domingo, 22 de janeiro de 2012

CLÁSSICOS DA AMÉRICA VÍDEO: BREAKDANCE 2.

Filmes.
Clássicos da América Vídeo: Breakdance 2.

Não somente de ninjas, dos chutes certeiros de Chuck Norris e da implacável bazuca, ao invés de bengala, do saudoso Charles Bronson viva a Cannon, a extinta produtora de filmes B dos anos 80. Sempre que podia, a empresa comandada pelos primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, se aventurava em outros gêneros que não fosse o de ação, carro chefe da produtora. Um deles foi o musical, onde fomos supreendidos por filmes divertidos, entre eles, Breakdance 2, que aparecia com bastante frequência nos bons tempos da Sessão da Tarde. Realizado no mesmo ano que o seu antecessor, que até o presente momento ainda não assistir (apenas a tosca cena onde o Van Damme, em início de carreira, mesmo como figurante, rouba a cena, soltando a franga num afrescalhado rebolado), mas lançado um ano depois em 1985,   o filme traz de volta o trio de protagonistas originais, Kelly (a lidíssima Lucinda Dickey, aposentada precocemente, e mais conhecida por aqui por dar vida a jovem possuída pelo espírito de um ninja no divertido Ninja III - A Dominação), Ozônio (Adolfo Quinones, que também atuou no horrível musical da Cannon, Botando Fogo na Noite - Lambada e mesmo estrelando estes musicais, posteriormente, amargou uma figuração em Tango & Cash: Os Vingadores) e Turbo (Michael Chambers)  que precisam, literalmente falando, rebolar muito, para salvar o Milagre, centro de recreação do bairro periférico que os dois últimos residem, que está na mira de um grupo inescrupuloso de empresários que querem transformá-lo num shoping center.

Na verdade, o roteiro é mera desculpa esfarrapada para, a cada dez minutos, o elenco, principalmente os protagonistas, mostrarem que são feras no street dance. Dirigido por Sam Firstenberg (que antes tinha dirigido os clássicos da Cannon, A Vingança do Ninja e Ninja III - A Dominação, e posteriormente os também clássicos da saudosa produtora American Ninja 1 e 2) o filme tem excelentes sequências de danças, muito bem coreografadas e realizadas pelos atores, o que tornou o filme um clássico para os adeptos da dança de rua, que o colocam no topo da lista dos melhores filmes do gênero, inclusive, a frente do primeiro filme. Curiosamente, temos a presença de um jovem Ice-T, que também tinha feito o filme original, em início de carreira como um DJ que bota a galera para dançar.

Com coreografias perfeitas e empolgantes que conseguem até ignorarmos as séries limitações orçamentárias e de um roteiro coerente, e trilha sonora acima da média, Breakdance 2 é um filme bastante divertido, nota 9,5, que atualmente faz muita falta na TV brasileira e no mercado de home vídeo (mais um filme distribuído aqui pela saudosa América Vídeo que até hoje não foi lançado em DVD, muito menos em Blu-Ray). Um musical  que apesar de ter envelhecido um pouco com o tempo (convenhamos que um rádio gravador com toca fitas vai causar estranheza a nova geração acostumada com IPAD, IPOD), ainda diverte e nos coloca para dançar. Um clássico filme "B" imperdível que precisa ser descoberto, visto e revisto.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.


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