quarta-feira, 7 de setembro de 2016

LUTA DESLEAL CONTRA O TEMPO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.  

Aquarius.
Produção franco-brasileira de 2016.

Direção: Kleber Mendonça Filho.

Elenco: Sonia Braga, Maeve Jinkings, Irandhir Santos, Humberto Carrão, Zoraide Coleto, Fernando Teixeira entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 4 do Complexo Kinoplex Maceió em 07 de setembro de 2016.

Cotação

Nota: 8,0.  

Sinopse: A jornalista aposentada Clara (Braga) vive de boa num apartamento no condomínio Aquarius, no bairro recifense de Boa Viagem, onde passou toda sua vida com seu falecido marido e criou seus três filhos. Mas, uma construtora pretende construir um novo empreendimento no local e já comprou todos os apartamentos do local, menos o de Clara que reluta e, mesmo diante de tanta pressão, pretende não desistir do imóvel que lhe traz tanta lembranças. 

Comentários: O novo filme do bajuladíssimo (e agora também odiado por alguns) diretor Kleber Mendonça Filho está causando polêmicas fora das telonas, por causa das posições políticas dele e de boa parte da sua equipe, resultando num mal-estar e uma saia justa com o atual Governo que, por pouco, não prejudicava a classificação da faixa etária mínima (aliás, algo que seria totalmente evitado se o diretor não apelasse para algumas curtas e rápidas desnecessárias sequências de nudez e sexo explícito, que não contribuem em porra nenhuma com o filme e só dão argumento que nosso cinema é apenas putaria, que alguns preconceituosos ainda defendem. Continuo sem entender essa obsessão por pintos duros jogados na nossa cara, constrangendo e desrespeitando o espectador) e uma campanha de alguns internautas para boicotamos o filme. Como cinéfilo, defendo que devemos separar filme de seus realizadores e suas opiniões e atitudes no mundo real. Por exemplo, não gosto de Martin Scorsese, desde da minha infância, quando vi uma entrevista e criei uma antipatia por ele que dura até hoje, e mesmo assim, não deixo de conferir seus filmes, ser sincero e neutro com minhas opiniões aqui, e ainda curto e amo alguns dos seus filmes. Como ser humano que sou, portanto, falho, nem todo mundo ganha a minha simpatia, existem outros artistas que eu tenho antipatia, mas, isso é deixado de lado quando confiro um trabalho deles. Particularmente, achei patética, ridícula e imbecil a atitude do diretor e dos artistas deste Aquarius em Cannes, queimando o nosso país desnecessariamente, mas, essa é a minha opinião e não se confunde com a minha opinião sobre o filme, portanto, em casos assim, deve prevalecer o bom senso e o amor pela sétima arte, e o que rolou fora das telas, deve ficar fora das telas. Enfim, vamos ao que interessa que é os nossos comentários sobre o filme que está dando que falar, infelizmente, pelos motivos errados. 

Antes de mais nada, vale a pena esclarecer: Aquarius não se trata de um filme político. Porém, com tanto barulho por nada que tá rolando, com certeza, defensores ou opositores, irão achar que é, que a luta de Clara, inicialmente, contra um câncer e depois contra a construtora, é uma metáfora e blá, blá, blá... Sinceramente, não vi nada disso, e para não dizer que não tem cutucada, apenas uma rápida num diálogo entre Clara e um jornalista, velho amiga, quase despercebível, lá pelas duas horas de projeção. Como nosso blog é estritamente sobre entretenimento, então vale deixar o recado  pretendem ir ou boicotarem o filme por esse motivo, estão equivocados. Elogiado mundo à fora pela crítica (o que para mim não quer dizer nada, pois, nem sempre as opiniões destes especialistas combinam com a de um simples cinéfilo com gostos bastante populares e passando longe de ser intelectualizados), o filme é uma produção brasileira e francesa muito bem realizada, que conta com uma excelente roteiro, bem elaborado, que ganha força com a brilhante atuação de Sonia Braga (para mim, a melhor de sua carreira), que nos cativa e envolve de tal maneira que não percebemos que filme dura absurdamente cerca de duas horas e vinte minutos. Não chega ser essa obra-prima toda que a crítica vem rasgando o verbo, mas, é um drama envolvente, cativante, emocionante, que merece ser descoberto. Ignore todo auê que tá rolando fora das telas, se dispa de todo preconceito e opinião formada, pois vale a pena embarca nesse que, disparado, é o melhor (para mim, até agora, o único) filme do diretor.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário