Na próxima sexta, estreia nos cinemas brasileiros, espantosamente, sem muito alarde e expectativa Rota de Fuga, estrelado pelos ícones do cinema de ação Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. É bem verdade que os tempos são outros, e muitos da nova geração não sabem a grande contribuição que os dois brucutus deram ao gênero de ação. Se esta união nas telonas tivesse ocorrido no ápice dos saudosos anos 80, com certeza Rota de Fuga seria um blockbuster provavelmente, o maior dos blocksbusters, arrebentaria nas bilheterias, com direito a divulgação pesadíssima, contagem regressiva, ansiedade do público a flor da pele e pré-estreia a meia-noite, como ocorre com as franquias teens Harry Potter e A Saga Crepúsculo e os filmes dos heróis da Marvel, todos estes, em comum terem o mérito de reunir uma legião de fãs. Stallone e Schwarzenegger também tem sua legião de fãs. Só que hoje, a grande maioria são pais de família, adultos, por isso mesmo, ao meu ver, a falta de interesse tanto dos produtores, distribuidores e exibidores quanto do público em assistir o primeiro filme estrelado pelos ícones, que estão mais preocupados em agradar o público jovem.
É bem verdade também que o encontro veio tardio demais, sem falar que as participações do ex-governador da Califórnia nos dois Os Mercenários também contribuíram para que Rota de Fuga não causasse tanto impacto assim. Uma pena, já que os dois simplesmente são duas lendas vivas da sétima arte, os reis dos filmes de ação, que rivalizavam nas telonas (e só nelas, até que se prove o contrário) uma divertida briga de bilheterias, naqueles saudosos anos 80. A dupla, cada um no seu quadrado, com seus filmes fodásticos, estruturaram e ditaram regras no gênero de ação que, até então, era um sub-gênero da aventura.
Portanto, resgatando a memória e tentando conscientizar a importância dos dois ícones para a história do cinema, faço minha lista Top 10 com os filmes estrelados pelos brucutus em destaque que fará você entender a importância deles para a história da sétima arte. Quem puder, passe na locadora ou baixe aqui na internet os filmes citados nesta lista e tire suas próprias conclusões. Quero salientar que a ordem da lista não obedece a uma ordem dos melhores filmes dos atores ou de minha preferência, mas, simplesmente, pela relevância que cada filme citado tem na sétima arte, em especial, no gênero da ação. Enfim, mais rápido que a metralhadora do Rambo e do exterminador T-800, vamos a nossa lista.
TOP 10 - STALLONE E SCHWARZENEGGER.
10. Os Mercenários (2010) e Os Mercenários 2 (2012).
Começo a lista abrindo uma exceção e comentando uma franquia recente. Para boa parte do público, a franquia idealizada por Sylvester Stallone nada mais é do que divertida, hilária, e nada mais do que isso. Porém, os fãs do cinema de ação, principalmente os que passaram dos vinte e poucos, sabe que Os Mercenários, não é apenas isso, mas, trata-se de uma reunião de astros do gênero, uma verdadeira festa de arromba, em tom de auto-paródia e ao mesmo tempo uma justíssima homenagem aos ícones que fizeram e ainda fazem do gênero de ação um dos melhores. E a festa continua, com mais convidados de peso no terceiro filme: Harrison Ford, Mel Gibson e Wesley Snipes são apenas uns deles. Haja coração para tanta ansiedade em ver no mesmo campo de batalha, Rambo, Conan, Indiana Jones, Mad Max, Blade...!
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http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2010/08/os-mercenarios-acao-como-nos-velhos.html http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2012/08/festa-de-arromba-da-testosterona.html.
09. Inferno Vermelho (1988).
É bem verdade que, um ano antes, Mel Gibson e Danny Glover tinham dado uma nova roupagem aos filmes centrados em dupla policial lançando moda e imitadíssima até hoje, no primeiro Máquina Mortífera. Mas, o filme dirigido por Walter Hill, que traz Arnoldão pela primeira vez dividindo o protagonismo com outro cara, no caso o figuraça James Belushi, foi mais além, sendo propaganda de um momento histórico que estava acontecendo, ou seja, a queda do socialismo, principalmente, na União Soviética. Enquanto no mesmo ano seu rival de telas estava detonando os soviéticos em Rambo III, o então futuro ex-governador da Califórnia, intencionalmente ou não, dava um apoio a política de Mikhail Gorbachev. Política e momento histórico a parte, o fato é que Inferno Vermelho é um filmaço divertidíssimo com ação do começo ao fim e, simplesmente, um dos melhores filmes policiais de todos os tempos.
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08. Conan, O Bárbaro (1982).
Arnoldão já tinha papado um monte de títulos de Mister Universo e Olympia quando se arriscou nas telonas. Após pouco mais de uma década participando de filminhos sem destaque, o brucutu austríaco ganha sua chance de ouro neste Conan, O Bárbaro. O filme não somente serviu para impulsionar a carreira hollywoodiana do bombadão, como também serviu de cartilha para outros bárbaros brucutus pintarem nas telonas e telinhas e, principalmente, foi um dos responsáveis para os produtores hollywoodianos abrirem os olhos e perceberem que vale a pena investir em adaptações de quadrinhos para as telonas. Dois anos depois, o filme ganhou uma continuação fraquinha, Conan, O Destruidor, mas, bastante cultuada, principalmente no Brasil, onde foi exaustivamente exibida nos bons e saudosos tempos da sessões globais Temperatura Máxima e Sessão da Tarde, e, mais recentemente, ganhou um remake razoável com Jason Momoa interpretando o personagem bem mais fiel a sua fonte original, mas, sem conseguir superar o brucutu austríaco na pele do bárbaro.
07. Comando para Matar (1985).
O que seria das divertidas verdades sobre Chuck Norris se o astro não tivesse feito Braddock e tanto outros filmes pela Cannon, onde detonou exércitos sozinho? Ou de Bruce Willis, e sua carreira promissora, sem seu personagem mais célebre, John McClane? Mas, Norris, Willis e tanto outros que deram e até hoje dão vida a heróis fodões que sozinhos mandam para a terra do pé-junto milhares de banidões apenas seguiram o caminho aberto por Stallone nos dois primeiros filmes do Rambo. No caso do brucutu austríaco já tinha estourado, com dois Conan e o primeiro O Exterminador do Futuro, quando resolveu seguir os passos do amigo, estrelando este filmaço divertido que ditou regras para boa parte de sua filmografia (cenas mirabolantes e absurdas, tiradas hilárias), onde interpreta John Matrix, um pai, puto da vida porque os bandidões sequestram sua filha e o obrigam a matar um ditador de uma merdinha de república latino-americana. Comando para Matar não somente foi percursor, junto com os dois primeiros Rambo do estilo exército de um homem só, mas, também foi o ponta-pé inicial para a rivalidade nas telonas dos ícones. Braddock, John McClane e tanto outros só têm agradecer aos John, Rambo e Matrix.
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06. O Vingador do Futuro (1990).
Quem curte hoje Avatar e a nova roupagem de Star Trek, por exemplo, não sabe, mas, ficção científica nem sempre foi sinônimo de ação (exceto a franquia Star Wars). Arnoldão, sem sombra de dúvida, é o cara que quebrou essa regra de uma vez por todas. O cara, em parceria com James Cameron já havia quebrado essa regra no primeiro O Exterminador do Futuro, mas, foi sob a batuta de outro mestre, Paul Verhoven, que a regra foi enterrada de vez em O Vingador do Futuro. O ótimo e inteligente roteiro que poderia gerar uma ficção chatíssima, com muito blá, blá, blá... e confusa, acabou sendo um filmaço divertido, com ação do começo ao fim, e de quebra, ainda lançou ao estrelato Sharon Stone, que no trabalho seguinte do diretor, Instinto Selvagem, entrou para a história do cinema com uma inesquecível cruzada de pernas. Recentemente, o filme ganhou um remake muito bom, mas, o original continua sendo um marco divisório do gênero.
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05. O Predador (1987).
Parecia ser mais um filme de ação como outro da época. Arnoldão e meia-dúzia de avulsos, entre eles o eterno Apolo Creed dos quatro primeiros Rocky, Carl Weathers, se embrenhando no meio do mato para salvar alguns reféns e mandar para a terra do pé junto um exército de guerrilheiros. Até que um figura misteriosa de outro mundo, cruza o caminho deles e a porra fica realmente séria. O Predador é muito mais do que um filmaço de ação mesclado com ficção, estrelado pelo brucutu, mas, principalmente, foi responsável por lançar um vilão ícone que até hoje estrela filmes, jogos, quadrinhos. O filme ganhou duas continuações e uma franquia paralela com dois filmes, Alien x Predador, todos sem Arnoldão e sem o mesmo brilho e impacto do filme original.
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04. Stallone Cobra (1986) e Falcão - O Campeão dos Campeões (1987).
Depois de passar os primeiros anos da década de 1980 alternando entre as franquias Rocky e Rambo, e levando tromba nas duas tentativas de se inovar (dirigindo John Travolta em Os Embalos de Sábado Continuam e estrelando com a peituda Dolly Parton a comédia musical Rhinestone - Um Brilho na Noite) Stallone, finalmente, consegue se dar bem se "inovando", seguindo a cartilha das suas duas franquias de sucesso, com dois filmes produzidos pela dupla israelense Menahem Golan e Yoran Globus, responsáveis pelo estúdio classe C, Cannon. O primeiro, Stallone Cobra, feito em parceria com a Warner, traz o brucutu como um policial que faz na cidade o que o Rambo faz no meio do mato, ou seja, detona a bandidagem sozinho, sem dó, nem piedade. Curiosamente, o filme foi bastante malhado na época do seu lançamento, por ser um filme extremamente violento, que no Brasil, sofreu até cortes (parece piada hoje em dia para uma geração que assiste filmes como a franquia Jogos Mortais). Totalmente oposto é o segundo filme, Falcão - O Campeão dos Campeões, clássico dos bons e saudosos tempos da Sessão da Tarde e Temperatura Máxima, que traz o astro como um caminhoneiro fodido na vida a la Rocky Balboa que só quer ganhar o amor do seu filho e um caminhão novo no braço. Tudo bem que a inovação na verdade se resume apenas a dois novos personagens ícones na carreira de Stallone, mas, é inegável, que simplesmente, trata-se de dois clássicos fodásticos, insuperáveis, que até hoje marcaram e ditam regras no gênero.
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03. Rocky III - O Desafio Supremo (1982) e Rocky IV (1985).
Rocky - Um Lutador já havia feito história e aberto portas para que outros dramas esportivos, principalmente tendo o boxe como pano de fundo, fossem produzidos. Também abriu de forma brilhante uma rentável franquia com seis filmes, todos (exceto o quinto), ao meu ver, tão bons quanto o original ,mas, nenhum superando-o. Destes, dois filmes se destacam por terem sido retratos fiéis de uma época (leia-se os anos 80), com visual e trilha de videoclipe, exaustivamente exibidos nos bons e saudosos tempos da Sessão da Tarde e Temperatura Máxima. Enquanto Rocky III, além de lançar o ícone televisivo Mr. T, lançou a clássica música Eye of Tiger, que até hoje é tocada em anúncios de lutas, em Rocky IV, Stallone leva ao extremo a política da Era Reagan, colocando como mocinhos os Estados Unidos e o sistema capitalista, representados pelo seu herói bandeirado Rocky Balboa, encarado o vilão mundial, a União Soviética e o sistema socialista, representados pelo gigante anabolizado e também bandeirado Ivan Drago, personagem ícone que lançou Dolph Lundgren ao estrelato. Dois filmes simples, nem mesmo são os melhores da franquia, mas, que retratam bem uma época e fizeram e fazem escolas até hoje.
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02. O Exterminador do Futuro (1984) e O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (1991).
Seguindo a regra do nosso saudoso Glauber Rocha, uma ideia na cabeça e uma câmera na mão, o mestre James Cameron deu uma reviravolta na história do cinema com o primeiro O Exterminador do Futuro. Como se não bastasse, anos depois, Cameron revolucionou a indústria, com efeitos especiais caprichadíssimos, área hoje ele domina e reina absoluto, justamente com a continuação daquela produção medíocre financeiramente, mas, com um roteiro excepcional, um verdadeiro clássico da sétima arte, O Exterminador do Futuro 2. Quem se deu bem foi Arnoldão, que, além de encher o rabo de dinheiro, emplacou seu personagem na lista dos personagens inesquecíveis da sétima arte e ainda com uma frase que não se cansa de dizer: "Eu voltarei!".
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01. Rambo - Programado para Matar (1982) e Rambo II - A Missão (1985).
Hoje é comum chegarmos a uma locadora e encontrarmos na capinha dos filmes, astros da ação como Jason Statham, Vin Diesel, Van Damme, Steve Austin e tanto outros, do primeiro ao décimo quinto escalão hollywoodiano, fazendo cara de mau, em filmes cujo os personagens sozinhos detonam uma legião de bandidos. Isso acontece graças, principalmente a Rambo, personagem ícone imortalizado por Sylvester Stallone na quadrilogia título. Os dois primeiros filmes, fizeram escola. Enquanto Rambo - Programado para Matar é um filmaço que, não por acaso, figura na lista de muitos críticos como um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, Rambo II - A Missão, assim como Rocky IV, é uma propaganda da Era Reagan e também lança um estilo de herói, com poucas palavras, uma fitinha na cabeça e muitas armas para ganhar sozinho uma guerra que um país inteiro. Tanto o primeiro como o segundo até hoje são imitados e insuperáveis, grandes marcos do cinemão de ação que conhecemos hoje.
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http://blogdorickpinheiro.blogspot.com.br/2012/07/recordar-e-rever-rambo-quadrilogia.html.
Depois desta lista que nos faz recordar os bons e velhos tempos dos filmaços de ação, só nos resta esperar e aguardar os próximos trabalhos dos brucutus que ainda estão em plena forma, mesmo tendo passado dos 60 anos de idade. Stallone pintará nas telonas em mais três trabalhos, um deles, ao lado de Robert De Niro, e Schwarzenegger, voltará às telonas também no mesmo número de trabalhos. Além de Rota de Fuga, os dois voltarão a se encontrar num documentários sobre o diretor John Millius e no aguardadíssimo Os Mercenários 3. Lembrando que Rota de Fuga estreia na próxima sexta, dia 11 (torcendo, orando, rezando, para que chegue por aqui pelo menos em uma sessão no idioma original, com legendas), e além dos dois ícones contará com elenco de peso que inclui o Jesus de Mel Gibson, Jim Caviezel, o rap 50 Cent, Vinnie Jones e o astro do primeiro e terceiro Jurassic Park, Sam Neil.
Depois desta lista que nos faz recordar os bons e velhos tempos dos filmaços de ação, só nos resta esperar e aguardar os próximos trabalhos dos brucutus que ainda estão em plena forma, mesmo tendo passado dos 60 anos de idade. Stallone pintará nas telonas em mais três trabalhos, um deles, ao lado de Robert De Niro, e Schwarzenegger, voltará às telonas também no mesmo número de trabalhos. Além de Rota de Fuga, os dois voltarão a se encontrar num documentários sobre o diretor John Millius e no aguardadíssimo Os Mercenários 3. Lembrando que Rota de Fuga estreia na próxima sexta, dia 11 (torcendo, orando, rezando, para que chegue por aqui pelo menos em uma sessão no idioma original, com legendas), e além dos dois ícones contará com elenco de peso que inclui o Jesus de Mel Gibson, Jim Caviezel, o rap 50 Cent, Vinnie Jones e o astro do primeiro e terceiro Jurassic Park, Sam Neil.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Todos os filmes mencionados são fantásticos, e ainda sem muito esforço esse Top 10 pode virar Top 20, porque vários ótimos filmes da dupla ficaram de fora, como "Risco Total", "Demolidor", Condenação Brutal", "Fim dos dias", "Irmãos Gêmeos", "Queima de arquivo". Em nosso época, só o fato de um deles ser o ator principal era motivo de ir ao cinema ou esperar o lançamento em VHS.
ResponderExcluirAtores fodões como estes não surgirão nunca mais, quem viveu nessa época sabe disso.
Concordo com você em gênero, número, grau. Porém, lembro que a lista não é dos melhores filmes dos astros, mas, sim, dos que tiveram mais relevância para o gênero de ação, filmes que revolucionaram o gênero, são insuperáveis, imitados e ditam regras para até hoje. Por isso que, filmes como o citado por você e outros como Tango & Cash - Os Vingadores e True Lies, ficaram de fora. Por esse motivo também que, apesar de Rocky - Um Lutador, ao meu ver, ser o melhor filme da franquia, seguido de perto pelo segundo e pelo último, Rocky Balboa, foram citados no Top 10, Rocky III e IV, devido a importância de ambos para popularizar e revolucionar o gênero da ação.
ResponderExcluirDe fato, Stallone e Schwarzenegger são os eternos reis dos filmes de ação. Uma pena mesmo que, devido a importância deles para o gênero, a união deles nas telonas, algo que sonhávamos mas não acreditarmos que iria rolar uma dia, veio tão tarde, sem ganhar a atenção merecida para este encontro de grande relevância.
Vida longa aos reis! :D
Obrigado por mais um brilhante comentário em nosso blog. Volte sempre!
Abraços! Fica com Deus!