sexta-feira, 28 de junho de 2019

LAÇOS QUE JAMAIS SERÃO ROMPIDOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Turma da Mônica - Laços.
Produção brasileira de 2017.

Direção: Daniel Rezende.

Elenco: Guilia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Mônica Iozzi, Paulo Vilhena, Fafá Rennó, Ravel Cabral, Rodrigo Santoro, Mauricio de Sousa, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 2 do complexo Kinoplex Maceió em 27 de junho de 2019.

Cotação

Nota: 10,0.

Sinopse: Adaptação da graphic novel Laços dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, que faz uma releitura dos personagens icônicos criados pelo mestre Maurício de Sousa. A rotina da turminha do bairro do Limoeiro é modificada drasticamente, quando Floquinho, o cãozinho do Cebolinha (Vechiatto) é roubado. Vendo o amigo na deprê, Cascão (Moreira), Mônica (Benite) e Magali (Rauseo) vão visitá-lo para dar uma força. Eles resolvem procurá-lo pelo bairro. Quando ficam sabendo que Floquinho provavelmente foi roubada por um misterioso homem do saco (Cabral) e que o mesmo se embrenhou no Parque das Andorinhas, os amigos partem numa jornada para encontrá-lo.

Comentários: Impossível encontrar alguém que no decorrer das últimas seis décadas, não conheça os adoráveis personagens criados pelo genial Mauricio de Sousa, mesmo que não tenha crescido lendo os quadrinhos e consumindo os demais produtos. E se você, assim como eu, tenha tido o prazer de crescer lendo as revistinhas que trazem as aventuras da turminha do bairro do Limoeiro e demais personagens de todo universo criado por Sousa, com certeza, imaginou vê-los em carne e osso. Custou, mas, um belo dia, fomos surpreendidos com o anúncio que o nosso sonho de criança iria se tornar realidade. E a emoção já começou, quando fomos apresentados aos atores mirins que dariam vida aos nossos queridos personagens, o que elevou a nossa hype a enésima potência, numa intensidade que para muitos - e eu me incluo - nunca tinha sentido por uma produção nacional. Enfim, a longa espera acabou e Turma da Mônica - Laços chega aos cinemas, para a alegria de crianças de todas as idades.

Por mais que minhas expectativas estivessem altíssimas, acabei sendo surpreendido por um filmaço que, de cara, já nasce como uma obra-prima, e entra com todo mérito não apenas na seleta lista dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, mas, também do gênero infantil e das adaptações de HQs. Incrível como temos um filme que trata com um carinho imenso os adoráveis personagens, respeitando todas as características de cada, com uma riqueza de detalhes impressionante. No ano em que se completam sessenta anos das primeiras tirinhas feitas pelo mestre Mauricio, somos nós, os fãs de todas as idades, que somos presenteados com este espetacular filme. O ótimo roteiro traz uma trama bem simples, mas, que é muito bem desenvolvida, nos envolvendo, cativando, emocionando e, claro, nos divertindo da primeira cena a última cena. De quebra, ainda traz valiosas lições sobre amizade, solidariedade e afetos, e nos empolga com uma porrada de easter eggs, que vão de pontas de personagens das HQs até a presença do próprio mestre Mauricio de Sousa, momento que fez muito marmanjo encher os olhos de lágrimas no escurinho do cinema.

O competente Daniel Rezende conduz com maestria e dedicadíssimo empenho um filme desafiador (além da imensa responsabilidade de fazer um live-action de cultuadíssimos personagens, sabemos que não é nada fácil dirigir um filme que envolva crianças e animais), se saindo muito bem, nos proporcionando com um filme que provoca em nós as mais diversas emoções, que vão do riso frouxo com as piadas bobas e infantis até momentos de pura emoção (um em especial, onde esperamos um atitude da Mônica e ela surpreende com outra totalmente inesperada, toca tão fundo, que na sessão que estava fez muito adulto chorar feito um bebê). E o toque de Midas para isso tudo ocorra, é a trilha excepcional, na medida certa e muito bem colocada em cada cena, algo que, até onde me lembre, nunca tinha visto numa produção nacional.

Diante de um filme tão perfeito, recheado de qualidades, o maior destaque do filme, sem sombra de dúvida, é o quarteto de protagonistas. Rodrigo Santoro, até chega roubar a cena na sua pequena participação, que acaba sendo o segundo mais memorável easter egg do filme (não preciso dizer que o primeiro é a micro-participação à la Stan Lee de Mauricio de Sousa). Mas, é o quarteto mirim que arrasa. Que crianças talentosas! Claramente se divertindo, ao mesmo tempo assumindo a responsabilidade como adultos, os estreantes Guilia Benite (perfeitíssima como Mônica), Kevin Verchiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) - os três últimos, hilários, responsáveis pelas melhores piadas -, simplesmente dão um espetáculo com atuações excepcionais, muitas vezes apenas com um olhar, e uma química e entrosamento impressionantes. Se forem mesmo fazer uma franquia - o qual torcemos que ocorra -, os realizadores precisam manter esse quarteto tão fofo e talentoso. Sugiro, como fã e tão encantado com as brilhantes atuações infantis, que adiem o filme da Turma da Mônica Jovem, para que esse quarteto venha viver os personagens também neste filme.

Enfim, tocante, emocionante, nostálgico e divertido, Turma da Mônica - Laços é uma deliciosa viagem ao mundo encantado criado pelo mestre Mauricio de Sousa, que faz jus aos adoráveis personagens, e por isso mesmo, merece nosso reconhecimento e prestígio. Assim como tudo que foi criado pelo mestre Mauricio de Sousa no decorrer destes sessenta anos, uma obra-prima inesquecível, atemporal, apaixonante, para ser vista e revista infinitas vezes, portanto, imperdível!

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


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