sábado, 19 de maio de 2018

A ESQUERDA CONTRA-ATACA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

O Processo.
Produção brasileira e alemã de 2018.

Direção: Maria Augusta Ramos.

Com: Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, José Eduardo Cardozo, Janaína Paschoal, Dilma Rousseff, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala Elinaldo Barros do Centro Cultural Arte Pajuçara em 19 de maio de 2018.

Cotação

Nota: 2,5.

Sinopse: Documentário que acompanha os bastidores no Congresso Nacional, em especial da bancada petista no Senado Federal, e também do então advogado-geral da União e sua assessoria no decorrer de todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.

Comentários: A polarização de posicionamento político das redes sociais, onde muita gente está desfazendo amizade, também marca presença no nosso Cinema Nacional. Após Polícia Federal - A Lei é Para Todos e Real - O Plano por Trás da História, agora é a vez da galera esquerdista contra-atacar com este documentário que retrata, como eles mesmo dizem, os bastidores do golpe parlamentar sofrido pela presidente petista. No meio do olho do furacão turbulento de 2016, a diretora, assumidamente esquerdista, perde uma oportunidade única de fazer um registro histórico, colhendo depoimentos de ambos os lados e jogando para nós do público a decisão de qual lado está certo, para fazer um filme unilateral partidário, optando por um maniqueísmo brega que enaltece as figuras de dois senadores petistas e do advogado-geral da União, e ridiculariza a figura dos opositores, principalmente, da advogada Janaína Paschoal. Também se desperdiça ao praticamente deixar de lado a ex-presidenta, limitando-se apenas a mostrar o que já vimos infinitas vezes, ao invés de trazer um depoimento dela, o que seria enriquecedor para o filme, principalmente em relação as suas reais intenções da defesa da tese do golpe.

Para piorar, o filme ainda tem um roteiro preguiçoso, que simplesmente liga a câmera, deixa rolar, e edita ao gosto da realizadora, gerando a absurda duração de mais de duas horas e quinze minutos, onde pelo menos uma hora poderia ter ficado no chão da sala de edição, já que tem muita xaropada (ou alguém, por mais que seja um petista xiita acha necessário e relevante ao filme, por exemplo, registrar a atual presidente do partido ou o advogado José Eduardo Cardozo falando ao telefone? Ou Janaína Paschoal tomando Toddynho e recebendo um pastor e uma cantora evangélicos?). Como se não bastasse, há uma absurda falta de informação com legenda de quem é quem, o que atrapalha demais o filme atingir o público geral, onde a maioria não está familiarizada com os bastidores da política, nem quem são seus jogadores, o que só colabora que a única intenção do filme foi agradar apenas aos esquerdistas mais intelectualizados. 

Inexplicavelmente aclamado pela crítica e nos festivais, O Processo é um documentário que desperdiça duas grandes oportunidades únicas de registro histórico e apresentar uma defesa que a presidente Dilma merecia. E ainda não consegue ser eficiente em nos passar uma boa imagem dos senadores petistas enaltecidos, que claramente são tão atores quanto os políticos dos demais partidos que participaram daquele circo de horrores sem graça de 2016. Vale apenas pela curiosidade em mostrar parte dos bastidores podres da politicagem tupiniquim.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


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