quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

RETROSPECTIVA 2020: OS PIORES FILMES DO ANO.

2020: o inesquecível ano que todos queremos esquecer. Ninguém imaginaria que passaríamos por um momento tão surreal, que nem o mais criativo roteirista de um filme de terror pensaria. Chegamos ao fim hoje, agradecendo a Deus por conseguirmos estarmos aqui. Oramos com saudades por familiares e amigos que nos deixaram, e com a esperança que 2021 iremos superar ainda mais tudo isso. Tivemos ótimos filmes, como vocês verão na próxima postagem. Mas também, como ocorre todos os anos, também fomos bombardeados por algumas tranqueiras. E 2020 o bombardeio foi pesado, o que exigiu muita queimada de neurônios para escolher o pior dos piores como nunca nos dez anos de história desse blog, cuja a postagem dos piores é bem mais fácil de elaborar. Afinal, encarei esse ano dez filmes que receberam notas entre zero e 0,5. E olhe, que faltaram tranqueiras para encarar, como 365 Dias (e nem fodendo vou assistir, pois, já paguei meu castigo assistindo a trilogia Cinquenta Tons), Invasão Zumbi 2: Península, A Ilha da Fantasia, filmes que estão marcando presença numa monte de lista dos piores do ano. Enfim, mais rápido que queremos o fim dessa pandemia, vamos a primeira parte da nossa retrospectiva, listando os piores filmes de 2020.

Com todo mundo enfiado dentro de casa por causa da pandemia, os serviços de streamings trataram de rechear os seus catálogos. Mas, como tudo na vida, quantidade não é sinônimo de qualidade. O mais popular dos streaming, Netflix colocou sua logo em muita produção vergonha alheia. Só no mês de abril tivemos dois suspenses, que chegaram no intervalo de apenas uma semana. que até prometiam, mas, acabaram se revelando verdadeiras bombas O primeiro é o espanhol O Silêncio do Pântano, adaptação de um livro, estrelado pelo eterno Berlin de La Casa de Papel, Pedro Alonso, totalmente desperdiçado num filme com roteiro preguiçoso, que consegue a proeza de ser entediante mesmo tendo uma curta duração. Totalmente ignorável, fuja dessa bosta!

Outra tranqueira que você não deve perder tempo assistindo é Mentiras Perigosas, que também é prejudicado por um péssimo roteiro. Absurdamente quando foi lançado, foi comparado com o ótimo Entre Facas e Segredos, mesmo nada a ver o feofó com as calças. Mais propaganda enganosa impossível. Nem mesmo a presença da linda Camila Mendes salva essa tranqueira, que até tem uma premissa interessante, do desastre total.


Mais um empate na nossa lista nada honrosa, desta vez, entre filmes que ganharam elogios da crítica, mas, que realmente detestei.. O nacional Fim de Festa até tem uma premissa interessante e o bom elenco. Mas, ambos são totalmente desperdiçados num roteiro que se preocupa mais em lacrar do que em contar uma boa história. O resultado não poderia ser outro: uma merda feita para ser ignorada. Uma pena mesmo!

Já a cinebiografia do saudoso Sergio Vieira de Mello estrelada por Wagner Moura, também é prejudicada por um péssimo roteiro que não aprofunda a história do diplomata brasileiro, e ainda desperdiça o talento Ana de Armas. O nosso compatriota até entrega uma boa atuação, mas, realmente, o roteiro não ajuda, e o resultado é lamentável.

A queimada de neurônios na nossa nossa lista começou aqui com esse filminho de ação classe C de 2019. Indiscutivelmente nosso Anderson Silva é um campeão no esporte e na vida. Mas, ainda não conseguiu emplacar sua carreira de astro de ação. Nessa produção de Hong Kong, o Spider até tem um papel de destaque como o antagonista. Mas, o péssimo roteiro somado as péssimas atuações (nosso Spider rouba a cena com um show de canastrice) acabam entregando um daqueles filminhos tão ruins que acabam provocando inevitáveis gargalhadas. Dos que estão nessa lista nada honrosa, talvez seja o único que valha a pena assistir pela mórbida curiosidade de ver o lutador pagando um King Kong.

Boa parte dos contos de fadas tem origem nada infantil e são verdadeiros contos de terror. Maria e João é uma deles. Mas, lamentavelmente, acabou rendendo esse ano mais um daqueles filminho bobos que são prejudicados por um péssimo roteiro. Mais um que merece mesmo cair no esquecimento.


Quando pensei em elaborar essa lista, confesso que o primeiro filme que me veio em mente foi esse, e até eu fazer o levantamento, jurava que seria o nosso primeiríssimo colocado (não lembrava que tinha assistido porcarias ainda piores). Ganhar o Oscar não garante pagar as contas. É o que comprova o excelente Gary Oldman ao topar estrelar essa merda e pagar um puta mico. É mais um daqueles filminhos de terror que de tão ruim, acaba provocando em nós ataques de risos.


Scott Adkins é o representante atual dos astros marciais dos filmes de ação B. O brucutu britânico emplaca um filme atrás de outro, aparentemente sem nenhum critério de escolha, o que acaba fazendo com que as tranqueiras sejam inevitáveis. É o caso deste filminho chinês ruim de 2019, que chegou por aqui esse ano diretamente em streaming, que está entre os piores de sua filmografia. Nem mesmo as sequências de ação competentes e as lutas bem coreografadas salvam o filme de ser uma merda total, já que o péssimo roteiro a base do control + C e control + V, com sua uma trama confusa, faz questão de melar tudo.


Na maioria das vezes, faço questão de ignorar um filme infanto-juvenil tupiniquim atual, já que geralmente acaba sendo uma bosta. É o caso de O Melhor Verão das Nossas Vidas, que só encarei por ver o nome do humorista Carioca no elenco, que obviamente, tem contas a pagar, e por esse motivo deve topar fazer uma pequena participação numa tranqueira recheada até o talo de clichês trazida pelo roteiro colcha de retalhos muito mal costurada. Nem mesmo o público-alvo merece algo tão ruim.


Filmes tupiniquins que rodam festivais e arrancam elogios da crítica sempre me deixam com os dois pés atrás de desconfiança. E se por um lado, essa regra que eu tenho comigo desde sempre acaba sendo esquecida em vários momentos com filmes como Cidade de Deus, Que Horas Ela Volta?, Bacurau, entre outros. Mas, sempre vem uma merda como Meio Irmão para me lembrar da citada regra. Nem mesmo a boa premissa e as atuações competentes conseguem salvar o filme de ser uma chatice entediante ao extremo. Poucos os filmes me fizeram olhar desesperadamente para o relógio e despertaram a mim a tentação de ir embora antes do final. Meio Irmão é um deles.


Empate no segundo colocado da nossa lista nada honrosa. E infelizmente, entre dois filmes nacionais. O sucesso arrasador nas bilheterias das nossas comédias, fazem com que seja o gênero que o nosso cinema aposte cada vez mais em produções do gênero. E o calcanhar de Aquiles são as produções voltadas para o público feminino. Em 2020, tanto Solteira Quase Surtando, como De Perto Ela Não é Normal comentem os mesmos erros que a maioria massacrante das comédias feitas para a mulherada: imbecilizar os personagens masculinos, enaltecer o estereótipo do homem ideal como o bonitão, saradão, cheio da grana. Clichês que até seriam tolerados se os dois filmes não cometessem o único pecado mortal imperdoável de qualquer comédia: serem totalmente sem graça. Dois filmes que queimam o nosso Cinema Nacional, que teve o pior ano na história desse blog, e portanto, merecem cair no esquecimento.


Sinceramente, assim como dói para mim elencar filmes brasileiros na lista dos piores do ano, também dói escolher um filme de terror como o pior do ano. Mas, infelizmente, os caras não ajudam. A pergunta que não quer calar é quem, com no mínimo dois neurônios, tem a ideia de fazer o reboot de O Grito, que já um remake de um filme oriental. Remakes e reboots na sua grande maioria são desnecessários, mas, se inventam de fazê-los, que pelo menos se esforcem em tentar melhorar o original, e não estragar ainda mais, provando que realmente é desnecessário. Desperdiçando um elenco numa trama simplesmente ruim, acaba entregando um dos filmes mais chatos e entediantes da história. Parafraseando uma frase do cartaz de Todo Mundo em Pânico 4, calem o grito. Pelo menos nesse caso.

MENÇÕES HORROROSAS:


A dramatização de um escândalo de assédio sexual que abalou um dos grandes veículos mediáticos estadunidense, contando com um elenco estrelar encabeçado por um trio de estrelas e excelentes atrizes. Elementos que tinha tudo para entregar pelo menos um bom filme. Mas, a tal da lacração teve que aparecer em doses cavalares e estragar tudo. A crítica amou, mas, eu simplesmente me frustrei bastante pois esperava que o filme fosse tão bom que estaria na nossa lista dos melhores. Uma pena!


Tá aí um filme que desagradou crítica e expectadores! Com uma safra de filmes de ação cada vez melhor, a Netflix tropeça feio com essa tranqueira desnecessariamente longa, que por aqui, não se deram nem ao trabalho de traduzir o título. Com uma direção e parte técnica competente, e um protagonista que até convence como bad ass, tudo é estragado por um roteiro que só existe para a ação frenética, e que de tão ruim, consegue causar ranço até com quem curte filmes do gênero B descerebrados. Que saudades dos bons velhos tempos da Cannon Films!

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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