sexta-feira, 7 de outubro de 2022

DO MENOR PARA O MELHOR: DIDI E DEDÉ - UM DUPLA DE TRAPALHÕES.

Na semana passada, os impagáveis Renato Aragão e Dedé Santana emocionaram e empolgaram os fãs com um reencontro registrado em vídeo. Na publicação deste no Instagram no dia 29 de setembro, a eterna dupla de trapalhões, Renato avisou que "vem novidade por aí!", nos deixando ansiosos para saber qual será o projeto que trará de volta da parceria dos octogenários humoristas. Enquanto não sabemos ainda do que se trata, revisitei a filmografia e elaborei a lista do pior para o melhor filme em que atuaram juntos. Como o foco é na dupla, deixei de fora os filmes que contam com a presença de pelo menos um dos saudosos trapalhões falecidos, Mussum e Zacarias, assim como os programas televisivos, já que boa parte deles, principalmente os antigos, não estão disponíveis para conferimos. Enfim, mais rápida que uma trapalhada da inesquecível dupla, vamos a nossa lista.

14. A Ilha dos Paqueras.

Segurando a lanterna na nossa lista um filme que não é nada do que é prometido. Não é uma pornochanchada que aparenta pela sua premissa safadinha e também por ser dirigida pelo especialista do subgênero Fauzi Mansur. Muito menos é uma comédia abestalhada engraçada típica dos Trapa. Nada funciona nesse filme, onde a dupla trabalha num navio e fica "tinindo" quando passageiras gostosonas embarcam numa viagem com eles. É tão ruim que sempre é lembrado quando elaboram a lista dos piores filmes brasileiros de todos os tempos, algo que é merecidíssimo.

13. Didi e o Segredo dos Anjos.

Dando um considerável salto no tempo, chegamos a esta bomba televisiva, que praticamente ninguém lembra, mesmo tendo um elenco estrelar, que vai do veterano ator Lima Duarte à cantora Anitta, cumprindo a cota de celebridade que não sabe atuar. Dedé até está ligeiramente fora da zona de conforto com um personagem que até arranca tímidas risadinhas. Ao contrário do parça, que aqui é mais do mesmo, claramente cansado dessa merda toda. A porrada de roteiristas deste telefilme da poderosa Rede Globo acaba sendo o coroamento de bosta entregue aqui.

12. Didi, O Peregrino.

Outro telefilme global ruim que ninguém lembra. Marcando o retorno da parceria após quatorze anos, o roteiro preguiçoso recheado até o talo consegue a proeza de entediar à enésima potência, mesmo só tendo uma hora de duração. Tão ruim quanto o citado anteriormente, tem uma minúscula vantagem apenas pelo fofinho cãozinho Pitomba, que rouba a cena e consegue ter carisma e uma atuação shakespeareana em comparação a Anitta.

11. Aladim e a Lâmpada Maravilhosa.

Voltando a viajar no tempo, voltamos a primeira metade dos anos 1970, dos tempos em que os Trapalhões ainda se resumia a dupla. Segundo filme seguido que adapta um conto do clássico As Mil e uma Noites, que como sabemos só é utilizado como base para um filme da trupe, o grande problema deste fenômeno que levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas está justamente no roteiro fraquinho, que acaba atrapalhando bastante o resultado. Felizmente, não chega ser uma bomba como os três comentados anteriormente, e ao contrário deste, cumpre direitinho sua missão de divertir.

10. Simão, O Fantasma Trapalhão.

Entrando no nosso Top 10, temos uma melhora significativa. Marcando o segundo filme da retomada da dupla após o hiato nas telonas com o falecimento do Mussum, Simão, O Fantasma Bundão... Ops! Digo, Trapalhão, é um filminho bobinho, infantilizado, que cumpre direitinho sua função de divertir. sem exigir uma queimada de neurônios para nós, sendo inclusive o melhor da "Trilogia Didi Mocó encara fantasmas".  Apesar disso, e do Dedé ter considerável maior tempo de tela em comparação ao filme lançado no ano anterior, fica bem atrás no nosso rankin por não ser tão bom quanto.

9. Robin Hood, O Trapalhão da Floresta.

O primeiro dos dois filmes que a dupla lançou naquele ano de 1974 (algo que poucos anos depois viraria tradição da trupe) faz uma criativa e interessante adaptação da lendária inglesa para o interior tupiniquim. A crítica chata torceu o nariz, mas o público amou lotando os cinemas, com um milhão e cacetada de expectadores. É bem verdade que poderia ser bem melhor, mas, felizmente é um bom filme que diverte bastante.

8. Simbad, O Marujo Trapalhão.

Lançado no ano seguinte ao antecessor da nossa lista, este filme leva uma pequena vantagem em relação a ele. É tão bobinho quanto e consegue ser ligeiramente mais divertido. Costumeiro vilão nos filmes e várias enquetes do icônico programa televisivo o saudoso e impagável Carlos Kurt tem aqui um dos papéis mais marcantes numa produção do grupo e também de sua carreira. 

7. O Trapalhão e a Luz Azul.

Provavelmente o filme mais subestimado da nossa lista. Terceiro filme da retomado após o fim do grupo e o último dos parceiros nas telonas por um longo tempo, esta produção caprichada tenta sair do lugar comum, e até certo ponto tem êxito, em especial, ao colocar o Dedé como o vilão. Provavelmente, o público não curtiu muito a premissa e o filme deve ter flopado nas bilheterias a ponto de Renato ter se afastado das telonas por quatro anos. Poderia ter sido um filme bem melhor? Com certeza! Mas também não faz feio, por isso mesmo, vale a pena ser descoberto.

6. O Noviço Rebelde.

Após um hiato de seis anos do último filme da trupe, Renato e Dedé voltam às telonas com este filme que fez um enorme sucesso. Contando com a presença de peso de Patrícia Pillar e Tony Ramos, o filme é muito divertido, inclusive superando alguns clássicos do quarteto. Infelizmente, os parças só atuam juntos no começo e no final. Algo que acaba sendo um dos poucos tropeços do filme que, de tão bom, figura num lugar privilegiado na nossa lista.

5. A Pedra do Tesouro.

Mesmo com uma batalha tão desleal, afinal, temos aqui um curtíssimo filminho de oito minutos, o debute oficial da dupla trapalhona nas telonas deixou para trás muitos longas clássicos deles e conseguiu esta honrosa posição. A curta duração e ser mudo não atrapalharam esse filminho que nos deixa com um sorriso de orelha a orelha com a dupla em perfeito entrosamento e comicidade. Um começo e tanto da parceria nas telonas. 

4. Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo à Hollywood.

Do debute saltamos no tempo para a despedida (até agora) nas telonas da dupla impagável. Quase vinte anos após seu último encontro nas telonas, Didi e Dedé voltam a trabalhar nessa tardia (e convenhamos, desnecessária) continuação do clássico Os Saltimbancos Trapalhões, simplesmente o único filme do quarteto a figurar na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Apesar dos furos absurdos no roteiro, temos aqui uma singela homenagem ao clássico e um emocionante agradecimento da dupla a nós do público, que fizeram dos Trapalhões o maior fenômeno da cultura brasileira. Nós é que somos eternamente gratos.

3. Ali Babá e os 40 Ladrões.

Abrindo o nosso pódio, o filme percursor das adaptações de um clássico literário pela trupe. E como uma adaptação da obra original só serve de inspiração para que a trama rolezinho no Brasil contemporâneo. Mesmo com furos no roteiro (algo costumeiro nos filmes dos Trapa e solos do Renato), o filme é muito divertido, com a dupla tirando gargalhadas de nós sem muito esforço.

2. Na Onda do Iê-Iê-Iê.

Primeiro longa do Renato e da dupla, a comédia musical é um verdadeiro registro histórico com a porrada de artistas ilustres como Sílvio César, Clara Nunes, Chacrinha, Wilson Simonal, entre outros, marcando presença no filme. Recheado de números musicais, Didi e Dedé simplesmente brilham com o típico de humor que marcou sua carreira e do quarteto. Disparado fica com a nossa prata, mas, praticamente empatado com o nosso primeiríssimo lugar.

1. O Trapalhão na Ilha do Tesouro.

Sou suspeito para falar deste filme, que marcou demais minha infância pelas inúmeras exibições na televisão. Como de costume, um clássico da literatura serve de inspiração para um filme divertidíssimo, onde a porradaria rola solta ao som de uma deliciosa trilha chiclete, que de tão empolgante, despertar em nós em sair na porrada de brincadeira com os piratas. Simplesmente, o mais fodástico filme dos Trapalhões, e por tabela, o melhor da dupla Didi e Dedé.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano, grato a Renato Aragão e Dedé Santana por fazer nossa vida mais felizes e ansioso para o novo projeto da dupla de Trapalhões.

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