Nunca na história da sétima arte alguém compreendeu tão bem a galera adolescente que o saudoso diretor e roteirista John Hughes. Rei absoluto da Sessão da Tarde, com diversos filmes que dirigiu (foram apenas seis filmes, sendo quatro do sub-gênero teen) e roteirizou verdadeiros clássicos da sessão de filmes vespertina mais antiga do nosso país, Hughes soube como ninguém mergulhar no universo teen, nos presenteando com filmes divertidíssimos que, ao mesmo tempo, são verdadeiras obras-primas do sub-gênero teen que, sem medo de exagerar, só existe porque Hughes foi percursor (para saber mais sobre o mestre, fica a sugestão de conferir a matéria especial sobre ele no site da revista Galileu). Agora, listamos os seus cinco melhores filmes no sub-gênero. O critério para ordenamos os escolhidos foi do retrato mais fiel dessa fase tão complicada da vida do ser humano que é a adolescência. Antes que as espinhas desapareçam, vamos a nossa lista.
Iniciamos, com o filme teen menos realista e cultuado de Hughes, mas que, que particularmente, eu gosto demais, e que se fosse uma lista dos Melhores filmes dos diretores, estaria na frente de pelo menos dois filmes que estão acima dele aqui. Tenho um imenso carinho por ser o único dirigido por Hughes que assistir no cinema, que traz dois adolescentes zero à esquerda, que acidentalmente cria uma mulher perfeita no computador, vivida pela beldade estupidamente linda e atualmente sumidona Kelly LeBrock. Seu segundo trabalho como diretor é um dos seus melhores filmes, muito divertido e engraçado por ser tão bobo. Quem aparece como coadjuvante, num pequeno papel, mas, chamando atenção é ninguém menos que o Tony Stark do UCM, Robert Downey Jr.
4. A Garota de Rosa Shocking.
Clássico dos clássicos do sub-gênero teen e da Sessão da Tarde, responsável por coroar a sumidona Molly Ringwald como a grande rainha dos filmes teen, como a mocinha desta comédia romântica. Aqui, Hughes é o roteirista, e a direção é do amigo e parceirão Howard Deutch. Algo impercebível, pois, temos aqui um filme que é a cara de Hughes, a ponto de acharmos que realmente foi dirigido por ele. O então futuro Alan Harper, Jon Cryer, em seu segundo trabalho nas telonas, é o grande destaque do elenco, ofuscando os demais colegas como o amigo da mocinha. Curiosamente, Hughes não gostou do final deste que é um dos filmes teens mais conhecidos, pois, queria - assim como eu, admito - que a mocinha terminasse com o amigo figuraça, vivido por Cryer, e não com o Mauricinho insosso vivido por Andrew McCarthy. A discordância fez com que ele escrevesse Alguém Muito Especial, outro clássico oitentista do sub-gênero e dos saudosos bons tempos da Sessão da Tarde, também dirigido por Deutch.
O melhor e mais cultuado filme da carreira de Hughes, que só não está no topo, pelo critério do "retrato fiel da adolescência" que utilizamos, já que, apesar de todo adolescente desejar matar aulas e não ser pego, o filme foge consideravelmente da realidade, sendo uma deliciosa gaiatice. O lendário Ferris Bueller, vivido de forma excepcional por Matthew Broderick no papel da sua vida, consegue realizar esse fetiche dos teens - e convenhamos, de muitos jovens e adultos também - de forma épica e grandiosa, com direito até se meter numa parada, e dar um puto show ao som de Twist and Shout. O quarto e último filme teen que Hughes dirigiu é seu maior clássico dos clássicos e mais inesquecível filme.
2. Gatinhas e Gatões.
O debute de Hughes como diretor e também o inicio da sua parceria com Molly Ringwald e Anthony Michael Hall. Considerado pela crítica e por muitos fãs um dos melhores filmes teen de todos os tempos e por tabela também de Hughes. Ringwald vive uma adolescente de dezesseis anos que não apenas é ignorada pela bonitão Mauricinho por quem é apaixonada, mas, principalmente, pela sua família, que está toda empolgada com o casório da irmã mais nova. A roubada de cena fica por conta de Hall, que está hilário, como um adolescente donzelão, abestalhado. Apesar de praticamente empatado com Mulher Nota 1000 e levar um surra homérica de Curtindo a Vida Adoidado, fica com nossa prata por retratar fielmente alguns dilemas da fase como o sentimento de rejeição pela família que muitos adolescentes sentem e o donzelão metido a pegador.
Um dos maiores filmes teens de todos os tempos, simplesmente, uma obra-prima do sub-gênero. Hughes simplesmente chega ao seu ápice como o grande mestre dos filmes para adolescentes, na trama que traz cinco deles, totalmente diferentes entre si e representando cada tipo - o rebelde, o esportista, a esquisita (aqui, praticamente a percursora dos góticos e emos), a Patricinha e o nerd -, que ficam confinados na escola, após aprontarem das suas, e tentam conviver com as diferenças nas horas de detenção. Assim como seus dois colegas de pódio, são filmes atemporais, que apresentam a essência da fase adolescente de qualquer tempo. Filme tão cultuado que serve de referências para vários filmes para o público adolescentes e recebe inúmeras homenagens, como recentemente no seriado Merlí.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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