terça-feira, 1 de novembro de 2011

OUTRA SESSÃO DUPLA NO KINOPLEX MACEIÓ.

Filmes.
Outra Sessão Dupla no Kinoplex Maceió.

Volta da promoção de ingresso mais barato as segundas, retorno mais rápido deste cinéfilo ao Complexo Kinoplex Maceió para conferir os últimos lançamentos do último fim de semana. E mais uma vez em sessão dupla (seria tripla, se O Retorno de Johnny English não estivesse sendo exibido dublado), desta feita para conferir o thirlley Contágio, novo filme do diretor Steven Soderbergh mais uma vez repleto de astros e estrelas, e a comédia dramática nacional O Palhaço, dirigido, escrito e estrelado por Selton Mello, ao lado de Paulo José, os quais passo a comentar a partir de agora.

PERIGO REAL E IMEDIATO NOSSO DE CADA DIA.

Com uma riqueza de detalhes técnicos que deixa qualquer um apreensivo com atitudes simples do nosso cotidiano, a trama de Contágio, filme que eu conferi na sala 6 do Complexo Kinoplex, gira em torno de uma epidemia de uma misteriosa doença que, rapidamente, está dizimando boa parte da humanidade. O filme inicia no 2º Dia da origem do contágio, com a executiva norte-americana (Gwyneth Paltrow) e algumas pessoas que tiveram contato com ela, direta ou indiretamente, começam a ter os sintomas que o levarão imediatamente a morte. Diante da epidemia, os órgãos de saúde pública norte-americana e de outros países, como também a OMS (Organização Mundial de Saúde), correm contra o tempo em busca da descoberta da origem e, consequente, cura. No meio deste caos, um dos cientistas, interpretado por Laurence Fishburne, é acusado de usar informações para benefeciar parentes e ainda um pentelho e sensacionalista blogueiro, vivido por Jude Law, espalhar pela net, sua teoria de conspiração dos grandes laboratórios farmacêuticos, que detêm a cura.

O tema não é novidade nas telonas, mas em Contágio, finalmente foi levado a sério, graças a um trama muito bem escrita, apesar de fria e sem emoção, que contou com a assessoria médica e científica de especialistas no assunto, o que deixou o filme mais realista que o convencional. Com um elenco repleto de astros e estrelas e várias tramas paralelas, evidente que algumas não são bem desenvolvidas e até se perdem, o que deixa boa parte do elenco desperdiçado. Mas, no geral, as interpretações são razoáveis e cada um cumpre direitinho suas funções na trama, mesmo que seja para aparecer rapidamente e sumir inexplicavelmente, como no caso do personagem de Elliot Gould.

O filme dividiu a crítica, agradando alguns a ponto do filme ganhar elogios rasgados e desagradando a outros, que o malharam. Particularmente, o filme fica no meio termo. Apesar de não ser um pouco paradão e sem emoção, Contágio prende atenção e envolve, e se sobressai a outros filmes com o mesmo tema, como por exemplo o patético Epidemia com Dustin Hoffman, Rene Russo, Morgan Freeman e Kevin Spacey, por levar a sério o assunto e pela riqueza de detalhes técnicos. Rm síntese, um razoável thirlley repleto de astros e estrelas, que, da mesma forma que aconteceu com a crítica, não deixa o público indiferente. Ao menos serve de alerta e reflexão que com cuidados básicos de higiene no nosso dia-a-dia, uma epidemia terrível como a do filme, pode ser evitada.


NOSTÁLGICO E ENVOLVENTE.

Após um pequeno intervalo de aproximadamente cinquenta minutos, foi a vez de entrar na sala 1 para conferi o esperado O Palhaço (apesar do filme abrir a V Mostra SESI do Cinema Brasileiro, com a presença do ator alagoano Eron Cordeiro, optei em assistir no Kinoplex, por ter meu compromisso trabalhista nas noites de segunda), que narra as alegrias e tristezas de um grupo do Circo Esperança, que nos anos 70, anda de cidade em cidade, para sobreviver. Este circo popular é de propriedade de Valdemar (Paulo José, ótimo como sempre) e administrado pelo seu filho Benjamin (Mello, dando um show de interpretação, também como sempre) e juntos, pai e filho, são os palhaços Puro Sangue e Pangaré. Benjamin tem dificuldades para administrar o circo, repleto de dificuldades simples, como a falta de um ventilador ou de um sutiã de uma das artistas, que não se resolvem, devido a falta de grana. Melancólico e infeliz, o jovem pensa está na profissão errada e tenta mudar de vida, arriscando em novos ares.

Com dosagem perfeita de drama e humor, o filme emociona e envolve, graças a um roteiro muito bem escrito e um elenco repleto de brilhantes atuações, principalmente da dupla de protagonistas Mello e José, que tem uma química perfeita. As pequenas, porém marcantes participações de Jorge Loredo (o eterno Zé Bonitinho), Tônico Pereira, Ferrugem e de um irreconhecível e hilário Moacyr Franco só reforçam o clima nostálgico do filme que, ligeiramente, nos remete aos clássicos do nosso cinema nacional Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues e até mesmo Os Saltimbancos Trapalhões, mas sem perder a originalidade e brilho próprio.

Com um enredo muito bem elaborado (Mello, quando esteve em Maceió alguns anos atrás, disse que se inspirou no palhaço alagoano Birinha, no processo de criação do filme), atuações excepcionais e todo climão nostálgico, O Palhaço é um filme sensível e tocante, que em pouco mais de uma hora e vinte minutos emociona e nos remete a uma época onde uma ida a um pequeno circo na periferia, era diversão obrigatória para toda família. Poético e cativante, um filme emocionante. Imperdível.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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