quinta-feira, 17 de maio de 2012

PERDIDOS NA MADRUGADA.

Sem divulgação, Globo exibe no Corujão clássicos não tão antigos.

É incrível como a poderossíma Rede Globo, líder absoluta em todos os horários, tem um total desrespeito pelos seus telespectadores, principalmente, os que curtem um bom filme. Sem divulgação sequer no seu site, exibe ótimos filmes clássicos não tão antigos na sessão tapa-buraco da programação da madrugada. De terça para quarta pintou na telinha do plim-plim a divertida comédia Os Cabeça-de-Vento, de 1994, estrelada por Brendan Fraser e um elenco de feras, boa parte em começo de carreira. Fraser dar vida ao roqueiro sem juízo e noção Chazz, líder de uma bandinha tosca, que junto com seus companheiros de banda, Rex (Steve Buscemi) e Pip (Adam Sandler, quase irreconhecível de tão jovem e magérrimo), tão e até mais sem juízo e noção que ele, invadem uma rádio especializada no gênero, para obrigar o famoso locutor DJ Ian (Joe Mantegna) a tocar a sua música. A situação sai do controle e os cabeças-de-vento acabam fazendo alguns reféns (um deles, interpretado por David Arquette, ainda mais quase irreconhecível do que Sandler). Enquanto dura o atrapalhado sequestro e negociam com a polícia, na pessoa do Sargento O"Marlley (Ernie Hudson, o Winston dos dois Caça-Fantasmas), acabam ganhando a  simpatia do público, principalmente, os roqueiros, ganhando a tão sonhada fama.

O filme é bobinho, com um roteiro mediano, mas, consegue divertir, sem forçar muito, com um elenco estrelar (além dos citados, também tem a participação do ídolo teen dos anos 80, Judd Nelson e do saudoso comediante Chris Farley (15/02/64 - 18/12/97), mais conhecido no Brasil por estrelar a engraçadíssima comédia Um Ninja da Pesada, morto precocemente de ataque cardiaco, após uma overdose de cocaína), com destaque para o trio central. Em síntese, Os Cabeça-de-Vento é um filme mediano, que vale a pena ser conferido por aqueles menos exigentes e, principalmente, os fãs de Fraser e Sandler em começo da carreira. Nota 7,5.

Poster original da comédia Os Cabeças-de-Vento.
Abaixo, trailer deste curioso filme.



De ontem para hoje foi a vez de emissora toda-poderosa surpreender e exibir Os Embalos de Sábado à Noite, clássico setentista estrelado por John Travolta, responsável pelo seu estouro com astro hollywoodiana. Com um roteiro fraquinho que não aprofunda os fatos apresentados e serve apenas para Travolta e os figurantes se esbaldarem nas pistas de dança, mas, com uma trilha inesquecível, principalmente as músicas cantadas pelos Bee Gees, o filme é um retrato fiel da febre das discotecas que tomou conta no mundo e tem neste filme, e aqui no Brasil a novela global Dancing Days, como seu maior representante. Travolta é Tony Manero, um jovem ítalo-americano de 19 anos, que a noite sai com os amigos e se solta na pista de dança, onde dar um show e deixa as minas loucas.

Na época, o filme foi um estouro de bilheterias, influenciando uma geração. A trilha empolgante e dançante, que até hoje contagia e não deixa ninguém parado, supera  as deficiências de um fraco roteiro, que não aprofunda a trama apresentada e serve apenas para Travolta e os figurantes se soltarem na pista de dança. Um filme que merece ser conferido por ser um clássico do gênero musical e, principalmente, para conferir a primeira atuação de Travolta como protagonista. Impossível. Nota 7,0.

Curiosamente, este clássico teve uma desnecessária continuação em 1983, dirigida por Sylvester Stallone (que aparece como figurante, aos nove minutos de filme, esbarrando com Travolta na rua), no auge de sua fama como diretor de duas continuação da saga do boxeador Rocky Balboa. Em Os Embalos de Sábado Continuam, Tony Manero entra para uma companhia de teatro e está prestes a estrelar um show na Broadway. Entre um ensaio e outro, Manero se envolve com a estrela do espetáculo Laura (a lindíssima e provocante Finola Hughes, atualmente, sumidíssima) e não percebe que sua amiga Jackie (Cinthia Rhodes, presença frequente em filmes dos anos 80, principalmente musicais como Dirty Dancing) é apaixonada por ele.

Apesar da surpreendente e improvável direção de Stallone, que se esforça e nos apresenta bons números musicais, e ainda de quebra, colocou o tosco do seu irmão, Frank Stallone, na trilha, Os Embalos de Sábado Continuam, é um filme bem mais fraco que o original, sem o mesmo brilho e trilha marcante daquele clássico filme. Tanto que o filme é considerado por muitos a pior continuação de todos os tempos (Particularmente, apesar de achar o filme fraco, não chega também a tanto).Vale pela curiosidade de ver Stallone dirigindo um filme fora do seu gênero e só aparecer rapidamente como figurante. Nota 5,0.

John Travolta arrebenta na pista de dança no clássico
Os Embalos de Sábado à Noite.



Pula Viadinho!
Travolta solta a franga em desnecessária continuação.

Por essa muita gente não esperava.
Eterno Rambo dirigiu um musical.


Os dois filmes são encontrados facilmente em DVD.

 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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