CINETV E CIA.: JUSTICEIRO ANTES DE BERNTHAL E NETFLIX.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

JUSTICEIRO ANTES DE BERNTHAL E NETFLIX.

Essa semana está muito agitada para os fãs dos quadrinhos. Além da chegada da decepcionante série da Marvel dos Inumanos, e da badaladíssima estreia nos cinemas de Liga da Justiça, temos hoje a estreia na Netflix da tão esperada série O Justiceiro, estrelada por Jon Bernthal, que roubou a cena na segunda temporada do Demolidor de tal maneira, que deu chance ao personagem de ganhar uma série para chamar de sua, dando dignidade ao cultuadíssimo anti-herói fodão da Marvel, que é considerado por muito com pé-frio para adaptações live-action. E realmente, os três filmes do personagem deixam muito à desejar em relação ao sua fonte original, até distorcendo alguns traços do personagem.

A primeira de 1989, O Justiceiro é que mais se distancia do personagem, e a mais malhada pelos fãs e pela crítica. Estrelada pelo brucutu sueco Dolph Lundgren, trata-se de um filme de ação B padrão, mas, bem eficiente. E por isso que, mesmo sem o personagem com a salivada de críticas, gosto muito dessa versão, e até hoje, é a minha favorita, mesmo tendo consciência que como adaptação dos quadrinhos é uma desastre.

A versão estrelada por Lundgren foi tão desastrosa que o personagem só ganhou mais uma chance apenas quinze anos depois, em O Justiceiro. Estrelado por Tom Jane, que vive de forma convincente o fodão anti-herói, o filme mostra Frank Castle como agente do FBI. que atua infiltrado, e em seu último trabalho, a operação termina com a morte do filho de um poderoso chefão fodão do crime (John Travolta, mero coadjuvante de luxo), que ao descobrir do ocorrido, e incentivado pela esposa (Harring), manda matar Castle e toda sua família, que está reunida numa ilha paradisíaca. Obviamente, Castle sobrevive e inicia sua jornada vingativa.

Com uma produção consideravelmente bem mais caprichada e um elenco coadjuvante bem mais conhecido, o filme tem um roteiro regular, que ao mesmo tempo que empolga, também tem uns momentos constrangedores como uma das sequências, onde Castle tortura um dos capangas do bandido, com um picolé, mais ridículo, impossível. Jane até convence como o personagem, mas, o próprio roteiro o sabota, trazendo, ao meu ver, a versão mais light de Castle. O resultado final é mais um filme de ação eficiente, mas, que pisa feio na bola como adaptação dos quadrinhos.

Após uma versão bem mais próxima dos quadrinhos que o clássico oitentista de Lundgren, o personagem volta quatro anos depois em mais um filme. Em O Justiceiro: Em Zona de Guerra. Tom Jane pula fora e quem assume o personagem é Ray Stevenson, numa trama que não perde tempo com a origem do personagem, apesar de não ter nenhuma relação com o filme anterior, onde Castle, em sua última empreitada, acaba levando a morte um agente do FBI, o que leva tomar a decisão de pendurar as armas. Mas, no mesmo incidente, um mafioso narcisista (West) acaba tendo o rosto desfigurado por Castle, sobrevivendo e ressurgindo como o vilão Retalho, que mira na família do finado agente infiltrado, fazendo Castle usar suas habilidades para protegê-la.

Seguindo o ditado popular "Ou oito ou oitenta", o filme é consideravelmente bem mais violento que seus antecessores, com a carnificina gratuita rolando solta, se aproximando ainda mais dos quadrinhos. O problema mais uma vez é o roteiro fraco, que não ajuda, somado a caveira no uniforme que aparece e some constantemente, e o cabelo lambido pela vaca a la Steven Seagal que Castle ostenta durante todo o filme. Tinha tudo para ser a melhor adaptação do personagem, com Stevenson até convencendo, mas, acabou resultando no mais fraco e afundando de vez na merda, ao menos por enquanto, qualquer intenção do personagem ganhar mais um filme.