quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

TOP 10: O ANO QUE CHATÔ COMEÇOU A SER PRODUZIDO.

Esqueçam o mala do Ronaldo Fenômeno! Se tem um cara que merece o título de "Eu sou brasileiro e não desisto nunca!" é Guilherme Fontes. Caramba, o cara demorou vinte anos para produzir e lançar Chatô, se enrascou com a justiça, e conseguiu se superar, lançando a porra do filme. E olhe que não estamos falando de um filme que é o marco da evolução tecnológica ou algo do gênero, mas, só toda história da produção já renderia um puta filme. Enfim, o cara é foda. Puta que pariu! Vinte anos é tempo pra caralho! Para temos ideia, quando Chatô começou a ser produzido, das minhas três últimas paixonites, duas não eram nem nascidas, e outra era uma bebê de colo (Calma! Antes me xinguem de pedófilo, elas têm dezenove anos); INTERNET era discada, e por causa da conta telefônica, tínhamos que entrar após a meia-noite; Redes sociais era sair com nossos amigos, bater um papinho ao redor de uma mesa de bar e lanchonete, sem celulares e smartphones nas mãos; Baixar filme? Nem sonhávamos com isso. Tínhamos que ir a nossa videolocadora preferida e local as saudosas fitinhas VHS. Filmes de super-heróis épicos, fodásticos e sendo uma verdadeira febre? Nem no sonho do maior fã dos quadrinhos. Para temos ideia, o carnavalesco Batman Eternamente e O Juiz, estragado pela vaidade do rei de filmes de ação Stallone, que não aceitou deixar de mostrar sua cara feiosa durante todo filme, eram os grandes lançamentos do sub-gênero de 1995, ano que também trouxe de volta às telonas, Bond, James Bond, que inaugurava uma nova fase do agente, como um herói fodão de ação. Quem também ressuscitava era o nosso cinema nacional. Enfim, nosso Top 10 de hoje é uma viagem no tempo, indo a vinte anos atrás, partindo do pressuposto que este nosso blog já estivesse no ar, listando os filmes mais fodásticos que foram produzidos no ano em que a odisseia de Fontes se iniciou. Curiosamente, alguns dos títulos só foram lançados no ano seguinte, já que na época, a maioria das produções só chegavam em terras tupiniquins meses após seu lançamento no States. Antes que Fontes se empolgue e se meta a encarar outra odisseia, vamos ao nosso Top 10.

10. Rápida e Mortal / A Rede


Começamos com um típico empate nas nossas listas. Até hoje, discute-se o papel da mulher nas telonas, que os bons papéis só são escritos para homens, e blá, blá, blá... Se em 2015 a mulherada não tem que se queixar, já que pipocaram personagens femininas fodásticas, há vinte anos atrás, a discussão tinha muito mais fundamentos lógicos. Mas, duas grandes estrelas hollywoodianas se saíram super-bem naquele ano. Embalado pelo estouro em Instinto Selvagem e ao mesmo tempo pegando carona na modinha da época do gênero faroeste, ressuscitado após dois filmes do gênero terem ganho o Oscar, a então beldade Sharon Stone estrela este interessante filme do gênero, e muito bem acompanhada: Gene Hackman como o vilão, Russell Crowe e Leonardo DiCaprio, ambos em começo de carreira. Inclusive, DiCaprio naquele ano ralou um bocado, estrelando Diário de um Adolescente e Eclipse da Paixão, aquele filminho pseudo-artístico que ele troca saliva com outro macho que, graças a Deus, até agora não vi e não tenho a mínima curiosidade em assistir. Naquele mesmo ano, perceberam o potencial de Sandra Bullock, que sem precisar cruzar às pernas sem calcinha, mas, após chamar a atenção no meio do duelo dos brucutus Sylvester Stallone e Wesley Snipes em O Demolidor, e, principalmente, roubar a cena no fodástico Velocidade Máxima, ganhou a chance de brilhar sozinha estrelando este interessantíssimo suspense, que continua atual. 

9.  Maré Vermelha


1995 foi o ano de Gene Hackman (pense num ator aposentado que faz muita falta na sétima arte!). Além de ser vilão no faroeste supracitado, ainda estrelou ao lado de Denzel Washington esse filmaço eletrizante, dirigido pelo saudoso mestre Tony Scott (21/06/1944 - 19/08/2012). Com excelente roteiro super-valorizado pelas atuações dos seus protagonistas, indiscutivelmente dois putas atores, sob a batuta do mestre, o resultado é um filmaço fodástico, envolvente e eletrizante, que consegue a proeza de ser tão arretado como o clássico oitentista A Caçada ao Outubro Vermelho. Jurava que já tinha comentado aqui, só vindo perceber que não, ao editar essa postagem. Em outra oportunidade, postarei meus comentários sobre o filme.

8.  Babe, O Porquinho Atrapalhado Jumanji / Mortal Kombat / Pelotão em Apuros.


Prosseguirmos a nossa lista com um raríssimo empate quadruplo (se não me falha a memória, o primeiro de um Top 10 nosso), todos ainda não comentados por este blogueiro (jurava que já havia comentado Jumanji e Pelotão em Apuros. Eita memória fraca e enganosa essa minha!). Mas, o empate é justíssimo, pois esse quarteto tem seus méritos, tendo em comum serem filmes divertidíssimos para toda família. Começando por Jumanji, eletrizante aventura estrelada pelo saudoso Robin Williams (21/07/1951 - 11/08/2014), que com certeza, para muitos (talvez você que esteja lendo), figure no topo da lista dos melhores filmes de 1995. Assim como Mortal Kombat, corajosa decisão da New Line em investir num filme baseado num famoso game, já que naquela década, Super Mario Bros, Double Dragon e Street Fighter - A Batalha Final tinham sido massacrados nas bilheterias. Ainda bem que os caras não tiveram medo, e acabaram simplesmente presenteando a sétima arte e a cultura pop, o melhor filme baseado em games.

Outro filme que, para muitos, é considerado o melhor filme da safra 1995 é o fofíssimo Babe, O Porquinho Atrapalhado, cativante filme australiano que até hoje faz muito marmanjo babar, graças ao enredo simples que ganha força graças aos caprichados efeitos visuais que, merecidamente, ganhou o Oscar nesta categoria. Muito de nós, após o filme, gostaria de ter um porquinho como animal de estimação.

Muitos podem até concordar com empate triplo acima, já que os três filmes citados, até hoje, são cultuados e lembrados com nostalgia, mas, devem estranhar a presença da comédia Pelotão em Apuros na nossa lista. Tudo bem que é uma típica comédia infanto-juvenil, que praticamente não traz nenhuma novidade que revolucione o sub-gênero. Mas o filme, que é um remake de uma produção de 1955 estrelada pelo saudoso Charlton Heston (04/10/1923 - 05/04/2008), consegue superar sua simplicidade e ser tão divertido quanto seus colegas de empates, graças, principalmente a Damon Wayans, que está hilário como o figuraça porra-louca Major Payne que tocar o terror na pirralhada do seu pelotão. Damon, conhecido por aqui como protagonista da sitcom Eu, a Patroa e as Crianças, não somente tem a melhor atuação de sua carreira, como também de um membro da família Wayans. Sugestão: se você tem crianças e pré-adolescentes na família, reúna um final de semana para uma sessão quadrupla para assisti-los, pois, nenhum destes filmes são datados, continuam tão divertidos quanto na época em que foram produzidos, e ainda dão um pisa em muitas produções familiares produzidas recentemente.

7. Carlota Joaquina - Princesa do Brazil.  



Filme histórico não somente por se passar no Brasil Imperial, mas, principalmente, por marcar a retomada do nosso cinema nacional, que estava condenado à extinção. Se hoje os filmes nacionais arrastam milhões de expectadores ao cinema, devemos a atriz Carla Camurati, que foi para atrás das câmeras e assumiu a responsabilidade de dirigir um puta elenco afiadíssimo, somado a um ótimo roteiro, criativo e bem elaborado. O resultado não poderia ser outro: muito mais que um filmaço divertidíssimo do começo ao fim, é um marco histórico no nosso cinema, e serviu de inspiração para Guilherme Fontes tentar fazer o mesmo feito heroico da sua colega galega e de profissão, até copiando a mesma fórmula, mas, deu no que deu. Rsssssssss... Nada contra ao cara, que é um exemplo de persistência e foi nosso "muso" inspirador para esta postagem.

6.  Assassinos / A Balada do Pistoleiro.


"Você está convidado a presenciar o perigoso jogo dos assassinos". Assim iniciava o comercial do VHS deste filmaço fodástico, dirigido pelo mestre Richard Donner, que traz Sylvester Stallone e Antonio Banderas como dois assassinos de aluguel que duelam durante todo o filme, num roteiro interessante, que explora a velha temática experiência x inovação. Cereja do bolo: Julianne Moore, ganhadora do Oscar vinte anos depois, como a mocinha hacker que é o alvo dos dois assassinos. Filmaço eletrizante e empolgante do começo ao fim, um do melhores de todos os envolvidos.

Sem sombra de dúvida, A Balada do Pistoleiro foi o filme que gabaritou Antonio Banderas, na época um astro latino em ascensão, "muso" do bajuladíssimo Pedro Almodovar, a estrelar o supracitado fodástico thrilley de ação, ao lado de ninguém menos do rei dos filmes de ação. Depois de causar furor com El Mariachi, as portas de Hollywood se abriram para o mestre Robert Rodriguez que faz seu debute justamente com a fodástica continuação, substituindo o protagonista original por Banderas. Se nos tempos das vacas magras o cara presenteou a sétima arte com um filmaço de ação criativo, imagina com um orçamento maior nas mãos. O resultado é a soma perfeita entre roteiro criativo e bem elaborado com uma boa grana para realizar um filmaço fodástico. Cereja do bolo (e que cereja!): Salma Hayek, estupidamente linda, ao mesmo tempo roubando a cena e com uma química perfeita com Banderas.



E que comecem os mimimi não somente pela presença destes dois filmes na nossa lista, mas, pela posição que eles ocupam.  Desde que O Grande Dragão Branco deu uma ressuscitada no filmes de artes marciais, pipocaram filmes do sub-gênero e diversos aspirantes ao estrelato obtido por Jean-Claude Van Damme, que em 1995 era astro de primeira grandeza em Hollywood, vivendo a melhor fase de sua carreira, atuando em super-produções como o fodástico Morte Súbita, lançado naquele ano, que disparado não somente é um dos seus melhores filmes, mas, também do gênero de ação. De tanto candidatos, quem se deu bem com a VanDammemania foi o veterano Jackie Chan, que após uma passagem curtíssima e desperdiçada em Hollywood no começo dos anos 1980, finalmente, chamou atenção dos produtores hollywoodianos do seu potencial com o fodástico Arrebentando em Nova Iorque, produção da sua terra natal. O fato é que 1995 foi o ano da maioria dos astros das artes marciais, além do baixinho belga e do veterano chinês, Jet Li estrelou O Justiceiro e Máscara da Morte (exibido na Band com o título Terror em Hong Kong) e Steven Seagal estrelou A Força em Alerta 2.

4. Seven - Os Sete Crimes Capitais



A porra ficou séria na nossa lista, tão cheia de merecidos empates, a partir daqui. Praticamente, todos os quatro filmes empataram como os melhores filmes daquele ano tão produtivo. Para ser sincero, foi uma puta queima de neurônios e dança de posições entre eles, até chegar ao veredito final, minutos antes desta lista ser postada. E isso se dá pelo fato dos filmes serem os fodásticos dos fodásticos não somente daquele ano, mas de todos os tempos. Para você ter ideia que não estou exagerando na qualidade e alto nível fodástico destes filmes, de cara, temos este filmaço do mestre David Fincher, estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman, que trazia Gwyneth Paltrow e um Kevin Spacey roubando a cena. Cereja do bolo: um dos finais mais impactantes e surpreendentes da história do cinema. Com toda sinceridade, preciso comentar algo mais sobre Seven? Simplesmente um dos filmaços mais fodásticos do gênero do suspense/policial de todos os tempos, bastante imitado em filmes e séries, mas, até agora, insuperável. Está em quarto na nossa lista apenas para não temos um empate quadruplo no primeiríssimo lugar. Mas, com certeza, merece ouro.



Filme que figura no topo da lista dos melhores de 1995, tanto da crítica quanto dos cinéfilos dos mais variados gostos. Na sua segunda inclusão na direção, Mel Gibson nos presenteia com um puta épico, uma super-produção emocionante e cativante. Destaque para as sequências de batalhas, uma das mais fodásticas da história da sétima arte, e de quebra, um elenco afiadíssimo, com atuações memoráveis, ao começar do próprio Gibson. Não é a toa que o filme ganhou cinco estatuetas carequinhas, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. Um dos raros momentos que este blogueiro e os membros da Academia concordam numa escolha de Melhor Filme. Uma pena que vinte anos depois, Gibson seja persona non grata em Hollywood, após ter fodido com sua carreira com uma sucessão de merdas feitas fora dos holofotes. Mesmo asssim, não tira o mérito dos serviços prestados a sétima arte, e deste filmaço espetacular que fica com o nosso bronze, mas, que também merece o nosso ouro.

2.  Os Bad Boys


Conforme foi dito acima, a dança das posições dos quatro filmaços fodásticos da safra 1995 acabou nos acréscimos do segundo tempo. O nosso primeiro lugar mantém o impressionante alto nível da franquia que tinha tudo para reinar absoluto naquele ano no gênero da ação, se um mês antes do seu lançamento, o mestre da pirotecnia Michael Bay, não tivesse lançado o fodástico Os Bad Boys, com Will Smith e Martin Lawrence formando uma das melhores e mais carismáticas duplas da sétima arte, num filmaço eletrizante, envolvente e divertido. De quebra, ainda o filme lançou a modinha de taxar de bad boys os encrenqueiros de patrões, com direito até jogador de futebol se auto-titulando. Modinha à parte, o fato é que Os Bad Boys garante a  nossa prata, mas, merecendo o ouro junto com seus colegas de empate.

1. Duro de Matar - A Vingança


Decisão da porra para tomar entre quatro filmaços tão fodásticos. Admito que, prevaleceu o lado passional pelo personagem ícone John McClane, interpretado por Bruce Willis. Saindo da zona do conforto, ou seja, a véspera de Natal e estilo exército de um homem só, já que aqui ganha um parceiro (Samuel L Jackson, hilário), os produtores trouxeram de volta à batuta o mestre John McTiernan, e ousaram ao extremo, colocando John McClane para correr por toda Nova Iorque, após uma puta ressaca, a fim de evitar que um terrorista sádico, interpretado de forma magistral por Jeremy Irons, exploda a cidade toda, só para se vingar dele por ter matado o irmão no primeiro filme. Obviamente, tudo fachada para o cara meter um assalto ainda mais ambicioso que o seu irmãozinho pretendia no primeiro filme. Como já foi dito e não me canso de dizer: é inegável que os quatro filmaços estão empatados, pois são os fodásticos dos fodásticos ao extremo. Para não dizer que prevaleceu somente o lado fã do blogueiro, por conseguir sair da fórmula repetida, oferecendo um enredo original, e ainda mantendo o alto nível da franquia, que Duro de Matar - A Vingança fica com o nosso ouro. Simon diz: muito obrigado!

BÔNUS

Menção Honrosa: A Cor da Fúria.


Bem, se partimos do pressuposto que estamos fazendo de conta que esta postagem é no ano de 1995, resolvi encerrar a postagem (e não a lista que, conforme vimos, já foi encerrada com chave de ouro) com uma menção honrosa, que sempre faço nas postagens de retrospectivas anuais, me referindo a filmes que agradaram tanto a crítica como a este blogueiro com preferências bem populares. Obviamente, a se a postagem fosse de fato em 1995, a menção honrosa seria para Carlota Joaquina, pelo feito histórico realizado em ressuscitar o nosso cinema. Mas, como estamos em 2015,  dedico a menção honrosa no sentido temática trabalhada, e neste caso, vai para A Cor da Fúria, filme que ninguém deu a mínima, mas, que traz uma temática que, infeliz e vergonhosamente, é muito atual: o racismo. Embalado pela ressurreição da sua carreira em Pulp Fiction, John Travolta estrela este interessantíssimo filme, ao lado de Harry Belafonte, que traz o espinhoso tema de forma criativa, invertendo as posições das vítimas, ou seja, os branquelos é que se fodem com a nojeira do racismo. Um filme que merece ser descoberto e refletido. 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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