Clássico do cinemão de ação arranca gargalhadas do começo ao fim.
Nos anos 80 e começo dos 90, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger tinham uma rivalidade sadia nas telonas, disputando o título de ícones dos filmes de ação da época. A disputava acirrava em alguns momentos em que os brucutus estrelavam filmes em formatos similares (Arnoldão primeiramente imitando Stallone e depois este se aventurando na comédia como o seu rival, mas sem o mesmo sucesso). Acredito que Comando para Matar, de 1985, foi o ponta-pé inicial para o ex-Mister Universo e ex-governador da Califórnia oficializar a "briga" com seu rival de tela, afinal, o filme é uma cópia cagada e cuspida do mesmo conceito de exército de um homem só detornando um exército inteiro de Rambo II: A Missão, estrelado por Stallone no mesmo ano. Como no também clássico, o roteiro é simplesmente mera desculpa para o brucutu, mostrar seus músculos e detornar número incontáveis de figurantes, o que enfurecia e ainda enfurece, os pacifistas da época, que ver em filmes de ação como causa de violência na vida real.
Em Comando para Matar, o brucutu austríaco não é John Rambo, mas é John Matrix, ex-membro de um grupo militar, tão fodástico quanto o seu colega homônimo, que forçadamente sai da aposentadoria com a missão de matar o presidente de um fictício país latino-americano com o tosco nome de Valverde. Para que ele cumpra esta missão forçada, os burros dos bandidos, liderados por Arius (Dan Hedaya, caricato), sequestram Jenny (a talentosa Alyssa Milano), filhinha de John. Nosso herói durão, bombadão e fodástico simplesmente sai de forma mirabolante do avião que o levaria até o tosco país, e em contagem regressiva do mesmo tempo que faria a viagem parte para cima dos bandidões para detornar com eles e salvar sua filhinha, contando com a ajuda de Cindy (a morença Rae Dawn Chong, atualmente sumidíssima), uma aeromoça que ele sequestra e acaba se sensibilizando com a luta de um pai que só quer detornar a bandidagem e salvar sua filhinha.
A frase "Eu só deixei corpos!", dita no final por John ao atrasadíssimo exército norte-americano resume perfeitamente o clima surreal do filme. São tantas situações patéticas e irreais no decorrer dos curtíssimo 90 minutos que o filme consegue a proeza de arrancar gargalhadas do começo ao fim, sendo mais engraçado que muitas comédias por aí. O roteiro é tosco, repleto de furos e típicas e toscas, mas inesquecíveis frases de efeitos (além da citada no começo deste parágrafo, tem a clássica: "Lembra que eu prometi que mataria você por último? Pois é, eu menti!", dita por John antes de soltar sua primeira vítima de um precipício), sequências "me engana que eu gosto!" e Arnoldão está no ápice de sua canastrice. Mas, por mais incrível que possa parecer, todos estes defeitos tornaram-se qualidades e que fazem de Comando para Matar um filmaço divertidíssimo, empolgante e envolvente, que até hoje, figura entre os melhores do gênero e exaustivamente imitado. Um clássico oitentista e do cinemão de ação obrigatório para os fãs do gênero. Para ser visto e revisto, sempre arrancando longas gargalhadas. Imperdível! Nota 10,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Pai exemplar:
John detorna um exército inteiro para salvar sua filhinha.
Foto da capa do DVD idêntica do cartaz original do filme.
Pose de durão do brucutu Arnoldão era poster obrigatório nas academias.
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