terça-feira, 17 de janeiro de 2012

DOIS FILMAÇOS PERDIDOS NO FINAL DA MADRUGADA.

Filmes.
Dois filmaços perdidos no final da madrugada.

Nesta madrugada, zapeando pelos canais fui supreendido com mais uma eventual liberação do sinal do canal Max HD. A supresa ainda foi maior, já que logo após o horrível A Fogueira das Vaidades, filminho tosco de merecido fracasso, estrelado por Tom Hanks, Melanie Grifith e Bruce Wills, dois filmaços das antigas, de épocas diferentes, foram exibidos, aos  quais passo a comentar a partir de agora.

Para quem não sabe ou não lembra, o prestigiado ator e diretor Clint Eastwood, antes de nos presentear com algumas obras primas fazia esta jornada dupla nos filmes de ação que estrelava. Caso do empolgante Impacto Fulminante, produção de 1983, quarta e penúltima aventura do mítico policial de São Francisco, Dirty Harry, que com seus métodos controvérsios, porém, eficazes, detona com a bandidagem. Cansados de tanta polêmica e para acalmar os ânimos mais exaltados, seus superiores o enviam para a um ensolarado balneário californiano, para tentar encontrar alguma ligação com um misterioso crime que mandou para terra do pé junto, um carinha com um tiro nos bagos. Lá, ele conhece a artista plástica Jennifer Spencer (Sondra Locke, na época esposa de Eastwood), uma mulher que após ser violentada, junto com a irmã, por um grupo de tarados, resolve eliminar um por um, começando pela tal vítima com os cunhões estourados no começo do filme.

O filme tem um bom roteiro e um ritmo eletrizante, principalmente nas tramas paralelas (a sequência onde Dirty Harry encara a bandidagem na lanchonete onde ele costuma tomar o seu café da manhã, com direito a dizer sua mais célebre frase, é marcante). Eastwood tem ótima atuação tanto como ator, onde demonstra está bem a vontade no personagem, como diretor, nos presenteando com ótimas sequências de ação. Apesar de não ser o melhor filme da franquia, Impacto Fulminante é um filmaço de ação que não envelheceu com o tempo. Um clássico do cinemão de ação que já mostrava o talento duplo de Eastwood. Para ser visto e revisto sem se tornar chato. Nota 8,0.


Depois da bandidagem ser ferrar com os tiros certeiros de Dirty Harry e da vingativa Jennifer, foi a vez da emissora por assinatura resgatar o excelente supense A Rede, produção de 1995, estrelada por Sandra Bullock, após o estouro de Velocidade Máxima.  A linda e talentosa atriz interpreta a pacata Angela Bennet, uma especialista em corrigir sistemas de informática, que passa por poucas e  boas, quando recebe um disquete que revela graves segredos de pessoas poderosas e passa a ser perseguida impiedosamente, algo que numa sociedade informatizada como a nossa pode detornar para sempre com uma pessoa. Sem identidade e tida como bandida foragida, a jovem tem que correr contra o tempo para salvar a sua pele e ainda recuperar a sua identidade. Um suspense eletrizante na dosagem certa, com um ritmo frenético, um roteiro muito bem escrito e repleto de reviravoltas, que prende a nossa atenção do começo ao fim, e ótimas atuações.

Bullock mostra aqui que tem cacife e carisma para estrelar uma produção, num dos primeiros filmes como protagonista. Seus  colegas de elenco, boa parte ilustres desconhecidos, não ficam atrás e nos brindam com atuações razoáveis. Injustamente sumido da programação das emissoras naicionais, A Rede é um filamço que merece ser descoberto, visto e revisto. Um dos melhores filmes estrelados por Sandra Bullock, com ação e suspense na medida certa. Imperdível. Nota 9,5.


Curiosamente, exatos onze anos após a sua produção, este filmaço eletrizante  ganhou uma continuação horrenda lançada diretamente em home vídeo, A Rede 2.0, onde a esforçada e lindinha atriz televisiva Nikki Deloach, interpreta Hope Cassidy, outra especialista em computadores que ver sua vida virar pelo averso, após o trampo dos sonhos ir por água abaixo, e se metendo na mesma roubada que a personagem de Bullock no filme original, fugindo dos misteriosos perseguidores pelas ruas de Istambul. Este sim, um filme que merece o ostracismo, já que é uma merda tão grande que está entre as piores continuações de todos os tempos, que praticamente repete a mesma trama do filme original, mas sem o mesmo brilho, numa produção classe "z". Um lixo nota que só recebe nota 0,5 pelo esforço da lindinha protagonista. Em síntese, uma bosta que deve ser ignorada e totalmente esquecida.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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