa parte, ocupando o topo. Geralmente, quando o cinema homenageia o próprio o resultado é sempre uma obra de arte. E em 2019 foi a vez do mestre Quentin Tarantino, que aproveita uma época agitada de Hollywood para prestar uma belíssima e divertida homenagem a sétima arte, nos presenteando com mais um filmaço original, que já nasce uma obra-prima. Algo que já não é novidade na filmografia do genial Tarantino.


A segunda maior queimada de neurônios que eu tive ao elaborar esta lista. Afinal, estamos falando de dois filmaços criativos, fora do habitual, com ótimos roteiros, excelentes atuações e direções primorosas, que mesclam perfeitamente elementos de vários gêneros, sendo eficientes em todos eles. Depois de meses, cansei de comparar um com o outro e acabei chegando a conclusão que o empate entre a produção tupiniquim e a sul coreana é mais do que justo. Ambos são excelentes filmes que já podem ser considerados obras-primas, e por isso mesmo, são presenças obrigatórias em todas as listas dos melhores filmes do ano.


A trégua e concordância com a maioria da galera que elaborou a lista dos melhores é interrompida com essa que, admito, é a escolha mais polêmica da nossa lista. Bombardeado com acusações injustas pela maioria da grande imprensa de ser uma produção a favor do Regime Militar (a velha patética premissa intolerante ideológica do "se não é da nossa turma, são nossos inimigos, e precisam ser combatidos"), na verdade é um  documentário imparcial, que inclusive, mostra o lado negativo dos militares da época, que conta com uma pesquisa histórica bem aprofundada e documentada. Um registro histórico muito bem realizado, que precisa ser descoberto, deixando de lado as paixões ideológicas cegas.


2019 foi o ano do Amigão da Vizinhança, com duas excelentes produções bombando nas telonas. A primeira, na verdade, é remanescente do ano passado, que só estreou por aqui no comecinho deste ano. A animação merecidamente ganhadora do Oscar é sem dúvida um dos melhores filmes do Cabeça de Teia. O conceito de multiverso é muito bem apresentado, de forma simples, direta e bastante eficiente. Com uma qualidade técnica impecável de encher os olhos diante das telonas, sem dúvida, um dos maiores acertos da Sony com o personagem, que abre com chave de ouro um leque de possibilidades, que vão além de uma costumeira continuação, prevista para chegar aos cinemas apenas em 08 de abril de 2022.

Apesar de um filmaço épico que praticamente fecha os primeiros onze anos de Universo Compartilhado Marvel, coube a segundo filme solo do cabeça de teia da parceria Marvel e Sony (que chegou a ser encerrada depois do lançamento do filme, mas, felizmente, renovada) a missão de encerrar oficialmente. Mas, vai além disso, não apenas dando deixas para o futuro tanto do UCM, mas, também sendo um filmaço divertidíssimo e empolgante, que nos deixa com um sorriso de orelha a orelha do começo ao fim, com ótimas piadas, sequências de ação eletrizantes e uma dose generosa de nostalgia com ar de comédias teens oitentistas. Como se não bastasse, traz um dos vilões mais marcantes do UCM, e uma micro participação para lá de especial numa da duas fodásticas cenas pós-créditos.


Tem muita gente chata no mundo. Só isso para tentar entender o porquê este belíssimo filme dividiu opiniões, e boa parte da galera que não gostou, o considera como um dos piores filmes do ano. O competentíssimo Jon Favreau nos presenteia com um filmaço cativante e emocionante, tão bom quanto a animação original, que continua insuperável, mas, o novo filme não fica tão atrás assim, e o realismo do produto final é de encher os nosso olhos, e por isso mesmo, não me incomodou nem um pouquinho. Realmente, é muito mimimi para nada, já que o novo filme não anula o clássico, e tem sua própria identidade, algo cada vez mais raro em se tratando de um remake.


E chegamos ao ponto da nossa lista que gerou a tal dança das cadeiras de posições que falei. Praticamente o ano inteiro queimando neurônios, já estava decidido promover um empate quadruplo no primeiríssimo lugar, quando resolvi apelar para um último minúsculo critério de desempate: o emocional. Mesmo assim, ainda permaneceu dois empates. Um deles levanta o questionamento entre os fãs das adaptações das HQs de qual filme é melhor. Atual maior bilheteria da história do cinema, Vingadores: Ultimato é o coroamento épico de onze anos do inovador e ousadíssimo Universo Cinematográfico Marvel, e um agradecimento especialíssimo a cada um de nós fãs, pela fidelidade esses anos todos. Um espetáculo visual de tirar o folego, sem deixar de trazer uma trama muito bem elaborada e envolvente. Mais uma vez, os Irmãos Russo presenteia o  UCM e todo o sub-gênero das adaptações das HQs com mais uma obra-prima épica.

Indiscutivelmente, 2019 foi o ano que a DC contra-atacou e finalmente conseguiu competir pau a pau com a Marvel, curiosamente, com dois filmes totalmente distintos. Destes, destaque obviamente para o filme do palhaço do crime, uma obra autoral do competentíssimo diretor Todd Phillips, que revoluciona o sub-gênero (por isso  que na nossa lista prévia das adaptações das HQs figura em primeiro lugar), provando que não é necessário  orçamento altíssimo para entregar um excepcional adaptação das HQs. Fala da atuação de Joaquin Phoenix é chover no molhado, portanto, fiquemos na torcida que tanto ele como o filme ganhem vários prêmios. Ao final de Coringa, meu amigo dos tempos de adolescência me perguntou qual era o melhor entre ele e Ultimato, e eu respondi na ocasião que os dois são incomparáveis. Continuo com esta opinião, e por isso mesmo, o empate entre eles,.


Indiscutivelmente, tanto Ultimato como Coringa são os filmes do ano. E por isso, você deve tá se perguntando o porquê deles não estarem aqui em primeiríssimo lugar. Mas, realmente no desempate entre os quatro filmaços, o lado emocional falou mais alto. O segundo spin-off da franquia Rocky, realiza um sonho de  infância em ver nas telonas o reencontro entre Rocky Balboa e Ivan Drago, que como bônus, traz uma impressionante ótima atuação de Dolph Lundegren, que transforma o robótico personagem do quarto filme num ser humano fragilizado pela vida. O filme é o fechamento perfeito da saga do icônico Rocky Balboa (realmente, espero que desistam da ideia de se fazerem um sétimo Rocky), de forma emocionante e excepcional neste que é o segundo melhor filme da franquia,superado apenas pelo original.

Outro sonho de infância realizado em 2019 foi ver a turminha criada pelo mestre Maurício de Sousa ganhar vida em live-action através de crianças fofas e muito talentosas, tão bem escaladas que só de olharmos para elas identificamos cada estimado personagens nosso das HQs em carne e em osso. Um filme bem singelo feito na medida certíssima para divertir e emocionar crianças de todas as idades. Realmente, não pensei que a essa altura do campeonato, um filme infantil me faria viajar aos bons e saudosos tempos da minha infância. Não é a toa que fez um enorme sucesso e já garantiu uma continuação que chegará aos cinemas no próximo ano. Memória afetiva falou mais alto, por isso mesmo, essas duas pequenas obras-primas dividem o título de nossos Filmes do Ano de 2019.

MENÇÕES HONROSAS:

Ano que temos um filme da saga intergalática é presença obrigatória na nossa lista. Dividindo opiniões, Star Wars: A Ascensão Skywalker fecha bem uma trilogia complicada, que não dialoga entre si. Mas, o resgate do climão clássico da franquia, o festival de fan service que serve como pedido de desculpas pelas derrapadas dadas no decorrer do caminho. O sempre competente J. J. Abrams nos presenteia com um ótimo filme, empolgante, eletrizante e bastante divertido que, se não é o melhor da franquia, também está longe de ser o pior.

E falando em resgate nostálgico, o diretor do penúltimo filme da nova trilogia, Rian Johnson, reúne um elenco estrelar para homenagear o bom e velho filme de mistério policial  no divertido Entre Facas e Segredos.Ah! E não vou contar que o assassino é... Brincadeirinha! O filme ainda está em cartaz. Corra para assistir e descubra!

No ano péssimo para a comédia, dentro  das telas com lançamentos de filmes do gênero que cometem o verdadeiro pecado mortal de serem totalmente sem graça, e fora com o falecimento de alguns grandes nomes, duas continuações, o tupiniquim Cine Holliúdy 2 - A Chibata Sideral e Zumbilândia - Atire Duas Vezes, foram agradabilíssimas exceções e provocaram gargalhadas no escurinho do cinema.

Por fim, 2019 também foi um ano péssimo para as cinebiografias e filmes baseados em fatos. Mas, em compensação, tivemos três excelentes exceções de peso: o emocionante Atentado ao Hotel Taj Mahal, o ganhador do Oscar Green Book - O Guia, e claro, o elogiadíssimo O Irlandês, dirigido pelo mestre Martin Scorsese (pensou que eu ia deixá-lo de fora, né?).

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, desejando um feliz e abençoado novo, na torcida que tenhamos filmaços tão bons em 2020 como tivemos esse ano.

domingo, 29 de dezembro de 2019

RETROSPECTIVA 2019: OS PIORES FILMES DO ANO.

E chegamos ao final de mais um ano, e como de costume, nossas últimas postagens sempre são listando os destaques positivos e negativos que assistimos nos cinemas no decorrer do ano. Peço licença a vocês para quebrarmos um pouquinho a tradição, invertendo à ordem das postagens, iniciando listado os piores filmes, seja porque o ano de 2019 foi bom demais para nós cinéfilos e não seria legal encerramos falando dos que tentaram atrapalhar, seja para que eu queime neurônios por mais algumas horas na lista dos Melhores Filmes do Ano, já que temos um empate entre os quatro primeiros colocados n. Por mais que a safra de filmes deste tenha surpreendido, indo além do esperado em relação a qualidade, como sempre ocorre, sempre chegam algumas bombas. E mesmo eu evitando alguns filmes que estavam prometendo ser ruins, acabei não escapando, e infelizmente, encarando alguns, que a partir de agora, iremos listar.


E iniciamos a nossa lista nada honrosa com um empate. E triplo, arrancado já nos quarenta e cinco do segundo tempo. Em comum, além de serem ruins, os filmes que formam esse trio da vergonha alheia trazem um festival de desperdícios de talentos. Enquanto o suspense estadunidense desperdiça o talento da ganhadora do Oscar, Octavia Spencer, que faz o que pode com a merda de roteiro que lhe dão, a comédia tupiniquim desperdiça todo elenco da sitcom e a premissa interessante de contar como os personagens se conheceram, e de quebra, comete o pecado imperdoável de uma comédia de ser totalmente sem graça. O desperdício de elenco estrelar ainda é mais grave com a atualmente malhadíssima adaptação do musical renomado, já que além disso, colocar cada um para pagar um King Kong homérico em suas respectivas filmografia.


Com certeza você deve está no mínimo estranhando a presença (isso se não tiver me xingando mentalmente) deste bajuladíssimo filme indicado ao Oscar. Só lembrando que, não sou crítico, muito menos um formador de opinião, mas, apenas um cinéfilo do povão, com preferências bem simples. Portanto, não sou obrigado a ter a mesma opinião que essa galera intelectualizada. Enfim, mesmo reconhecendo seus méritos (destaque para as atuações e a parte técnica que faz uma excepcional reconstituição de época), não gostei deste filme, achei chatinho e entediante, e por isso mesmo, garantiu lugar cativo nesta lista dos piores filmes do ano.


2019 não foi um bom ano para o nosso Cinema Nacional, como você pode perceber apenas vendo o mosaico na introdução (e olhe que eu deixei de assistir um monte de produção tupiniquim que aparentam ser tranqueiras). Neste período nebuloso, tentaram ressuscitar (ou seria reencarnar?) a modinha dos filmes de temáticas espíritas que, mesmo bem intencionados, pecam pelo excesso de didatismo doutrinário, que acabam engessando os atores, que entregam atuações que variam entre a canastrice e o piloto automático. É o que ocorre com esta cinebiografia (outro sub-gênero que teve um péssimo ano), que mesmo contando com uma parte técnica impecável, que entrega uma excelente reconstituição de época, não consegue salvar o filme de ser chato e entediante.

7. Greta.

Outro filme que está na nossa lista dos piores, mas, que você vai encontrar por aí na lista oposta, acompanhado de elogios rasgados. Ok! Reconheço que não só de filme fantasioso e com alto astral vive a sétima arte, e que uma produção mais realista, pé no chão, pessimista, melancólica, pode ser bem-vinda. Não é o caso deste filme, que acaba sendo entendiante ao extremo, com personagens todos fodidos, e um protagonista que de tão burro e otário chega a irritar. Mesmo as excelentes atuações (em especial, a do veterano Marco Nanini) conseguem salvar o filme de ser na minha humilde opinião um dos filmes mais chatos do ano.


Mais um empate na nossa lista da vergonha alheia. Sem dúvida, o gênero do terror é um dos que mais tem clichês, e os realizadores usam e abusam deles na maior cara de pau. O problema é quando rendem filmes ruins como A Maldição da Freira, que resgata dos quinto dos infernos o formato found footage da pior forma possível, e Maligno, que é mais um  filme do gênero que traz pela enésima vez um pirralho malvadão. Dois filminhos bem bostas, com péssimos roteiros que trazem tramas patéticas que devem ser totalmente ignorados.


Provavelmente, o filme mais bem intencionado da nossa lista, e por isso, é uma pena que esteja aqui. Mas, não seria justo ficar de fora, já que trata-se de um filminho gospel que de tão boboca chega até ser uma afronta a inteligência do público mais fervoroso, sendo um prato cheio para os detratores da fé alheia, principalmente, os que a definem com alienação. Um verdadeiro retrocesso no gênero que vem a cada ano ganhando em qualidade com ótimas produções, que aqui, tem um dos seus piores filmes.


Outra escolha polêmica na nossa lista já que é mais um filme que a crítica rasgou elogios. O filme que marca o debute na direção do ator Jonah Hill, que até acerta na nostalgia, principalmente, em adotar o formato e a textura de imagem noventistas, mas, como roteirista acaba derrapando feio, resultando nun filme arrastadíssimo e entendiante (mesmo que só tenho aproximadamente uma hora e vinte minutos de duração), com personagens irritantemente chatos pra caralho (dar vontade de dar uma surra no pirralho protagonista de tão porre que ele é). Realmente, minha compreensão é pouca para entender como uma merda dessa agrada tanto a crítica.


Chegamos ao nosso pódio, e infelizmente, a partir daqui, só vai dar Cinema Nacional. Nosso bronze de merda fica com essa comédia, que desperdiça de forma impressionante três impagáveis nomes do humor brasileiro. Simplesmente, o roteiro é um colcha de retalho, aparentemente feito de qualquer jeito, que só existe para o besteirol rolar solto. Não seria problema nenhum (particularmente, até gosto, e solto gargalhadas de qualquer bobagem) se não cometesse o pecado imperdoável de uma comédia: ser totalmente sem graça. Qualquer vídeo dos trio de protagonistas nos seus respectivos canais no YouTube é infinitamente mais engraçado e divertido. Infelizmente, essa merda está bombando nas bilheterias, o que só incentiva a emplacarem um terceiro filme, provavelmente, com o mesmo desleixo no roteiro e ainda mais desperdício dos inegáveis talentos de Tom Cavalcante, Whindersson Nunes e Tirullipa.


Com entusiasta do nosso Cinema Nacional, defendo implacavelmente que sair da mesmice das comédias abestalhadas, das cinebiografias e dos filmes cabeças que rodam os festivais pelo mundo é algo essencial. É inegável que vários cineastas também estão atento a isso, e produzindo filmes de outros gêneros fora da caixinha, em especial, filmes de terror. Mal Nosso é uma dessas tentativas e tem uma parte técnica caprichadíssima. Mas, infelizmente, isso não é o suficiente para render um bom filme, já que o roteiro é uma bosta, trazendo personagens insuportáveis e uma trama chata pra caralho e patética. O resultado é tão frustrante e ruim, que fica com a nossa prata de merda.


Depois de queimar uma porrada de neurônios e não querendo encarar de novo nenhuma dessas duas merdas, acabou dando empate no nosso Pior Filme do Ano. E merecidamente, pois as duas cinebiografias tupiniquins contam com péssimos roteiros que descaradamente distorcem os fatos em prol da lavagem cerebral pretensiosa, seja para enaltecer e praticamente santificar um controverso líder religioso, ou para levantar bandeira ideológica e de resistência. Dois lixos cinematográficos que acabam sendo perigosos, já que muitas pessoas só têm contato com fatos narrados aqui apenas por eles, e passarão a acreditar com verdade o festival de mentirada que ambos vomitam. Além de um vergonhoso desserviço prestado, como sétima arte é péssimo, já que são duas bombas homéricas que juntos são os piores filmes de 2019.

MENÇÕES HORROROSAS:

Se você chegou até aqui, deve está sentindo falta de alguns filmes malhadíssimos, que figuram entre os piores em um monte de lista por aí. É o caso de Hellboy, que até funcionaria como um piloto de um seriado televisivo, mas, os imbecis inventaram de fazer um reboot nas telonas que ninguém pediu, e acabou dando nessa merda que quase todo mundo ama odiar e meter o cacete. E como não lembrar do tosco A Sereia - Lago dos Mortos, mais uma bomba vinda da Rússia para tentar avacalhar o gênero do terror. Por fim, a toda poderosa Disney também comete erros grosseiros, e na minha humilde opinião, nem mesmo Angelina Jolie e um elenco estrelar salvam o desnecessário Malévola: Dona do Mal de ser o único filme realmente ruim da Disney lançado em 2019.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, na torcida que esses bombas fiquem em 2019. 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

FILME E MERDA DO MÊS: DEZEMBRO/2019.

FILME DO MÊS

Chegamos ao final do ano. E como aconteceu com frequência, nosso último Filme do Mês do ano não poderia deixar de ser polêmico. Mantendo a tradição de um filme da franquia de uma galáxia muito, muito distante, o controverso Star Wars: A Ascensão Skywalker leva com folga o nosso título de melhor filme que chegou aos cinemas no decorrer do mês. É bem verdade que tanta polêmica e discussões acaloradas, principalmente entre os fãs, não é algo exclusivo do filme, mas da própria trilogia, a primeira produzida pela Disney, que tem uma série de problemas, sendo o principal deles, ser formada por filmes que não dialogam entre si. Mesmo reconhecendo esses e outros problemas, realmente, eu gosto dessa nova trilogia, e não foi diferente com o último filme, que mesmo estando longe de ser um fechamento épico de um círculo iniciado pelo excelente O Despertar da Força (nem vou avaliar como encerramento da saga iniciada com o rebatizado Uma Nova Esperança para a frustração não ser ainda maior), conseguiu me divertir bastante, me desarmando de qualquer ranço com um festival de fan service que remete a trilogia antiga, essa sim, perfeitíssima e imbatível. Não é o melhor filme da franquia, muito menos está longe de ser o pior, e portanto, por méritos, é o nosso último Filme do Mês de 2019.

MENÇÕES HONROSAS:

Falando em Star Wars, o diretor do também controverso Os Últimos Jedi, Rian Johnson, prova mais uma vez que não é a toa que é um dos grandes promissores nomes da sua geração, e por pouco não levou nosso honroso título, reunindo um ótimo elenco estrelar para homenagear o bom e velho filme de mistério criminal no ótimo Entre Facas e Segredos. Outro ótimo filme que só não levou nosso título de Filme do Mês por ter dado o azar de chegar no mesmo mês do novo Star Wars é o ótimo thriller de ação policial Crime Sem Saída,  produzido pelos Irmãos Russo e estrelado pelo Pantera Negra, Chadwick Boseman. Duas agradabilíssimas surpresas que encerram com chave de ouro um ano ótimo para nós cinéfilos que foi 2019.

MERDA DO MÊS.

Poderíamos muito bem encerrar o ano de 2019 sem um filme ruim, mas, nos quarenta cinco minutos do segundo tempo, chega Cats para levar o nosso título que o gato enterra. A adaptação para as telonas do cultuadíssimo musical teatral vem rendendo muitos comentários negativos já no primeiro trailer, principalmente, pelo visual adotado. Particularmente, nesse ponto o filme não me incomodou, por mais que realmente seja bizarro e tosco que seja (Pô, povo chato mimizento, vamos acreditar na magia que o próprio poster do filme nos propõe!). O grande problema está na própria execução do filme, principalmente, os números musicais insossos e chatinhos embalados por canções horríveis, que resultam num filme chato, enfadonho, arrastadíssimo (apesar de ser aproximadamente uma hora e cinquenta, parecem incontáveis horas). Mesmo com um elenco estrelar, só se salva mesmo a atuação de Jennifer Hudson, e com apenas um número musical realmente bom e interessante, Cats pode não ser o pior filme do ano, mas, com certeza, é um dos mais chatos pra caralho, e isoladamente, nossa única Merda do Mês.

MENÇÃO HORROROSA:

Como sempre digo, não tenho nada contra filmes que empoderem a mulherada, e eu consumo de boa. O grande problema está na forçação de barra da ditadura ideológica e cultural do politicamente correto. As Golpistas não é um filme ruim, mas, leva nossa menção nada honrosa pela forma humilhante que trata os personagens masculinos. Todos (repito: Todos!) são escrotos, babacas, imbecis. Tudo bem em empoderar a mulherada, mas, não dessa forma, que torna um filme que deveria divertir e entreter, em veículo para incentivar a ridícula divisão ideológica "nós contra eles".

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

BALAIO DE GATOS ENTEDIANTE.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Cats.
Produção estadunidense de 2019.

Direção: Tom Hooper.

Elenco: James Corden, Judi Dench, Jason Derulo, Idris Elba, Jennifer Hudson, Ian McKellen, Taylor Swift, Rebel Wilson, Francesca Hayward, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 26 de dezembro de 2019.

Sinopse: Adaptação do renomado musical teatral homônimo de autoria de Andrew Lloyd Webber, que por sua vez, foi inspirado pelos poemas do livro Os Gatos de T.S. Eliot. A trama gira em torno de um grupo de gatos, que todos os anos, precisa escolher um entre os bichanos para ascender a Heaviside Lawyer, a fim de ter uma vida nova e melhor.

Comentários: Não sou de julgar um filme antes de assisti-lo, mas, difícil não ficar com o pé atrás com esta mega-produção, seja pelo péssimo trailer bombardeado em todas as sessões de cinemas que encarei nas últimas semanas, ou pela informação que nos States o estúdio está enviando cópias novas com mais retoques digitais, mesmo com o filme em cartaz. E com toda sinceridade, não me incomodou em nada o visual adotado, acho muita frescura da galera que está reclamando disso. O problema aqui, realmente, é o próprio musical. A trama simples, redondinha, até é aceitável, mas, as músicas são chatas o que acaba prejudicando bastante os números, que mesmo muito bem coreografados, são entediantes e arrastados. O filme só não vale o que o gato enterra pelo show de atuação dramática e musical de Jennifer Hudson, a única que realmente nos tira do tédio e até nos emociona com sua personagem. Mas, o ingresso de cinema é caro demais para ficamos cochilando pelo tédio que um filme provoca. Cotação / Nota: 3,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.