sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

SESSÃO DE CINEMA TELEVISIVA QUE NÃO FAZ JUS AO NOME.

Filmes.
Sessão de cinema televisiva que não faz jus ao nome.

Para tapar o buraco do Jô... Ops! Desculpe, mas eu não me contive. rssss... Vou recomeçar. Para tapar o buraco na programação com as férias do Programa do Jô a Rede Globo foi buscar no fundo do baú e ressuscitou a sessão Festival de Sucessos. Pena que a busca no baú limitou-se apenas à volta da sessão de cinema. Pela primeira semana de exibição, percebe-se a falta de criatividade dos programadores da emissora carioca, exibindo filmes recentes e o mais grave, que não são lá grande coisas, muitos deles sequer servem para a função de tapa buraco de tão ruins que são. Uma pena que mais uma vez a emissora perde uma oportunidade de ouro para exibir mais uma vez filmaços que marcaram tanto a história do cinema como da própria emissora. Mas, se serve de consolo, mesmo sendo filmes de gosto duvidoso, pelo menos alguns deles conseguem ser melhores que boa parte das entrevistas feitas pelo metidíssimo apresentador rechonchudo. Se o Festival de Sucessos continuar assim com certeza a sugestão deste blogueiro é que pode ir para cama sem ele.

A volta da sessão de cinema televisiva da Rede Globo começou na madrugada da última segunda para terça, com a exibição da comédia Minha Super Ex-Namorada onde Uma Thurman interpreta a super-heroína G-Girl que quando não está salvando o mundo é Jenny Johnsonh, que mesmo mais desengoçada que o clássico Clark Kent, antes do seriado Smallville, consegue arrumar um namorado. O problema é ela faz parte do grupo das  mulheres ciumentas e possessivas e a coisa só complica quando ela desconfia que seu namorado Matt (Luke Wilson, mais uma vez convencendo no papel de bobo) está de rolo com Hannah (Anna Faris, em papel um pouquinho diferente do habitual), sua colega de trabalho. Quando o rapaz resolve romper o relacionamento, sentirá na pele a dura e cruel realidade de ter no seu pé um ex-namorada possessiva, que não aceita o fim de um relacionamento, sofrendo um agravante a mais que nós meros mortais: a ex em questão tem super-poderes.

A ideia interessante, uma clara parodia ao universo de super-heróis, principalmente, Superman, até gera um filme razoável. O problema é que o roteiro cai nas armadilhas e clichês das comédias românticas, principalmente no fraquíssimo desfecho. O desempenho do elenco não é dos melhores e Thuman não consegue a simpatia do público pela sua personagem.  Em síntese, uma comédia boba e descartável que até diverte, mas não empolga.


Na madrugada seguinte foi a vez de ser exibido o suspense Paranóia, com o bola da vez Shia LeBouf, interpretando Kale, um adolescente que está cumprindo prisão domiciliar por ter agredido um professor Mané que perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado. Sem ter muito que fazer, resolve bisbilhotar os vizinhos, em especial, sua nova vizinha, a gatinha Ashley (Sarah Roemer). Entre uma olhada na gata e na vizinhança, Kale desconfia das atitudes suspeitas do misterioso vizinho Sr. Turner (David Morse) e tem a convicção que o cara trata-se  de um serial killer que vem aterrorizando o país. Entre uns pegas na gatinha e outro, o carinha investiga a fundo se suas suspeitas sobre o caladão vizinho se confirmam ou não.
O filme é mais uma das milhares imitações do clássico Janela Indiscreta, numa versão mais voltada mais para o público jovem, numa tentativa fustrada de decolar ainda mais a carreira de LeBouf que desta  vez além de não convencer ainda nos passa a falsa imagem que ele não tem carisma para segurar um filme como protagonista, mesmo que comprovando o contrário estrelando a trilogia Transformers. Até o talentoso Morse está perdidão no filme e tem uma atuação tímida, praticamente no piloto automático. A culpa não é dos atores, mas do fraco roteiro, repleto de clichês do gênero que enche muita linguiça antes de ir ao ponto principal. O filme empolga em alguns momentos, mas na verdade vale apenas pela curiosidade de vermos a sumida Carrie-Anne Moss, a eterna Trinity da trilogia Matrix, num personagem totalmente oposto a sua mais famosa personagem. Desperdiço total de um bom elenco, num filme previsível e fraquinho.  Mesmo assim, numa semana de títulos fraquíssimos programados para a sessão, consegue se sobressair e ficar com o segundo lugar do filme "menos ruim" da semana.


De quarta para quinta, foi a vez da quase sem graça comédia Big Stan - Arrebentando na Prisão, estrelada pelo impagável Rob Schneider, que interpreta o personagem título, um Mauricinho condenado à prisão por fraude, mas que absurdamente ganha seis meses de liberdade antes de encarar a prisão. Inexplicavelmente paranóico e com o receio de virar mulherzinha na prisão, já que seu crime não foi de conotação sexual, Stan recorre a um tosco mestre marcial (o saudoso David Carradine, parodiando a si próprio, que nos anos 70 estrelou a série televisiva Kung Fu)  que fuma mais do que uma caipora e com seus métodos bizarros vai prepará-lo para encarar a dura vida dentro de uma prisão. Ao chegar lá, não Stan não somente, literalmente, tira o seu da reta, como também se impõe, tornando-se um líder respeitado entre os demais presos.

O filme é um dos mais fraquinhos da carreira de Schneider e pouquíssimas piadas realmente são engraçadas. Quase nada funciona neste filminho que aqui no Brasil foi lançado diretamente em Home Vídeo. Mesmo assim, o filme consegue a proeza de ser o melhor que os outros exibidos esta semana na  sessão global. Só por esta comédia quase sem graça figurar no topo da lista dos "menos ruins" da semana, já podemos constatar o péssimo e decepcionante nível da recém ressuscitada sessão de cinema televisiva.


Contrariando a teoria do palhaço deputado Tiririca que afirma que pior que está não fica, na madrugada de ontem foi a vez do chatíssimo A Estranha Perfeita, decepcionante encontro dos astros Bruce Wills e Halle Berry, num tosco supense pseudo-erótico, que não decola em nenhum momento, numa trama muito mal escrita. No  filme, Berry é Rowena Price, uma jornalista investigativa que se demite do jornal que trabalha, após ser informada que sua  matéria sobre um senador que é contra os direitos dos homossexuais, mas que na verdade é uma tremenda bichona, não será publicada. Neste mesmo momento, do nada reaparece uma amiga de infância que afirma ter um caso com o renomado e poderoso publicitário Harrison Hill (Wills). Quando a moça é encontrada morta, com claros sinais que foi assassinada, a repórter resolve investigar por conta própria o que de fato aconteceu, se infiltrando na agência de publicidade de Hill e de cara, indo trabalhar bem próximo a  ele. 

Não sei o que se passa na cabeça de astros hollywoodianos como Wills e Berry ao aceitarem fazer tranqueiras como esta, mesmo que ambos já tenham feitos até outras piores. Do tosco título, passando pela falta de química entre os astros, até o fraquíssimo final supresa, nada funciona neste filminho que tem um dos roteiros mais cheios de remendos que foram filmados. Disparado o pior filme exibido esta semana no Festival de Sucessos.


Hoje é a vez de O Amante, tosco drama estrelado por Liam Neeson, Laura Linney e Antônio Banderas, que com o recente sucesso de A Pele Que Habito e Gato de Botas, tem seus filmes sendo exibidos com mais frequência na emissora global. Ainda não assistir este filme, mas se fomos depender do longo e tedioso trailer e, neste caso, pelo péssimo nível dos filmes exibidos na sessão durante a semana e pela insossa e preguiçosa chamada do filme bolada pela emissora, tem tudo para ser mais uma bosta e até mesmo tirar do tosco suspense estrelado por Wills e Berry o título de pior filme da semana.



Pelo péssimo nível que vem apresentando logo na semana de estreia tendência da sessão Festival de Sucessos é apenas cumprir a missão de tapar buraco na progamação e de quebra ainda ser um perfeito sonífero até mesmo para aqueles que sofrem com o tipo de insônia mais crônico. Uma pena que uma sessão de cinema televisiva que em tempos outroros fez a alegria dos cinéfilos, volte  a grade da emissora de uma forma tão vergonhosa.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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