Aguardada reunião dos astros de ação fica um pouquinho abaixo do esperado, mas, cumpre sua missão de divertir o público.
Final dos anos 80, começinho dos 90. Entre uma brincadeira e outra, um grupo de pré-adolescentes amigos e vizinhos, entre eles, este blogueiro, conversavam sobre cinema, sobretudo os filmes de ação. Divergência havia quando o assunto era quem era o astro maior do gênero: de um lado, meus colegas achavam que era Arnold Schwarzenegger, do outro, este blogueiro e mais um defendiam corajosamente que Sylvester Stallone era o cara. O fato é que aquela garotada, hoje homens e mulheres feitos na vida, alguns casados, outros solteiros, curtiam os dois, como também Chuck Norris, Dolph Lundgren, Michael Dudikoff, os saudosos Bruce Lee e Charles Bronson, e os novatos da época, Jackie Chan (apesar de ter uma carreira longa desde da década de 1970, seus filmes chegaram por aqui apenas com advento do VHS), Bruce Wills, Steven Seagal e um certo Jean Claude Van Damme, tão fodástico, que fez este blogueiro e seus colegas o colocarem em segundo lugar na lista dos maiores astros do gênero, apenas perdendo para um dos reis.
Sonhavamos naquela época com algo impossível: Stallone e Schwarzenegger, lado a lado, num mesmo filme. Para nós um sonho tão alto e praticamente impossível de ser atingido que sequer ousamos sonhar com a presença dos demais. Particularmente, eu tinha uma pontinha de esperança, justamente por causa de outros durões, Clint Eastwood e Burt Reynolds, que reinavam no gênero nos anos 70, atuaram juntos numa produção oitentista. Afinal, se rivais das telonas setentistas um dia fizeram um filme juntos, porque não os brucutus reis do gênero? Esta era minha esperança que, confeso, foi se apagando aos poucos.
Sonhavamos naquela época com algo impossível: Stallone e Schwarzenegger, lado a lado, num mesmo filme. Para nós um sonho tão alto e praticamente impossível de ser atingido que sequer ousamos sonhar com a presença dos demais. Particularmente, eu tinha uma pontinha de esperança, justamente por causa de outros durões, Clint Eastwood e Burt Reynolds, que reinavam no gênero nos anos 70, atuaram juntos numa produção oitentista. Afinal, se rivais das telonas setentistas um dia fizeram um filme juntos, porque não os brucutus reis do gênero? Esta era minha esperança que, confeso, foi se apagando aos poucos.
A trama começa num pique só, quando o team dream do filme original vai até o Nepal resgatar um empresário chinês, numa sequência inicial de tirar o folêgo, principalmente de tanto rimos pelos absurdos apresentados na tela. Depois de uma abertura, literalmente falando, tão explosiva, o filme cai um pouco no ponto morto, com os caras se divertindo no bar, e com o novato Billy The Kid (Liam Hemsworth, único do elenco que não astro do gênero) pedindo ao chefão do time Barney Ross (Sylvester Stallone) para sair. Horas depois, Barney recebe a visita de Church (Bruce Wills), que incumbe o grupo de ir a Bulgária, para resgatar um artefatozinho de um avião caiu, que tem a localização exata de uma quantidade de plutônio que, caindo em mãos erradas, pode explodir todo o planeta. A missão estava cumprida e todos iriam para casa se não aparecesse um grupo de terroristas, liderado pelo cínico e cruel Vilain (Jean Claude Van Damme), que não somente leva o artefato, como desfalca o time. Putos da vida, secos por vingança, Barney e companhia partem com tudo para cima dos bandidões, a fim de recuperar o plutônio e acertarem as contas principalmente com Vilain e seu capanga Hector (Scott Adkins). No decorrer da missão, o grupo contará com a ajuda do próprio Church, do rival de Barney, Trench (Arnold Schwarzenegger) e do lendário lobo solitário Booker (Chuck Norris).
É inegável que Os Mercenários 2 é um filme bastante divertido, com muita ação e humor, que praticamente tira onda com a cara de todos os principais participantes. Os fãs mais securentos como este blogueiro darão gargalhadas com Wills dando um fora em Schwarzenegger após dizer, pela segunda vez no filme, sua frase mais conhecida, e com Schwarzenegger respondendo com a expressão Yippee-ki-yah! imortalizada pelo John MacClane de Wills, as piadas fazendo referências ao grau elevado universitário de Dolph Lundgren (por incrível que pareça. desta vez é o grandalhão que arranca risadas, ofuscando Terry Crews, que tinha essa função cômica no primeiro filme). Mas, os mais novos também irão dá gargalhadas, graças a presença de Chuck Norris, que no filme faz valer as suas famosas verdades, com um personagem fodão, exército de um homem só. Sua presença no filme é marcante e hilária. Particularmente, fiquei muito feliz em revê-lo mais uma vez nas telonas, já que o tinha visto pela última vez, em 1990, quando assistir na tela do saudoso Cinema São Luiz Comando Delta 2.
Quanto ao elenco, cada um cumpre direitinho sua função, sem muito esforço interpretativo, exceto Van Damme e seu atualmente habitual parceiro Scott Adkins, que simplesmente, agarram com unhas e dentes o presentão dado por Stallone, e dão um show de interpretação, sendo os grandes destaques do filme. O baixinho belga faz o que não fazia há décadas, ou seja, sai do habitual piloto automático, luta e interpreta, mostrando que de todos os astros de ação, é um dos poucos que realmente sabe dar porrada e atuar. Seu confronto final com Stallone é mais uma cena inesquecível para sua carreira, e da sua atual fase, o mais bem coreografado e empolgante. Já Adkins, não tem o mesmo brilho do seu colega de cena, muito menos está longe da sua atuação em O Lutador, mas, mesmo assim consegue chamar atenção. Sua luta com Jason Statham é dos pontos altos do filme, tão empolgante quanto a de Stallone e seu colega Van Damme. Espero e torço para que a participação de ambos no filme sirva para abrir os olhos dos produtores hollywoodianos, reerguendo a carreira de um e alavancado a do outro.
O maior e mais sentido ponto negativo do filme é o desfalque no grupo de Jet Li, que só aparece na sequência inicial. Stallone tinha tudo para corrigir a injustiça cometida com o astro chinês no primeiro filme, dando-lhe mais destaque, mas, optou em diminuir ainda mais sua participação. Uma pena, já que a injustiça dupla dificilmente será reparada já que Li relutou inicialmente em participar deste novo filme, o que, provavelmente, foi o seu adeus a franquia. A falta de confronto entre Li e Van Damme, o restante dos mercenários sem tem muito o que fazer no filme e a pouca atuação juntos tão esperada do trio Stallone, Schwarzenegger e Wills são outros pontos negativos, que no geral, fizeram o filme ficar um pouco abaixo do esperado, fustrando um pouco os fãs que tanto esperavam ansiosamente por este filme.
Mas, o resultado final não é tão ruim assim, já que Os Mercenários 2 é um filmaço divertido, que cumpre direitinho sua missão de divertir, sem exigir que queimemos nossos neurônios. Pode encarar numa boa, sem muita exigência, que a diversão está garantida. Poderia ter sido bem melhor que o primeiro filme, ainda imbatível, mas, é comum do ser humano criar grandes expectativas com algo que não sai como deveria ser. Valeu a pena esperar pela festança que reúne doze astros do gênero de ação, pois a diversão está garantida. Nota: 9,8.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Norris brinca com sua fama de fodão
e arrebenta em pequena, mas marcante participação.
Encontro histórico e nunca imaginado:
Rambo e Braddock batendo um papinho.
Van Damme e Adkins (ao fundo, a sua direita).
Dupla repete a parceria e de quebra, roubam a cena como vilões.