sexta-feira, 28 de julho de 2017

DELICADÍSSIMO TEMA TABU EM SERIADO TEEN PADRÃO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

13 Reasons Why.
Produção estadunidense de 2017.

Direção: Tom McCarthy, Helen Shaver, Kyle Patrick Alvarez, Gregg Araki, Carl Franklin e Jessica Yu.

Elenco: Dylan Minnette, Katherine Langford, Christian Navarro, Kate Walsh, Brian d'Arcy James, Amy Hargreaves, Brandon Flynn, Alisha Boe, Justin Prentice, Miles Heizer, Ross Butler, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Netflix) de 23 à 26 de julho de 2017.

Cotação

Nota: 8,5.

Sinopse: Baseado no livro Os 13 Porquês de Jay Asher. Ainda de luto e impactado com o suicídio da amiga e paixão, Hannah Baker (Langford), o adolescente Clay Jensen (Minnette) é surpreendido ao receber uma caixa contendo fitas cassetes gravadas pela própria falecida, onde ela relata os motivos que a levaram a cometer o trágico ato.

Comentários: Na onda da modinha das adaptações de livros, a Netflix tem a coragem ousada de adaptar um que fala do delicadíssimo tema tabu sobre o suicídio. Para agravar mais, numa produção voltada para o público teen, o que acabou sendo inevitável causar polêmica, controvérsias e até campanhas de boicote a produção. Tudo isso acabou gerando o efeito contrário, já que a série está fazendo um estrondoso sucesso a ponto de garantir uma segunda temporada, que com certeza, será totalmente original. Tanto as polêmicas e repulsa como o sucesso são merecidos. Sobre os primeiros, o problema é que mesmo com um tema tão sensível, 13 Reasons Why é um típico seriado teen estadunidense, repleto de situações e personagens clichês do sub-gênero, o que acender o sinal de alertas dos pais e responsáveis já que realmente é feito para atrair e agradar o público teen. Não sei se a culpa é da obra original que se baseia, mas, mesmo assim, diante do tema tão delicado que traz, deveria ter sido um pouco mais ousado e ter uma pegada mais pé no chão.

Contraditoriamente, traz um clima melancólico e erra feio ao pegar pesado com duas sequências de estupro e a própria sequência do suicídio da personagem central (apesar de sermos avisados no começo dos episódios que rolam essas sequências fortes) que são necessárias a trama, mas, que deveriam ter tido mais cuidado da produção e da direção. As citadas sequências não chegam a ser violentas a la Jogos Mortais, mas, causa náuseas e incomoda demais. Se eu que estou acostumado a sequências me sentir assim, imagina um adolescente. Um pouquinho de cautela e criatividade dos diretores das mesmas seriam muito bem-vindos e evitava esse desnecessário erro grosseiro.

Outro problema da série é recorrente nas produções originais Netflix: o da desnecessária longa duração. 13 Reasons Why se encaminhava para ser a melhor produção original da Netflix até então assistida por mim, mas, que acabou não acontecendo devido justamente a se arrastar demais claramente. São treze episódios de aproximadamente uma hora, claramente esticando exageradamente a trama a ponto de torná-la ligeiramente repetitiva. Se tivesse reduzido pelo menos para a metade os números de episódios somados com a diminuição da duração com certeza o resultado seria superior.

No geral, mesmo com as deficiências citadas, temos uma ótima série com uma trama interessante, cativante e envolvente, com um elenco que se não tem grandes atuações, também não compromete e cumpre direitinho suas respectivas funções. Como educador, aconselho que o seriado seja assistido com o acompanhamento dos pais, que seja esclarecido que trata-se de uma obra ficcional, e que haja um debate franco e aberto tanto na família como na escola sobre o tema que, lamentavelmente, ainda hoje, é a causa de várias mortes de jovens mundo a fora.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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