Estamos chegando ao final do ano, e como de costume, é o tempo de fazemos uma retrospectiva. 2019 foi um ano no mínimo curioso para nós cinéfilos, tanto por uma safra de filmes bem acima da média, mas, também por trazer algumas curiosidades. Por isso, antes de fazemos a lista dos melhores e dos piores do ano, no decorrer do mês iremos fazer pequenas listas, destacando essas curiosidades. Lembrando que não necessariamente as posições que os filmes ocuparão em cada uma dessas lista irão coincidir com as nossas listas oficiais dos melhores e dos piores do ano, muito menos a citação nas listas menores garantem a presença de um filme nelas. Para iniciamos, elaboramos uma pequena lista dos filmes baseados em quadrinhos, grande coqueluche dos últimos anos. No total, tivemos oito produções, no ano que, finalmente, tivemos o acirramento da disputa nas telonas de Marvel e DC, com esta surpreendendo ainda mais em qualidade. A partir de agora, listaremos da mais fraca até a melhor, onde aliás, queimamos muitos para definimos os quarto primeiros colocados, incluindo, uma jogada de gasolina nos dois primeiros, numa discussão acirrada entre muitos fãs do gênero. Mais rápido que um estalar de dedos usando uma manopla, vamos a nossa lista.
Com certeza, é unânime que
Hellboy é o pior filme de heróis das HQs de 2019. Com toda sinceridade, quem pediu um
reboot nas telonas do herói capeta, principalmente, depois de dois filmes cultuadíssimos pelos fãs, dirigidos pelo mestre Guillermo Del Toro? Mas, algum executivo com merda na cabeça achou que seria uma boa ideia fazer isso, e o resultado é simplesmente, o único filme do ano de heróis das HQs realmente fraco. Não acho o filme totalmente ruim, e acredito que até funcionaria como um piloto de um seriado televisivo. Mas, como cinema é um desastre, e por isso mesmo, deu merda, e acaba na lanterna da nossa lista (e acredito que de muita gente).
Outro que é praticamente unânime entre os mais fracos filmes de super-heróis do ano. A surpresa aqui é que o tão adiado e refilmado último filme do grupo de mutantes pela Fox, acaba se saindo bem melhor do que esperado. Mas, sem deixar de ser uma despedida melancólica e sem brilho da franquia que deu o ponta-pé inicial para o fenômeno de bilheterias dos filmes baseados em heróis das HQs. Pelo menos cumpre tabela e até diverte. Mas, acaba sendo muito pouco em se tratando de mais uma tentativa de adaptar um clássico icônico dos quadrinhos e de uma franquia pioneira. Uma pena!
A polêmica na posição da nossa lista começa aqui, justamente, com um filme infinitamente melhor que os dois anteriores, e tão altíssimo nível que os posteriores. Indiscutivelmente,
Capitã Marvel vai além de todas expectativas, sejam positivas ou negativas. O filme que traz a origem da super-heroína fodona mantém a excelente qualidade da maioria masscrante das produções do Universo Compartilhado Marvel. Brie Larson esbanja charme e simpatia, chegando até superar, pelo menos para mim, o ranço que muitos fãs têm pela sua escolha para o papel, e ainda faz uma ótima dobradinha com Samuel L.Jackson, cada vez mais à vontade com Nick Fury. Nem mesmo a polêmica mudança de gênero de um super-herói que eu amava na época de infância quando eu lia quadrinhos, me fez criar algum ranço pelo filme. Minha única ressalva é justamente, a piada sem graça da circunstância ridícula como Fury perdeu o olho. Fora isso, um filmaço divertido, que só não está numa posição melhor, por ter dado azar de chegar num ano de uma safra tão arretada de filmes de super-heróis.
Particularmente, para mim, a maior surpresa do sub-gênero. Com toda sinceridade, não esperava porra nenhuma desse filme, e até cogitava em não assisti-lo, principalmente, pelo ranço que criei por causa do trailer e demais materiais. Felizmente, deixei de lado o ranço e acabei sendo surpreendido com um filma muito divertido, bem nostálgico por resgatar os bons e saudosos tempos das produções infanto-juvenis oitentistas que se tornaram clássicas da Sessão da Tarde. A perfeita união entre
Quero Ser Grande e adaptação de um herói clássico das HQs, foi o suficiente para manter a volta por cima da DC nas telonas e acirrar a disputa, com uma ousadia kamikaze já foi lançado entre dois blockbusters da concorrente. E também para calar minha boca, e lembrar que não devemos criar ranço de um filme antes de assisti-lo.
E a nostalgia oitentista marcou presença também no segundo filme solo do Amigão da Vizinhança no UCM. Após o épico que na prática fechou um círculo de dez anos, Tom Holland volta como o Cabeça de Teia num filmaço divertidíssimo, engraçado, empolgante, com ação frenética e ainda trazendo surpresas que nos deixaram de queixo caído nas duas cenas nos créditos finais. Como se não bastasse tudo isso, o UCM ganha um dos vilões mais filho da puta da sua galeria, contando com uma excelente atuação de Jake Gyllenhaal. Mais uma vez, o Amigo da Vizinhança garante um lugar cativo entre os melhores filmes do Universo Compartilhado Marvel.
2019 foi o ano do Cabeça de Teia com dois filmaços nas telonas. Apesar do empate técnico em qualidade de ambos os filmes, nesta lista, a animação ganhadora do Oscar leva uma ligeirinha vantagem, justamente pelo critério renovação no sub-gênero, o principal usado nesta lista para os desempates. Na verdade, um remanescente do ano passado, que chegou por aqui no comecinho do ano, temos um filmaço muito divertido, empolgante e envolvente do começo ao fim, com personagens muitos carismáticos, que apresenta ao grande público de forma muito convincente que Homem-Aranha não é apenas Peter Parker, nos deixando ansiosos para novas aventuras, que aliás, teremos no próximo filme, agendado para chegar aos cinemas apenas em 08 de abril de 2022.
A polêmica das polêmicas entre os fãs das adaptações dos quadrinhos. Afinal, qual é o melhor filme de super-heróis de 2019? Utilizando o já citado critério de renovação que trouxe ao sub-gênero, o épico espetacularmente fodástico, que fecha de forma impactante e emocionante dez anos de Universo Cinematográfico Marvel, leva a nossa prata, mas, com as duas mãos, uma usando uma manopla, no ouro. Os Irmãos Russo entregam um presentão aos fãs, em especial, a todos que acompanharam toda saga de dez anos, em forma de agradecimento pela fidelidade e credibilidade depositada por uma década. Se Martin Scorsese estivesse certo e
Vingadores: Ultimato não fosse cinema de verdade, então, realmente, preciso rever todo um conceito de um vida inteira de cinéfilo.
1. Coringa.
Indiscutivelmente,
Ultimato é um filmaço espetacular épico, que é um marco no gênero e na sétima arte. Mas, ao utilizarmos o critério de desempate da renovação que trouxe as adaptações dos quadrinhos nas telonas, o filme do Palhaço do Crime acaba levando a melhor. De forma incrivelmente genial e criativa, o diretor Todd Phillips pega os quadrinhos com base para trazer um filmaço que mescla drama, suspense e ação, num roteiro brilhantemente bem escrito, que nos faz mergulhar profundamente na psique de um homem com distúrbios, que de tanto apanhar da vida, vai subindo degrau a degrau para surtar de vez e se tornar o icônico vilão psicopata. E a grande cereja do bola é a excepcional atuação de Joaquin Phoenix, que traz à tona cada camada dessa metamorfose que acompanhamos em tela. Tudo isso com um orçamento infinitamente menor que a grande maioria dos filmes desta lista. O resultado é um puta épico trágico intimista, uma autêntica obra-prima da sétima arte, que ultrapassa o sub-gênero das adaptações das HQs, e que até Martin Scorsese (aliás, um dos produtores) reconhece com cinema de verdade.
MENÇÕES HONROSAS.
Vidro.
O filme que encerra a inesperada trilogia do mestre M. Night Shyamalan pode não ser uma adaptação de quadrinhos, mas, alguém discorda que não seja um filme de super-herói? Com criativa e maestria, Shyamalan cria seu próprio universo compartilhado, bem compactado, porém, sem ficar atrás dos gigantescos adaptados dos quadrinhos. É bem verdade que o desfecho poderia ter sido um pouquinho melhor e até épico, mas, consegue mantém o mesmo nível da trilogia, e até superar algumas adaptações de quadrinhos.
Brightburn - Filho das Trevas.
Outro filme original, mas, que tem todos os elementos e, até supera algumas adaptações de quadrinhos. Produzido por James Gunn, o filme de terror pega a origem do Homem de Aço e, com a ideia simples, que todos nós já pensamos pelo menos uma vez na vida - "o que aconteceria se o filho de Krypton tivesse sido enviado ao nosso planeta para dominá-lo?" - e mostra de forma bem competente, que o resultado não seria nada bom. Merece ser um ponta-pé inicial de uma franquia e, quem sabe, até de um universo compartilhado.
Turma da Mônica - Laços.
Ok! Sei que os personagens do mestre Maurício de Sousa não são super-heróis. Mas, impossível falar de adaptações das HQs nas telonas em 2019 sem falar do primeiro live-action da clássica turminha. A adaptação da graphic novel homônima dos icônicos personagens é o primeiro acerto e grande contribuição brasileira às adaptações dos quadrinhos.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
Indiscutivelmente, Ultimato é um filmaço espetacular épico, que é um marco no gênero e na sétima arte. Mas, ao utilizarmos o critério de desempate da renovação que trouxe as adaptações dos quadrinhos nas telonas, o filme do Palhaço do Crime acaba levando a melhor. De forma incrivelmente genial e criativa, o diretor Todd Phillips pega os quadrinhos com base para trazer um filmaço que mescla drama, suspense e ação, num roteiro brilhantemente bem escrito, que nos faz mergulhar profundamente na psique de um homem com distúrbios, que de tanto apanhar da vida, vai subindo degrau a degrau para surtar de vez e se tornar o icônico vilão psicopata. E a grande cereja do bola é a excepcional atuação de Joaquin Phoenix, que traz à tona cada camada dessa metamorfose que acompanhamos em tela. Tudo isso com um orçamento infinitamente menor que a grande maioria dos filmes desta lista. O resultado é um puta épico trágico intimista, uma autêntica obra-prima da sétima arte, que ultrapassa o sub-gênero das adaptações das HQs, e que até Martin Scorsese (aliás, um dos produtores) reconhece com cinema de verdade.
O filme que encerra a inesperada trilogia do mestre M. Night Shyamalan pode não ser uma adaptação de quadrinhos, mas, alguém discorda que não seja um filme de super-herói? Com criativa e maestria, Shyamalan cria seu próprio universo compartilhado, bem compactado, porém, sem ficar atrás dos gigantescos adaptados dos quadrinhos. É bem verdade que o desfecho poderia ter sido um pouquinho melhor e até épico, mas, consegue mantém o mesmo nível da trilogia, e até superar algumas adaptações de quadrinhos.
Outro filme original, mas, que tem todos os elementos e, até supera algumas adaptações de quadrinhos. Produzido por James Gunn, o filme de terror pega a origem do Homem de Aço e, com a ideia simples, que todos nós já pensamos pelo menos uma vez na vida - "o que aconteceria se o filho de Krypton tivesse sido enviado ao nosso planeta para dominá-lo?" - e mostra de forma bem competente, que o resultado não seria nada bom. Merece ser um ponta-pé inicial de uma franquia e, quem sabe, até de um universo compartilhado.
Ok! Sei que os personagens do mestre Maurício de Sousa não são super-heróis. Mas, impossível falar de adaptações das HQs nas telonas em 2019 sem falar do primeiro live-action da clássica turminha. A adaptação da graphic novel homônima dos icônicos personagens é o primeiro acerto e grande contribuição brasileira às adaptações dos quadrinhos.
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