domingo, 30 de junho de 2019

FILME E MERDA DO MÊS: JUNHO/2019.

FILME DO MÊS:

Como já é de costume nos últimos anos, sempre uma adaptação dos quadrinhos acaba sendo o grande destaque dos lançamentos que chegaram aos cinemas no decorrer do mês. Obviamente, que não estamos falando de X-Men: Fênix Negra, encerramento apenas satisfatório e consideravelmente melancólico dos mutantes na Fox, mas, da grande surpresa do mês e das últimas décadas. Por mais que minha hype estivesse altíssima não esperava que Turma da Mônica - Laços fosse um filmaço excepcional. Os adoráveis personagens criados pelo mestre Mauricio de Sousa ganham um live-action de acordo com sua grandiosidade. O também mestre Daniel Resende nos presenteia com um filme que mexe profundamente com nossas emoções. E a cereja do bolo fica por conta do quarteto de protagonistas mirins que se tornam em carne e em osso nossos adoráveis personagens, com atuações brilhantes. Simplesmente, uma obra-prima, que finalmente introduz o nosso cinema nacional (que aqui ganha um dos melhores filmes de todos os tempos) na ótima fase que vive as adaptações dos quadrinhos, fortíssimo concorrente a ser um dos melhores filmes do ano.

MERDA DO MÊS:

Quem acompanha este blog sabe que sou um grande entusiasta do sub-gênero gospel. Por isso mesmo, somado ao fato que ninguém quer ir ao cinema para assistir um filme ruim, é com pesar um pouco mais do que o habitual que anuncio o filme que leva nosso nada honroso filme. Com tanto filmaços que só elevam o sub-gênero gospel, Eu Acredito acaba sendo um péssimo retrocesso. Além de ressuscitarem os velhos problemas dos filmes do sub-gênero, os caras simplesmente exageram na dose fantasiosa infatilizada, a ponto de ser ofensivo até mesmo a fé cristã. Inacreditavelmente ruim, nem mesmo a boa intenção de se fazer um filme sobre fé para toda família é suficiente para impedir que Eu Acredito seja um fortíssimo candidato a ser o pior filme do ano.

MENÇÃO HORROROSA:

O encontro de duas boas atrizes de gerações distintas, num suspense psicológico com uma boa premissa, (apesar de não original), sendo dirigidas pelo mesmo cara que dirigiu o clássico noventista Entrevista com um Vampiro. Tinha tudo para dar certo, mas, Obsessão acaba sendo uma grande decepção. E não pelos nomes envolvidos, mas, por um roteiro fraco que traz uma trama insossa, repleta de conveniências e situações patéticas que são vomitadas na nossa cara. Pode não ser um dos piores filmes do ano, mas, com certeza, já é uma das grandes decepções. Lamentável!

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

O INÍCIO DA JORNADA DA DUPLA DE HERÓIS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Manto & Adaga - 1ª Temporada (Marvel's Cloark & Dagger - Season 1).
Produção estadunidense de 2018.

Direção: Gina Prince-Bythewood, Alex Garcia Lopez, Peter Hoar, Ami Canaan Mann, Ry Russo-Young, Jennifer Phang, Paul Edwards, Jeff Woolnough e Wayne Yip.

Elenco: Olivia Holt, Aubrey Joseph, Gloria Reuben, Andrea Roth, J. D. Evermore, Miles Mussenden, Carl Lundstedt, Emma Lahana, Jaime Zevallos, Noëlle Renée Bercy, Wayne Péré, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Netflix) em maio e junho de 2019 .

Cotação

Nota: 6,5.

Sinopse: Baseado em quadrinhos da Marvel Comics. Tyrone Johnson (Joseph) é um adolescente, brilhante estudante e jogador do time de basquete de uma renomada escola católica de Nova Orleans. Já Tandy Bowen (Holt) é uma adolescente que sobrevive de pequenos roubos e furtos. Quando o caminho dos dois se encontram, descobrem que têm muito em comum. E não apenas uma tragédia que aconteceu oito anos atrás que trouxe grandes perdas para ambos, mas, poderes que eles irão descobrir.

Comentários: Cresci lendo vários quadrinhos, em especial a Marvel, seja nas revistas solos de heróis como Homem-Aranha, Capitão América e o Incrível Hulk, e nas saudosas Heróis da TV e Superaventuras Marvel, que traziam um verdadeiro mix com aventuras de vários heróis, entre eles, a dupla Manto e Adaga, que eu realmente curtia bastante. Por isso que, tão logo fiquei sabendo que seria feita um série sobre eles, me empolguei bastante, mesmo tendo passado mais de um ano da sua estreia na TV estadunidense para finalmente poder conferi-la. E não sei se a ansiedade acabou atrapalhando, mas, o fato é que me frustrei bastante com a série. Não que ela seja ruim. O problema está na trama desinteressante, que me fez parar de assistir por várias vezes (mesmo contando com a duração padrão de quarenta e poucos minutos), e que só começou a me animar a partir do sétimo dos dez episódios da temporada de estreia. Esta melhora qualitativa acabou também possibilitando os carismáticos protagonistas a saírem da zona conforto que até então se encontravam e suarem boas atuações, principalmente, dramáticas.

Esses quatro últimos episódios acabam salvando a série, fazendo com que Manto & Adaga acabe sendo uma boa série, oficialmente inserida no UCM da telinha (um dos personagens cita uma personagem de uma das séries da parceria Marvel e Netflix). Com um inegavelmente imenso potencial de ir muito mais adiante, espero e torço que a segunda temporada, que está prestes a estrear no States, consiga pegar o embalo dos citados episódios da temporada inicial e tenha um merecido e necessário salto de qualidade, fazendo com que a série obtenha o excelente padrão Marvel de qualidade.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

LAÇOS QUE JAMAIS SERÃO ROMPIDOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Turma da Mônica - Laços.
Produção brasileira de 2017.

Direção: Daniel Rezende.

Elenco: Guilia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Mônica Iozzi, Paulo Vilhena, Fafá Rennó, Ravel Cabral, Rodrigo Santoro, Mauricio de Sousa, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 2 do complexo Kinoplex Maceió em 27 de junho de 2019.

Cotação

Nota: 10,0.

Sinopse: Adaptação da graphic novel Laços dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, que faz uma releitura dos personagens icônicos criados pelo mestre Maurício de Sousa. A rotina da turminha do bairro do Limoeiro é modificada drasticamente, quando Floquinho, o cãozinho do Cebolinha (Vechiatto) é roubado. Vendo o amigo na deprê, Cascão (Moreira), Mônica (Benite) e Magali (Rauseo) vão visitá-lo para dar uma força. Eles resolvem procurá-lo pelo bairro. Quando ficam sabendo que Floquinho provavelmente foi roubada por um misterioso homem do saco (Cabral) e que o mesmo se embrenhou no Parque das Andorinhas, os amigos partem numa jornada para encontrá-lo.

Comentários: Impossível encontrar alguém que no decorrer das últimas seis décadas, não conheça os adoráveis personagens criados pelo genial Mauricio de Sousa, mesmo que não tenha crescido lendo os quadrinhos e consumindo os demais produtos. E se você, assim como eu, tenha tido o prazer de crescer lendo as revistinhas que trazem as aventuras da turminha do bairro do Limoeiro e demais personagens de todo universo criado por Sousa, com certeza, imaginou vê-los em carne e osso. Custou, mas, um belo dia, fomos surpreendidos com o anúncio que o nosso sonho de criança iria se tornar realidade. E a emoção já começou, quando fomos apresentados aos atores mirins que dariam vida aos nossos queridos personagens, o que elevou a nossa hype a enésima potência, numa intensidade que para muitos - e eu me incluo - nunca tinha sentido por uma produção nacional. Enfim, a longa espera acabou e Turma da Mônica - Laços chega aos cinemas, para a alegria de crianças de todas as idades.

Por mais que minhas expectativas estivessem altíssimas, acabei sendo surpreendido por um filmaço que, de cara, já nasce como uma obra-prima, e entra com todo mérito não apenas na seleta lista dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, mas, também do gênero infantil e das adaptações de HQs. Incrível como temos um filme que trata com um carinho imenso os adoráveis personagens, respeitando todas as características de cada, com uma riqueza de detalhes impressionante. No ano em que se completam sessenta anos das primeiras tirinhas feitas pelo mestre Mauricio, somos nós, os fãs de todas as idades, que somos presenteados com este espetacular filme. O ótimo roteiro traz uma trama bem simples, mas, que é muito bem desenvolvida, nos envolvendo, cativando, emocionando e, claro, nos divertindo da primeira cena a última cena. De quebra, ainda traz valiosas lições sobre amizade, solidariedade e afetos, e nos empolga com uma porrada de easter eggs, que vão de pontas de personagens das HQs até a presença do próprio mestre Mauricio de Sousa, momento que fez muito marmanjo encher os olhos de lágrimas no escurinho do cinema.

O competente Daniel Rezende conduz com maestria e dedicadíssimo empenho um filme desafiador (além da imensa responsabilidade de fazer um live-action de cultuadíssimos personagens, sabemos que não é nada fácil dirigir um filme que envolva crianças e animais), se saindo muito bem, nos proporcionando com um filme que provoca em nós as mais diversas emoções, que vão do riso frouxo com as piadas bobas e infantis até momentos de pura emoção (um em especial, onde esperamos um atitude da Mônica e ela surpreende com outra totalmente inesperada, toca tão fundo, que na sessão que estava fez muito adulto chorar feito um bebê). E o toque de Midas para isso tudo ocorra, é a trilha excepcional, na medida certa e muito bem colocada em cada cena, algo que, até onde me lembre, nunca tinha visto numa produção nacional.

Diante de um filme tão perfeito, recheado de qualidades, o maior destaque do filme, sem sombra de dúvida, é o quarteto de protagonistas. Rodrigo Santoro, até chega roubar a cena na sua pequena participação, que acaba sendo o segundo mais memorável easter egg do filme (não preciso dizer que o primeiro é a micro-participação à la Stan Lee de Mauricio de Sousa). Mas, é o quarteto mirim que arrasa. Que crianças talentosas! Claramente se divertindo, ao mesmo tempo assumindo a responsabilidade como adultos, os estreantes Guilia Benite (perfeitíssima como Mônica), Kevin Verchiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) - os três últimos, hilários, responsáveis pelas melhores piadas -, simplesmente dão um espetáculo com atuações excepcionais, muitas vezes apenas com um olhar, e uma química e entrosamento impressionantes. Se forem mesmo fazer uma franquia - o qual torcemos que ocorra -, os realizadores precisam manter esse quarteto tão fofo e talentoso. Sugiro, como fã e tão encantado com as brilhantes atuações infantis, que adiem o filme da Turma da Mônica Jovem, para que esse quarteto venha viver os personagens também neste filme.

Enfim, tocante, emocionante, nostálgico e divertido, Turma da Mônica - Laços é uma deliciosa viagem ao mundo encantado criado pelo mestre Mauricio de Sousa, que faz jus aos adoráveis personagens, e por isso mesmo, merece nosso reconhecimento e prestígio. Assim como tudo que foi criado pelo mestre Mauricio de Sousa no decorrer destes sessenta anos, uma obra-prima inesquecível, atemporal, apaixonante, para ser vista e revista infinitas vezes, portanto, imperdível!

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.