segunda-feira, 27 de maio de 2019

MODINHA REENCARNADA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Kardec.
Produção brasileira de 2018.

Direção: Wagner de Assis.

Elenco: Leonardo Medeiros, Sandra Corveloni, Guilherme Piva, Genézio de Barros, Guida Vianna, Julia Konrad, Charles Fricks, Licurgo Espíndola, Letícia Braga, Dalton Vigh, Louise O'Tuani, Julia Svacinna, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 6 do complexo Kinoplex Maceió em 27 de maio de 2019.

Cotação

Nota: 2,5.

Sinopse: Cinebiografia baseada no livro homônimo de Marcel Souto Maior. Na segunda metade do século XIX, irritadinho com o decreto imperial que determina que as escolas devem ter aulas de catecismo católico, o experiente professor e membro da academia francesa de ciências Hippolyte Léon Denizard Rivail (Medeiros) chuta o pau na barraca e se aposenta da licenciatura após trinta anos. Fazendo alguns bicos para sobreviver, ele acaba sendo incentivado a pesquisar fenômeno modinha na Europa, supostamente paranormal, que ele é totalmente cético. uma atividade que o leva a experiências que mudará sua vida para sempre.

Comentários: A quase dez anos, o Cinema Nacional iniciou uma curta modinha de filmes baseados na doutrina espírita com Chico Xavier e Nosso Lar, ambos fenômenos de bilheterias, seguido por um bocado de filmes que não obtiveram o mesmo êxito. Após um considerável hiato, chega mais um filme da temática, que chegou timidamente, sem alarde, e está bombando nas bilheterias, o que motiva a ressurreição, reencarnação da modinha, justamente bem no meio do furacão da polêmica sobre o espaço dado ao nosso cinema. Fato que só comprova que, quando há público realmente interessado num filme, não é necessário decreto governamental impondo aos cinemas cota de filmes nacionais.

Assim como Nosso Lar, também dirigido por Wagner de Assis, Kardec impressiona pela impecável parte técnica, com destaque especial para figurino e cenografia, que fazem uma reconstituição de época de encher os olhos. Mas, também possui os mesmos defeitos gravíssimos daquela produção de 2010, que acabam ferrando absurdamente com o resultado. O roteiro é péssimo, trazendo uma trama sem aprofundamento e cheia de furos e incoerências, diálogos didáticos para "catequizar" o público e um maniqueísmo patético, onde quem é a favor da doutrina espírita são bonzinhos, enquanto os opositores são malvadões (os roteiristas aqui seguem a cartilha dos colegas de profissão responsáveis pelo filme do Edir Macedo no quesito "Igreja Católica, malvadona, intolerante e perseguidora implacável do povo bonzinho"). Para piorar, as atuações são canastronas, sofríveis e robóticas, totalmente sem emoção, desperdiçando atores talentosíssimos, que aqui, estão totalmente limitados à seguirem rigorosamente as costumeiras atuações robóticas e didáticas dos filmes nacionais de temática espírita.

Enfim, uma pena que uma parte técnica tão excepcional tenha sido superada por um filminho realmente ruim, que só reforça a lista de exemplos dos detratores preconceituosos do nosso Cinema Nacional. Os fiéis da doutrina espírita mereciam um filme à altura da importância de Alan Kardec. 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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