sexta-feira, 7 de outubro de 2016

TOP 10: REMAKES TÃO BONS QUANTO OS ORIGINAIS.

Fato número 1: não existe algo mais desnecessário do que um remake; Fato número 2: desde dos primórdios da sétima arte que as refilmagens são feitas; Fato número 3: a maioria dos remakes levam uma surra dos originais, raros são tão bons quanto os originais e raríssimos são os que superam. Pois é, mesmo com essa raridade, não é que este blogueiro queimou neurônios para elaborar esta lista das refilmagens que são tão boas (quatro delas até melhores) que os originais? Tive que utilizar alguns critérios para elaborar esta lista. O primeiro, obviamente, que eu tenha assistido, original e remake, o que já enxugou bastante a nossa lista, eliminando filmaços como os clássicos Os Dez Mandamentos, Ben-Hur, (o recente também ficou de fora) Rei dos Reis, Cleópatra e o fodástico Os Infiltrados. Ficando ainda uma penca de filmes, utilizei o critério das refilmagens serem de um filme original, não uma nova adaptação de uma obra literária ou dos quadrinhos, que enxugou ainda mais a nossa lista com a exclusão de mais uma penca de filmaços. Por fim, que estejam ainda na minha memória, originais e remakes, o que eliminou, por exemplo, A Mosca e Fúria de Titãs., por não lembra dos seus respectivos filmes originais. Vale lembrar que esta lista não é dos melhores remakes da história do cinema, muito menos a ordem aqui exposta é de um filme ser melhor do que outro, mas, simplesmente da refilmagem ser tão boa que o original. Provavelmente, deve ser a lista que haja mais discordância, já que parte dos filmes aqui expostos, são malhadíssimos pela crítica e pelo público, e esquecíveis por boa parte destes. Enfim, antes que chegue mais uma penca de refilmagens, vamos ao nosso Top 10 de hoje.



Já começo polemizando com tudo. Com toda sinceridade, quem foi o imbecil que achou que um clássico consideravelmente recente, um puta filmaço divertidíssimo, merecia ser refilmado? Indiscutivelmente, O Vingador do Futuro é um filmaço insuperável. Tem Arnoldão em um dos seus melhores filmes, Sharon Stone no auge de sua beleza e gostosura roubando a cena como a vilã, vilões fodásticos,  marte, quenga mutante com três peitos, mutante com uma vagina no meio da testa, etc e tal. Tudo isso com o toque de midas do mestre Paul Verhoven. Mas, enfim, refilmaram, e particularmente não acho que a nova versão seja tão ruim assim. Estrelada pelo pé-frio de remakes e adaptações, Colin Farrell, o filme é uma ficção legal, que só mantém a premissa do original. É bem verdade que no confronto direto com o original, a refilmagem apanha por nocaute no primeiro round. Mas, também é verdade que aqui é mais um daqueles casos que devemos evitar o inevitável que são as comparações com o original, já que tratam-se de dois filmes totalmente diferentes, tendo em comum apenas a premissa do cara que vai fazer uma viagem mental e acaba descobrindo que ele não é ele. 



Sai Rutger Hauer, entra Sean Bean, ou seja, troca-se seis por meia dúzia, já que ambos são grandes atores, que mandam muito bem quando interpretam vilões. O original leva uma ligeira vantagem por Hauer ser um pouquinho mais assustador que Bean. Mas, a refilmagem, que teve produção de Michael Bay, não faz feio. No caso aqui, leva só uns tapinhas do original.


 

Empate entra as refilmagens de dois clássicos fodásticos do gênero de ficção, insuperáveis até hoje, que não havia necessidade de serem refeitos, afinal tanto Planeta dos Macacos como RoboCop - O Policial do Futuro, são filmaços perfeitos. Obviamente que as refilmagens tinham tudo para serem duas bombas, mas, nos dois casos, os produtores foram espertos ao escalarem dois mestres da sétima arte para darem suas versões dos clássicos intocáveis: Tim Burton e o nosso José Padilha. Ambos os filmes, principalmente, a versão de Burton, figuram na lista dos piores remakes de todos os tempos, o que eu discordo totalmente. É bem verdade que os originais são superiores, mas, as versões dos mestres não fizeram feio, são dois casos de filmes que devemos evitar as inevitáveis comparações com os originais, já tratam-se de filmes totalmente diferentes, que apenas aproveitam as suas respectivas histórias.

7. The Birdcage - A Gaiola das Loucas.


Temos aqui um empate técnico entre original e refilmagem, com o primeiro levando uma ligeirinha vantagem. A Gaiola das Loucas é um sucesso de crítica e de público pelos palcos mundo a fora, inclusive no Brasil, onde ganhou várias montagens. A primeira versão para as telonas, uma produção franco-italiana de 1978, é hilária, fez enorme sucesso e ganhou duas desnecessárias e fraquinhas continuações. A versão hollywoodiana, diga-se de passagem considerável tardia, simplesmente se limitou a copiar praticamente o filme original, sem nenhuma novidade. Mas, a refilmagem tem a sorte de contar com um elenco excepcional formado pelo saudoso Robin Williams e Nathan Lane, como o casal protagonista homoafetivo, e Gene Hackman e Diane Wiest, como o casal conservador. É menos engraçado que o original, mas, a refilmagem é salva pelo elenco.



Outro empate técnico na nossa lista entre original e refilmagem. É mais um caso de dois filmes que contam a mesma história, só que duas versões distintas, a começar pelo esporte (sai o karatê meia-boca do original entra o kung-fu bem coreografado), passando pela idades dos personagens centrais (no original é um adolescente frangote, enquanto que no remake, é um pirralho mala, metidinho a merda) e local (sai States, entra uma China, onde todos falam fluentemente o inglês). Ambos os filmes levam vantagens e desvantagens nas comparações entre eles, com o original ligeiramente se sobressaindo, afinal, estamos falando de um clássico oitentista insuperável. Mas, o remake não fez feio e consegue ser tão divertido e empolgante que o original. Pode isso acontecer? Never say never.



Temos agora um empate pra valer mesmo. São dois filmaços engraçadíssimos, divertidos, estrelados por dois geniais humoristas. Se no original, temos o ícone Jerry Lewis, hilário, fazendo caras e bocas, bem espontâneo e natural, na refilmagem temos Eddie Murphy, também hilário, se desdobrando em vários personagens, debaixo de quilos de maquiagem. Indiscutivelmente, dois filmaços divertidíssimos, incomparáveis, insuperáveis, melhores do gênero da comédia. Ao contrário de Colin Farrell, Murphy é pé-quente para refilmagens, já que Dr. Dolittle fez um enorme sucesso, ganhou quatro continuações (só uma com o astro), e muita gente da crítica e do público, afirma que é superior ao original.



Sai a cara de poucos amigos do saudoso Charles Bronson entra a porra-louquice de Jason Statham, ou seja, outra troca de seis por meia dúzia. Dois ícones do gênero de ação e um mesmo personagem: o fodão assassino de aluguel Arthur Bishop, que tem a frieza de mandar para a terra do pé-junto seu melhor amigo, e ainda aceita como pupilo no ofício o filho do finado. Se pouca gente lembra da versão original estrelada por Bronson, que aliás, é muito boa, a recente com Statham se deu melhor nas bilheterias, com direito a ganhar uma continuação, que estreou ontem nos cinemas brasileiros. Na comparação direta, a refilmagem consegue o feito de ser melhor que o original, já que este tem um ritmo bem mais lento que a versão frenética a la Statham. O carequinha fodão é pé-quente em remakes, já que marcou presença também em Uma Saída de Mestre e no filme que garante o nosso bronze.



Corrida da Morte - Ano 2000 é um trashão de décima quinta categoria, produzido pelo mestre Roger Corman, que de tão tosco acaba sendo divertido, engraçadíssimo, melhor do que realmente é, que hoje só é lembrando pela presença do saudoso David Carradine e, principalmente, de Sylvester Stallone, antes do estouro. Já a versão Statham é um filmaço de ação descerebrado, em ritmo frenético, com um tom sombrio. São dois filmes totalmente diferentes em tudo (praticamente nada foi mantido do original, de tal maneira, que só sabemos que é uma refilmagem porque foi anunciado), logo, impossível de serem comparados. Mas, se você é teimoso e ainda quer comparar, então, o remake atropela com tudo o original. Ao contrário do original, ganhou duas continuações (na verdade, prequels) inferiores, sem o pouca-telha fodão no elenco, lançadas diretamente em home vídeo.



Indiscutivelmente, Sete Homens e Um Destino é um clássico do gênero do western e da sétima arte, um daqueles filmes intocáveis. Curiosamente, o mesmo na verdade é uma refilmagem que consegue a proeza de ser considerado pela crítica como superior ao original. Se é difícil um remake superar o original, imagina o remake do remake. Mas, a nova versão, dirigida pelo competente Antoine Fuqua consegue a proeza de ganhar o duelo contra o original. Ainda é cedo para dizer se conseguirá ser tão marcante quanto o original, já que o filme está fresquinho, ainda em cartaz nos cinemas, mas, já garante a prata na nossa lista. 

1. Três Solteirões e Um Bebê.


Muita gente não sabe, mas, uma das comédias oitentistas campeãs de bilheterias é uma refilmagem de uma comédia francesa. Em 1985, Três Homens e um Bebê arrebentou nas bilheterias francesas, chamando atenção dos produtores hollywoodianos, que trataram logo de engatar a versão estrelada pelos impagáveis Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson. O resultado foi um sucesso ainda mais estrondoso que o original, um filme inesquecível e divertido. Já a versão original francesa, é um filminho bonitinho, engraçadinho, mas, esquecidão. Ambos os filmes ganharam desnecessárias e esquecíveis continuações. Curiosamente, por aqui, houve um troca-troca de títulos quando lançados em home vídeo, já que os picaretas dos distribuidores lançaram em VHS, a versão original com o título da versão hollywoodiana, obrigando os distribuidores deste último, a lançarem com o título que o original. Enfim, temos aqui um raríssimo caso de um filme original levar uma surra da sua refilmagem, garantindo o primeiríssimo lugar na nossa lista.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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