Principal vilão em Os Mercenários 2, baixinho belga já tinha antes dado vida à três outros vilões.
O vilão, sem sombra de dúvida, é um tipo de personagem que fascina e conquista de uma forma impressionante o público. Na maioria das vezes, são cruéis, sem moral, fazem de tudo para ter o que conseguem e, na considerável maioria das vezes ofusca o mocinho e em vários casos conseguem até ganhar a simpatia e torcida do público. Exemplo disso são alguns personagens inesquecíveis, tão idolatrados pelo público como o Darth Vader da primeira trilogia Star Wars, Freddy Krueger, Jason, Michael Miyers, Chucky e companhia das franquias do terror, o Smigol da trilogia O Senhor dos Anéis, o Coringa imortalizado pelo saudoso Heath Leadger e que antes havia sido a grande atração da estreia do morcegão nas telonas na pele do grande Jack Nicholson. Com tanta façetas, os vilões são um prato cheio para qualquer ator sair do lugar comum, mostrar todo seu talento e versatilidade. É incrível, porém, como os astros de ação, em sua maioria, não ousem em interpretar vilões. O acrobático e Mister Simpatia Jackie Chan, é um exemplo de um astro do gênero que nega ser antogonista, preferindo os mesmos personagens bobinhos à mostrar seu talento interpretativo. Até Arnold Schwarzenegger, cujo seu personagem mais memorável é justamente um vilão, evita interpretá-los, e ainda por cima faz a merda de transformar o tal personagem inesquecível em mocinho, e na rara vez que aceitou está no outro lado da eterna batalha bem x mal, foi para pagar um micaço na pele gelado do Sr. Frio, no famigerado Batman & Robin. Poucos tem a coragem de inovar, a exemplo de um Jet Li e um Dolph Lundgren, este com suas melhores e mais memoráveis atuações justamente como vilão em Rocky IV e Soldado Universal.
Principal vlião da mega e divertida reunião dos astros de filmes de ação Os Mercenários 2, dando vida a um tal de Jean, O Vilão (o nome é provavelmente uma brincadeira do roteirista Sylvester Stallone com o eterno Frank Duxx), o baixinho belga Jean Claude Van Damme já havia antes dado vida a três vilões em sua carreira, sendo a última vez em 2001, no divertido Replicante, onde curiosamente dá trabalho a si mesmo, interpretando um psicopata que para se pego é clonado. Muitos fãs do baixinho não curtem este filme que eu particularmente gosto bastante, mas, a jornada dupla de ser ao mesmo tempo, herói e vilão, deu a chance dele mostrar que não apenas sabe dá chutes, mas, tem talento como ator. Provavelmente, se esse filme tivesse sido lançado na fase de ouro de sua carreira, teria um destaque melhor em sua filmografia e junto ao público. Antes, precisamente no começinho de sua carreira, Van Damme tinha dado vida a dois outros vilões. Em comum, ambos eram russos, entravam mudos e saiam calados, com o baixinho fazendo uma tosca cara de mal e abrindo escala, algo obrigatório aos filmes do começinho de sua carreira. São justamente esses dois filmes que serão comentados nesta postagem.
DIVERTIDA CÓPIA TOSCA DE KARATE KID.
Van Damme só foi apresentado ao público brasileiro na virada da década de 1980 para 1990, quando finalmente chegou por aqui O Grande Dragão Branco, provocando uma verdadeira Van Dammemania. Os distribuidores nacionais trataram logo de lançar no mercado, num curto intervalo de temppo, vários filmes que o baixinho fez, antes e depois da saga de Frank Duxx. O primeiro a chegar por aqui foi Retroceder Nunca... Rende-se Jamais!. A trama gira em torno de Jason (Kurt McKinney, canastrãozinho convicente), um jovem fã de Bruce Lee, que após seu pai levar uma surra do guarda-costas Ivan (Van Damme) de um grupo criminoso russo, que inexplicávelmente deseja dominar o ramo de academia de artes marciais dos Estados Unidos, e ser obrigado a vender a academia, se muda com toda família para Seatle, onde está sepultado o seu ídolo. Na nova cidade, Jason faz amizade com um garoto local, mas, ganha de ganha a antipatia de outros, inclusive. um gordinho irritante, seboso e patético, que passam a persegui-lo. Após levar uma surra na festa de sua paquera, e cansado das constantes brigas com o pai, Jason vai chorar suas mágoas e reclamar da vida no túmulo do seu ídolo que, horas depois, volta do além para treiná-lo. Jason tem a chance de mostrar o que aprendeu com o seu mestre fodástico quando a bandidagem russa invade um torneio de artes marciais local, com o terrível Ivan distribuindo porrada em todo mundo.
Produzido em 1985 e dirigido pelo mestre Cory Yuen o filme é uma imitação, cagada e cuspida, de décima quinta categoria do clássico oitentista, que tem uma ideia interessante de colocar Bruce Lee no enredo, mas desperdiçada por praticamente fotocopiar a saga de Daniel Laruso e Sr. Miyagi. E a péssima dublagem nacional (infelizmente, atualmente, não encontramos por aqui o filme legendado) mal sincronizada, com sotaque patético dos dubladores, só tornam aumento o baixo nível do filme. Provavelmente, uma das piores e mais toscas dublagens feita num país conhecido por ter a melhor dublagem do mundo. Os caras devem se envergonhar quando, ao final do filme, são mencionados seus nomes.
Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! Tinha tudo para ser uma merda total, se não fosse por um pequeno detalhe de pouco mais de 1,60m chamado Jean Claude Van Damme. Mesmo aparecendo apenas no começo e no final, entrando mudo e saindo calado, com uma atuação canastrona, cheia de expressões faciais toscas, é o baixinho que eleva o nível e a nota desta produção tosca, tornando este filminho bem mais atrativo que de fato é. É o baixinho e a música-tema que fazem este filminho receber deste blogueiro a altíssima nota 7,5.
Curiosamente, o filme teve duas continuações sem nenhuma ligação com o original e entre elas, ambas estreladas pelo atualmente sumidíssimo Loren Avedon, mais conhecido por aqui como O Rei dos Kicboxers. Dirigido por Yuen e que conta também com a também sumidísima Cinthia Rothrock (a única mulher a ter um relativo sucesso nos filminhos de ação kickboxers dos anos 90), Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! - Parte II é um filme péssimo, tão ruim que deve ser uma das piores continuações da história do cinema, com uma trama tosca, sem lógica, que se passa no Vietnã. Tudo é ruim nesse filme, do roteiro até a horrível fotografia de décima quinta categoria. Nem mesmo o encontro de dois astros kickboxers classe c da época, Avedon e Rothrock convence e salva esta porcaria de filminho vagabundo. Nota 0,0 redondinha.
Já o terceiro filme, Yuen pulou fora, passando a batuta para um ilustre desconhecido diretor, e teve uma considerável melhora, sendo lançado por aqui com o título de Os Irmãos Kickboxers, fazendo um relativo sucesso nos cinemas e nas videolocadoras, e posteriormente, na telinha da Band, presença frequente na extinta e saudosa sessão Força Total. Com uma batidona premissa, o filme gira em torno de dois irmãos, um policial e outro meste em artes marciais que não são os mais unidos do mundo, mas, que têm que se unirem para vingar o assassinato do seu pai, pela máfia local. Em comparação ao segundo filme, dá para encarar numa boa, já que é um daqueles filminhos que de tão ruins e toscos, acabam sendo divertidos e provocando inevitáveis gargalhadas (destaque para a canastrice - que faz o Cigano Igor ser o melhor ator de todos os tempos - do ilustre desconhecido que protagoniza junto com Averon, um dos piores atores que já vi em minha vida). Como de costume nos filmes da trilogia, conta com umas boas sequências de luta nada memoráveis, mas, o que prevalece mesmo é seu altíssimo nível tosco que torna um filme ruim uma diversão descerebrada recomendada para mandar a tristeza embora a base de muitas gargalhadas. Nota 6,0.
SUB-007 DE DÉCIMA QUINTA CATEGORIA.
Se em Retroceder Nunca... Rende-se Jamais! a curta presença do baixinho fez a diferença a ponto de conseguir a proeza de salvar o filminho de um desastre e torná-lo bem melhor do que realmente é, o mesmo não podemos dizer do terrível e frustrante Contato Mortal, sub-007 de décima quinta categoria, estrelada na verdade pelo atual sumidísismo Sho Kosugi (da trilogia Ninja, mas, lembrado por aqui, por sua participação no terceiro filme como um ninja caolho). É verdade que esta filme tem uma produção bem mais caprichada, que a fotocopia de Karate Kid, com direito a locações legais em Malta. Mas, o grande problema deste filme, o primeiro que Van Damme fez após estrelar O Grande Dragão Branco, muito mal escrito e fraquíssimo demais, sem pé, nem cabeça, que sequer tem a dignidade de aproveitar o confronto entre Kosugi e Van Damme, resumido num lutinha fajuta, com um dando uns chutinhos nas outras.
Dirigido por Eric Karson, que havia dirigido Chuck Norris no clássico Octagon - Escola para Assassinos, a trama traz Kosugi como Ken Tani, o seu agente mais fodástico que tem o codinome Black Eagle (Águia Negra), que tem que ir a Malta resgatar uma arma ianque que caiu nas águas da ilha. Para isso, os caras pegam seus filhos (na vida real, os pirralhos são filhos de Kosugi) e levam para ilha, a fim de garantir que o tosco James Bond nipo-americano cumpra direitinho a missão. Para complicar ainda mais, os soviéticos também querem a tão poderosa arma e enviam também sua equipe para recuperar a tal arma, entre os membros, o mais fodástico dos seus agentes do KGB, o caladão Andrei (Van Damme), inexplicavelmente inimigo mortal de Ken.
Contato Mortal é um filminho chatíssimo, morgadíssimo, que não empolga em nenhum momento e ainda frustra bastante, já que o ponto alto do filme, o confronto entre os dois astros marciais é insosso, mal coreografado. Van Damme está totalmente perdidão, sem ter muito que fazer, resumindo sua participação em fazer uma tosca cara de mau, abrir a obrigatória escala, e, eventualmente, dá algumas porradinhas. Em síntese, total desperdiço de dois astros marciais. Ao menos serviu para Kosugi lançar mão do nepotismo, colocando seus dois filhos no filme. O primeiro filme ruim de Van Damme. Nota 0,0.
Van Damme e Kosugi posando de durões.
Nem os dois astros conseguiram salvar o filme de ser
uma merda.
Capinha do VHS lançado na época
pela Paris Filmes, sucessora da América Vídeo.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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