E a onda da remake e continuações de grandes campeões de bilheteria das antigas continua de vento em polpa. Agora chegou a vez dos macacos inteligentes que dominaram a raça humana e a cultura pop nos anos 70, voltarem as telonas, depois de dez anos da última aparição pelas mãos de Tim Burton, no remake Planeta dos Macacos, que muitos detestaram, mas eu particularmente gostei. E voltam em grande estilo na ficção Planeta dos Macacos - A Origem, que conferi no final da noite de segunda, na sala 3, do Complexo Kinoplex Maceió.
A trama conta como os macacos iniciaram a revolta e tomaram conta do nosso planeta. A ideia não é nova, já que na clássica série dos anos 70, exatamente no quarto filme (o tosco A Conquista do Planeta dos Macacos, de 1971) já tinha trabalhado este tema. Mas a história deste novo filme é inovadora e bastante original. Ao contrário daquele clássico trash onde César era o filho dos inesquecíveis Cornelius e Zira (interpretados pelos saudoso Roddy McDowell e Kim Hunter), que voltaram no tempo no terceiro filme da série original, em Planeta dos Macacos - A Origem, César é fruto de uma herança genética de sua mãe, cobaia numa pesquisa científica que busca a cura do mal de Alzheimer. Após um efeito colateral que ela sofreu, provocando a sua ira e consequente morte abatida por tiros, César é adotado por Will Rodman (James Franco, competente), cientista responsável pela pesquisa. Anos depois, e com uma inteligência incrivelmente superior, César ataca o chatíssimo e tosco vizinho de Rodman, após o mesmo tentar agredir seu pai Charles (John Lithgow, como sempre ótimo), que sofre de Alzheimer. Preso num abrigo de animais com outros macacos e muito maltratado, César arquiteta e lidera uma rebelião símia.
Quem for ao cinema a fim de assistir um filme com ação initerrupta do começo ao fim pode se decepcionar um pouco. Mas não é nenhum defeito, já que a ação ocorre na medida certa e no momento exato. O roteiro é muito bem construído, disparado um dos mais bem elaborados de toda série, junto com o do filme original de 1968, estrelado pelo saudoso Charlton Heston. Bastante detalhado, mas sem ser chato, incluindo citações daquele clássico filme (mostra-se em noticiários a partida da missão e o desaparecimento dos astronautas) e de outros filmes como King Kong, o filme tem um enredo envolvente e muito criativo, que além de divertir, nos leva a algumas reflexões como mau-tratos com animais e pesquisas científicas.
As interpretações são convicentes, mas quem roubam a cena são os excepcionais efeitos especiais, principalmente, os que recriam os primatas. Ao contrário de todos os filmes da série, incluindo o remake de Burton, os atores perfeitamente maquiados dão lugar aos símios digitalizados, que supreendem e impressionam pelo realismo das impressões faciais, graças a técnica perfeita de capturação de movimentos e expressões. O experiente Andy Serkis, que já emprestou suas expressões para compôr outro símio famoso, King Kong, e o Smigoll da trilogia O Senhor dos Anéis, agora dar vida ao inteligente César de forma incrivelmente convicente, superando até mesmo o seu mais memorável personagem na trilogia épica dirigida por Peter Jackson. Sem dúvida, podemos dizer que ele é o grande destaque do elenco.
Com um enredo bastante interessante, interpretações razoáveis e efeitos especiais de última geração, Planeta dos Macacos - A Origem é um excelente filme, superado ligeiramente apenas pelo filme original. Se conseguir manter o mesmo nível, tem tudo para não somente recomeçar a franquia com pé direito (no início dos créditos finais, ocorre uma cena que mostra claramente que haverá continuação) como também conseguir o feito inédito de superar a série original. Divertido e envolvente, um filmaço que você não pode deixar de conferir hoje mesmo no cinema. Nota 8,5.
Rick Pinheiro. Cinéfilo.
Fofinho, inteligente e futuro revoltado César.
"A gente não quer só banana!"
Macacos liderados por César se revoltam, com razão,
contra maus tratos.
Making off.
Técnica é a grande atração de Planeta dos Macacos - A Origem.
Na madrugada de hoje assistir no canal fechado TNT, um comovente drama esportivo que me supreendeu e que ainda não tinha assistido: Somos Marshall dirigido por McG e estrelado pela dupla de Matthew, McConaughey e Fox (o Dr. Jack da extinta série televisiva Lost).
O filme conta a história real de superação, protagonizada por um time de futebol americano de uma Universidade norte-americana, após o trágico acidente de avião, ocorrido em 1970, que vitimou todo jovem time, a comissão técnica e alguns patrocinadores. A pequena cidade fica totalmente abalada com a tragédia, que vitimou sus familiares. O conselho acadêmico pensa em extinguir para sempre o esporte, até que um ousado e nada convencional treinador, oferece-se para formar um novo time, tendo o grande desafio de fazer não somente a Universidade, mas uma cidade inteira, superar a trágica morte de seus entes queridos.
Particularmente, não gosto muito de filme sobre esportes típicamente estadunidense, abrindo exceção apenas para o ótimo filme protestante Desafiando os Gigantes, o eletrizante Duelo de Titãs e este drama que assistir ontem pela primeira vez. Somos Marshall é um excelente drama, envolvente e emocionante, com um ótimo roteiro, que prende a atenção do início ao fim, e que arranca algumas lágrimas.
McG, ex-diretor de videoclipes, que também dirigiu os dois filmes das As Panteras, supreende dando destaque maior as interpretações. É notável que o diretor deu um foco especial as interpretações, contrariando o seu histórico de super-valorização do visual, apesar que o estilo típico do diretor aparecer na dosagem certa, principalmente no início dos créditos finais, onde aparecem cenas e imagens reais dos verdadeiros Marshall do começo dos anos 70. Apesar de, infelizmente, assistir na versão dublada, arrisco em dizer que Matthew McConaughey supreende, provavelmente na melhor perfomance de sua carreira. Seu xará Matthew Fox é presenteado com o personagem mais rico de emoções, mas, não posso opinar sobre sua interpretação, devido a dublagem. Mais sem sombra de dúvida que é o melhor filme tanto dos Matthew quanto do diretor McG.
Em síntese, Somos Marshall, mais que um filme sobre um dos esportes mais popular dos Estados Unidos e ignorado por nós brasileiros, é um excepcional drama que ensina que tudo nesta vida é superado, até mesmo um luto coletivo. Cativante, envolvente e emocionante, um filmaço imperdível e obrigatório para se ter em casa, mesmo para aqueles que não são cinéfilos e/ou gostem de filmes sobre futebol americano.
Que fique claro: Selton Mello foi mal escalado para dublar Kiefer Sutherland em Linha Mortal, e isso não tira o mérito do talentoso ator como dublador. Por isso, faço questão de postar aqui um dos trabalhos mais memoráveis dele.
O vídeo acima é o trecho do excepcional Clube dos Cinco, clássico teen dos anos 80, onde ele dubla o jovem rebelde interpretado pelo sumido Judd Nelson. Notem que Mello dar um show a parte, numa interpretação excepcional do personagem, superando até mesmo o ator original.
Uma prova incontestável do talento de Mello também com dublador, mostrando toda sua versatilidade.
Calma galera! A série 24 horas não irá voltar, com excepcional ator brasileiro Selton Mello substituindo Kiefer Sutherland. O título da postagem é apenas para chamar atenção, de um encontro virtual entre o talentosíssimo ator nacional, com o intérprete do durão Jack Bauer.
Poucos sabem, mas o ator Selton Mello é um dos dubladores mais ativos do nosso país, muito antes de ter estourado como um dos atores mais solicitados do nosso cinema e da moda de famosos dublarem desenhos animados surgir. Para quem assistiu atentamente ao filme Linha Mortal, exibido na Band no final de semana passada, percebeu que Nelson Wright, estudante de medicina idealista e narcisista, interpretado pelo eterno Jack Bauer, foi dublado pelo nosso talentoso Selton Mello.
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Lógico que o resultado foi tosco, apesar de toda competência de Mello, que dar um show também como dublador, passando emoção perfeitamente, o mesmo foi desastrosamente escalado para este filme, já que sua voz não combinou em nada com a de Surtheland e seu personagem, tornando em alguns momentos o audacioso estudante de medicina uma piada.
Mas, valeu pela curiosidade e por ver o talentosíssimo Selton Mello, mostrando toda sua versatilidade, mesmo quando quem aparece em cena é outro ator.
Um ótimo suspense esquecido pelas emissoras brasileiras.
Na madrugada de sábado para domingo passado, pós o UFC Rio transmitido pela Rede TV, fiquei zapeando pela TV e fui supreendido com a exibição de um ótimo filme dos anos 90 que, infelizmente, andava sumido das telinhas, tanto dos canais abertos quanto dos fechados. Trata-se do suspense Linha Mortal, dirigido pelo imprevisível Joel Schumacher, com um elenco de primeira encabeçado por Kiefer Sutherland e Júlia Roberts, recém-saída do estouro do filme Uma Linda Mulher.
Na trama, cinco estudantes de medicina, que além do então futuro Jack Bauer e da sorridente musa hollywoodiana, que na época namorava seu colega de cena, é composto por Kevin Bacon, Stephen Baldwin e Oliver Platt, resolvem fazer experiências com a morte, tentando ficar perto do outro lado da vida o maior tempo possível. Porém, cada um que foi cobaia desta arriscada experiência, volta com alguns efeitos colaterais psicológicos.
Apesar de ter uma ideia sem nexo, afinal, estudante de medicina tem mais o que fazer do que brincar de roleta russa em nome da ciência, o filme é um ótimo suspense, graças ao intrigante roteiro e ao ótima direção de Schumacher (pense num diretor que oscila entre bons e péssimos momentos!), que dar todo climão de suspense no filme.
Em síntese, um filmaço que, infelizmente estava há anos sumidos das emissoras brasileiras, principalmente, pegando poeira no porão do SBT, emissora aberta que o exibiu, e que a Band ressuscitou num horário incômodo. Espero que na próxima vez seja exibido no horário nobre, para que mais pessoas possam conferir este filmaço.
Quem segue nosso humilde blog vem reparando que o assunto dominante é cinema. Até agora, são 144 postagens comentando os mais variados filmes, lançamentos ou não. Tentaremos, a cada semana, postar comentários sobre franquias que marcaram a história do cinema, como dicas tanto para os saudosistas de plantão quanto para a nova geração, que acompanha este blog, descubra que existem outras séries, algumas ate mesmo superiores as atuais franquias campeãs de bilheterias Harry Potter e Crepúsculo. E começo, batendo pesado nas franquias teen, com uma série campeã peso-pesado, que noucateia muitas outras franquias doc cinema e que arrasta até hoje uma multidão de fãs. Trata-se da saga do boxeador Rocky Balboa, estrelada e escrita por Sylvester Stallone.
Sem dúvida o grande mérito e segredo do sucesso da série é Stallone. Rocky Balboa, em muitos aspectos, é a cópia fiel do seu criador. Destemido e incansável para agarrar uma chance de realizar os seus sonhos, como o seu personagem Balboa, Stallone, que até então só tinha feito algumas pontas em filmes dos outros e tinha estrelado alguns filmes "B", sendo um deles um pornô classe "Z", negou propostas milionárias pelo roteiro de Rocky, Um Lutador, por estas não incluí-lo no pacote. Mesmo passando por privações com sua família soube esperar pela oportunidade, oferecida por um produtor que comprou o roteiro a preço de banana, em comparação as outras propostas, mas aceitou ter Stallone como protagonista. O resultado foi uma franquia com seis filmes campeões de bilheteria, os quais passo a comentar a partir de agora.
Rocky, Um Lutador (1976). Nota: 10,0.
No primeiro filme somos apresentados ao trintão Rocky Balboa, que vive de bico, trabalhando como um brucutu cobrador de um agiota e nas horas vagas, é um lutador amador de décima quinta categoria. Balboa é um zero a esquerda e ver uma chance de sua vida mudar quando é escolhido para lutar contra ninguém menos que o campeão de peso-pesado, Apollo Creed (Carl Weathers). Com ajuda do seu treinador Mickey (o saudoso e excelente ator Burgess Meredith), começa uma preparação para não jogar fora esta grande chance que surge em sua vida.
O filme é um emocionante e envolvente drama, com um enredo bastante interessante que mescla perfeitamente humor e drama. Curiosamente, Stallone escreveu o roteiro em apenas três dias após assistir pela TV a clássica luta entre o lendário Muhammad Ali e o desconhecido Chuck Wepner. E o roteiro foi ainda mais favorecido graças a um elenco afiado que recebeu quatro indicações ao Oscar por suas brilhantes interpretações (Além de Stallone, na categoria melhor ator, Talia Shire foi indicada a melhor atriz, Burgess Meredith e Burt Young a Melhor Ator Coadjuvante).
Merecidamente, o filme recebeu dez indicações ao Oscar, levando apenas três estatuetas: Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Filme. Todas premiações merecidas, mas, sem exagero nenhum, merecia ser premiado nas demais categorias que concorreu, principalmente, pelas inspiradas e excelentes interpretações. Mas, como sabemos, os membros da Academia nem sempre são tão justos. Paciência!
Em síntese, Rocky, Um Lutador é um filmaço, disparado o melhor de toda franquia. Um drama sensível, envolvente e emocionante, com dosagem certa de humor e uma belíssima mensagem de superação e força vontade. Um verdadeiro clássico moderno que não envelheceu com o tempo. Para ser visto e revisto incansavelmente.
Rocky II: A Revanche (1979). Nota: 9,8.
Depois de ter estourado nas bilheterias e premiado mundo a fora, evidente que a saga do garanhão italiano ganharia uma continuação. Três anos depois, chegou aos cinemas Rocky II: A Revanche, com todo elenco de volta, sendo dirigido desta vez pelo próprio Stallone.
A trama se passa logo após o histórico combate entre Rocky e Apollo no final do primeiro filme, com os dois indo para o hospital para tratar de suas caras amassadas. Meses depois, Apollo é cobrado pelos fãs para uma revanche, enquanto Rocky, agora casado e prestes a ser pai, tenta sobreviver de todas formas, até numa tentativa fustrada de ser garoto propaganda (uma das cenas mais engraçadas da série). Evidente que, devido as circunstâncias, só existe uma alternativa para Balboa: voltar aos ringues, aceitando o desafio de Apollo.
Rocky II é uma continuação fiel do primeiro filme, com um enredo idêntico, tão envolvente e emocionante que aquele filmaço original. Destaque para a luta entre Rocky e Apollo, com um final eletrizante, resolvido por questão de segundos, que mesmo sabendo o resultado, faz a plateia torcer freneticamente por Balboa, até hoje. O elenco está mais a vontade nos seus personagens, logo, todos estão perfeitos. Stallone, se sai bem como diretor, mas ainda seguindo a cartilha do seu antecessor John G. Avildsen, sem colocar seu estilo próprio.
Em síntese, Rocky II - A Revanche é um filmaço tão bom quanto o original que também não envelheceu com o tempo. Outro excelente filme para ser visto e revisto.
Rocky III - O Desafio Supremo (1982). Nota: 9,5.
Seguindo o intervalo de três anos entre os filmes, Rocky III - O Desafio Supremo chegou as telonas, dando cara nova e novo pique a franquia, substituindo o gênero drama esportivo pela ação frenética. Ao contrário do filme anterior, Stallone impõe seu estilo próprio na direção e mostra toda sua versatilidade acumulando também a função de ator e roteirista.
Na trama deste filme que inúmeras vezes se fez presente nas saudosas Sessão da Tarde e Temperatura Máxima, após sair da merda e ganhar o título mundial, Balboa relaxa em sua carreira, enfrentando outros "moloídes". Até que surge o loucão e tosco Clubber Lang (Mr. T, hilário), um lutador tão zero à esquerda e com a mesma determinação quanto o Rocky nos primeiros filmes, mas sem a mesma humildade. De tanto encher o saco, chamando Balboa para briga, ganha a chance de lutar com ele e acaba dando-lhe uma surra para o garanhão italiano baixar a crista. Para complicar ainda mais, Balboa perde o seu treinador e entra em crise, chutando (ou seria esmurrando?) o pau da barraca. Mas é ajudado pelo seu ex-adversário Apollo, que o treinar e o faz levantar, sacudir a poeira, dar a volta por cima e muita porrada no metidão Lang.
O filme tem um ritmo frenético, quase um videoclipe. Ao contrário dos dois antecessores, o roteiro não aprofunda os personagens, indo direto ao ponto, ou seja, a ação. De todos os filmes da série, este é o que tem mais ação, com direito a Balboa sair numa porrada beneficente com um gigante lutador de luta livre, interpretado pelo sumido Hulk Hogan, numa espécie de prévia de UFC. Uma hilária e inesquecível sequência, que diverte, de tão tosca e absurda. Neste filme também somos apresentados ao clássico da música pop "Eye the Tiger", cantada pelo Survivor e executada até hoje, mundo a fora.
Em síntese, um ótimo filme de ação, que empolga até hoje, mesmo depois de ter sido exibido tão exaustivamente pela Rede Globo.
Rocky IV (1985). Nota: 9,3.
Já era de lei: de três em três anos, Rocky Balboa pintava nas telonas para encarar um novo desafio. Em Rocky IV, Balboa deixa de ser apenas um bom moço que lutou persistentemente para realizar os seus sonhos para se tornar um "Capitão América" versão brucutu. Até certo ponto é compreensível esta mudança desnecessária no personagem se analisarmos a época. Os Estados Unidos viviam o auge da Era Regan, onde o patriotismo exagerado que beirava ao barrismo chegava ao extremo. Stallone, também no auge de sua carreira, não perdeu tempo e fez dos seus mais famosos personagens, Rocky e Rambo, garotos propaganda desta época.
Na trama, após vencer o doidão Lang no final do filme anterior, Balboa vivia "de boa" em sua mansão. Até que chega aos Estados Unidos uma comitiva soviética, que o desafiava para enfrentar o super-máquina bombadão soviético Dragon (Dolph Lundgren, fazendo cara de mau, mas totalmente canastrão no seu personagem mais memorável). Mas, quem acaba sentindo as dores no sentimento patriótico e saindo na porrada com o armário soviético é outro lutador aposentado, Apollo Creed, que acaba se ferrando, após o circo patrocinado por Balboa. Evidente que Balboa parte para vingança e encara o grandalhão numa luta memorável na antiga União Soviética.
Stallone,que também escreveu e dirigiu o filme, deixa de lado o roteiro e torna o filme um festival de videoclipes. Em um deles, o mais interessante de todos, são exibidas cenas de todos os filmes da franquia realizados até então. De todos os filmes da série, este é o que tem uma edição mais rápida. Evidente que com um ritmo acelerado deste, o aprofundamento das personagens foi deixado de lado, o que prejudicou e muito as interpretações. O próprio Stallone ligou o piloto automático, numa de suas piores perfomances como ator. Em compensação temos a luta mais eletrizante e empolgante de toda franquia, onde o nanico saradão Balboa enfrenta de igual para igual o Armário Gigante Bombadão Dragon.
Em síntese, Rocky IV é um filme para norte-americano ver e se orgulhar, que se afastou totalmente de suas raizes. Mesmo assim, com uma edição empolgante e ritmo acelerado de videoclipe, é um filme de ação que agrada aos fãs do gênero, que até hoje o consideram o melhor fiilme da franquia (quando criança e adolescente também achava isso). Gosto não se discute, né galera?
Rocky V (1990). Nota: 6,5.
Mesmo afastando-se de suas origens, Rocky IV tinha tudo para encerrar bem a franquia, que já tinha cumprindo a sua função. Mas cinco anos depois, Stallone escreve e estrela mais um round para Balboa em Rocky V, trazendo de volta John G. Avildsen, diretor do excepcional primeiro filme e dos três primeiros Karate Kid.
Nesta tentativa fustrada de voltar ao drama, gênero inicial da série, mesclando e maneirando no estilo videoclipe dos dois últimos filmes, após voltar da União Soviética e sequelado de tanto levar porrada de Dragon na cabeça, de uma hora para outra, Balboa vai a falência, indo morar com a família em sua primeira casa. Eis que surge Tommy Gunn (o lutador Tommy Morrison, como ator é um ótimo boxeador), jovem e promissor lutador que de tanto encher o saco, é aceito por Balboa para treiná-lo. Bobão.. digo, Balboa, se empolga tanto com o rapaz, que ignora seu próprio filho. Como retribuição de tanta dedicação que beira ao paternalismo, Gunn dar uma ingrata (e merecida) banana para Balboa. Evidente que a ingratidão é resolvida na porrada, só que desta vez, fora dos ringues, numa interessante e empolgante briga de rua.
O filme é uma total decepção. Roteiro fraco, interpretações toscas. Stallone está péssimo, transformando o personagem num bobo alegre, superando sua péssima atuação no filme anterior. Uma mancha na ótima franquia, que até mesmo o próprio Stallone hoje assume que foi um erro. Vale apenas pela cena final da briga de rua, pela criativa ideia de expor fotos de cenas de todos os filmes da franquia nos créditos finais, ao som de uma brega e bonitinha música cantada por Elton John e pela curiosidade de ver pai e filho contracenando pela primeira vez (Sage Stallone, filho do ator, interpreta Rocky Jr. Os dois voltaram a contracenar anos depois no eletrizante Daylight).
Em síntese, um filme fraquíssmo, que só merece alguma nota pelos pontos mencionados acima. O único filme da série que deve ser ignorado e esquecido. Algo que seu criador e ator principal faz questão de fazer.
Rocky Balboa (2006). Nota: 9,0.
Quando todos achavam que Rocky V tinha enterrado a franquia, afogando-a na merda, dessesseis anos depois deste micaço e exatamente trinta anos após o original, Stallone ressuscita seu personagem ícone para mais um round no ótimo Rocky Balboa.
Reencontramos o personagem agora viúvo (para mim, o único ponto fraco do roteiro), longe dos ringues, dono de um restaurante, onde ele exercita a sua humildade, contando "causos" de suas memoráveis lutas para os clientes. Seu filho, agora interpretado por Milo Ventimigilia, vive longe do pai, cuidando da sua própria vida, apesar de sempre as pessoas lembrarem de quem ele é filho. Ao lado do velho Balboa, apenas o inseparável amigo e cunhado Paulie (o impagável Burt Young, que junto com Stallone e Tony Burton, que interpreta Duke, o treinador de Apollo, são os únicos atores presentes em todos os filmes da franquia). Tudo ia na mais perfeita paz, na merecida aposentadoria, até que um telejornal esportivo exibe uma simulação computadorizada de uma luta entre Balboa e o atual campeão de peso pesado Mason Dixon (o lutador Antonio Tarver), o que acaba reascendendo no velho garanhão italiano, a vontade de lutar.
O filme é uma agradável supresa, conseguindo o êxito que seu antecessor não conseguiu: voltar as raízes dos primeiros filmes. A ação está presente, mas na dosagem certa, voltando a ser um ótimo drama que tem o boxe com pano de fundo. O roteiro está muito mais elaborado, aprofundando os personagens, e com os pés no chão, respeitando a idade dos mesmo. Aqui, finalmente, Balboa volta a ser o sujeito boa praça que quer apenas realizar um sonho, neste caso, voltar aos ringues mais uma vez.
Curiosamente, no filme que também é dirigido por Stallone, é feito um flashback com várias cenas filmes da franquias, exceto o antecessor Rocky V. Sem falar que o dano cerebral que o personagem tinha neste filme, é totalmente ignorado em Rocky Balboa. Duas provas inequívocas que Stallone quer mais é distância daquele decepcionante filme.
Mais do que um filme, Rocky Balboa é uma belíssima homenagem ao filme original. Tanto que nos créditos finais são exibidas cenas de populares subindo as escadarias que Balboa subiu no primeiro filme. Um drama sensível, emocionante e envolvente, que encerra com chave de ouro a ótima franquia. Apesar de existirem rumores de um novo filme a franquia, penso que seja desnecessário, depois de um encerramento tão perfeito. Tomara que sejam apenas boatos.
No geral a saga do lutador Rocky Balboa é uma franquia que emociona, diverte, empolga e inspira, já que seus filmes trazem belas lições de superação e força de vontade, que com certeza, não se apagam com o tempo. Apesar de algumas deficiências, é uma da melhores franquias da história do cinema, logo, é para ser vista e revista sempre! Imperdível!
Verde: cor tão na moda, graças a consciência ecológica cada vez mais forte. Esta cor, após as cores da bandeira estaduniense, parece ser a preferida dos super-heróis. Não é novidade nenhuma que os produtores hollywoodianos vem ao longo da história transportando o mundo dos super-heróis de suas fontes originais para as telonas. Evidente que os esverdeados não poderiam ficar de fora. Primeiro foi o monstrão Hulk, em dois filmes. No começo deste ano o tosco Besouro Verde ganhou uma super-produção. Agora, chegou a vez do Lanterna Verde, estrear nas telonas numa super-produção que acabei de conferir na tela da sala 3 do Complexo Kinoplex Maceió.
Como toda estreia de um super-herói nas telonas somos apresentados a sua origem. Aqui, vemos como o irresponsável, inconsequente mas temeroso Hal Jordan foi escolhido por um poderosa anel para ser o primeiro Laterna Verde humano, grupo de destemidos guerreiros inter-galáticos que tem como missão proteger o universo de todas as ameaças. Evidentemente que o rapaz entra para o grupo no meio da maior de todas as ameaças, cabendo a ele, superar seus temores e dar um jeito neste vilão tão poderoso que, mais evidentemente ainda, inventa de invadir e tentar destruir o nosso planeta.
Como você pode deduzir a trama não traz nenhuma novidade. O roteiro, "para variar", está repleto de todos os clichês bastante batidos como herói com crise de identidade e descobrindo seus valores, treinamento para assumir a responsa (neste caso, foi um dos mais rápido e sem graça da história do cinema), chamego entre o herói e seu grande amor, a mensagem direta para todos nós (no caso deste filme, "A habilidade supera o medo"), entre outros. Mesmo assim, o filme é interessante e prende a nossa atenção do começo ao fim. Um destaque especial no roteiro são algumas boas tiradas satíricas, como na cena em que a mocinha, ao descobrir de cara que o seu rolo agora é um super-herói, afirma "Você acha que só porque está tapando as buchechas com uma máscara eu não iria lhe reconhecer?". Uma frase que, com certeza, muitos de nós queríamos dizer a este e outros heróis (pensei que a série Smallville iria explicar porque apenas um óculos tornar o Superman irreconhecível como Clark Kent).
O elenco, apesar de contar com coadjuvantes de peso como Tim Robbins e Angela Basset, não tem nenhuma interpretação explêndida, mas também nenhuma canastrice. Todos cumprem razoavelmente seus respectivos papéis. Ryan Reynolds se sai bem como o herói-protagonista e convence, ao contrário de Peter Sarsgaard, que apesar de todo esforço, não convence, tornando o vilão Hector Hammond chatíssimo e caricato. Vale salientar que a culpa não é do ator, mas do roteiro que não dar muita chance do vilão crescer na trama. Aliás, o pouco espaço dado aos vilões e o ligeiro treinamento do herói são os pontos fracos do filme.
Os efeitos especiais são bons, com destaque as cenas que se passam no planeta Oa, que são um deleite aos olhos. Em contrapartida, o 3-D decepciona e fica a sensação que Lanterna Verde é mais um filme que só foi lançado no formato para arrecadar mais grana. Uma tática, infelizmente, cada vez comum em Hollywood, em especial do estúdio Warner, responsável pelo filme. Não chega a ser um horror como Fúria de Titãs do mesmo estúdio, mas a sensação de fustração também está presente.
Em síntese, apesar das falhas groseiras, Lanterna Verde é um um filminho legalzinho, satisfatório, que introduz o herói nas telonas, com pretensões de lançar uma nova franquia. Mas, não deixa de ser frustrante para o padrão DC / Warner que tem no currículo filmaços de heróis (Superman: o filme, Superman II, Batman Begins e Cavaleiro das Trevas).
Confira abaixo um dos trailers deste filme de super-herói, dirigido pelo competente Martin Cambell que tem no currículo excelentes super-produções como 007 contra Goldeneye e 007 - Cassino Royale, A Máscara do Zorro, Limite Vertical, entre outras, o que só aumenta a frustração.