Se os pais reclamam porque a data deles está em quarto colocado na venda no comércio (perdendo para Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados), algo que eles não podem reclamar é sobre a presença no cinema e na televisão. Sem dúvida, os pais são maioria em número de personagens marcantes no cinema. Até mesmo a frase mais marcante e supreendente da história do cinema é uma revelação bombástica de paternidade: Eu sou seu pai! (Dath Vader para Luke Skywalker em O Império Contra-Ataca).
No momento, centenas de pais marcantes me vem em mente, começando por Charles Chaplin e o seu inesquecível personagem Carlitos no filme O Garoto, passando por personagens de ação como Falcão, Jack Bauer e Braddock, até em comédias de troca de identidades, como Tal Pai, Tal Filho, Vice-versa, ambas produções dos anos 80. Alguns nem tão perfeitos, a exemplo do relapso Homer Simpson do seriado Os Simpsons, do louco personagem de Mel Gibson em O Preço de um Resgate e atrapalhados como os nossos queridos e saudosos Os Trapalhões. Uns tendo que dar conta de um montão de filhos, como o personagem de Steven Martin nos dois Doze é demais e outros tendo que dar conta de apenas uma filha que apronta mais do que os doze, como o nosso saudoso Seu Madruga, do seriado mexicano Chaves.
Lembro-me também aqueles que não são pais biológicos, mas são verdadeiros paizões como o Tio Ben de Homem-Aranha, o Jonanthan Kent de Smallville, que tem a missão de orientar e proteger ninguém menos que o futuro Superman, e treinadores como Sr. Miyagi de Karatê Kid (e provavelmente, o Sr. Han do remake), Mickey, dos três primeiros Rocky e mais recente o Grant Taylor, da produção evangélica e mega-sucesso Desafiando os Gigantes.
Enfim, os pais no cinema e na televisão estão bem representados e não têm o que reclamar. Abaixo listo alguns exemplos. Evidente que existem muito mais e até melhores e mais marcantes que os que serão citados. Mas esses são os que me vêm em mente agora. Aguardo também sugestão de vocês de outros pais marcantes do cinema e da televisão.
Quando pensei em comentar alguns filmes tendo pais como protagonistas, o primeiro que veio em mente foi Um Ato de Coragem, estrelado pelo excelente ator Denzel Washington, na melhor interpretação da sua carreira, injustamente ignorada pelo Oscar. A história bem que poderia ser passar no Brasil, já que o tema é o caos desumano da saúde pública. Ele é um pai, que tem o filho acometido de uma grave enfermidade, mas o plano de saúde recusa-se a realizar a cirurgia. Como todo e qualquer pai desesperado com o filho entre a vida e a morte, o personagem de Denzel simplesmente faz de refém toda equipe médica para que seu filho seja salvo. Atuação marcante, roteiro interessante, que prende a nossa atenção do começo ao fim, faz deste filme, um dos melhores. Obrigatório em toda videoteca de bom gosto.
Stallone pode ser um brucutu e fazer piadinhas de mal gosto de um país que lhe acolheu tão bem. Mas algo que ninguém pode tirar dele é o mérito de interpretar dois paizões inesquecíveis no cinema: Rocky Balboa e Falcão. O primeiro, na verdade a partir do segundo filme da série. Não sai da minha memória a cena marcante dele lendo toscamente (Rocky era um analfabeto funcional) um livro para sua esposa Adrian, em coma após o parto. Sem falar na promessa de só ver o filho quando ela acordasse. Tocante mesmo. No quinto e pior filme da série, a relação entre pai e filho é mais explorada. Curiosamente, quem interpreta o filho do Rocky neste filme tosco é um dos filhos do Stallone, Sage. Sobre Falcão, por se tratar de um dos meus cinco filmes favoritos, será comentado logo após numa postagem especial.
Charles Chaplin sem dúvida é dos maiores gênios da história do cinema. Em O Garoto, ele emociona sem dizer uma palavra, já que o filme é da época do cinema mudo. Lindo demais este filme. Por também trata-se de um dos meus cinco filmes favoritos, também comentarei numa postagem especial.
Não é novidade nenhuma que Renato Aragão é fã de Charles Chaplin. E nos filmes e programa de TV, ele sempre buscava homenageá-lo, em especial, o personagem Carlitos, através do seu personagem Bonga. Em dois filmes, em especial, dos saudosos Os Trapalhões, temos um clara homenagem ao clássico O Garoto. O primeiro é Os Vagabundos Trapalhões, onde o inesquecível quarteto cuidava de várias crianças de ruas, e armavam para que estes fossem adotados (ao contrário do Carlitos que fazia de tudo para o garoto não ser adotado).
O outro filme é o emocionate A Filha dos Trapalhões, este sim uma homenagem descarada ao clássico de Chaplin, mudando apenas o sexo da criança orfã. A história gira em torno de uma menina sequestrada dos braços da mãe, interpretada pela nossa irmã em Cristo Myriam Rios, que acaba caindo nos braços do saudoso quarteto. Engraçado e emocionante, para mim este é um dos melhores filmes dos Trapalhões. Outro filme obrigatório na videoteca.
Todos nós conhecemos milhares de frases sobre Chuck Norris. Mas poucos conhecem seu lado pai herói no cinema. Sem dúvida, o mais inesquecível foi o Coronel James Braddock, em Braddock III - O Resgate, último filme da trilogia do primo pobre do Rambo. Neste filme da extinta produtora de filmes classe "B" Cannon, 12 anos após o fim da Guerra do Vietnam, o "exército de um homem só" descobre, através de um padre missionário que sua mulher, não somente estava vivinha da Silva, mas tinha um filho, tão feio quanto ela. Se ele destruiu exército inteiros pelo seu país e por sua sobrevivência, vocês já imaginam o que este paizão durão fará para resgatar o seu filho. Um filmaço, clássico dos filmes de ação classe "B", que absurdamente, não foi lançado em DVD no Brasil. E para complicar, a Globo não exibe mais no Domingo Maior, substituindo por super produções recentes, a exemplo do péssimo Sr. e Sra. Smith. Durma com um absurdão deste.
Falando em durões do cinema, outro que se deu bem fazendo papel de pai foi o atual governador da Califórnia e eterno exterminador Arnold Schwarzenegger. O percursor dos filmes de ação "me engana que eu gosto!" e até hoje rei absoluto deste tipo de filme, fez o paizão de familia que era agente secreto no excelente True Lies, um pai vingando a morte do filho em Efeito Colateral e um pai clonado em O 6º Dia. Mas dois pais se sobressaem sobre os outros e são inesquecíveis.
O primeiro é o pai típico brasileiro, que deixar para a última hora para comprar o presente de natal de seu filho, na divertida comédia Um Herói de Brinquedo, onde ele faz de tudo para presentear o filho com o tal boneco tão desejado, com direito a sair na porrada com anões vestidos de duendes e um final tocante, onde ele mesmo se presenteia ao filho, vestido com o seu herói favorito, ensinando-os que o verdadeiro herói de uma criança é o seu pai.
O outro é o clássico filme dos anos 80 Comando para Matar, onde umas antas, para forçá-lo a matar um presidente de uma replubiqueta fictícia chamada Valverde, inventam de sequestrar a sua filha. Resultado: Schwarzie pula de uma avião, corre contra o tempo para achar a filhinha antes que os caras descubram sua fuga mirabolante, detorna sozinho um exército todo, salva sua filha e "deixa só os corpos", para o exército norte-americano cuidar.
Ainda bem que tanto este clássico tosco, como também os filmes citados neste comentário foram lançados em DVD.
Outro astro de ação que interpretou pai no cinema foi Jean Claude Van Damme. Destaque para o seu personagem na super-produção Morte Súbita, onde o belga interpreta um pai meio ausente, que resolve presentear os filhos com ingressos para a final de um "singela" partida de hóquei (presente que com certeza, os pais de Chuck Norris, Jack Bauer e Rambo deram a eles, quando crianças). Só que terroristas inventam de atacar justamente nesta partida, onde o nosso herói Van Damme sai na porrada até com um pinguim gigante, mascote de um dos times. Com certeza, esses terroristas eram irmãos daqueles do Comando para Matar, pois são tão antas como eles.
Até o pior ator de todos os tempos (depois de Robert Pattinson é claro), o também inexpressivo Steven Seagal já foi pai por várias vezes na ficção. Desde do seus primeiros filmes Nico, acima da lei e Díficil de Matar até os atuais filmes classe "z" como Justiça Urbana (a cena que ele recebe a notícia da morte do filho, nem o Alexandre Nadoni teve tanta frieza e falta de emoção). Destaque para o legalzinho Resgate Sem Limites, onde ele vai até onde o Judas perdeu as botas (calma, ele não foi ao Biu II. Não tinha como a produção ir tão longe assim. rssss...), em busca de salvar sua filha e de quebra a filha de um político, sequestradas por terroristas toscos e também antas. Filminho "b" de ação que chega até a divertir.
Deixando de lado os péssimos atores, vou citar um excelente ator, que no momento passa por sérios problemas pessoais. Mel Gibson já interpretou personagens pais no cinema, inclusive, até os seus mais marcantes personagens, o Max, da série Mad Max e Riggs de Máquina Mortífera (apesar de ser pai apenas nos minutos finais do último filme da série). Mas foram outros dois paizões durões, que marcou a sua carreira paterna no cinema.
O primeiro em O Preço de um Resgate, frequentador assíduo das sessões Cine Espertacular e Tela de Sucesso do SBT. Mel Gibson faz um empresário que não somente nega pagar o resgate do filho, mas dobra o valor para quem pegá-los e detorná-los. Num excelente roteiro, com muito suspense e reviravoltas, este louco pai, não somente salva o seu filho, mas detorna com todos os sequestradores, neste que para mim, é um dos melhores filmes do ator.
O segundo é o excelente épico O Patriota, onde ele interpreta um fazendeiro pacífico que se ver obrigado a participar da Guerra Civil norte-americana para proteger sua família, que tem como filho mais velho, o saudoso Heath Ledger. Em síntese: um filmaço imperdível!
Um paizão marcante do nosso cinema sem dúvida é o Sr. Francisco interpretado perfeitamente pelo excelente ator Angelo Antônio, no mega-sucesso Dois Filhos de Francisco. Mesmo que alguém, assim como eu, não goste da dupla Camargo (e Camarguinho, Camarguinho, Camarguinho... Camargo! e Camarguinho, Camarguinho, Camarguinho... Desculpem, não me contive em mencionar a frase tosca, mas marcante do personagem do grande ator José Dumont), tem que reconhecer que o Sr. Francisco é uma paizão e tanto, um simples homem do campo, que não se deixa vencer pelas dificuldades. E o mais tocante: ele é real, não foi criado da imaginação humana, mas por Deus.
Outro pai marcante do nosso cinema também é uma homem simples do campo, interpretado de forma excepcional pelo grande ator Matheus Nachtergalle, no belíssimo filme Tapete Vermelho. Para cumprir a promessa de levar o filho para assistir a um filme do finado Mazzaropi, este pai sai com a família dos canfudós do brecho que mora, em busca de realizar esta promessa. Como sabemos, uma tarefa nada fácil, já que além dos cinemas das cidades do interior terem falido, ainda por cima, não exibem produções nacionais antigas. Um filme cativante, emocionante, com excelentes interpretações, que prende a nossa atenção do começo ao fim. Presença obrigatória numa videoteca, merecendo ser visto e revisto várias vezes.
Este pai também é um homem simples e bem que poderia ser brasileiro. Fenômeno em comunidades no Orkut, junto com Chuck Norris e superando até mesmo o outro fenômeno Jack Bauer, o Seu Madruga do saudoso seriado Chaves é um paizão e tanto. Cuida da filha sozinho, leva porrada da antipática vizinha D. Florinda sem revidar, se vira nos trinta para trazer comida para casa, corre do proprietário da Vila, Seu Barriga, para não pagar os eternos fixos quatorze meses de aluguel e ainda arruma tempo para dar conselhos valiosos, como este da foto acima.
Preciso falar mais alguma coisa deste marcante personagem, interpretado brilhantemente pelo saudoso Rámon Valdez?
Falando em interpretação marcante, impossível não lembrar do pai deficiente mental, interpretado brilhantemente por Sean Penn, em Uma Lição de Amor. O filme faz jus ao nome, que narra a luta deste pai para ficar com a guarda da sua filha, interpretada perfeitamente por Dakota Fanning, na época uma atriz mirim talentosa, já que não tinha se contaminado com o vírus da canastrice do elenco da saga Crepúsculo. Comovente, supreendente, é para fazer até mesmo durões como Chuck Norris, Jack Bauer, Rambo e John McLane assisti-lo com um lenço enxugando as lágrimas.
E falando em durão... Encerro a minha lista de pais marcantes do cinema e da TV, com um personagem ímpar, que infelizmente está se despedindo da telinha no próximo dia 24. Todo mundo lembra do Jack Bauer, interpretado brilhantemente por Kiefer Surtheland no seriado 24 horas, como um homem durão, o único capaz de disputar pau a pau com Chuck Norris, quem é mais macho, que não vai ao banheiro, nem come, porque só tem 24 horas para salvar os Estados Unidos.. Mas tem um lado de Jack que ninguém lembra: o paterno.
Quem assistiu as primeiras temporadas deste aclamada série, recordará junto comigo que a danada da filha dele, a Kim, sempre se metia nas maiores roubadas, fazendo Jack arrumar um tempinho no tão corrido dia, para lhe salvar e detornar os idiotas suicidas que se metiam a besta com ela. Ainda bem que nesta oitava e última temporada, não inventaram, até agora, de pegar a sua filha e neta como reféns, porque, como diz a sabedoria popular: "Avô é pai duas vezes!". Tinha que ser esses terroristas, para salvar a fama de burros que eles estavam começando a ter.
Bem, existem outros pais que eu poderia citar aqui. Mas esta postagem já está imensa. Sem falar que eu quero aproveitar o tempo antes de iniciar o jogo Cocôrinthians x Flamengo, para assistir, junto com o meu pai, um dos filmes mencionados nesta postagem.
Espero que vocês tenham gostado. Como disse, não é a lista dos melhores, mas dos que vieram em mente. Façam também a sua lista de pais marcantes da telona e da telinha, e postem nos comentários.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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