sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

FILMAÇO DE AÇÃO QUE MERECIA O OSCAR.

Harrison Ford e Tommy Lee Jones arrebentam em remake de seriado televisivo.
 
Pode um diretor de filme de ação B ter uma obra-prima com sete indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme? Andrew Davis, diretor de pérolas do gênero como Código do Silêncio, com Chuck Norris e Nico: Acima da Lei, estreia do canastrão e mestre de artes marciais Steven Seagal nas telonas, provou que sim no eletrizante O Fugitivo, de 1993, remake de um seriado televisivo homônimo, um filme feito sob medida para Harrison Ford (curiosamente, não era a primeira escolha, já que Alec Baldwin, Andy Garcia e Kevin Costner foram sondados para protagonizarem) e um inspiradíssimo Tommy Lee Jones, roubando cena numa atuação que lhe valeu o Oscar de melhor ator coadjuvante e um micro-participação de Julianne Monroe, em começo de carreira.
 
De forma habitualmente brilhante e competente, Ford interpreta o Dr. Richard Kimble, um renomado médico acusado e condenado injustamente pelo cruel assassinato de esposa (Sela Ward), antes mesmo dos créditos iniciais. Aproveitando um acidente espertacular quando está sendo transportado para o presídio, o cara foge e corre contra o tempo para reunir provas de  sua inocência e pegar o verdadeiro culpado pela sua tragédia popular. Em seu encalço está uma competente equipe  do FBI, liderada pelo implacável Samuel Gerard (Lee Jones), que não dará mole para Kimble, perseguindo-o impiedosamente.
 
Se com os filminhos B Davis já tinha mostrado seu talento, nos presenteando com clássicos do imagina com um orçamento bem mais generoso. O cara simplesmente arrebenta, com um filmaço com excelente roteiro, ótimas atuações e sequências de ação excepcionais de encantar os olhos, muito bem realizadas. Merecidamente as indicações ao Oscar, pena que foi injustiçado, levando apenas uma estatueta para a brilhante atuação de Jones, única justiça feita ao filme pelos membros da Academia. O Fugitivo é um filmaço de ação, obra-prima do gênero, que faz jus a Ford, ator que anos antes, tinha recebido o título de astro do gênero do século XX, e de quebra ainda serviu para premiar o inegável talento de Jones e revelar uma futura estrela e grande atriz, Moore. Para ser visto e revisto, sem deixar de ser eletrizante e empolgante. Nota 10,0.
 
 
 
Curiosamente, cinco anos depois, o filme ganhou uma continuação inferior, U.S. Marshals - Os Federais, sem Davis na direção e Ford no protagonismo, mas, trazendo de volta Lee Jones, que desta vez, junto com sua equipe, persegue o fugitivo Mark Sheridan (Wesley Snipes), que assim como Kimbley, corre contra o tempo para provar sua inocência. Não chega ser uma tranqueira total, já que o filme, que traz também Robert Downey Jr. roubando cena nos primeiros passos pós-droga rumo à volta por cima, tem seus méritos, com um roteiro razoável e ação eletrizante do começo ao fim. Perde feio apenas na comparação com a obra-prima original. Portanto, ignore que é uma continuação medíocre e inferior de um filmaço e pode encarar numa boa um ótimo filme de ação. Nota 7,5.
 
 
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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