segunda-feira, 9 de julho de 2018

TOP 10: PARCERIAS ENTRE BRUCUTUS QUE DECEPCIONARAM.

Num gênero como o de ação onde junto com a testosterona prevalece o ego inflado dos astros, é bom vê-los fazendo boas parcerias entre eles, algo pouquíssimo improvável há pouco tempo. Com exceção de Dolph Lundgren, que no comecinho dos anos 1990, cagou para isso e fez parcerias memoráveis com o saudoso Brandon Lee em Massacre no Bairro Japonês, e com Jean-Claude Van Damme em Soldado Universal, prevalecia a regra de "cada um no seu quadrado, bombando nas bilheterias e nas locadoras". Regra que foi quebrada apenas recentemente com Jackie Chan e Jet Li em O Reino Proibido, Sylvester Stallone e diversos ícones do gênero na trilogia Os Mercenários, incluindo seu antigo rival de telas nos anos 1980 e 1990, Arnold Schwarzenegger, com quem também estrelou junto em Rota de Fuga. Já os brucutus da nova geração não perderam tempo com essa frescura, e já fizeram grandes parcerias entre si, como é o caso de Vin Diesel com Dwayne Johnson (parceria que, aparentemente, não rola mais, devido a treta entre eles nos bastidores do último filme) e Jason Statham na franquia Velozes & Furiosos (os dois últimos carequinhas brucutus, inclusive, vão atuar juntos sem Diesel num spin-off da franquia), e com Donnie Yen e Tony Jaa (este já tinha feito um pequena participação em Velozes & Furiosos 7) em xXx: Reativado. Mas, nem sempre uma parceria entre dois ou mais brucutus da porradaria acaba sendo tão boas e garanta ótimos filmes como todos os citados até agora. Nesta postagem listaremos as parcerias entre ícones da porradaria que mais frustraram, seja pelos filmes serem realmente ruins ou o encontro em cena não ser à altura dos ícones. 

10. Loren Avedon e Cynthia Rothrock em Retroceder Nunca... Render-se Jamais! - Parte II.

Se você não viveu na primeira metade dos anos 1990 ou seu pai não te fez assistir filmes em estranhas fitinhas chamadas VHS, deve  está se perguntando "quem porra é esse cara com nome afrescalhado e essa mulher com sobrenome esquisito?" Atualmente sumidões, ambos foram astros de filmes de ação e de artes marciais classe C, que marcavam presença nas prateleiras das videolocadoras e na saudosa sessão Força Total exibida pela Band. O único encontro entre os dois astros periféricos do gênero, que indiscutivelmente eram ótimos lutadores, foi na desnecessária e nada a ver continuação do primo pobretão e tosco de Karatê Kid, que só é lembrado hoje pela pequena presença de Jean-Claude Van Damme roubando a cena como o vilão. A atriz boa de briga já havia feito ótimas parcerias com os também sumidões Jeff Wincott (também astro C da época) e Richard Norton (o vilão de Mr. Nice Guy - Bom de Briga, atualmente, atuando mais nos bastidores como coordenador de lutas), mas, com o astro de O Rei dos Kickboxers e Os Irmãos Kickboxers foi bastante decepcionante, a ponto de abrir a nossa lista, e desbancar outros encontros vexatórios mais memoráveis como o de Keanu Reeves e Dolph Lundgren na horrível ficção Johnny Mnemonic, O Cyborg do Futuro, e o de Mickey Rourke com outros ícones da porradaria no primeiro Os Mercenários.

9. Chuck Norris e Daniel Bernhardt em Resgate de Risco (2005) / Jean-Claude Van Damme e Daniel Bernhardt em O Vingador da Iugoslávia.

Chuck Norris e Jean-Claude Van Damme dispensam apresentações. Mas, você também deve está se perguntando "quem porra é Daniel Bernhardt?" (Para não ficar voando, sugiro que dê uma olhadinha na nossa lista dos dez ilustres desconhecidos astros de ação C). E não é para menos a dúvida, já que o cara é um dos astros classe C do começo dos anos 1990 menos memoráveis, atuando em três desnecessárias, inúteis e ignoradas continuações de O Grande Dragão Branco, assim como seu personagem em Matrix Reloaded, um dos parças do mítico Agente Smith que persegue impiedosamente Neo e sua galera. Berhardt está na ativa, marcando presença em fodásticos sucessos hollywoodianos como De Volta ao Jogo, Logan e Atômica, geralmente em pequenas participações passando despercebido. Ao contrário de Resgate de Risco, péssimo filminho recente da pré-aposentadoria do ícone Chuck Norris, que Berhardt até tem papel de destaque, como o vilão, mas, tem uma das piores atuações da sua carreira, com um personagem tosco e chato pra caralho. A decepção ainda é maior com a triste constatação que ele não lutou com Norris, que claramente é substituído por um dublê muito mais jovem.

Curiosamente, Berhardt contracenou com Van Damme, no ano passado em filme de ação C do baixinho belga, que por aqui, ganhou um título horrível. O raríssimo encontro entre astro original com substituto de uma franquia é totalmente insosso, resumindo-se a uma luta apenas legalzinha no clímax do filme, o que acaba sendo frustrante. Pelo menos o filme não é tão ruim quanto o estrelado por Norris, e dar para encarar numa boa, um dos dois únicos desta lista realmente bons.

8. Steven Seagal e Steve Austin em Operações Especiais (2012) / Steve Austin e Dolph Lundgren em Entrega Mortal (2013).

Não é por falta de tentativa que o ex-lutador icônico de wrestiling Steve Austin ainda não estourou como astro de ação, por enquanto, só se saindo bem no ótimo Os Condenados, que o gabaritou para marcar presença forte e memorável no primeiro Os Mercenários. Em uma das suas tentativas, o carequinha com cara de poucos amigos juntou forças com o veterano ícone do gênero seu praticamente xará Steven Seagal. Austin até fez a sua parte e mandou bem, mas, nem o roteiro e, muito menos, o atual chupeta de baleia, ajudaram, e o resultado foi totalmente frustrante.

No ano seguinte, foi a vez de unir forças com outro ícone do gênero, o também  veterano astro B Dolph Lundgren. Lamentavelmente, o encontro entre os brucutus grandalhões, depois de contracenarem rapidamente em Os Mercenários, conseguiu ser ainda mais frustrante que com Seagal, num péssimo filme estrelado pelo careca, e que traz o brucutu sueco como vilão. Mas, indiscutivelmente, o cara tem potencial, e aposto que é questão de tempo para ele estourar de vez.

7. Scott Adkins e Dolph Lundgren em A Tumba do Dragão.

Em comum, além de terem personagens icônicos no gênero e filmografias que mesclam estrelarem filmes de ação C e serem coadjuvantes em grandes produções hollywoodianas, Adkins e Lundgren são parceirões de outro ícone do gênero, Jean-Claude Van Damme. Com tanto pontos em comum, esperava-se muito mais do primeiro encontro dos brucutus sem o baixinho belga, do que um filminho tosco, com um roteiro fraco que mescla vários clássicos da sétima arte. Pode não ser o pior filme desta lista, muito menos a maior das decepções, mas, não deixa de ser frustrante.

6. Sylvester Stallone e Dave Bautista em Rota de fuga 2.

Chegamos agora ao filme que inspirou esta postagem. A desnecessária continuação do filmaço de 2013, traz o brucutu eterno Rocky Balboa e Rambo, ao lado do ex-lutador, carismático ator Dave Bautista, o Drax de Guardiões de Galáxias, com a missão impossível de substituir o icônico Schwarzenegger. Mas, o problema aqui vai além disso. Anunciados como astros de um filme que ninguém pediu e que chegou diretamente nos States em home vídeo, os caras aparecem pouco tempo juntos  (Bautista é o mais prejudicado, aparecendo bem menos), e praticamente servem de escada para um promissor futuro astro chinês. Não basta cagar com uma continuação totalmente desnecessária, tem que ferrar com uma parceria que tinha tudo para bombar, e que pode ainda piorar, com um ainda mais desnecessário terceiro filme garantido.

5.  Arnold Schwarzenegger e Jet Li em Os Mercenários 3.

Mesmo sendo o único filme ótimo da nossa lista, é inegável que Os Mercenários 3 é o mais fraco da franquia, com uma penca de problemas, sendo o mais grave, os ícones veteranos serem deixados de lado para Stallone e seu ego, junto com meia-dúzia de jovens descartáveis aspirantes à astros da porradaria que não vingaram, tomassem boa parte do filme. Entre os vários desperdícios está a parceria entre o brucutu Arnold Schwarzenegger e o astro chinês Jet Li, o ícone mais mal aproveitado da franquia. Mesmo sendo o terceiro creditado na trilogia, só justificou isso no primeiro filme, já que no segundo deu um show apenas na sequência inicial e tomou chá de sumiço depois. No terceiro filme a falta de prestígio ao astro ainda é mais absurda, já que aparece apenas próximo ao clímax do filme, não luta, dar apenas uns tirinhos de merda. Sem nenhuma explicação, seu personagem não faz parte do grupo principal, mas, forma uma dupla como o personagem de Arnoldão, que ainda conta com uma forcinha do mítico Harrison Ford. Como se não bastasse tudo isso, ainda tem uma piadinha sem graça no final do filme, que insinua que os dois são parceiros homossexuais, algo que o diretor do filme,  Patrick Hughes, disse num entrevista que acredita que os personagens realmente sejam. Dois grandes ícones da sétima arte, com certeza, merecia uma consideração melhor e formassem uma parceria que não fosse tão insossa e ridícula.

4. Sho Kosugi e Jean-Claude Van Damme em Contato Mortal.

Particularmente para mim, uma das maiores frustrações da nossa lista, em virtude da altíssima expectativa que criei em torno da parceria. E não era para menos, afinal, este sub-007 classe C trazia Van Damme  na época do seu estouro em O Grande Dragão Branco, em seu primeiro trabalho após este, ao lado do japonês Sho Kosugi, astro da trilogia de artes marciais C, Ninja. Lembro-me como hoje, a empolgação que eu e alguns amigos, na época todos no início da adolescência, estávamos para assistir o confronto entre os dois, a ponto de matamos aula e irmos assistir no saudoso Cinema São Luiz aqui de Maceió. Pena que nossa empolgação, aumentada principalmente pelo material de divulgação impresso (o cartaz e as fotos) que traziam os dois fazendo poses e caras de fodões, acabou sendo uma grande decepção, pois, além do filme ser ruim e chato pra caralho, os confrontos entre os dois são rápidos, pateticamente ridículos e tão meia-boca, que fariam corar de vergonha e fazerem pedir sinceras a Marvel, os detratores do confronto entre super-heróis no aeroporto alemão em Capitão América: Guerra Civil. Até hoje, trinta anos depois, um dos piores filmes da carreira de ambos, o que não é pouca coisa, principalmente parao baixinho belga que tem muitas tranqueiras na sua filmografia, como duas que virão a seguir.

3. Jean-Claude Van Damme e Dolph Lundgren em Soldado Universal: Regeneração.

Van Damme e Lundgren fizeram uma mais inesquecíveis e insuperáveis no fodástico Soldado Universal. Sendo assim, nem precisava se reencontrarem de novo, exceto apenas marcarem presença obrigatória no puta elenco dos ícones do gênero em Os Mercenários 2. Mas, antes disso, inventaram de repetir a parceria da pior maneira: voltando aos seus icônicos personagens do primeiro encontro, mesmo com um deles tendo virado picadinho no filme original. O resultado é essa bosta, uma continuação totalmente desnecessária, onde os dois são meros coadjuvantes de luxo de um ilustre desconhecido ex-lutador e aspirante à ator de filme de ação, que não somente passou disso, como foi praticamente figurante no filme seguinte, que aliás, os dois brucutus também voltaram a marcar presença de forma ainda mais constrangedora.

2. Michael Dudikoff e David Bradley em O Grande Kickboxer Americano - A Aniquilação dos Ninjas.

American Ninja, também conhecida por aqui como Guerreiro Americano, foi uma das grandes franquias da saudosa produtora B oitentista Cannon. Por isso que, quando estava em processo de falência, foi uma que ganhou uma continuação que prometia bombar e quem sabe até entrar uma grana para saldar algumas dívidas. E não é para menos, já que o quarto filme da franquia une o protagonista original, Dudikoff, com seu sucessor, Bradley. Realmente, ao menos nas locadoras do meu bairro, chamou atenção já que a fitinha VHS, com a capa trazendo os dois ninjas americanos posando de fodões e com um título que não remetia à franquia mas a modinha da época de todo filme de artes marciais, não parava na prateleira, sempre sendo locada. Para piorar, até onde eu me lembre, o filme foi o único da franquia que não apareceu na TV brasileira, o que fez minha espera e minha hype pelo filme durar por quase duas décadas. Quando, finalmente, comprei um box DVD, tive a grande frustração: uma bosta de filminho classe Z, que nada lembra os outros da franquia, onde os caras dividem o filme meio a meio entre os dois protagonistas, e quando, finalmente se encontram, é de forma tão tosca que fica a sensação que nem no mesmo estiveram juntos no mesmo set. Posso está errado, mas, o fato inquestionável é que a parceria é praticamente inexistente, uma das piores e mais picareta propaganda enganosa de todos os os tempos, uma grande bosta  que merecidamente deve continuar sendo ignorada e esquecida.

1. Scott Adkins, Jean-Claude Van Damme e Dolph Lundgren em Soldado Universal: Juízo Final

Por mais que o quarto American Ninja traga a parceria que mais criei expectativa e me frustrei, a parceria picareta entre os atualmente sumidões Dudikoff e Bradley ainda consegue ser ligeiramente menos constrangedora que o também quarto filme (sem contar os dois que chegaram diretamente em VHS logo após o primeiro filme, sem nenhum dos envolvidos no elenco) Soldado Universal. Contrariando a teoria do palhaço Tiririca que pior que está não fica, como se não bastasse o puta mico que poderia muito bem ser evitado, chamado Soldado Universal: Regeneração, Van Damme e Lundgren não apenas voltaram a fazer a mesma merda de novo, mas, a pioraram e ainda arrastaram Scott Adkins para protagonizá-la. É inacreditável e incompreensível que os caras toparam fazer essa merda, que simplesmente é uma das piores e mais desnecessárias continuações da história da sétima arte. O baixinho belga vai um pouco além dos colegas no quesito "vergonha alheia" com a pior atuação de sua carreira e um visual ridículo do seu personagem, com Lundgren acompanhando bem de pertinho na disputa de quem está mais ridículo, enquanto que Adkins até se esforça, mas, realmente, o péssimo material não o ajuda em nada. Realmente, é o juízo final do bom senso e da ganância caça-níquel que um filmaço tão fodástico tenha gerado uma desnecessária franquia,e que enterrou toda a boa premissa na merda com duas continuações tão bostas. Ainda vai demorar um tempão, e para ser sincero, tenho minhas dúvidas, que um dia o trio Adkins, Van Damme e Lundgren seja superado como a pior das piores parcerias de astros de todos os tempos.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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