segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O MELHOR DE STEVEN SEAGAL.

Atualmente numa impressionante decadência física e de qualidades de filmes, o mestre de seis artes marciais e canastrão já protagonizou bons filmes de ação.

A garotada de hoje em dia que ver as merdas que Steven Seagal protagoniza pode não acreditar, mas, o atual rei momo dos filmes de ação já arrebentou no gênero, com ótimos filmes e em plena forma, principalmente seus primeiros filmes, apesar do seu desempenho como ator sempre ter sido limitadíssimo (exceção apenas para Machete, onde o diretor Robert Rodriguez, conseguiu o impossível ao tirar uma boa e divertida atuação de Seagal). Trago agora a lista, em ordem cronológica que foram produzidos, daqueles que, na minha humilde opinião, são os melhores filmes do mestre em seis artes marciais e canastrão Seagal. De uma filmografia de mais de quarenta filmes, apenas dez merecem destaque, onde realmente o cara arrebenta, portanto, que valem a pena serem descobertos, vistos e revistos. Confira!

Em 1988, com Chuck Norris, o então novato Jean Claude Van Damme e outros similares arrebentando principalmente no mercado de home vídeo, a Warner resolveu investir em Steven Seagal, afinal, o cara tinha potencial que o diferenciava dos demais astros, por dominar seis  tipos de artes marciais. Sua estreia foi no interessante policial Nico: Acima da Lei, pelas mãos de ninguém menos que Andrew Davis, que dirigiu vários filmaços do gênero, e que anos depois ganharia notoriedade com o fodástico O Fugitivo com Harrison Ford. Seagal estreia com pé direito como um policial durão e ex-agente da CIA (tipos que juntos com militar são personagens frequentes em sua filmografia) descobre uma rede de tráfico de drogas e bota para fuder em cima da bandidagem. Contando com a coadjuvante de luxo, Sharon Stone, em começo de carreira, o filme tem um roteiro razoável, que tem como ponto alto valorizar as habilidades marciais de Seagal que arrebanta nas sequências de ação, muito bem coreografadas. Seagal, além de protagonizar, escreveu o roteiro e foi um dos produtores junto com Davis.  Clássico oitentista dos filmes de ação B, que de vez em quando aparece na telinha do SBT. Nota: 7,0.


Depois de uma boa estreia, Seagal volta às telonas em outro clássico oitentista que também dar as caras na telinha do SBT, Difícil de Matar, onde além de contracenar com sua esposa na época, a eterna dama de vermelho e mulher nota 1000, Kelly LeBrock, inaugura o seu tosco estilo de cabelos ensebados de gel com rabo de cavalo, que virou sua marca registrada na maioria de seus filmes. Seagal é o policial Mason Storm, que ao descobrir que um político está envolvido com a  bandidagem, leva a pior, sofrendo um atentando bem na hora que estava na hora do chamego com sua esposa gostosa. Depois de sete anos em coma, o cara acorda do nada, e parte para cima da bandidagem responsável pela sua desgraça. Os comentários deste clássico filme de ação B oitentista você confere em:  http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2012/06/seagal-detornando-em-alto-estilo.html. Vale a pela assistir para ver Seagal em ação, a belíssima e atualmente sumida LeBrock e para chorar de rir com a saída de coma de Mason, uma das sequências mais toscas e ridículas da história do cinema. Nota 7,0.


Porrada, vodu e reggae. Este poderia ser o título do fodástico Marcado para a Morte, terceiro filme e um dos melhores filmes do canastrão que dar vida a mais um policial, desta vez John Hatcher, que só quer ficar de boa, com sua família, no bairro que cresceu. Mal a aposentadoria começa e o cara volta à ativa, ao perceber que os traficantes jamaicanos estão dominando geral o seu pacato bairro. Além de está em perfeita forma, dando um show com uma ótima coreografia, com direito a um eletrizante combate de espadas com o assustador e ao mesmo tempo tosco vilão rastafári. E Seagal ainda arrisca soltar o gogó, ao lado do mestre do reggae Jimmy Cliff, algo que, graças a Deus, somos poupados de ouvir em cena. Os comentários estão em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2012/07/filmaco-de-seagal-perdido-na-madrugada.html. Nota 9,0.


Seagal atinge seu ápice no clássico dos saudoso e bons tempos da sessão Domingo Maior da Rede Globo Fúria Mortal, onde interpreta o seu personagem mais fodástico, que faria até Chuck Norris mijar nas calças. Gino Felino, é um policial (oh! Não diga!) descendente de italiano, nascido e criado no Brooklyn, que logo de cara coloca um cafetão covarde para dentro de um carro pelo para-brisa.  A porra fica mais séria depois de 5 minutos de filme, quando um ex-amigo de infância, que agora é um traficante muito louco (William Forsythe), cheio de nóia na cabeça, mata seu parceiro e melhor amigo na frente de sua esposa e filhos, e de quebra, ainda uma mulher que fez a estupidez de buzinar para ele. Peidado, Gino inicia uma perseguição implacável para achar e ferrar o noieiro loucão, com direito a distribuir porrada para todos os lados, e ainda intimidar a família do doidão, incluindo o pai que tanto acreditou e incentivou Gino a trilhar um bom caminho na vida. Dirigido por John Flynn (1932-2007), o filme tem um roteiro razoável, que depois da primeira metade, diminui drasticamente o ritmo da ação, tornando-o um pouco chato e cansativo, apesar de ter menos de uma hora e meia de duração. Em compensação, oferece as melhores sequências de ação da carreira do canastrão, que arrebenta com a bandidagem até mesmo com uma bolinha de sinuca. Outro clássico dos filmes de ação B para ser visto e revisto. Nota 8,0


Como seu contemporâneo (e dizem por aí, rival) Jean Claude Van Damme, Seagal atraiu a atenção para que os produtores investissem mais nele. Sua primeira super-produção foi a divertida A Força em Alerta, dec 1992, com Seagal mais uma vez dirigido pelo especialista Andrew Davis, responsável pela sua estreia nas telonas. Na trama, o lendário navio de guerra USS Missouri está realizando sua última viagem rumo a desativação. Aproveitando a festa surpresa do comandante, um grupo de terroristas, liderados por um sádico porra louca William Strannix (interpretado por ninguém menos que Tommy Lee Jones, que posteriormente, ganharia seu Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por O Fugitivo, dirigido por Davis). Mas, o caras não contavam que o chefe do cozinheiros, Casey Ryback (Seagal), não somente era bom de cozinha, mas, uma fera na arte de dar porrada e acabar com a festa de terroristas malas sem alça. Com ação na medida certa, e um enredo razoavelmente muito bem escrito, A Força em Alerta é um ótimo filme de ação, um dos melhores de Seagal e do mestre Davis. Nota 7,5.


Com um enorme sucesso, a continuação seria inevitável. Em 1995, o fodástico Casey Ryback volta à ativa no também divertido A Força em Alerta 2. Mais uma vez, o cara está a bordo do transporte errado, na hora certa. Ryback só queria viajar a Califórnina com a sua sobrinha gatinha Sarah (Katherine Heigl, adolescente, atuando em seu segundo filme), que acabou de perder os pais num acidente aéreo.. Só que um grupo de terroristas, liderados pelo lunático Travis Dane (Eric Bogosian), invadem o trem onde Ryback e a lindinha estão viajado, com a intenção de manipular um satélite recém-colocado em órbita, projetado por Dane, a fim de ferrar com uma boa parte dos Estados Unidos. Só que, como os terroristas do filme original, Dane e sua coja não contava com o passageiro indesejável Ryback, para atrapalhar com seus planos. Mesmo não sendo dirigido pelo especialista Davis, substituído pelo estreante e ilustre desconhecido Geoff Murphy (que depois só dirigiu o frustrante A Fortaleza 2, com o zarolho Christopher Lambert), o filme supera as regras das continuações, com mais ação e menos xaropada, e consegue ser ligeiramente melhor que o original. Outro golpe certeiro de Seagal, que rendeu outro bom filme em sua filmografia. Nota 8,0.


A carreira de Seagal poderia tomar outro rumo, atuando em super-produções, mas, o cara inventou de entrar numa onda ecológica. Entre A Força em Alerta e sua continuação, estrelou e dirigiu o chatinho ecológico Em Terreno Selvagem, com direito a um tosco discurso ecologicamente correto, e posteriormente, na mesma época, voltaria ao tema nos péssimos Ameaça Subterrânea e Guerra Biológica. Mas, em 1996, entre estes e o primeiro filme "verde", Seagal estrelou dois bons filmes, O primeiro foi a eletrizante super-produção Momento Crítico, onde, apesar de dividir o cartaz original ao lado de Kurt Russell (como você pode ver na imagem ao lado, no DVD Seagal foi excluído), aparece menos de dez minutos, não luta nada e ainda ver o seu personagem partir desta para melhor da forma mais constrangedora e ridícula da história do cinema, com um tosco boneco voando pelos ares, numa sequência que consegue não convencer mais do que Seagal como ator. Na trama, um grupo de terroristas islâmicos (mais batido, impossível) sequestra um avião em pleno voo, exigindo a libertação de seu líder. Mas, o especialista David Grant (Russell) acha que é apenas pretexto para os caras pousarem o avião em Washington e detonarem uma bomba contendo um gás letal. Antes que isso ocorra, uma equipe militar, liderada pelo tenente-coronel Austin Travis (Seagal), é enviado em missão num tosco aviãozinho ultra-moderno para em pleno voo, entrarem no avião, desativarem a bomba e ferrarem com os terroristas. Mas, as coisas não ocorrem como previsto e o próprio consultor, acostumado a boa-vida burocrática, terá que partir para a porrada, a fim de cumprir a missão e salvar o dia. Contando também no elenco com John Leguizamo, Oliver Platt e Halle Berry, este filmaço de ação tinha tudo para ser o melhor de Seagal, se o personagem do mestre-canastrão não tivesse voado pelos ares tão rapidamente. Por isso, está entre os melhores de Russell. Nota 9,5.


No mesmo ano, Seagal estrelou Glimmer Man - O Homem das Sombras, que a princípio parecia ser mais um filminho da época a pegar carona no sucesso. de Seven - Os Sete Crimes Capitais. Uma série de assassinatos em série, onde as vítimas são crucificadas, vem assombrando Los Angeles. O misterioso policial Jack Cole (Seagal) transferido recentemente de Nova Iorque chega no pedaço e assume a investigação junto com o detetive Jim Campbell (Keenen Ivory Wayans, o menos conhecido dos irmãos Wayans, que dirigiu os dois primeiros Todo Mundo em Pânico, As Branquelas e O Pequenino). O filme até que começa bem e prometia, só que o roteiro tosco, onde a trama que inicialmente era de um serial killer, acaba desaguando no lugar comum dos filmes de Seagal, frustrando bastante no resultado final. E para piorar, a partir daqui, Seagal já começa a ganhar uns quilinhos a mais, e se não convencia como ator, passou a não convencer também nas sequências de luta. Mesmo com todas as deficiências, o filme ainda consegue ser melhor do que boa parte da filmografia de Seagal. Nota 6,0.


Depois da promessa não cumprida Glimmer Man, vieram os dois filminhos esquecíveis citados acima. Todos três fracassos total nas bilheterias, o que começou a ser o começo do fim para o mestre canastrão. Mas, o cara ganhou uma chance de reerguer sua carreira em 2001 com Rede de Corrupção, último filme estrelado por ele que chegou às telonas por aqui. Claramente, Seagal deve feito um dieta e perdeu uns quilinhos (apesar da maioria das cenas vemos claramente a cara do dublê) para viver o policial (Sério?) durão e encrenqueiro de Detroit, Orin Boyd, que adorar agir por conta própria, sem seguir regra nenhuma. O cara acaba de ser rebaixado, por ter jogado do alto de uma ponte o vice-presidente da república ao salvá-lo de um mirabolante atentando. Enviado para o 15º Distrito, o mais barra-pesada, não demora muito e o cara já está envolvido em confusão, onde seus próprios colegas podem está mergulhados na podridão do submundo do crime. Com um roteiro razoável, que dosa ação e humor, o filme é um dos mais divertidos da filmografia de Seagal, que conta no elenco com o rapper DMX, os comediantes Tom Arnold e Anthony Anderson Michael (estes três voltaram a atuar juntos no ano seguinte, ao lado de outro ícone dos filmes de ação, Jet Li, no também divertido Contra o Tempo), Isaiah Washington (visto recentemente no filme brasileiro Área 51), Michael Jai White (que deu vida ao herói dos quadrinhos Spaw, e foi o rival de Jean Claude Van Damme em Soldado Universal - O Retorno), Bill Duke (coadjuvante nos clássicos oitentistas Comando Para Matar e O Predador, ambos estrelados por Schwarzenegger). Disparado, um dos melhores filmes do mestre-canastrão. Nota 8,5.


Infelizmente, depois do divertidíssimo filme, a carreira de Seagal declinou, e o cara começou a fazer adoidado um montão de filminhos classe "Z" (só em 2005 foram quatro filmes, fato que se repetiu em 2009), alguns raríssimos bonzinhos, outros assistiveis e a maioria lixo total, que foram lançados diretamente em home vídeo, comprovando na prática o ditado popular que diz que quantidade não é qualidade. Recentemente, em 2010, ganhou uma segunda chance de reerguer sua carreira, pelas mãos do talentoso diretor Robert Rodriguez, que conseguiu o inimaginável ou seja, tirar uma boa e divertida atuação de Seagal em Machete. Seagal aparece pouco, mas, incrivelmente rouba a  cena e nos faz cair na gargalhada como o figuraça mega traficante Torrez. Rodriguez não somente deu a chance de ouro para Seagal, como também, intencionalmente ou não, rendeu uma homenagem ao ícone, ao colocá-lo para manejar uma espada, travando um duelo memorável com o herói Machete, interpretado pelo também canastrão Danny Trejo. Em sua concepção, o filme é divertidíssimo, e a presença de Seagal, por incrível que pareça, o torna ainda melhor. Os comentários deste filmaço nota 10,0 estão em: http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2011/06/trashao-de-luxo.html.


Mais uma vez, após abraçar a chance de ouro, Seagal voltou a fazer os mesmos lixos de sempre, permanecendo até agora. E anda esquecendo que não é todo dia que terá outra chance, principalmente devida a sua tosca forma física que não condiz para um faixa preta em seis artes-marciais, quanto mais para um astro de filme de ação, já que andou dizendo que recebeu o convite de Stallone, mas, no momento não estaria interessado em atuar em Os Mercenários 3 (a foto ao lado, obviamente, é uma montagem feita por algum fã). Quem sabe se a Rede Globo o contratar e o colocar no quadro do Fantástico "Medida Certa", e vindo a aceitar o convite feito pelo eterno Rambo, Seagal volte a ser o cara fodão do começo de carreira e a fazer bons filmes. Por enquanto, só nos resta ver e rever os bons  e velhos filmes do mestre-canastrão, principalmente, os comentados nesta postagem e evitar ao máximo as tranqueiras atuais.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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