FILME E MERDA DO MÊS: OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO/2018.

Primeiramente, peço desculpas pelo atraso de três meses nas escolhas dos melhores e piores filmes do mês. Devido a um probleminha pessoal de saúde na família, que graças a Deus foi resolvido, acabei impossibilitado de ir ao cinema durante toda segunda quinzena de outubro, atrasando nossas tradicionais postagens de final de mês. Para não entrar o ano com esse dívida, resolvi numa única postagem falar sobre os melhores e piores  filmes que chegaram aos nossos cinemas no último trimestre. Sem mais delongas, vamos as nossas escolhas.

OUTUBRO.

Já inicio causando polêmica. Você deve está se perguntando como é que no mês que os bajulados Nasce uma Estrela  e O Primeiro Homem chegaram aos cinemas, quem leva nosso título de Filme do Mês é o reboot/continuação Halloween. Com diria o nosso quase ex-presidente que está de malas pronta para pegar o beco, " eu me explica-lhe-ei". É inegável que o filme que marca o debute de Bradley Cooper como diretor, tem seus méritos, é tocante e emocionante, mas, para mim não é isso tudo que mereça levar o nosso título. Muito menos a cinebiografia dirigida pelo bajuladíssimo Damien Chazelle, que também é um bom filme que não me agradou tanto. Ao contrário da nova ressurreição de Michael Myers que acabou me surpreendendo, por resgatar o climão do filme original, oficialmente, uma continuação direta deste, sendo simplesmente um dos quatro melhores filmes da franquia na minha humilde opinião. Enfim, é apenas questão de gosto pessoal e espere de coração que respeite o meu, e não fique chateado apenas por discordar de mim.

Por ter assistido poucos lançamentos que chegaram aos cinemas no mês de outubro, tivemos um respiro e escapamos, ao menos por enquanto, de um filme bosta que levasse nosso título nada honroso. E não foi por falta de candidatos, já que tanto pelas críticas, mas, principalmente pelo seus próprios trailers (pela escolha do Filme do Mês é claramente percebido que existem muitas discordâncias entre a preferência dos críticos e as minhas), dificilmente Tudo por Um Popstar e A Casa do Medo - Incidente em Ghostland não seriam nossa Merda do Mês. Como eu me recusei a assistir a comédia teen tupiniquim, que espantosamente ainda está em cartaz, enquanto que o terror franco-canadense só chegou aqui em Alagoas na versão dublada, então, ao menos por enquanto, escaparam de levar nosso fedido título. Ah! Apesar de malhadíssimos, achei Venom e Goosebumps 2 - Halloween Assombrado filmes medianos, portanto, também escaparam de serem nossa Merda do Mês.

NOVEMBRO.

Deu empate no nosso Filme do Mês, e num dos raríssimos momentos de concordância entre a minha opinião e da crítica. E não é a toa, já que ambos os filmes são criativos e ousados, algo cada vez mais raro hoje em dia. A começar por Operação Overlord, que faz uma mistura arretada de gêneros, que acaba nos presenteando com um filmaço divertido e empolgante do começo ao fim, com uma trama que usa um fato como plano de fundo para a ficção deitar e rolar. Simplesmente, um dos filmes mais criativos dos últimos anos. Mais um filmaço com o selo de qualidade de J. J. Abrams, que atua como produtor.

Curiosamente, nosso segundo filme do mês de novembro só chegou numa sala alagoana apenas em dezembro. Temos o bom e velho diretor Spike Lee, que se aproveita de um fato para meter o dedo na ferida de forma sarcástica no excelente Infiltrado na Klan, filme que provoca em nós uma série de sentimentos, que vão da gargalhadas a indignação diante dos absurdos desumanos e surreais de atitudes e pensamentos racistas, sendo ao mesmo tempo divertidíssimo e reflexivo. Com quatro indicações no Globo de Ouro do próximo ano, dificilmente ficará de fora do Oscar. Criativo e inovador, merecidamente disparado nosso Filme do Mês.

Se novembro tivemos dois filmaços que chegaram caladinhos e surpreenderam, infelizmente, foi o mês que mais tivemos tranqueiras chegando aos nossos cinemas. Mesmo não sendo totalmente ruins, O Doutrinador e Chacrinha - O Velho Guerreiro, filmes que esperei o ano todo ansiosamente, me decepcionaram bastante. Assim como também o desperdícios de premissas interessantes em Sequestro Relâmpago e Entrevista com Deus. Mesmo não esperando tão ansiosamente, Animais Fantásticos e os Crimes de Grindelwald acabou também me furstrando bastante, sendo simplesmente o pior filme do universo de Harry Potter. E só não leva nosso título de Merda do Mês, porque vai disparado para a maior decepção do mês e também do ano O Grande Circo Místico, filme do alagoano Cacá Diegues, baseado num poema do também alagoano Jorge de Lima, com um puta elenco, que acaba sendo uma merda das grandes, que não agrada nem mesmo aos críticos e a galera mais intelectualizada. Incrível como essa merda foi indicada para ser nosso representante no Oscar. Um filme que só envergonha a nossa filmografia nacional.

DEZEMBRO.

E no último mês do ano, tivemos poucos lançamentos, tanto pelas festas como também por todas as apostas se concentrarem em três blockbusters que reinam absolutos na maiorias da salas mundo a fora.  Destes, dois acabaram surpreendendo e merecidamente arrancam um empate como o nosso Filme do Mês. A  começar por Aquaman, que surpreendeu até os fãs mais otimistas, acendendo uma luz de esperança para o tão criticado universo compartilhado da DC. Isso graças principalmente ao talento do diretor James Wan que conduz com maestria e nos presenteia com um espetáculo divertido do começo ao fim. Simplesmente, um dos três melhores filmes desta fase atual da DC, que nos deixa empolgados e na torcida.

O rei de Atlanta tinha tudo para reinar absoluto como nosso último Filme do Mês do ano, mas, não contava com a grande surpresa de Natal chamada Bumblebee. E que surpresa, já que estamos falando simplesmente de um spin-off da malhadíssima e já esgotadíssima franquia Transformers, que sai da mesmice pirotécnica para nos presentear com um filmaço que resgata os bons e saudosos tempos das produções blockbusters para toda a família oitentistas, clássicos da Sessão da Tarde. Nostálgico, tocante, empolgante e muito divertido, também não poderia de ser o nosso Filme do Mês.

Se Aquaman e Bumblebee surpreenderam positivamente, o mesmo não podemos dizer do outro blockbuster do mês, a desnecessária e consideravelmente tardia continuação O Retorno de Mary Poppins, que só não leva nosso título nada honroso, por ter tido a sorte de ter chegado aos cinemas no mesmo mês que o surpreendentemente ruim O Chamado do Mal. Simplesmente, um lixo que faz uma colcha de retalhos de clichès, com roteiro péssimo, muito mal elaborado, que traz uma trama patética repleta de furos do começo ao fim. Não foi a toa que na sessão que eu estava, ao término da exibição deixou todo mundo com cara de paisagem e anestesiada, diante da perplexidade de ter comprado ingresso e perdido tempo assistindo algo tão ruim. Enfim, um dos piores filmes não somente do ano, mas, que eu vi até agora em toda minha vida. Logo, merecidamente, leva o nosso título de Merda do Mês.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

ENVOLVENTE TENSÃO APOCALÍPTICA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / = Preciso mesmo dizer?.

Bird Box.

Produção estadunidense de 2018.

Direção: Susanne Bier.

Elenco: Sandra Bullock, Trevante Rhodes, Jacki Weaver, Rosa Salazar, Danielle Macdonald, Lil Rel Howery, Tom Hollander, Colson Baker, BD Wong, Pruitt Taylor Vince, Sarah Paulson, John Malkovich, Vivien Lyra Blair, Julian Edwards, Parminder Nagra, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Netflix) em 30 de dezembro de 2018.

Cotação: 

Nota: 9,5.

Sinopse: Baseado no romance Caixa de Pássaros escrito por Josh Malerman. Uma epidemia assola a humanidade, fazendo as pessoas cometerem suicídio assim que olham para as misteriosas criaturas que provocaram esse mal. Neste cenário apocalíptico, acompanhamos a luta de sobrevivência de Majorie (Bullock), paralelamente, nos primeiros meses da epidemia, quando se refugia numa casa com outros sobreviventes, e paralelamente, cinco anos depois, quando ela entra num rio com duas crianças (Blair e Edwards) em busca de um refúgio seguro. 

Comentários: Por mais que existam profissionais gabaritados com cursos superiores e pós em marketing e propaganda, a propaganda boca a boca de um produto ainda continua sendo bastante eficaz. Um bom exemplo é este filme, produção original da Netflix, que desde a semana passada quando estreou vem dando o que falar, conquistando fãs ao mesmo tempo que haters. Estrelado por  uma competentíssima e inspirada Sandra Bullock, que vem acompanhada de um elenco também competente e inspirado, o filme é uma agradabilíssima surpresa, com um roteiro bem escrito, que ganha forças com a excelente direção que conduz com maestria, nos presenteando com um filmaço tenso e envolvente do começo ao fim. Particularmente, gostei bastante a ponto de achá-lo ligeiramente melhor que o badalado Um Lugar Silencioso, que se passa também num pós-apocalipse com uma premissa praticamente idêntica, e por isso mesmo, que as comparações estão sendo inevitáveis. Enfim, é questão de gosto pessoal. Sugiro que não perca tempo e corra para assisti-lo, e tire suas próprias conclusões. 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

TOP 10: OS MAIORES ASTROS DE AÇÃO DE TODOS OS TEMPOS.

Em 11 de agosto deste ano, o canal no YouTube do Omelete publicou um vídeo listando os dez maiores astros de ação. A tal lista inicia até bem, mas acaba decaindo para um absurdo extremamente ridículo, deixando de fora grandes ícones do gênero e incluindo nomes como Gal Gadot, Charlize Theron, Christian Bale, que, com todo respeito, mesmo com suas contribuições ao gênero, ainda estão longe de sequer marcarem presença na lista dos 50 maiores astros de ação. Realmente, não sei se foi mal intencionado ou se a preguiça falou mais alto e não pesquisaram, mas, o fato é que a lista dos dez maiores astros de ação da última década feita a pouco mais de um ano pela youtuber Anne Cortese num excelente vídeo no seu canal é muito mais autêntica e condizente com a verdade. Como fã do gênero de ação, resolvi queimar neurônios e listar quem realmente são os maiores astros de ação de todos os tempos, levando em conta também os astros de artes marciais e de filmes de ação B, destacando a importância e a contribuição de cada um ao gênero. Mesmo com a definição dos dez maiores, principalmente dos cinco primeiros colocados, a tarefa se tornou árdua pela ligeira diferença de importância entre a maioria dos citados (o que gerou inevitáveis vários empates) e de uma galera que manda muito bem no gênero que ficou de fora e que faremos menções honrosas no final da postagem.

Ah! Antes que me taxe de misógino ou machista, quero esclarecer que já fizemos em outra postagem a lista com as mais duronas da sétima arte. E se a mulherada não está aqui nesta lista, é porque realmente o gênero ainda é dominado pelos homens, e seria necessário fazer uma lista de pelo menos com os trinta maiores astros de ação de todos os tempos, para as mais bem mais colocadas marcarem presença. 

OS PIONEIROS.

E não podemos iniciar a lista dos maiores astros de ação sem antes mencionarmos dois caras que com seus filmes tornaram o gênero o que é hoje. Posso está enganado, mas, até onde eu saiba, o gênero de ação autônomo como conhecemos hoje, mesclado com outros gêneros como policial e de guerra, teve seu ponta-pé inicial nos anos 1960 com o também saudoso Steve McQueen em clássicos como Fugindo do Inferno, Crown, O Magnifico, Bullitt, (que traz uma das sequências de perseguição de carro mais empolgantes e memoráveis da história do cinema), As 24 Horas de Le Mans, Papillon, Inferno na Torre, entre outros.  Além de atuar, McQueen também era piloto de carros e motos, e sempre participava de competições, o que acabou contribuindo para que muitas vezes dispensasse dublê nas sequências de ação que incluíssem os veículos. Se acha pouco, saiba que McQueen foi aluno do lendário Bruce Lee e que ainda incentivou Chuck Norris a ingressar na carreira de ator. Mesmo sendo considerado um dos maiores astros da sétima arte, infelizmente, McQueen é um dos vários que caíram no esquecimento tanto da TV como dos serviços de streaming, onde digitamos o nome daquele que foi nos anos 1970 o maior e mais pago astro da época, e aparece os filmes do seu xará diretor de 12 Anos de Escravidão. Inacreditável este descaso hoje em dia com astros como os citados que deram importantíssimas contribuições para a sétima arte e ajudaram a definir o gênero.

Provavelmente, o que faltou a McQueen foi um personagem icônico como Dirty Harry feito por seu contemporâneo, Clint Eastwood, que tem sua contribuição ao gênero de ação bem mais lembrada. Seguindo os passos de McQueen, ícones do faroeste tiveram que se reinventar migrando para o gênero de ação, e sem sombra de dúvida, Eastwood foi o mais bem sucedido, tornando-se um dos maiores ícones do gênero, que fez e continua fazendo escola até hoje. Ainda na ativa, principalmente como diretor, Eastwood deixou o gênero de ação faz tempo e sem pretensão nenhuma de volta. E não precisa, já que Eastwood tem importantíssimas contribuições  ao gênero de ação, que sem ele e McQueen provavelmente não seria o que é hoje. Feito o devido registro histórico e homenagem aos pioneiros, vamos ao nosso Top 10 com...

OS MAIORES ASTROS DE AÇÃO DE TODOS OS TEMPOS.

10. Charles Bronson.

Iniciamos com um empate inevitável entre dois ícones de gerações diferentes. Com cara de poucos amigos, o saudoso Charles Bronson começou a chamar atenção em faroestes e foi um dos astros que com a queda de popularidade do gênero teve que reformular sua carreira migrando para o gênero de ação, tendo a grande virada de Bronson foi em 1974 com Desejo de Matar. A partir de então, vieram as continuações e outros filmes, principalmente na extinta produtora de filmes B Cannon, onde foi um dos grandes astros. Presença constante nos bons e saudosos tempos do Domingo Maior da Rede Globo, se esta lista tivesse sido elaborada a pelo menos uns vinte anos atrás, com certeza Bronson estaria um pouco mais acima na nossa lista. Mas, o surgimento e o crescimento de novos astros do gênero, acabaram fazendo o saudoso astro cair de posição, mas, sem tirar a sua importância e presença obrigatória na lista dos maiores astros de ação de todos os tempos. E para arrancar um empate com Bronson, somente um astro da nova geração que conseguiu a proeza de estrelar um remake melhor que um clássico estrelado pelo saudoso ator, que de quebra, ainda ganhou uma continuação. Estamos falando do fodão...

Jason Statham.

Numa briga acirradíssima com quatro astros hollywoodianos de peso mais veteranos (você saberá quem são no final da postagem), quem levou vantagem foi o carequinha britânico, um autêntico representante da nova geração dos clássicos brucutus oitentistas. Tanto que, entre tanto astros de ação do passado e da atualidade que marcaram presença na trilogia Os Mercenários, Stallone o escolheu para dividir o estrelato na franquia, claramente passando o bastão para ele. Assim como Bronson, Statham também tem cara de poucos amigos, mas, tem carisma de sobra para dar e vender e um humor sarcástico único. Sem falar que o cara, que é um ex-mergulhador olímpico, também é fera em artes marciais, o que somado ao fato de contar com bons coreógrafos, presenteou o gênero com várias sequências de lutas memoráveis. Continua em plena ascensão, e provavelmente, se esta lista for refeita no futuro, dificilmente Statham não estará numa posição ainda mais elevada.

9. Mel Gibson.

Um dos atores que mesmo trafegando por vários gêneros, é presença obrigatória na lista dos maiores astros de ação de todos os tempos. Afinal, o astro australiano logo de cara inaugurou o sub-gênero apocalíptico com Mad Max, filme que fez escola e até hoje é imitadíssimo. Como se não bastasse, na segunda metade da década de 1980, Gibson se reinventou e renovou o gênero policial com a franquia Máquina Mortífera. Com vários filmaços no gênero, merecidamente, o ator foi lembrado na festa de testosterona promovida por Sylvester Stallone, assumindo o papel de vilão em Os Mercenários 3, que acabou sendo também o começo da sua volta por cima, após algumas merdas na vida pessoal. Curiosamente, seu colega de empate debutou em Hollywood num filme estrelado por ele, o icônico...

Jet Li.

Mesmo sendo um dos três maiores astros chineses e de artes marciais de todos os tempos, Li foi totalmente ignorado pela tal Omelista, assim com Gibson. Praticante de wushu desde criança, arte marcial que foi campeão a partir dos doze anos, Li fez seu debute nas telonas com apenas 17 anos em O Templo Shaolin. A partir de então, foi o principal responsável por popularizar para o mundo típicos heróis clássicos chineses. Como se não bastasse, se deu super-bem também na carreira internacional, emplacando filmaços, e até agora, é o único representante asiático na franquia Os Mercenários. Atualmente diminuindo consideravelmente o ritmo devido a problemas de saúde, Jet Li já deixou sua marca no gênero de ação e no sub-gênero das artes marciais, e por isso mesmo, é presença mais do que obrigatória em qualquer lista dos maiores astros de ação que se preze.

8. Dolph Lundgren.

Último empate na nossa lista, desta vez entre dois astros de ação B, que praticamente iniciaram na mesma época. O brucutu sueco tinha tudo para brilhar na carreira acadêmica devido ao Q.I. altíssimo, mas, abriu mão para seguir o sonho de ser ator. Após seu debute numa ponta curtíssima em 007 na Mira dos Assassinos, estourou para o mundo como o mítico Ivan Drago em Rocky IV, que até hoje é o seu personagem mais inesquecível. Sem frescuras, Lundgren é um cara que topa qualquer desafio, fazendo parcerias com outros astros de ação e pequenos papéis em grandes produções hollywoodianas como em Aquaman, sem deixar de estrelar filmes de ação B, que chegam diretamente em home vídeo e no streaming. Praticante de artes marciais, tendo sido campeão de caratê europeu e australiano, Lundgren não é um mestre como o colega de empate, que como ator consegue ser ainda pior que ele. É claro que estamos falando dele...

Steven Seagal.   

Ao contrário de Lundgren, Steven Seagal hoje é claramente persona non grata em Hollywood, mesmo já tendo gerado de lucro cerca de 2 bilhões de dólares. Estreando nas telonas há trinta anos como promessa de ser um dos grandes astros de ação e de artes marciais, Seagal acabou não avançando muito, e hoje continua na ativa fazendo uma porrada de filminhos classe C por ano, a maioria péssimos que todo mundo ignora, produzidos principalmente no Leste Europeu, e também participando de série e reality televisivos. E ainda divide o ofício de atuar (entre todos desta lista não há nenhum ator pior que ele) com o de treinar lutadores (o nosso Anderson Silva é um deles) e de músico. Mesmo que hoje encontre-se absurdamente fora de forma a ponto de prejudicar bastante e tornar patético seu desempenho nas produções que estrela, é inegável a contribuição de Seagal ao gênero de ação, principalmente no final da década de 1980 e boa parte dos anos 1990, o suficiente para torná-lo um dos grandes astros da porradaria.

7. Jean-Claude Van Damme.

Há trinta anos o baixinho belga estourou para o mundo com o clássico do gênero em O Grande Dragão Branco, a ponto de ser comparado com o novo Bruce Lee. A partir de então, fez alguns filmes B, dando uma renovada no gênero de artes marciais, e fazendo surgir um monte de atores-lutadores que pegaram carona no seu estouro (anteriormente fizemos uma lista com alguns deles. Confira!). No comecinho dos anos 1990 chegou ao primeiro time dos astros hollywoodianos, e cheio de moral na época, foi responsável por importar para Hollywood os geniais diretores chineses John Woo, Ringo Lam e Tsui Hark. Tinha tudo para alçar voos mais altos, mas, acabou fazendo algumas merdas fora das telonas, principalmente se metendo com drogas, fazendo sua carreira ter uma queda vertiginosa. Hoje, assim com Seagal - que alguns dizem que é seu desafeto -, também é persona non grata em Hollywood, e sobrevive de filminhos classe C, que ninguém dar a mínima (porém, consideravelmente melhores que o do atual chupeta de baleia, pois, ao menos, Van Damme ainda manda bem nas cenas de ação), e também marcando presença na telinha, num reality e recentemente numa série cancelada logo na primeira temporada. Mas, nada disso apaga o fato de Van Damme ser um dos maiores astros de ação de todos os tempos. Tanto que foi um dos primeiros astros a ser convidado por Stallone para atuar no primeiro Os Mercenários, mas fez a burrice de negar pelo patético motivo de não aceitar perder de Jet Li. Pelo menos em relação a franquia , ele se redimiu ao aceitar fazer vilão e dando um show no filme seguinte.

6. Bruce Willis.

Chegamos ao primeiro membro da tríplice coroa dos reis dos filmes de ação, que só não ocupa a terceira colocação, apenas porque levamos em conta também os astros de filmes de ação B e de artes marciais. Há trinta anos, o carequinha fodão teve sua carreira catapultada ao seleto grupo dos astros hollywoodianos de primeira grandeza, estrelando o clássico fodástico Duro de Matar, onde logo de cara, emplacou um personagem na seletíssima galeria dos personagens mais icônicos da sétima arte.  Contrariando o estilo brucutu indestrutível da época, que tinha em Stallone e Schwarzenegger seus maiores representantes (ambos negaram o convite de estrelar o filme), John McClane é um herói gente como a gente, que se ferra, sangra pra caralho, mas, tão eficiente e fodão quanto os brucutus da época. É bem verdade que, posteriormente, tanto o Willis como o próprio personagem aderiram este esteriótipo. Assim como Lundgren, Willis aceita tudo que é convite, e hoje, oscila sua carreira entre um monte de tranqueiras classe C que todo mundo ignora, e produções mais badaladas como o aguardadíssimo Vidro. Mesmo que trafegue tranquilamente por outros gêneros, Willis sem sombra de dúvida é um dos maiores astros de ação de todos os tempos. 

5. Jackie Chan.

A partir daqui nossa lista chega aos astros podemos considerar também pioneiros e praticamente impossíveis de serem superados. Na labuta desde pirralho, o carismático astro chinês surgiu como astro marcial junto com vários da sua época que tentaram pegar carona no estouro de Bruce Lee. Mas, foi o único que vingou, por ter conseguindo sair da sombra do saudoso mestre, criando estilo próprio e revolucionando os filmes de artes marciais ao colocar humor, e por isso, sendo considerado também por muitos um grande ícone da comédia. Outro ponto marcante que torna Chan o maior astro chinês e do sub-gênero das artes marciais, só ficando ligeiramente atrás de Lee, é um monte de porra-louquice que ele faz em cenas, na grande maioria das vezes não usando dublês, encarando situações perigosíssimas, que quase o fizeram partir desta para melhor por diversas vezes. Com uma das mais extensas filmografias da sétima arte, Jackie Chan continua ainda na ativa, oscilando produções da sua terra natal e hollywoodianas. Indiscutivelmente um grande astro da sétima arte, merecidamente foi homenageado com um Oscar pelo conjunto da sua obra.

4. Chuck Norris.

Ele pode não ter contado até o infinito por duas vezes, nem ter ganho uma aposta com o Superman, fazendo o Homem de Aço usar cueca por cima da calça, mas, tem grandes feitos na vida real, inclusive, sobrevivendo a dois ataques cardíacos seguidos. E não é a toa que ele seja um dos maiores ícones de ação de todos os tempos. Ainda nos anos 1970, Norris praticamente inaugurou os filmes de ação B e por tabela, os filmes de artes marciais ocidentais provando que estes podem se misturar com outros gêneros, e serem bastante lucrativos. Brilhando durante todo os anos 1980, período que foi um dos maiores astros da Cannon, Norris marcou com personagens durões, praticamente indestrutíveis, bons de brigas, que tiram do caminho quem ousa se meter com eles, distribuindo chutes e ponta-pé. Como se não bastasse, o fodão dos fodões, até agora, é o único astro do gênero que se deu bem na telinha com o seriado Walker, Texas Ranger, e que virou fenômeno meme da Internet. Merecidamente aposentado, com direito a uma inesquecível despedida fodástica roubando a cena em Os Mercenários 2, a missão foi dada e foi muto bem cumprida pelo astro.

3. Bruce Lee.

Dispensa apresentação, simplesmente, o maior astro marciais de todos os tempos, com estilo único. Foram apenas quatro filmes, verdadeiras obras-primas que apresentaram ao mundo o sub-gênero das artes marciais, o suficiente para que o saudoso Dragão Chinês se tornasse um ícone imortal, imagem fortalecida com seu falecimento precoce ainda jovem e em pleno auge da sua carreira. Excepcional artista marcial, de quebra, tinha carisma de sobra e era um ótimo ator e coreógrafo. Até hoje, vários seguem a trilha aberta por ele, sendo que nenhum consegue igualá-lo, muito menos superá-lo. Sobe no pódio dos maiores astros de ação de todos os tempos, ficando com o nosso bronze apenas sendo superado pelo duelo dos maiores brucutus oitentistas.

2. Arnold Schwarzenegger.

É unanime que Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger são os maiores ícones do gênero de ação de todos os tempos. A dúvida e discussão intermináveis entre os fãs do gênero é quem é o melhor entre os dois. Sou dos partidários que defendem que Arnoldão tem uma minúscula desvantagem em relação ao amigo e ex-rival de telas. Ambos iniciando suas respectivas carreiras de forma constrangedoramente humilhante no ano de 1970, o detentor de vários títulos no fisiculturismo tinha tudo para ser mais um bombadão que iria ter uma carreira curtinha e medíocre nas telonas, fazendo algumas produções toscas como Hércules ou outro herói mitológico descamisado, e ironicamente estourou desse jeito em Conan, O Bárbaro. Dois anos depois, veio a continuação deste, e também a grande virada do brucutu com o primeiro O Exterminador do Futuro, e no ano seguinte, iniciando a  fodástica rivalidade nas telonas com Comando para Matar, sucedido com um monte de filmaços fodásticos. O brucutu austríaco tem como vantagens em cima do rival e parça, ter no currículo aquele que para a maioria dos fãs do gênero e da crítica é o melhor filme de ação de todos os tempos, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, e também ter se saído bem melhor que o rival nos gêneros ficção científica e comédia. Após um tempo dado na carreira para governar a Califórnia, Arnoldão voltou à ativa em parcerias em quatro filmes do parça, destes, dividindo o estrelato em Rota de Fuga, alguns filmes que não tiveram destaque e voltou a viver o icônico T-800 no controverso O Exterminador do Futuro: Gênesis, personagem que voltará a viver no próximo ano. Sem sombra de dúvida, Arnold Schwarzenegger é um dos maiores ícones de ação de todos os tempos, um título que, assim com os vários que ele ganhou no fisiculturismo, jamais será esquecido.

1. Sylvester Stallone.

De fato, Arnold Schwarzenegger é o fodão dos fodões. Mas, Sylvester Stallone consegue ser o fodão do fodão dos fodões por um pouquinho a mais por ter uma minúscula vantagem sobre ele. E não pense que é opinião de fanboy (o que seria uma absurdo já que sou fã igualmente dos dois, assim como sou dos personagens da Marvel e DC). Poderia mencionar apenas que foi Stallone que criou a franquia Os Mercenários, e reuniu em torno dele os brucutus de várias, incluindo o próprio brucutu austríaco, mas irei além, citando alguns outros fatos constatados. Stallone estourou primeiro com Rocky, Um Lutador, filme que ganhou três Oscar, incluindo melhor filme. O brucutu tem pelo menos quatro personagens (Rocky, Rambo, Cobra e Falcão) na galeria dos personagens ícones não somente do gênero  mas da sétima arte, enquanto que a Arnoldão tem dois (Conan e T-800). Além disso, está a frente de três franquias de sucesso (Rocky, Rambo e Os Mercenários) que somados até agora são quatorze filmes contra duas de Arnoldão (Conan e O Exterminador do Futuro) que somados chega a metade. Por fim, se compararmos diretamente as respectivas filmografias, sem contar os quatro filmes que atuaram juntos, veremos que o eterno Rambo tem pelo menos uns oito filmes muito bons a mais que Arnold, o que acaba pesando bastante no resultado das contribuições ao gênero da porradaria. São essas pequeninas vantagens que fazem de Stallone o maior astro de ação de todos os tempos, com seu parça Schwarzenegger ao lado.

MENÇÕES HONROSAS.

Conhecido  por seus papéis dramáticos, Liam Neeson se reinventou como astro de ação, sendo comparado com Charles Bronson, que por pouco não foi seu colega de empate na lista. Falando em empate que arranca um empate com Neeson na décima primeira colocação, caso nossa lista fosse um Top 20, é Vin Diesel, que encabeça três franquias, sendo uma delas a mais lucrativa da atualidade; Seguidos de perto de outros dois empatados, o queridinho de muitos atualmente, inclusive da galera do Omelete que o elegeu o maior astro de ação, o carismático Keanu Reeves e um dos maiores astros hollywoodianos da realidade, Tom Cruise, ambos trafegando por vários gêneros mas vem se firmando cada vez mais no gênero de ação. Os quatros citados estão em ascensão e com um pé na lista dos maiores astros de ação de todos os tempos, mas Wesley Snipes, após um tempo no xilindró, foi superado por eles, e luta contra o tempo para voltar a figurar entre os maiores (uma volta como Blade numa parceria com a Marvel Studios, dentro do UCM, seria excelente. Não custa sonharmos).

Ainda sobre os veteranos, não podemos esquecer de Kurt Russell que está na labuta desde pirralho nos anos 1960, com uma filmografia extensa, cuja as principais contribuições no gênero de ação se deu graças ao diretor John Carpenter, e assim como Snipes, tem no currículo uma parceria memorável com Sylvester Stallone. Emplacando três personagens na galeria dos mais memoráveis da sétima arte, Harrison Ford foi eleito pela crítica o maior astro de ação do século XX, título que particularmente discordo, mas, sem negar as importantíssimas contribuições do eterno Han Solo e Indiana Jones ao gênero. Aposto que você estava me xingando por ainda não ter mencionado Nicolas Cage, que virou referência no gênero de ação a ponto de ser uma das ausências mais sentidas na franquia Os Mercenários. Com carisma para dar e vender que o torna, junto com Tom Cruise, um dos maiores astros da atualidade, Dwayne Johnson tem tudo para avançar ainda mais posições em nossa lista e ser um dos grandes ícones do gêneros; assim como Donnie Yen, que após anos de carreira, incluindo sendo vilão em filmes de Jackie Chan e Jet Li, chegou ao estrelato, sendo o artista oriental mais próximo de ser o sucessor dos seus compatriotas icônicos; e Scott Adkins, fã do Van Damme que virou parceirão dele em várias produções, incluindo em Os Mercenários 2, um lutador tão bom quanto ele, com potencial para ser um dos grandes astros marciais da atualidade.

Fechando nosso praticamente Top 20 dos maiores astros de ação temos o atualmente sumidão Michael Dudikoff, que na segunda metade dos anos 1980 e nos anos 1990, foi um astro de filmes de ação B, sendo ao lado de Chuck Norris e Charles Bronson, um dos grandes astros da saudosa Cannon, graças aos dois primeiros filmes da franquia American Ninja.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.