sábado, 27 de outubro de 2012

SURPREENDENTEMENTE EMOCIONANTE.

Grande sucesso do nosso cinema, 2 Filhos de Franciso, é uma drama sensível e emocionante.
 
Breno Silveira é o cara. Com uma curtíssima carreira, o diretor já mostrou todo talento e desenvoltura para criar dramas emocionantes e cativantes, e transformar em grandes filmes, produções que tinha tudo para cair na mesmice e serem piegas. Atualmente, em cartaz com dois filmes, À Beira do Caminho e estreando nesse fim de semana com o aguardado Gonzaga - De Pai para Filho, sua estreia na direção foi com tudo, num filmaço que, merecidamente, fez um enorme sucesso de bilheterias. Lembro que quando ouvir falar que iriam lançar 2 Filhos de Francisco - A História de Zezé Di Camargo & Luciano, fui um daqueles que torceram o nariz para a ideia, mas, que ao assistir o filme por curiosidade, de tanto que se comentava, foi surpreendido por um filme realmente muito emocionante e cativante, uma verdadeira obra-prima.
 
Silveira acertou em cheio em centra a história não nos populares cantores sertanejos, mas de seu pai, Francisco Camargo (Ângelo Antônio, simplesmente dando um show com uma atuação excepcional), um lavrador humilde do interior de Goiás, que percebe o talento de dois dos seus filhos, Mirosmar (Dablio Moreira, explêndido) e Emival (Marco Henrique, ótimo), e com muito esforço comprar um acordeão e um violão, e os coloca para tocar pela cidade. Numa dessas apresentações, conhece o empresário Miranda (José Dumont, outro que dar um show de atuação, roubando a cena, com um personagem hilário e caricato), que sai com os meninos mundo a fora, a contragosto da mãe Helena (Dira Paes, ótima, num personagem e atuação bem diferentes que estamos acostumados a ver), fazendo inúmeras apresentações, até que um tragédia interrompe a turnê dos meninos. Abalado, o menino desiste da carreira artística. Mas, anos depois, Mirosmar (na fase jovem, interpretado de forma competente por Márcio Kieling, que surpreende pela semelhança com Zezé), encontra em seu irmão Welson (Thiago Mendonça), o parceiro ideal para retomar a carreira e realizar seus sonhos.
 
Sem sombra de dúvida, o diretor e o elenco são o grande destaque do filme, que tem um roteiro muito bem escrito, mas, que nas mãos de outro diretor, poderia gerar um dramalhão ridículo e patético. Dosando perfeitamente emoção com pitadas leve de humor, embalado por uma ótima trilha musical, Silveira arranca de seu elenco atuações excepcionais e consegue a proeza de tornar um filme cativante e envolvente, tocando e emocionando até mesmo àqueles que detestam a dupla. A única falha é justamente o final tosco e patético, onde o filme torna-se um micro-documentário, com a desnecessária participação da dupla sertaneja. Mas, nem mesmo essa gravíssima falha tira o brilho de um filme tão surpreendentemente emocionante e muito bem realizado. Se Silveira, em seu filme de estreia conseguiu nos emocionar, imagina com a história do relacionamento conturbado entre o saudoso Rei do Baião Gonzagão e seu filho Gonzaguinha. Nota 10,0.
 
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
 
 

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