segunda-feira, 7 de junho de 2010

RECONTANDO AS MESMAS HISTÓRIAS DE FORMA DIFERENTE.

Este ano Hollywood está refilmando várias histórias. Falta de criatividade? A primeira vista sim. Mas ao observamos com mais cuidado, veremos que não é bem assim. Quatro filmes, que assistir a pouco tempo, têm em comum, além de ser grandes sucessos de bilheterias e filmes caríssimos que abusam dos efeitos especiais, é justamente o fato dos quatro contarem a mesma história de forma diferente.

O primeiro que eu assistir da safra 2010 de remakes foi Alice no País das Maravilhas, do diretor Tim Burton, já conhecido pelo seus filmes com tom obscuro e histórias malucas com personagens mais pirados ainda. Para refilmar Alice não teria diretor mais perfeito. A novidade sem dúvida é a história. Ao contrário que muitos pensavam, Alice não é a garotinha que se aventura pela primeira vez no País que devia se chamado "País das Maluquices", mas uma jovem de 19 anos, prestes a contrair um matrimônio arranjado com um seboso mauricinho. Na verdade o título do filme deveria se chamar "Alice DE VOLTA AO País das Maravilhas". Mas o diretor e os produtores hollywoodianos preferiram manter o título do grande sucesso do cinema e da literatura, correndo o risco de fustrar os fãs de ambos os formatos.
Infelizmente, assistir a versão dublada e só ficou memorável para mim a chatíssima frase "Corte a cabeça!" dita repertinamente pela dubladora da Rainha de Copas. Mesmo dublado e com muita maquiagem, deu para perceber que ela foi bem interpretada por Helena Bonham Carter, ao contrário da sua irmã Rainha Branca, interpretada (se é que podemos chamar assim), de forma robótica, ridícula e sem sal por Anne Hathaway. Percebi também que Jonnhy Deep, interpretou da mesma forma afetada de sempre, o que tornaria o Rambo um Bambi, graças aos trejeitos exagerados e caricatos do talentoso ator. Chapeleiro Louco caiu como uma luva para um ator tão acostumado a interpretar tipos esquisitos.
A falha mais grosseira de Alice sem dúvida foi o pouco uso do recurso 3D, o que decepcionou um pouco. Mas que conseguiu superar, neste quesito, Fúria de Titãs, onde praticamente não se percebe esta tecnologia.
Enfim, com erros e acertos, Alice é um filme bom e divertido que podemos assistir em família.

O segundo foi o remake do clássico do terror dos anos 80 e um dos filmes mais assíduo da extinta Sessão das Dez do SBT, A Hora do Pesadelo. O roteiro muito interessante, mesclando cenas do original refeitas (numa clara homenagem ao original), com fatos e personagens ineditos. Se comparar com o original perde feio, até porque tiraram o carismático ator de todos os filmes anteriores Robert Englund e deram o papel do vilão-protagonista para um desconhecido, sem graça e sem talento nenhum. Isso sem falar que a maquiagem do personagem Freddy Krueger estava ridícula, não assustando ninguém, que nem mesmo os tradicionais "Alaursos" dos carnavais aqui em Alagoas, usaria. Para quem curte filme de terror é um ótimo filme, evitando comparar com o original de Wes Craven. Nota 8,5.
O outro filme desta onda de remake, e na minha opinião o melhor e mais criativo e original dos quatro, é Robin Hood, do grande diretor hollywoodiano, Ridley Scott. Confeso que não esperava grande coisa deste filme, até porque não gosto muito do chatérrimo e metido a merda, Russel Crowe. Mas fui supreendido com um excelente filme, como ótimas interpretações e um roteiro muito criativo e empolgante, já que, ao contrário de contar a tão manjada história do herói que rouba dos ricos para dar aos pobres, narra um Robin mais humano, sério, envolvido com causas políticas, antes de se tornar o lendário herói. As cenas de batalha recorda muito o grande filme Coração Valente, de Mel Gibson, mas não tira o mérito de Robin Hood ser um excelente, criativo e empolgante filme. Nota 8,5.

Por fim, Fúria de Titãs, refilmagem de um clássico tosco da antiga e saudosa Sessão da Tarde. Muitos efeitos especiais, mas o 3d é praticamente nulo, pois não percebemos a diferença entre assisti-lo neste formato e convencional. De fato, foi a maior decepção deste filme, já que a divulgação exaltava que "A fúria começa em 3D." Devia ter sido completado com a frase: "3D???? Aonde????"
O filme tem um roteiro mediano, com muita ação, mas com diálogos e coerência na história que deixaram a desejar, principalmente na cena de encontro dos talentosos Liam Neeson e Ralph Fiennes, respectivamente protagonista e antogonista de A Lista de Schindler, e o clímax , onde a tão esperada luta de Perseu contra o deus Hades, assassino de sua família, resumiu-se em apenas um golpe. Fora isso, também achei um bom e divertido filme, que também nos levar a reflexão e comparação com a nossa fé. Falarei mais deste filme, num artigo que escreverei comparado a mitologia grega com o Cristianismo.

Bem, a onda de remake não para. Esta semana estreia Esquadrão Classe A, versão para o cinema do famoso seriado dos anos 80, que alavancou a audiência do SBT. Em agosto, chega Karatê Kid, onde os produtores teimam em chamá-lo asssim, já que o filme, estrelado pelo filho do Will Smith, coloca o protagonista na China, aprendendo Kung-fu com o mestre Han, interpretado pelo grande ator e lutador Jackie Chan, ao invés de aprender Karatê, na ensolarada Califórnia, com o inesquecível Sr. Miyagi, interpretado magistralmente pelo saudoso Pat Morita. O ideal seria chamar o filme Kung Fu Kid, mas como os gananciosos e muitas vezes burros produtores hollywoodianos preferem o título original, será inevitável a comparação com o original outro clássico da saudosa Sessão da Tarde, o que correrá o grande risco de tornar esta versão um grande fiasco.

Falta de criatividade ou recontar a história de forma criativa? A dúvida permanece e não serei eu, um simples cinéfilo a esclarecê-la. Cabe a cada um analisar cuidadosamente cada um destes e outros filmes que foram e virão a ser refilmados.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

2 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Obrigado, parceiro! Bondade sua! Tô longe disso! Sou apenas um cinéfilo apaixonado.

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  2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKK... Obrigado, parceiro! Bondade sua! Tô longe disso! Sou apenas um cinéfilo apaixonado.

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