Com muita ação e humor na dosagem certa, O Medalhão é mais um filme bobinho hollywoodiano do mestre Chan.
Com uma filmografia extensa e com qualidade, provavelmente Jackie Chan é o mais veterano astro chinês e de artes marciais em atividade. Chan se diferencia dos seus conterrâneos, em especial o saudoso ícone do gênero Bruce Lee e Jet Li, por unir harmoniosamente perfeita a ação frenética com dosagens perfeitas de muito humor, arrancando nossas gargalhadas ao mesmo tempo que empolga nas cenas de ação, a maioria encarada pelo próprio Chan. Particularmente, e acredito que muitos têm a mesma opinião que a minha, os filmes produzidos na sua terra natal continuam sendo seus melhores trabalhos. Com exceção da trilogia A Hora do Rush e os dois Bater ou Correr, seus filmes produzidos em Hollywood são bobinhos, infatilizados, consideravelmente inferior ao seu inegável talento. É o caso de O Medalhão, exibido ontem na Sessão da Tarde da Rede Globo, onde o astro interpreta o detetive Eddie Yang, encarregado de proteger um pirralho com dons especiais que pode unir as duas metades de um poderoso medalhão, cobiçado pelo vilão Snakehead (Julian Sands). Para a missão, Yang contará com a ajuda da belíssima Nicole (Claire Forlani, colírio e tanto para os olhos) e do atrapalhado Arthur Watson (Lee Evans, hilário).
Com um roteiro leve, lembrando vagamente o clássico oitentista O Rapto do Menino Dourado, estrelado por Eddi Murphy, o filme tem ação e humor na medida certa, com Chan arrebentando nas sequências de ação, e com uma perfeita química com seus colegas de cena, principalmente, com a belíssima Forlani e com Lee Evans, que se não chega a brilhar como Chris Tucker e Owen Wilson, parceiros de Chan em alguns dos seus melhores filmes hollywoodianos, consegue manter o alto nível de entrosamento destes, chegando inclusive em alguns momentos a roubar a cena e arrancar gargalhadas. Em síntese, está longe de ser o melhor filme de Chan, mas, em compensação, O Medalhão é um filme muito divertido, leve, bem à cara da Sessão da Tarde. Diversão descomprometida garantida. Nota 8,5.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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