sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O LADO PODRE DA POLÍTICA EM DOSE DUPLA.

Filmes.
O lado podre da política em dose dupla.

De ontem para hoje, assistir dois filmes interessantes, ambos tendo a palavra "poder" no seu título, onde cada mostra que a podridão da politicagem não é  exclusividade de nós brasileiros, mas que nos Estados Unidos, a chamada "terra da liberdade", também sofrem com estes males. Deixando de lado o lero-lero utilizado por boa parte da classe política brasileira e mundial, vamos aos comentários destes dois razoáveis  thirlley políticos.

Em Jogo de Poder, produção de 2010 que acabei de assistir no canal fechado Max HD, o diplomata Joseph Wilson (Sean Penn, ótimo como sempre), que tem pavio curto ao ouvir certos absurdos, escreve um editorial para o renomado jornal New York Times, no qual alega o que todo mundo já sabia, ou seja, que a administração do presidente George W. Bush manipulou informações de relatórios sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, só para tentar justificar a injustificável invasão aquele país. Como retaliação vaza para a imprensa que Valerie Plame (Naomi Watts, convicente), esposa de Wilson, é agente secreta da CIA. É o início de uma luta desleal de Wilson contra o poderoso Governo dos Estados Unidos, buscando a punição  dos responsáveis por este ato, um crime federal, enquanto que Valerie precisa se adaptar à nova realidade, afastada do trabalho e com a vida exposta pela imprensa.

Baseado em fatos reais, o filme tem um roteiro bem conduzido e expõe a verdade que a guerra do Iraque foi desculpada esfarrapada para o louco do Bush seguir os passos do pai e mergulhar os Estados Unidos numa guerra, com direito a utilizar imagens reais de discursos dele, e no começo dos créditos finais, trechos do depoimento da verdadeira Valerie no Congresso norte-americano. Apesar de um ritmo lento, que o torna enfadonho, o  filme prende atenção e mostra de forma clara e objetiva as verdades do fato. Em síntese, um bom filme para quem se interessa pelo tema. Nota 6,5.


Tudo pelo Poder, produção do ano passado, que acabei de assistir on line, é um thriller político ficcional dirigido e estrelado por George Clooney a frente de um elenco de excelentes atores que incluem Ryan Gosling, Philip Seymour Hoffman, Marisa Tomei e Paul Giamatti. A trama ocorre a beira das primárias, onde serão eleitos os candidatos à candidatos a presidência dos Estados Unidos. O jovem Stephen Myers (Gosling) é um jovem idealista, dedicado e louco por política, que trabalha como assessor de imprensa do governador democrata Mike Morris (Clooney), um dos pré-candidatos à presidência pelo seu partido, que conta também com a assessoria do experiente Paul (Hoffman). Durante a briga entre os dois pré-candidatos, suas respectivas equipes vão jogar muita merda no ventilador, bem ao estilo das nossas campanhas eleitorais. No meio desta guerra de baixarias, o jovem assessor cairá em armadilhas e passará por poucas e boas, que podem acabar de vez com sua promissora carreira.

Negociatas, chantagens, escândalo cabeludo que pode ferrar com o candidato com imagem de certinho, traições, obsessão pelos resultados das pesquisas, tudo isso e mais outros podres que rolam nos bastidores de uma campanha eleitoral são bem abordados no filme, que tem um roteiro bem escrito , que ganha mais  força com um elenco afiadíssimo, que nos brindam com ótimas atuações. Na sua função dupla, Clooney se dedica mais a direção, já que aparece um pouco menos do esperando, mesmo com a trama girar em torno do seu personagem, o que dar chances aos seus colegas de elenco, principalmente Gosling, a brilharem com ótimas atuações. Merecidamente, o filme teve quatro indicações ao Globo de Ouro e dificilmente ficará de fora do Oscar deste ano. Em síntese, um ótimo thrilley político, muito bem conduzido por Clooney, que tira de seus colegas ótimas atuações. Nota 7,0.


Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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