Filmes.
Recordar é rever: Curtindo a Vida Adoidado.
Na última quinta a noite, um vídeo de apenas 10 segundos lançado na net deixaram os fãs do clássico oitentista e da saudosa Sessão da Tarde, Curtindo a Vida Adoidado, esperançosos. Nele, o protagonista deste filmaço, Matthew Broderick, aparece como Ferris Bueller, seu personagem mais famoso, dizendo: "Como poderia trabalhar em um dia como o de hoje". Na sequência, ouvimos um trecho da música "Oh Yeah" - tema do original - e vemos a data 5 de fevereiro de 2012, "coincidentemente" data do tradicionalíssimo Super Bowl, a final da liga de futebol americano, onde o país praticamente para. Foi o suficiente para levantar rumores eufóricos que o clássico oitentista, dirigido pelo saudoso John Hughes, ganharia uma continuação nesta data. Particularmente, acho que está na cara que tudo não passa de uma criativa peça publicitária, onde Broderick nos brinda, mesmo que seja por pouquíssimos segundos, como o personagem que fez a alegria da infância e adolescência de muito gente, principalmente nós brasileiros, em especial este blogueiro. Rumores esperançosos a parte, aproveito a ocasião para fazer meus comentários sobre este filmaço que, mesmo sendo exibido exaustivamente, hoje faz uma tremenda falta na programação das TVs brasileiras.
Curtindo a Vida Adoidado conta um dia na vida de Ferris Bueller (tradução literal do título original do filme), um adolescente gaiato que bem que poderia ser brasileiro por causa de sua esperteza e malandragem. Com criatividade, o carinha põe em prática um plano mirabolante só para matar aula, arrastando para a farra sua linda namorada Sloane (a gatíssima e talentosa Mia Sara, infelizmente, hoje sumida) e o figuraça amigo introvertido Cameron (Alan Ruck, ótimo). Na maior cara de pau, Bueller consegue enganar todo mundo, exceto o figuraça diretor de sua escola (o impagável Jeffrey Jones que anos depois, infelizmente, estragou sua carreira num escândalo de pedofilia) e sua irmã mala sem alça Jean (Jennifer Grey, em sua melhor atuação, superando até mesmo seu protagonismo em Dirty Dancing, outro clássico oitentista), que farão de tudo para desmascará-lo.
O filme é uma divertídissima comédia, que tem um roteiro excepcional e criativo, que não se leva a sério em nenhum momento. Em vários momentos do filme, Bueller vira-se para nós e conversa numa boa conosco, uma sacada bastante criativa do filme. Evidente que o roteiro excepcional só ganhou proporções de torna um filme, sem exagero nenhum, uma verdadeira obra prima, graças ao seu elenco afiadíssimo, principalmente ao carisma de Broderick, que dar um show e arrebenta com a melhor e mais inesquecível atuação de sua carreira.
Sem falar na brilhante direção de Hughes, que nos deixou cedo mas sem antes nos presentear com clássicos teen oitentista (em breve farei uma retrospectiva da carreira deste saudoso diretor), que em Curtindo a Vida Adoidado nos brinda com inesquecíveis e impagáveis sequências, com destaque para a famosa e já clássica cena onde Bueller arrebenta com uma parada e bota todo mundo para dançar, ao som de Twist and Shout dos Beatles. Outra sequência que merece destaque é da pequena participação do impagável Charlie Sheen, como um jovem deliquente, num diálogo tosco mas hilário com Jean, de Jennifer Grey.
Com um roteiro muito bem escrito, atuações excepcionais e sequências inesquecíveis, Curtindo a Vida Adoidado é um filmaço nota 10,0, que é uma verdadeira obra prima pop. Um clássico oitentista que não envelheceu com o tempo e continua divertindo várias gerações (mais uma vez, lamento e quero deixar registrado a minha indignação com os programadores nacionais pelo desrespeito com esta pequena obra prima). Save Ferris!
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.