quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

RECORDAR É REVER: A MENINA DO LADO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

A Menina do Lado.
Produção brasileira de 1987.

Direção: Alberto Salvá.

Elenco: Reginaldo Farias, Flávia Monteiro, Débora Duarte, Sérgio Mamberti, Tânia Scher, Johnny Herbert, Adriano Reis, entre outros.

Blogueiro assistiu no extinto Cinema São Luiz (Maceió) e no notebook.

Cotação

Nota: 3,5.  

Sinopse: Mauro (Faria) é um renomado jornalista quarentão, que aluga e se isola uma casa de praia em Búzios para escrever um livro. Um belo dia, ele conhece Alice (Monteiro), ninfetinha de quatorze aninhos bem liberal, sua vizinha. Eles iniciam uma amizade, mas logo, Mauro acaba se entregando aos encantos dela, e os dois passam a viver um inusitado caso de amor.

Comentários: Filme trazendo uma história de amor entre um coroa e uma ninfetinha de quatorze anos, que é interpretada por um atriz que tem a mesma idade da personagem, que fica peladona e faz cenas de sexo com o tiozão. Um filme assim seria impossível de ser realizado nesses tempos chatos do politicamente correto que vivemos hoje (tanto que quando é exibido no Canal Brasil, as tais cenas são cortadas impiedosamente na maior cara lisa, assim como a de beijo e uma onde o coroa agredi fisicamente a ninfetinha quando ela o provoca, dizendo que deu para um médico bem mais novo que ele). Mas, para os saudosos e totalmente sem noção anos 1980, isso era fichinha, e o nosso cinema nacional acabou tendo a sua versão de Lolita. Lembro-me como hoje a minha empolgação e dos meus colegas, na época com apenas com dois a três anos mais novos que a protagonista, em assistir esse filme logo na estreia, e de como adoramos o filme. E não somente por ver uma menina da nossa idade ao natural (algo tão comum para os adolescentes de hoje e na vida real mesmo nos WhatsApp da vida) mas pelos momentos escatologicamente toscos que o filme trazia, com direito a memoráveis hilárias pérolas do tipo "Casamento quando gruda é igual a nó de pentelho!", "Você está trepando com uma menina de quatorze anos!" e "Mauro, me ajuda a fazer cocô!".

Hoje, com senso crítico consideravelmente mais amadurecido, resolvi baixar e rever o filme, e constatei que A Menina do Lado é um filme  pior do que eu lembrava. O roteiro é fraco, que traz uma história rasa sem aprofundamento nenhum, que beira ao surreal (uma menina de quatorze anos passando um tempo sozinha numa casa de praia, os personagens adultos tão ou até mais abestalhados que ela, sem falar no fato que apenas um personagem questiona e percebe o absurdo do caso do tiozão com ela) e um romance insosso que não convence a ninguém. Realmente, trata-se de um daqueles filminhos que de tão ruins conseguem divertir, provocando inevitáveis gargalhadas. Pérola tosca que tornou-se um clássico do nosso cinema que vale apenas pela curiosidade de conferir como os anos 1980 era tão sem pudor e menos afrescalhado que hoje, isso se você conseguir achar uma cópia do filme sem está retalhada.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano. 

Na falta do trailer, vai o filme mutilado mesmo.

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