sábado, 26 de novembro de 2011

RECORDAR É REVER: DIRTY DANCING - RITMO QUENTE.

Filmes.
Recordar é rever: Dirty Dancing - Ritmo Quente.

O que dizer de um filme, com um roteiro simples e bobinho, com meia dúzia de cenas com casais rodopiando pelo salão, que na época de seu lançamento foi um grande fenômeno de  bilheterias, tornando-se hoje um clássico moderno? Este filme é Dirty Dancing - Ritmo Quente, grande sucesso de bilheteria de 1987. Um filme modesto, sem efeitos especiais e até tosco, em comparação as mega-produções das franquias teen modinhas Harry Potter e A Saga Crepúsculo, mas que, ao menos aqui em Maceió, ainda não bateram o recorde dos oito meses que musical estrelado pelo saudoso Patrick Swayze e Jenifer Grey permaneceu em cartaz . Mesmo com enredo simples e orçamento baixíssimo até para os padrões da época, este filme que tinha tudo para ser mais um esquecido no passado, tornou-se um clássico moderno oitentista, que mesmo depois de mais de vinte anos que foi produzido e lançado não envelheceu um minuto, e ainda continua emocionando, empolgando e colocando para remexer o esqueleto até aqueles que, como este blogueiro, têm uma molejo musical superado até mesmo por um poste.

O enredo de Dirty Dancing é mais simples do que aprender uma das danças coreografadas do filme, que tanto foram imitadas nas valsas  dos noivos e das meninas de quinze anos mundo à fora. Em 1963, Baby (Grey, que antes fez a irmã do protagonista de Curtindo a Vida Adoidado) é uma adolescente que junto com a família vai passar as férias de verão num hotel bem animado. Lá, ela conhece Johnny Castle (Swayze, que tinha contracenado com Grey alguns anos antes no tosco e patético filme de ação Amanhecer Violento), um instrutor de dança, e se apaixona por ele. Quando Penny Johnson (Cynthia Rhodes), a parceira de dança de Johnny, fica grávida, Baby se oferece para aprender a dançar e substitui-la, o que vai esquentar ainda mais o clima entre os dois.

O filme tem um roteiro mediano, sem nenhuma preocupação de retratar fielmente a época, mas que envolve e prende a nossa  atenção. As atuações  são convicentes, nada de extraordinárias, mas também nada que comprometa. Swayze e Grey estão bem a vontade em seus personagens e rola uma química legal entre eles, acima da média. Mas, sem dúvida o grande mérito do filme é sua boa coreografia, que junto com uma excepcional trilha sonora, que mescla perfeitamente músicas da época que o filme se passa bem com músicas até então inéditas, dão todo tom do filme. A trilha de Dirty Dancing está entre as melhores de todos os tempos, com destaque para a música The Time of My Life, cantada por Bill Medley e Jennifer Warnes, ganhadora do Oscar de Melhor Canção. Curiosamente, além de dançar super-bem o saudoso Swayze solta a voz na brega She Like The Wind, bastante tocada até hoje nos toscos programas radiofônicos de final de noite.

Com um enredo simples, Dirty Dancing é um  filme muito divertido, envolvente e nostálgico. Uma prova viva que uma ideia simples quando é bem realizada, rende um ótimo filme campeão de bilheteria e clássico inesquecível, que não envelheceu com o tempo. Aliás, está em fase de pré-produção um remake, que será dirigido pelo coreográfo do primeiro filme, Kenny Ortega. Vai ter que ensaiar bastante para ao menos chegar ao dedinho do pé de um clássico memorável como o original.

Além de um aguardado remake, infelizmente este clássico oitentista ganhou uma desnecessária e tardia continuação, Dirty Dancing - Noites de Havana, que se passa antes da história original, em 1958, no começinho da revolução cubana, onde desta vez quem desafia seu círculo social para se envolver com um pobretão é a  linda jovem Katey Mille (Romola Garai), uma garota 18 anos, que se engraça por Javier (Diego Luna), um garçom cubano apaixonado pela dança e juntos irão participar de um concurso de dança latina de um clube chique da cidade cubana. Apesar de ter uma enredo regular e danças bem coreografadas, não preciso dizer que o filme é fraquíssimo, totalmente inferior ao original. Nem mesmo a pequena participação do saudoso Patrick Swayze, como um instrutor de dança sem nome, que usa as mesmas roupas do Jonhny do filme original, consegue salvar o filme da mediocridade. Em síntese, um fiasco total que mesmo sendo produzido recentemente, em 2004, não dar as caras na telinha nem mesmo numa emissora fechada.

Deixando o fiasco no lugar merecido, ou seja, pegando poeira no porão de alguma emissora, quem ainda não assistiu ou deseja rever o filmaço original, terá oportunidade na próxima  segunda de conferi está apaixonante história na Sessão da Tarde. Mesmo sendo exibido dublado e provavelmente mutilado, vale a pena conferi-lo e entrar no ritmo da dança deste clássico oitentista tão divertido e empolgante. Um filmaço para ser visto, revisto e curtido bastante.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.



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