sábado, 4 de agosto de 2012

CLÁSSICO DA AMÉRICA VÍDEO: UM HERÓI E O SEU TERROR.

Chuck Norris tenta provar que os brutos também têm seus traumas e medos.

Desde que estrelou o clássico O Vôo do Dragão, onde travou um duelo inesquecível com o saudoso Bruce Lee, até virar febre na internet, Chuck Norris tem sua imagem associada a personagens durões, sem sentimentos, sem remorsos, que não pensam e dão porrada. Isso graças a sua filmografia repleta de personagens fodásticos, praticamente indestrutíveis, que detornavam a bandidagem sem dó, nem piedade, muito menos sentimento de culpa. Provavelmente, o personagem que foge um pouco deste costumeiro seja o detetive Danny O'Brien de Um Herói e o Seu Terror (exibido na Globo, com o título O Herói e o Terror, tradução literal do original), de 1988, que junto com Comando Delta 2 é um dos últimos filmes do ator lançados em VHS por aqui pela saudosa distribuidora da capinha com a bandeira dos States. O detetive  interpretado (força de expressão, obviamente) por Norris prende o cruel e caladão psicopata Simon Moon (Jack O'Halloran, que tem como personagem mais memorável outro vilão mudo, que fez parte do trio liderado por Zod em Superman II) conhecido como o Terror. Danny recebe pela mídia o título de Herói, mas,  como prendeu o bandidão meio que na cagada, o policial tem um certo peso na consciência pelo título que a mídia lhe deu e um trauma pelo bandido quase ter lhe mandado desta para uma melhor.. Três anos depois, ao tentar fugir, o psicopata sofre um acidente e é dado como morto. Mas, Danny não se convence disso, e sua cisma acaba  sendo comprovada quando vão pipocando vítimas, com o mesmo estilo de matar do Terror. Presionado pelas autoridades e pela midia, o policial corre contra o tempo para superar os seus traumas e prender Simon. 

O filme tem um roteiro fraquíssimo, mostrando um Norris um pouco mais vulnerável do que estamos acostumados a ver, afinal, como dizia o crítico Rubens Edward Filho, em sua resenha sobre o filme na extinta e saudosa revista Vídeo News, "Dar chutes é o forte de Norris e não passar por aprofundamentos psicológicos". O resultado é um filme fraquíssimo, arrastado e um pouco tedioso. Salva-se do desastre total pelas pouquíssimas cenas de ação onde Norris faz o que gostamos de ver, ou seja, distribuir porrada na bandidagem. Curiosamente, temos no filme a presença do saudoso Steve James, o eterno Curtis Jackson da franquia American Ninja, que havia trabalhado com Norris no clássico fodástico Comando Delta, e do canastrão Billy Drago, que foi o vilão no filme seguinte, justamente a continuação de Comando Delta.

Em síntese, Um Herói e o Seu Terror é um filme morno e lento, que não faz jus a fama de durão imbatível que Norris tem hoje na internet. Uma tentativa fustrada de Norris de manerar na ação e tentar investir mais na atuação, com um resultado decepcionante. Vale conferir apenas para ver Norris em ação, mesmo que em pouquíssimas cenas. Nota 5,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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