sábado, 24 de março de 2018

PADILHA METENDO MAIS DEDO NA FERIDA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

O Mecanismo.
Produção brasileira de 2018.

Direção: José Padilha, Felipe Prado, Marcos Prado e Daniel Rezende.

Elenco: Selton Mello, Caroline Abras, Enrique Diaz, Antonio Saboia, Lee Taylor, Otto Jr., Leonardo Medeiros, Osvaldo Mil, Jonathan Haagensen, Giulio Lopes, Susana Ribeiro, Maria Ribeiro, Jayme Periard, Caio Junqueira, Helena Ranaldi, Emilio Orciollo Netto, Ivan de Almeida, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Netflix) em 23 e 24 de março de 2018.

Cotação

Nota: 7,8.

Sinopse: Inspirado livremente no livro Lava-jato - O Juiz Sérgio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil, escrito por Vladimir Netto. Curitiba, 2003. Marco Ruffo (Mello) é um veterano policial federal que está obcecado em pegar o doleiro Roberto Ibrahim (Diaz). Mas, Ruffo acaba levando a pior, ver Ibrahim dando um drible na Justiça, e ainda é aposentado compulsoriamente após vinte anos de dedicação ao serviço. Vinte anos depois, a ex-parceira de Ruffo, que o considera como seu tutor, a delegada federal Verena Cardoni (Abras) está investigando Ibrahim, junto com sua minúscula equipe formada pelos policiais federais Vander (Haagensen) e Guilhorme (Mil), e acaba descobrindo um esquema corrupto que envolve grandes empreiteiros e políticos do país.

Comentários: Ao contrário do filme Polícia Federal - A Lei é para Todos, a nova série da Netflix, criada e escrita por José Padilha, em parceria com Elena Soarez, é assumidamente ficcional. E faz questão de ressaltar isso no início de cada episódio. Mesmo recheadona de claríssimas referências com a realidade, é importante ter sempre em mente que é uma obra ficcional, para não se frustrar. Talvez haja uma pequena frustração com a considerável redução do personagem fodão do ótimo Selton Mello, que tinha tudo para ser o novo Capitão Nascimento, mas, ficou no meio do caminho. Mesmo sendo anunciado como protagonista e tendo seu nome abrindo os créditos iniciais, sua presença está mais para uma participação especial, mesmo com uma ligeira importância na trama. Mas, nem isso chega a ser uma grande frustração e prejudicar o resultado final.

Como de costume, o mestre Padilha mete o dedo na ferida e joga a merda no ventilador da corrupção brasileira para todos os lados, independente de ideologia política, não dando chances para a galera de esquerda acusá-lo da fascista, nem da galera da direita de usar a série como instrumento de ideia (talvez, essa galera seja que se frustre mais com a série). A série é um interessante thriller policial, com um roteiro satisfatório, que traz uma trama envolvente que prende a atenção, que somada com o fato de ter apenas oito episódios de aproximadamente 40 minutos (só o último episódio tem 51 minutos) é perfeita para se fazer uma deliciosa maratona, provando a eficiência de se fazer uma boa série em contar uma história num menor número episódios, reforçando minha teoria que deveria ser padrão nas séries da Netflix. Fica a sensação que poderia ser melhor, principalmente, pelo currículo de Padilha, mas, indiscutivelmente, é uma boa série, promissora, pois, tem tudo para melhorar se houver novas temporadas.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


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