domingo, 14 de maio de 2017

RECORDAR É REVER: A FILHA DOS TRAPALHÕES.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

A Filha dos Trapalhões.
Produção brasileira de 1984.

Direção: Dedé Santana.

Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Myrian Rios, Vera Gimenez, Eliezer Motta, Jorge Cherques, Fernanda Brasil, Arnaud Rodrigues, Dino Santana, Phillpe Levy, Abel Faustino, Ronnie Von, Carlos Kurt, Roberto Guilherme, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e em home vídeo (VHS e DVD).

Cotação

Nota: 10,0.
  
Sinopse: Na pindaíba e sem conseguir arrumar um emprego, a jovem Júlia (Rios) aceita a proposta feita por uma casal (Cherques e Gimenez) que chefia uma organização criminosa e vende sua filhinha de apenas seis meses. Mas, logo se arrepende e os procura para devolver a grana e pegar a filhota, algo que não rola, mas, a bebê também não fica com a quadrilha, já que a polícia chega na hora da confusão, e um dos bandidos (Dino Santana), na fuga a abandona num caminhão, onde está o vagabundo Didi (Aragão), que a encontra, a salva de um perigo letal e a leva para a casa flutuante onde vive com três amigos também vagabundos (Dedé, Mussum e Zacarias). Mesmo passando por seríssimas provações financeiras, o quarteto adota a garotinha e cinco anos depois, o caminho deles e de Júlia irão se cruzar, quando eles são contratados para trabalharem no circo onde ela trabalha.

Comentários: Na minha opinião, 1984 foi o ano do ápice do saudoso quarteto Os Trapalhões nas telonas. Afinal, foi o ano que, após uma briga de seis meses, o grupo voltou e nos presenteou simplesmente com dois dos seus melhores filmes: Os Trapalhões e o Mágico de Óroz e esse A Filha dos Trapalhões. Claramente inspirado no clássico da sétima arte O Garoto, idealizado por Renato Aragão e Dedé Santana, e roteirizado pela dupla e outros quatro roteiristas (um deles o saudoso figuraça Arnaud Rodrigues, que faz uma micro-participação), temos um filme bem acima da média do grupo, trazendo uma ótima, comovente e tocante história, onde além do humor bobinho, o grupo aproveita para dar umas alfinetadas em assuntos sérios (tráfico de crianças, falta de oportunidade de emprego para mães solteiras e Mauricinhos que atacam miseráveis por pura diversão), com pouquíssimas incoerências tão comuns ao filme do grupo (apesar de errar feio em colocar os bandidos na segunda fase, justificado apenas para a típica porradaria no clímax dos filmes do quarteto). A trilha sonora bonitinha e a direção primorosa de Dedé Santana, bem sensível ao material, é outro ponto forte do filme, que é seu melhor trabalho na dupla função.

Divertido e ao mesmo tempo emocionante, (diga-se de passagem tanto quanto o clássico de Chaplin), disparado uma dos melhores filmes do grupo, que nem mesmo é manchado pela lamentável fato atual do processo que a ingrata e gananciosa ex-atriz mirim protagonista do filme move contra Renato Aragão (fico me questionando quantas crianças fizeram o teste na época gostariam de está no lugar dela, estrelando com o quarteto. Infelizmente, o que a ambição por dinheiro não faz.). Uma obra-prima do nosso cinema para ser descoberta, vista e revista infinitas vezes, sem deixar de divertir e emocionar.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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