sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A MAIS NOVA BIZARRICE DE ALMODÓVAR.

Filmes.
A mais nova bizarrice de Almodóvar.

Nada como arrumar uma vaga no meio da correria diária para uma boa sessão de cinema. Na última terça, dia 20, aproveitei a primeira noite de recesso das minhas atividades de todas as terças, para encarar uma sessão dupla de cinema (seria tripla se o interessante Roubo nas Alturas, infelizmente, não estivesse sendo exibido em Maceió apenas na versão dublada), assistindo A Pele que Habito, novo filme dirigido por Pedro Almodóvar, que retomar a parceria de sucesso com Antônio Banderas, após quase vinte anos separados, e a pre-estreia de Missão Impossível - Protocolo Fantasma, trazendo Tom Cruise de volta ao seu papel mais fodástico, o do agente secreto Ethan Hunt. Sobre este filmaço, que tive a honra de ser um dos primeiros cinéfilos alagoanos a conferir, comenterei na próxima postagem, especialmente dedicada a franquia.

Quem acompanha este blog sabe que por inúmeras vezes afirmei, e volto afirmar, que não gosto dos filmes escritos e dirigidos pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar, mesmo que o mesmo seja bastante paparicado pela crítica e tenha inúmeros fãs.  Não nego que o carinha é talentoso e um dos mais geniais diretores da história do cinema, mas, mesmo assim seus filmes não me agradam. Sou um cinéfilo com preferências bem mais populares, preferindo as bizarrices surreais de Tim Burton as de Almodóvar. É simplesmente questão de gosto mesmo. E como desde de pequenos aprendemos, gosto não se discute. Particularmente, só fui conferi este novo filme do diretor espanhol, o primeiro dele que de fato assisto numa sala de cinema, pela simples vontade de inaugurar a sala 4, do Complexo Kinoplex (agora, só falta a 5).

A Pele Que Habito conta a história do renomado cirurgião plástico Roberto Ledgard (Banderas, pela sexta vez atuando num filme do diretor.) que ver sua vida pacata mudar com a morte trágica da sua esposa e, anos depois, da única filha do casal. O cara, então, dedica-se a pesquisa e, entre uma experiência e outra, finalmente, descobre uma pele perfeita para substituir uma pele humana queimada.  Para a sua experiência revolucionária, porém, proibidíssima, que fere gravemente a bioética, ele mantem em cárcere privado e utiliza como cobaia humana uma misteriosa jovem (a lindíssima e talentosa atriz Elena Anaya).

O filme é o mais incomum da filmografia de Almodóvar, inclusive, em alguns momentos esquecemos que se trata de um filme do diretor, mesmo com as bizarrices e o abuso de um erotismo quase pornográfico típicos dos filmes do diretor estejam presentes. O roteiro, baseado no livro Tarântula, de Thierry Jonquet, é muito bem escrito, apesar de caprichar exageradamente na dosagem trágica e ser estendido além da conta. Porém, dois pontos negativos que são superados pelas reviravoltas que acontecem, supreendendo os mais desatentos e entediados como o ritmo lento de boa parte do filme. Em todos os sentidos, o filme supreende, tanto pelo enredo, quanto pelo diretor inovar, não repetidindo as suas batidas fórmulas de sucesso.

A crítica e os fãs se dividiram, e boa parte se fustraram com o resultado final. Tanto que, ao sair do cinema, ouvir vários comentários de  pessoas do público, a maioria de indignação e fustração com o diretor, e alguns raríssimos de elogios. Particularmente, mesmo não sendo fã do diretor, até que depois da tediosa primeira metade e as tragédias pipocando na tela o tempo todo (cinéfilo do povão como este blogueiro vai ao cinema para se divertir e não se deprimir, pô!), até que achei A Pele Que Habito um filme razoável. Mesmo fugindo dos padrões hollywoodianos e, principalmente, do estilo do diretor Almodóvar é um filme que supreende e, inevitavelmente, provoca reações na plateia, seja de indignação por um gênio da sétima arte fugir do seu habitual, seja de contentamento por simplesmente assitir um filme que foge do convencional.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo, que ao contrário da maioria, não curte Almodóvar.


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