segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SESSÃO DUPLA DE CINEMA NACIONAL NO DIA DA INDEPENDÊNCIA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?. 

Entrando Numa Roubada.
Produção brasileira de 2015.

Direção: André Moraes.

Elenco: Deborah Secco, Bruno Torres, Júlio Andrade, Lúcio Mauro Filho, Ana Carolina Machado, Marcos Veras, Thogun Teixeira, José Mojica Marins, Aramis Trindade, Tonico Pereira, Tadeu Mello, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 4 do complexo Kinoplex Maceió em 07 de setembro de 2015.

Cotação

Nota: 6,5.

Sinopse: Produtor do filme Missão Explosiva, Alex (Veras) dá um calote em todo elenco, dando chá de sumiço no filme, condenando todos os envolvidos ao fracasso e ostracismo. Anos depois, o roteirista e ator (Torres) do filme, ganha uma licitação para produzir outro filme e o convoca os amigos, diretor (Mauro Filho) e o elenco do filme anterior. É a chance de ouro para Eric (Andrade), usar o roteiro do cara num plano obscuro e audacioso, que coloca o elenco para cometer assaltos reais, sem que nenhum dos tontos percebam a merda em que estão se metendo.

Comentários: No feriado da nossa independência, aproveitei para prestigiar em dose dupla o nosso cinema nacional que desde da retomada, a cada ano, vem ganhando espaço e vez. O problema é que a maioria que é produzido é teimosamente dedicado a um único gênero, as comédias imbecilizadas boa parte totalmente sem graça, porque os caras estão mais interessados em encher o rabo de dinheiro do que realmente em serem realmente criativos e presentear o público com algo novo e que realmente preste. No caso desse Entrando Numa Roubada a mesmice está apenas em contar no elenco com alguns nomes brigadeiros de festa da atual fase do nosso cinema (Deborah Secco, Lúcio Mauro Filho, Júlio Andrade, Marcos Veras), já que foge da modinha do gênero (apesar do humor está presente, principalmente, através do personagem de Lúcio Mauro Filho), sendo um road-movie de ação, com inevitável uma premissa interessante. Uma pena que essa premissa, que por si só tinha tudo para resultar num filmaço, é demolida com um roteiro fraquinho, sem aprofundamento, repleto de furos patéticos que deixam o filme muito a desejar no quesito lógica (os personagens são tão burros que irrita ao invés de criar empatia). Apesar disso, não é filme ruim, consegue ser melhor do que promete e chega até divertir, indicado principalmente para os expectadores que não são exigentes, já coerência falta demais no filme. Enfim, só pela intenção de tentar sair da mesmice, vale a pena conferir.




Que Horas Ela Volta?
Produção brasileira de 2015.

Direção: Anna Muylaert.

Elenco: Regina Casé, Camila Márdil, Karine Teles, Lourenço Mutarelli, Michel Joelsas, Helena Albergaria, Luis Miranda, Theo Werneck, Antonio Abumjara, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala Elinaldo Barros do Centro Cultural Arte Pajuçara em 07 de setembro de 2015. 

Cotação

Nota: 9,5.  

Sinopse: A fim de dar condições melhores de vida para sua filha, a batalhadora Val (Casé) sai de Pernambuco e vai morar em São Paulo, onde passa a trabalhar dedicadamente a uma família que lhe acolhe. Anos depois, sua filha Jéssica (Márdila) inventa de ir a São Paulo para prestar o vestibular e acaba se hospedando na casa dos patrões de Val. O problema é que, ao contrário da mãe passiva e conformada ao extremo com a situação em que se encontra, a moça é cabeça, e não leva desaforo para casa, o acaba causando um embate entre elas.

Comentários: Como vimos acima, graças a Deus, nem tudo está perdido no nosso cinema, já que tem cineasta que foge da modinha das comédias imbecilizadas e sem graças, e surpreendendo como trabalhos realmente criativos e autorais. Se o filme comentado acima decepciona pelo roteiro fraquinho, sem coerência, Que Horas Ela Chega?, salva a pátria, e diga-se, em grande estilo. Ao contrário do colega desta postagem, o filme vem arrancando elogios da crítica e do público intelectualizado, que já apostam com uma indicação ao Oscar. E não é exagero dessa galera, já que o filme foi premiado no badaladíssimo Festival internacional de Sundance na categoria de interpretação para as protagonistas, a veterana Regina Casé e a novata Camila Márdila. Ao contrário do que muita gente da nova geração pode pensar, Regina Casé não é nenhuma debutante na sétima arte, tendo relevantes serviços prestados ao nosso cinema desde da sua estreia nas telonas em 1978, participando de clássicos tupiniquins como Tudo Bem, Os Sete Gatinhos (aquele da clássica e hilária cena do indignado Noronha, interpretado magistralmente pelo grande Lima Duarte, questionando quem desenhou caralhinhos voadores na parede do banheiro), A Marvada Carne e, mais recentemente, estrelou Eu, Tu, Eles. Uma pena que atualmente na telinha ela seja tão mal aproveitada, desperdiçada como apresentadora de um programinha medíocre que serve apenas para a poderosa Globo tentar - inutilmente - passar um imagem de emissora de TV feita para o povão. Ainda bem que a competente cineasta Anna Muylaert sabe do potencial da atriz e a escalou para este filmaço tocante e emocionante, que conta com um excelente roteiro, muito criativo, realista, que nos leva a várias reflexões que vão dos preconceitos sociais até a crise das famílias, mas, sem deixar de divertir e provocar gargalhadas, muito menos cair no dramalhão. De fato, até agora. o melhor filme brasileiro do ano, e arrisco em dizer, também de todos os tempos. Não deixe de assistir.



Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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