quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

TOP 10: MOTIVOS QUE FAZEM A TRILOGIA CINQUENTA TONS SER TÃO RUIM.

Com a chegada aos cinemas de Cinquenta Tons de Liberdade, finalmente, nos veremos livres de uma das piores trilogias da história do cinema. Realmente, não entendo o porquê de tanta gente, principalmente o público feminino (diga-se de todas as idades, pois, até as senhorinhas estão entre as fãs), amar essa péssima franquia, a ponto de lotar os cinemas todas as três vezes que essas bombas foram lançadas, amarem tanto a ponto de se envolverem em situações constrangedoras com discutir com funcionários do cinema por estes estarem fazendo seus trabalhos e repreender quando inventam de ligar o celular para filmar cenas de alguma desta bosta. Realmente, temos uma franquia modinha que entrará para rol das esquecidas daqui algum tempo, como aconteceu com várias na sétima arte. Nem deveria perder mais tempo para falar desta merda, mas, à pedido da minha linda amiga e companheira das três sessões torturantes que encaramos nos filmes da franquia, Danielle (uma das raras pessoas do sexo feminino que abominam a franquia), resolvi listar os dez motivos porque a trilogia Cinquenta Tons é tão ruim. Não quero com esta lista xingar ou falar mal de quem curte, afinal, gosto (e neste caso, desgosto) não se discute. Se você é fã e for deixar comentários, por gentileza, não me xingue, mas, argumente o porquê você ama tanto. Enfim, mais rápido que uma gozada do casal Grey dentro do carro, vamos ao nosso Top 10. 

10. Trilhas insuportáveis.

Começamos com um dos menores males da trilogia, afinal, trilha sonora não define a qualidade de um filme, já que temos trilhas ruins em ótimos filmes e vice-versa (a franquia 007 tem vários bons exemplos de ambos os casos). A trilha sonora dos três filmes da franquia Cinquenta Tons vai de músicas horríveis à músicas bacaninhas esquecíveis. Exceção apenas a ótima Love me like you do, interpretada por Ellie Goulding. Tanto que a música é que embala o vexatório tosco clipe de "melhores momentos do casal Grey" ao final do novo filme.

9. Péssimos trailers. 

Um problema que não é exclusivo da franquia. Quem acompanha nosso blog sabe que sempre comento com certa frequência minha preocupação com trailers ruins que, ao invés de nos animarem, nos desanimam totalmente para assistirmos um filme. Pelo menos no caso da trilogia Cinquenta Tons, que tenta ser uma propaganda enganosa, acaba servindo de aviso que os filmes são bombas. São trailers insuportáveis, repleto de um pseudo-erotismo, pseudo-suspense que os três filmes realmente não têm, embalados pelas piores músicas da franquia: Crazy in Love interpretada por Beyoncé no trailer de Cinquenta Tons de Cinza, piorada pela versão da mesma interpretada por Miguel no trailer de Cinquenta Tons Mais Escuros, chegando ao fundo do esgoto com a destruição do clássico do grupo INXS, Never Tear Us Apart, feita pela cantora britânica Bishop Briggs. Mesmo assim, os fãs, sobretudo a mulherada, piraram, fizeram os três vídeos baterem recordes de acesso no YouTube nas primeiras horas em que foram lançados. O que não acaba sendo uma grande surpresa, numa época em que qualquer porcaria é sucesso na grande rede.

8. Decadência de qualidade entre os filmes.

Outro defeito que não é exclusivo da trilogia. Aliás, um problema antigão na sétima arte, com direito até ter gente radicalmente contra as continuações. E não é a toa, já que, geralmente,  são desnecessárias e ao invés de melhorarem, pioram uma franquia. Mas, aqui é queda  de qualidade é absurdamente gritante. O primeiro filme, mesmo não sendo grande coisa, ao menos tinha potencial e tudo para ser melhorado nos filmes seguintes. Infelizmente (não falo com falsidade, afinal, cheguei a torcer para que houvesse essa melhora), o que aconteceu foi a queda vertiginosa de qualidade, com um filminho pior que o outro, encerrando de forma humilhante uma trilogia que começou mal.

7.  Personagens centrais antipáticos e coadjuvantes decorativos.

Agora sim chegamos a um grande problema específico da franquia. Não li os livros e nem pretendo ler, por isso, limito-me apenas a falar das personagens das telonas. Christian Grey é mimadinho, chato pra caralho, possessivo, tarado, metido à bosta... Ah! Mas, o cara também é milionário, bonitão, saradão com barriga tanquinho, então, para a mulherada, "fodam-se os defeitos dele!", pois o que importa são essas "qualidades". Já a mocinha, Anastasia Steele, é a personificação da hipocrisia feminina: sonsa, metida à moderninha independente, mas, capacho sexual e na vida de um milionário, bonitão, gostosão e possessivo. Como se não bastasse, os personagens coadjuvantes são meros objetos decorativos esquecíveis na trama, que nem fedem, nem cheiram. A única que ensaiou ser marcante foi Elena Lincoln, a coroa que tirou o cabaço de Grey e o introduziu no sadomasoquismo, que acabou também nem fedendo, nem cheirando na trama do segundo filme e totalmente cortada do último filme, só servindo para ser um vexame na carreira da talentosa e oscarizada Kim Basinger.

6. Vilões patéticos.

É bem verdade que, com raríssimas exceções (leia-se Loki), os vilões dos filmes da Marvel que eu amo são mal elaborados. Mas, em comparação com os vilões da trilogia Cinquenta Tons, até mesmo o Mandarim de Homem de Ferro 3 chega a ser um Darth Verder. Só para termos uma ideia, não querendo dar spoiler, mas, já dando, um dos vilões da trilogia tem como motivação para ser malvadão "Tenho ódio de você porque seus pais adotaram você e não a mim!". Preciso mesmo falar mais alguma coisa? 

5. Péssimas atuações e falta de química entre os protagonistas.

Um gravíssimo problema da trilogia é que os personagens são muito mal elaborados no roteiros. Isso é piorado com as péssimas atuações, onde todos parecem está de má vontade e constrangidos a falar diálogos tão ridículos do tipo "Esse jatinho é seu? (Puta que pariu! A mulher dar para um milionário. Queria que ele tivesse o quê? Uma Shineray?). Mas, o pior dos piores é o casal protagonista, Jamie Dornan e Dakota Johnson, que além de não atuarem porra nenhuma, ainda falta química entre eles. Ryan Gosling e Rachel McAdams, casal de protagonistas do clássico meloso calcinha O Diário de Uma Paixão se odiavam durante as gravações do filme, mas, no entanto, em nenhum momento percebemos isso nas telonas. Já no caso da trilogia, até agora, não se tem notícia que eles se odeiam, muito pelo contrário, se dão super-bem. Mesmo assim, em cada filme da série, apesar deles tentarem, fica a clara sensação que estão contracenando com uma parede entre eles.

4. Direção praticamente inexistente.

O primeiro filme é disparado o "menos ruim" pois ainda tem alma, e sentimos que é dirigido por alguém, no caso, Sam Taylor-Wood, que aparentemente impôs uma certa moralzinha, e justificou seu gordo salário, trabalhando, mesmo tendo em mãos um material humano e roteiro tão ruins. O mesmo não podemos dizer de seu colega substituto nos dois últimos filmes, James Foley,  um daqueles diretores imprevisíveis, com boas e péssimas contribuições ao cinema e a televisão. No caso aqui, simplesmente, o cara ligou o piloto automático e o botão "foda-se!", e conseguiu com dois filmes não apenas afundar ainda mais na merda a trilogia, mas, acredito que também a sua carreira. Ou será que alguém em bom juízo vai contratar um diretor que, por exemplo, trouxe sequências de sexo insossas, de suspense sem tensão nenhuma, de ação no ponto-morto ou enfiou um tosco videoclipe ridículo no final do filme e uma tosca sequência de "felizes para sempre" no comecinho dos créditos finais? Aposentadoria ou parada na carreira para cursos de reciclagem já!

3. Roteiros preguiçosos.

O primeiro filme até tem uma história, mas, tem uma série de problemas no roteiro. E no segundo e no terceiro, ao invés de corrigirem o estrago, foderam de vez com a porra toda. Parece que, pelo fato do primeiro ter feito um rio de dinheiro, os caras não apenas mantiveram os defeitos que o filme apresentava, mas foram piorando, escrevendo de qualquer jeito. Simplesmente, não há história nos dois últimos filmes, só repetição da fórmula exaustivamente (o casal transa, passeia de jatinho mundo à fora, transa, briga por qualquer merda, transa, alguém tenta ferrar com a felicidade dos pombinhos, casal briga e transa, vilões são pegos sem muito alarde, casal transa.) que mais parece que foram escritos por robôs ao invés de seres humanos pensantes. Uma total falta de respeito principalmente com os fãs que prestigiam essas merdas e ajudam a pagar o gordo salários deles.

2. Indefinição de gênero.

Decorrente dos roteiros preguiçosos, temos o segundo maior defeito da trilogia. O mais básico dos básicos ao se idealizar um filme é definir primeiramente qual seu gênero. O primeiro filme até tenta, e nos convence como uma tentativa de ser um romance com pitadinhas de erotismo. Mas, o segundo e o terceiro são verdadeiros samba do crioulo doido, flertando com diversos gêneros, e deixando no ar a dúvida: afinal, qual é o gênero? Continua sendo um romance-erótico? Um dramalhão romântico? Ou é um suspense? O filmes da trilogia Cinquenta Tons tenta ser tudo isso, mas, não consegue ser porra nenhuma.

1.  Cenas de sexo insossas, sem pimenta e sensualidade.

O primeiríssimo lugar dos maiores defeitos da trilogia Cinquenta Tons não poderia ser outro, afinal, comete um pecado gravíssimo contra a sua própria premissa. Tratando-se de uma trilogia que tenha como tema fetiches sexuais e um casalzinho bem safadinho, os filmes cagam feio onde não deveriam cagar, ou seja nas sequências de sexo. São muito sem sal, nenhuma ousadia, nada apimentadas, sem sensualidade, e tudo piorado pela canastrice e falta de química dos protagonistas. A incompetência aqui é tamanha que pornochanchadas teens descerebradas e eróticos toscos de décima quinta categoria são muito mais eficientes na sensualidade e dão uma surra nas patéticas sequências de sexo da trilogia. Saudades da tosca franquia francesa Emmanuelle, que realmente foi competente nesse aspecto. Já a trilogia Cinquenta Tons, não chega a ser brochante, porque simplesmente não há ereção, já que não há tesão nenhum. Tudo muito ridiculamente patético. Uma trilogia pseudo-erótica sem pimenta, nem sensualidade, que já vai muito tarde para o rol do esquecimento e da vergonha alheia.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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