sábado, 27 de dezembro de 2014

RECORDAR É REVER: UM DIA DE FÚRIA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

Um Dia de Fúria (Falling Down).
Produção estadunidense e francesa de 1993.

Direção: Joel Schumacher.

Elenco: Michael Douglas, Robert Duvall, Barbara Hershey, Tuesday Weld, Rachel Ticotin, Frederic Forrest, Lois Smith, Raymond J. Barry, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e em home vídeo (Blu-ray).

Cotação

Nota: 9,8.  

Sinopse: O pacato cidadão William Foster (Douglas) não está no melhor momento de sua vida. Seu casamento só existe na cabeça dele, já que a esposa além de lhe dar um pé na bunda, recorreu a justiça que concedeu restrição de distância dela e da filhinha deles, sem falar que o cara acaba de levar um pé na bunda também no trampo, e ainda ter que encarar o estresse diário nosso de cada dia numa cidade grande, como trânsito lerdo. O cara  é uma verdadeira bomba-relógio emocional prestes a explodir a qualquer momento. Até que um belo dia isso acontece e surtado, William passa a tocar o terror em quem inventa atravessar o seu caminho, já que o cara só quer ir a casa da ex, que ele jura que é o lar dele, para comemorar o aniversário da sua filhinha. Cabe ao policial veterano Detetive Martin Prendergast (Duvall), justamente no dia da sua aposentadoria, e sua parceira, Detetive Sandra Torrez (Ticotin) correr contra o tempo para impedir que a ira do surtado cause mais ainda mais danos que já causou.

Comentários: Não canso de dizer que o diretor Joel Schumacher, junto com o seu colega John G. Avildsen, são os diretores mais imprevisíveis da história da sétima arte, por terem nas suas respectivas filmografias filmaços fodásticos, verdadeira obras-primas da sétima arte, mas, também bombas homéricas, verdadeiras merdas extraordinárias. No caso de Schumacher, que até hoje é condenado, crucificado, retalhado infinitas vezes pelos fãs do homem-morcego pela presepada que aprontou nos dois últimos filmes da tetralogia Batman, ainda é mais curioso, pois o cara passeia pelos mais variados gêneros. Um Dia de Fúria, disparado, é um dos maiores acertos do diretor. O cara deu sorte de ter em mãos um roteiro muito bem elaborado e criativo ao extremo que além de envolver, empolgar, prender nossa atenção do começo ao fim, nos divertir ainda nos leva a refletir ao caos em que nós, moradores das cidades urbanas.   


Além de tudo isso, o filme serve de terapia para nós. Afinal, quem de nós nunca pensou em chutar o pau da barraca diante de um trânsito caótico, paradíssimo, num dia quente. de uma mosca pentelha zunido nos nossos ouvidos, de um comerciante explorador, dos maloqueiros bandidinhos pé de chinelo que se acham no direito de tomar as coisas que nos lascamos de trabalhar para conseguirmos, do tamanho real de um sanduíche de uma rede de lanchonetes em comparação ao que é mostrado do cartaz, de um seboso neonazista preconceituoso até a alma, de um rico esnobe metido à merda que se acha dono de tudo e de todos? Sabemos que na vida real se fizermos isso, vamos nos ferrar direitinho por nossa rebeldia contra um sistema tão desumano. Ainda bem que a sétima arte nos presenteou com um porra-louca como William Foster para lavarmos a nossa alma de tudo isso que nos aborrece e nos corrói por dentro. 


Esse roteiro espetacular ganha mais força com um elenco afiadíssimo, com atuações memoráveis, com destaque para Michael Douglas que simplesmente arrebenta e brilha na melhor atuação de sua carreira. Quem também não fica atrás é Robert Duvall, com um personagem tão pressionado como o porra-louca do personagem de Douglas, já que é casado com uma esposa chata pra caralho e ainda tem que aguentar uns colegas malas que o detestam, mas, que ao contrário do porra-louca interpretado por Douglas, consegue segurar a onda. 


Um roteiro criativo e muito bem elaborado, apesar de algumas pequenas falhas como o a desnecessária sequência da bazuca e o desfecho do personagem central, somado a um elenco não poderia ter outro resultado: Um filmaço eletrizante e muito, mas muito mesmo, fodástico.Disparado, um dos melhores filmes de todos os envolvidos. Pena que ande tão sumidão das TVs brasileiras abertas e por assinatura. Em síntese, uma verdadeira obra-prima da sétima arte, que o tempo não apagou, e que merece ser descoberta, vista e revista infinitas vezes, sem perder a qualidade.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.  


 
Trailer.

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