quarta-feira, 19 de setembro de 2012

E A MERDA CONTINUA...

Novo filminho espírita nacional consegue ser pior que os seus pares.
 
Uma tendência do nosso cinema são os filmes de temáticas espíritas. Particularmente, mesmo não sendo adepto da crença, não tenho nada contra produções assim, e inclusive, curto bastante algumas como O Sexto Sentido, Um Olhar no Paraíso, Ghost, Além da Eternidade. O grande problema das nossas produções é a teimosia de tentar empurrar goela à baixo a doutrina espírita, com uma linguagem exageradamente didática, que obriga os atores a atuarem de forma ridicularmente canastrona nem mesmo as enquetes dos telecursos televisivos utiliza, gerando filmes chatíssimos, tediosos. O novo exemplar do gênero E a Vida Continua..., filme que assistir no final da tarde da última segunda na sala 4 do Complexo Kinoplex Maceió,  consegue superar as outras produções nacionais,  elevando ao grau máximo todos os defeitos, e ainda acrescentando outros, como as alfinetadas provocativas e patéticas à Igreja Católica, uma grande ironia já que a maioria dos adeptos da doutrina espírita e do grande público de filmes desta temática, infelizmente, são de católicos.
 
O filme até tem um roteiro interessante, mas de tão mal escrito e preoupadíssimo em jogar para nós a doutrina, abusando exageradamente do linguajar didático, acaba se tornando o mais chato e tedioso. Ernesto (Luiz Bacelli) e Evelina (Amanda Acosta), se conhecem quando estão indo para o memso hotel, onde irão repousar antes de encararem operações delicadíssimas. No local, aproveitam para ter tediosos papos, onde, patéticamente e absurdamente, o quase-ateu começa a passar alguns pontos da doutrina espírita para a católica calora Evelina. Surge então, uma grande amizade que irá até o outro lado da vida, onde descobrirão que têm muito mais em comum além de estarem mortos.
 
Nada escapa neste filminho insosso e sem emoção nenhuma, com sequências muito mal feitas, trilha horrível e sofrível aos ouvidos, e  uma canastrice absurda dos atores, que contagia até mesmo o veterano e grande ator Lima Duarte, que espantosamente está péssimo, praticamente dando palestras espírita ao invés de atuar.
 
Se a pornochachada e o erotismo dos anos 70 e meados dos 80 são uma mancha podre na filmografia do nosso cinema, hoje são os filmes de temáticas espíritas que fazem isso, ao menos,  enquanto forem produzidos apenas no intuito de dizimar a doutrina didaticamente. Infelizmente, à exemplo daqueles lixos do passado não muito distante, esss merdas continuarão sendo produzidas desta mesma forma já que tem um público cativo para assisti-los. 
 
Dirigido e roteirizado pelo ator Paulo Figueiredo, E a Vida Continua... é mais uma dessas manchas vergonhosa do nosso cinema. Não somente um dos piores filmes nacionais do ano, como também de todos os tempos. Nota 0,0 infinita vezes.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo. 
 


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