sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

RETROSPECTIVA 2021: OS PIORES FILMES DO ANO.

Chegamos ao fim de mais um ano. 2021 foi marcado por grandes perdas, principalmente no campo artístico, mas, também foi o ano do retorno aos poucos a normalidade, graças a vacinação. Para nós cinéfilos, foi o ano em que pudermos voltar ao escurinho do cinema, sem deixar de lado o nosso novo parceiro, o streaming, que ganhou uma vital importância no período pandêmico. Como já é de costume em nosso blog, nossas últimas postagens são justamente com a lista daqueles filmes que se destacaram no decorrer do ano, seja de forma positiva ou de forma negativa. começando justamente com estes até para exorcizamos o clima chato ao revisitarmos essas bombas. A nossa lista dos piores filmes do ano poderia se chamar "não mexe com quem está quieto", já que surpreendentemente é composta majoritariamente por continuações, reboots e afins. Sinceramente, uma das listas que mais me deixaram triste de elaborar nesses onze anos do nosso blog, já que os filmes que estão nelas fazem parte de franquias que eu curto bastante. Já a nossa costumeira Menção Horrorosa sempre feita ao final, traz um fato no mínimo curioso. Apesar de serem até piores que boa parte dos filmes da nossa lista, todos eles simplesmente caíram no esquecimento, só sendo lembrados por mim ao final da elaboração da postagem (Lembrando que as menções também seguem a ordem do menos para o pior da lista). Enfim, sem perder mais tempo, vamos a nossa lista dos piores filmes do ano, de acordo com a minha opinião (discordando, não me xingue, mas, fique a vontade para fazer a sua).


Começando a nossa lista polemizando, afinal, tem gente que amou a vigésima quinta missão do agente secreto. Infelizmente, para mim, acabou sendo a maior decepção do ano. Se tivesse mantido a palavra de um homem, Daniel Craig teria encerrado com chave de ouro em 007 contra Spectre, com a marca histórica de ter uma filmografia quase perfeita dentro da franquia. Mas, a grana falou mais alto e ela acabou dando um tiro no pé com esse filme que não chega ser totalmente ruim e até tem seus momentos legais, principalmente nas sequências de ação, mas, que acaba sendo sabotado pelo seu fraco roteiro, cheio de problemas, entre eles, entregar um dos vilões mais "nem fede, nem cheira" e o pior desfecho por o icônico agente da franquia.


Único filme da nossa nada agradável lista que não faz parte de uma franquia. Aproveitando o aumento de número de assinantes principalmente por causa da pandemia, a Netflix não perdeu tempo e tratou de aumentar seu investimento em produções originais, esquecendo é claro que quantidade não é qualidade. Uma das grandes apostas desse ano foi estre interessante thriller de ação estrelado pelo brucutu Jason Momoa que, assim como o último filme do agente nada secreto, também acaba sendo prejudicado pelo fraco roteiro. Também tem seus momentos bacaninhas com bom ritmo frenético de ação, mas, nem isso salva o filme de ser marcado como um dos piores do ano.


Em 2019, Escape Room chegou aos cinema como não quer nada, mas, ao mesmo pretensioso em emplacar um franquia, algo que seu sucesso nas bilheterias acabou confirmando. O problema é que a continuação, simplesmente repete a fórmula, num roteiro preguiçoso, que só piora com a falta de carisma do elenco. O pior é que a pretensão de faturar é tamanha já que aqui também dar uma deixa escancarada para uma continuação, que se for produzida dessa forma tem tudo para ser ainda pior. 


Ao contrário de seu colega de estúdio Sony que nasceu com pretensão para ser franquia, O Homem nas Trevas, uma das grandes agradáveis surpresas dos últimos anos, foi entregue redondinho, sem brecha nenhuma para uma continuação. Mas, obviamente, em Hollywood os caras tiram leite de pedra para faturar e o resultado é essa bomba desnecessária, que ninguém pediu para existir. O estrago já começa na premissa em transformar o vilão, que roubou a cena no filme original graças a ótima atuação de Stephen Lang, num anti-herói, paizão protetor. O roteiro também não ajuda e por isso que, nem mesmo a boa atuação do Lang salvou o filme de ser totalmente ignorável.


Quando teve seu enésimo reboot com o ótimo filme de 2018, a ideia do diretor David Gordon Green era que a franquia Halloween ganhasse apenas mais um filme e pronto. Mas. os produtores forçaram a barra para fazer uma trilogia e o resultado é esse filme que, claramente, só existe mesmo para encher linguiça e esticar a trama até o seu desfecho, previsto para ser no próximo ano. Provavelmente por isso que a icônica Laurie Strode, vivida mais uma vez por Jamie Lee Curtis, fica a maior parte no filme de boa, enquanto outros ilustres desconhecidos encaram Michael Myers e claro, vão comer capim pela raiz. É bem verdade que a franquia já teve filmes bem piores. Mas, esse aqui não fica atrás, sendo tão desnecessário quanto os outros.


Mesmo que eu fosse um acionista minoritário da Disney, com certeza pediria a demissão de todos os responsáveis por essa atrocidade, do cara que deu ideia que seria uma boa fazer um remake, reboot, qualquer coisa que seja do clássico noventista Esqueceram de Mim, passando por quem deu o aval e os que escreveram a bosta do roteiro. Só pelo fato de ser idealizado Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar (até o título é uma bosta) já é um equívoco, mas, a execução sai pior que a encomenda. Merecidamente figura no topo de várias listas do piores do ano, e na nossa fica nessa colocação "confortável", porque sou vacinado contra continuações caça-níquel nada a ver com o original, lançadas diretamente em home vídeo e plataformas digitais. Esqueçam que essa merda existe, se bem que é quase impossível de tão ruim.


É inegável que o InvocaVerso é o universo compartilhado que mais deu certo depois da Marvel, graças principalmente a James Wan, Mais preocupado com outros projetos, em especial, o próximo filme do Aquaman, o InvocaVerso aparentemente está sendo deixado de lado por ele, que só está atuando como produtor, e quem está assumindo as direções dos projetos não estão dando conta do recado. Não é de hoje que os spin-off já vinham demonstrando isso, mas, o maior sinal de alerta foi dado justamente no terceiro filme da franquia principal, que só não foi um desastre total pelo carisma dos protagonistas Patrick Wilson e Vera Farmiga. O fato é que o futuro do InvocaVerso é incerto e preocupante e este filme é o maior exemplo disso.


E chegamos ao nosso pódio da ruindade justamente com o filme que vem dividindo opinião, e com certeza, o maior exemplo do "não mexe com quem está quieto" que mencionei na introdução da postagem. Quando disseram que Matrix ganharia um novo filme, realmente não gostei nadinha, afinal, a trilogia é uma das melhores da sétima arte, mesmo que os dois filmes posteriores ao original não tenham atingido o seu altíssimo nível que o torna uma obra-prima. Mas, mesmo com nenhuma expectativa, fui surpreendido negativamente com um filme esquisito, que sequer se define qual gênero pertence, com nenhuma sequência memorável, uma Keanu Reeves apático, aparentando está no projeto só pela grana, e a clara má vontade de Lana Wachowski, agora sem a parceria da irmã. Alguns que amaram o filme estão fazendo uma ginástica mental para defendê-lo, com argumentos que vão da diretora Lana Wachowski realizou um filme protesto contra o estúdio (como se os engravatados da Warner fosse deixar que isso realmente acontecesse) a idade avançada de Keanu Reeves (Putz! E quem faz John Wick, por acaso é um clone dele?). Nunca imaginei em minha vida que um filme da franquia Matrix estaria numa lista dos piores do ano, muito menos levando o nosso bronze de merda. Lamentável!


E vamos com mais polêmica no pódio da nossa lista! Com elogios rasgados da crítica especializada e dos sites de entretenimento, formado em sua maioria massacrante por progressistas, esse reboot do clássico terror noventista O Mistério de Candyman fica com a nossa prata de merda, e com um folga considerável em relação ao totalmente desnecessário Matrix 4. Trazer algumas novidades interessantes na mitologia da franquia e a inegável direção competente de Nia DaCosta não foram suficientes para salvar o filme, que realmente é chato, enfadonho e que comete o pecado mortal de um terror de não assustar porra nenhuma. Nem mesmo como crítica social foda serve, algo que o primeiro filme foi infinitamente mais eficiente, já que aqui optaram pela lacração barata de militantes de rede social apelando para "o nós contra eles". O mais decepcionante é que o filme tem o envolvimento do talentoso Jordan Peele, simplesmente o cara responsável pelos ótimos Corra! e Nós. Será que a fonte criativa do cara se esgotou? Espero que não.


Deixando de lado as diferenças de opiniões no pódio da nossa lista dos piores de 2021, chegamos ao nosso medalhista de merda, que praticamente é unanimidade. Se bem que, trocando ideias com alguns amigos, eles garante que Rogai por Nós consegue ser ainda pior. Mas, como não assistir e nem pretendo perder meu tempo assistindo, sobrou para a adaptação do game que ninguém pediu. Após uma franquia que divide opiniões (particularmente, eu curto), a Sony resolve dar um novo recomeço a Resident Evil, tentando resgatar o clima da sua fonte original, principalmente, os dois primeiros jogos. Mas, isso acabou sendo o único ponto positivo, já que o filme é totalmente problemático do começo ao fim, que de tão ruim, irrita até mesmo os não familiarizados com os jogos, como é o meu caso. Nada se salva nessa tranqueira, que faz com que os maiores haters de Paul W. S. Anderson e Milla Jovovich sintam saudades deles. Indiscutivelmente, com todos os (des) méritos é o nosso pior filme do ano.

MENÇÕES HORROROSAS:


Abrindo nossas menções nada honrosas com o único filme que não é um original Netflix. Esse terror é mais uma exemplo que não devemos nos iludir com o nome de um grande realizador envolvido num projeto, nesse caso, o mestre Guillermo Del Toro, que como os supracitados James Wan e Jordan Peele emprestam seus nomes prestigiados e atuam como produtores. O filme até tem um boa direção, que imprime um eficiente clima tenso e conta com boas atuações. Mas, acaba sendo mais um desse ano prejudicado por um fraco roteiro e entregando um filme que não está a altura do prestigiado nome do produtor.


Uma cinebiografia de um grande nome feminino da ciência, estrelada pela ótima Rosamund Pike, numa produção com uma parte técnica caprichada que faz uma eficiente reconstituição de época, tudo isso, não tinha como esse filme que chegou por aqui com a chancela de original Netflix dar errado. Infelizmente, deu, já que esqueceram de fazer um roteiro que preste, resultando nessa bomba frustrante. Com perdão da piadinha infame, mas realmente é um filme sem química nenhuma.


Realmente 2021 (aliás, 2019, já que apesar de serem lançados pela Netflix apenas este ano, os filmes foram produzidos dois anos atrás) não foi o ano de Rosamund Pike, mas, aqui ela não está sozinha com outros nomes responsas no elenco. Este thriller de ação, até tem uma premissa interessante mesmo que seja batida, que é totalmente desperdiçada com o péssimo roteiro, resultando num filme totalmente esquecível, que sequer serve de veículo de astro de ação para Joel Kinnaman, o Rick Flagg dos dois filmes do Esquadrão Suicida da DC.


É fato que ganhar um Oscar não garante a absolutamente ninguém uma carreira brilhante e por isso, muitos que estão com a estatueta do peladão careca na estante, topem atuar em qualquer porcaria, afinal, os boletos não se pagam sozinhos. Um bom exemplo esse ano é a talentosa Helen Hunt, que desperdiça seu talento estrelando este suspense, que tinha tudo para ser um filmão, mas, acaba sendo prejudicado... Advinha pelo quê? Claro, por um péssimo roteiro. Lamentável ver uma atriz do porte dela numa bomba como essa.


E encerrando nossa lista com chave de bosta, temos mais um desperdiço de premissa num filme original Netflix, e aqui, o culpado acaba sendo o diretor Michel Cristofer, já que também é o responsável pelo roteiro. Tye Sheridan cumpre bem o que lhe é oferecido, saindo da zona da conforto e entregando uma boa atuação. Infelizmente, o roteiro acaba não fazendo o mesmo e o resultado é que um suspense que, sem exagero nenhum, tinha tudo para arrebentar na Netflix, acabou sendo mais uma produção que caiu no esquecimento e que só confirma a veracidade da sabedoria popular que quantidade não é qualidade.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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