FILME DO MÊS:
E o segundo mês do ano se foi num piscar de olho. Para nós cinéfilos, um mês de ótimos lançamentos, acima da média. Dois filmes em especiais, que com toda sinceridade não estava dando a mínima, chegaram e surpreenderam. Logo no comecinho do mês tivemos Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa, filme que chegou com a responsa de abrir a safra 2020 das adaptações das HQs. Confesso que fui assisti apenas por ser desse sub-gênero que eu amo, e estava prestes a descer o cacete, mas, acabei sendo divertido com um filme divertidíssimo, que me deixou com um sorriso de orelha a orelha durante toda projeção e em vários momentos provocando deliciosas gargalhadas. Pode não ser um filmaço totalmente perfeito, pois tem alguns probleminhas (em especial, pelas Aves da Rapina do título serem coadjuvantes), mas, nem esses superam o resultado final, muito menos o fato que Margot Robbie realmente nasceu para ser Arlequina. Uma pena que tanto o péssimo marketing do filme, e principalmente, o ranço de boa parte do público cansado da forçação de barra lacração (algo que aliás, o filme não apela) ventilada principalmente por a maioria massacrante da imprensa e da crítica, tenham prejudicado o filme de bombar nas bilheterias e garantir pelo menos uma futura trilogia. Se você foi um desses que ainda não foi, sugiro que deixe de lado o ranço e corra para o cinema para conferir enquanto ainda está em cartaz.
Surpresa ainda maior foi O Homem Invisível, filme que tirou a chance do filme de Arlequina e suas parças de levarem isoladamente nosso título de melhor filme do mês. Após ver o seu projeto Dark Universo não vingar, a Universal resolveu tocar isoladamente as novas versões dos seus monstros clássicos, e de cara, fechou uma parceria simplesmente com a badaladíssima produtora Blumhouse, que mais uma vez, prova que não é a toa que já virou sinônimo de qualidade em filmes de terror e suspense com orçamentos limitados, mesmo com algumas tropeçadas terríveis. Aqui, temos mais um acerto, com o diretor e roteirista Leigh Whanell, inspiradíssimo, entregando uma filmaço tenso da fodástica sequência de abertura até o desfecho, que ao mesmo é original, respeita muito bem tanto a obra original de H.G. Wells, como a primeira adaptação de 1933. Como seu colega de empate, não é um filmaço perfeitíssimo, mas, suas qualidades acabam superando as minúsculas falhas, com destaque especialíssimo para o show de atuação da protagonista Elisabeth Moss.
MENÇÕES HONROSAS:
Gosto é algo bastante pessoal, então, provavelmente, se você estranhou a presença do filme da Arlequina empatando com o melhor lançamento do mês, vai estranhar ainda mais nossas menções honrosas. A começar pelas mega produções, baseadas em clássicos da literatura que antes tiveram sua versões nas telonas, Dolittle e O Chamado da Floresta, que não estão alcançando o esperado nas bilheterias pelo mundo, a crítica vem descendo o cacete. Mas, sinceramente, amei os dois filmes, mesmo que realmente tenham seríssimos problemas, assim como o ótimo drama jurídico baseado em fatos, Luta por Justiça, que chegou timidamente e que até agora não vi ninguém rasgando elogios. Coincidentemente, três filmes que chegaram no final de semana de Carnaval, que fizeram a alegria deste cinéfilo do povão, e portanto, não poderiam deixar de ser mencionados.
MERDA DO MÊS:
O Homem Invisível acaba sendo uma chama de esperança ao gênero do terror, que mais uma vez, não vive sua melhor fase. Tanto que, os únicos filmes ruins lançados nos cinemas no decorrer do mês de fevereiro que assistimos são todos do gênero, e são seríssimos concorrentes aos piores filmes do ano, que praticamente está só começando (algo preocupante esse quase meio a meio entre filmes bons e ruins, que esperamos que fique por aqui). É bem verdade que os respectivos trailers dos componentes deste trio ruindade já entregavam que não era grande coisa. Mas, conseguiram se superar, sendo piores do que o esperado. O primeiro é o reboot que ninguém pediu O Grito. A nova versão hollywoodiana do terror japonês é tudo de ruim. Desperdiça um bom elenco, tem uma péssima trama, nem um pouquinho assustador, enfim, nada se aproveita nessa merda. Não é apenas um dos piores filmes do ano, mas, também de terror e reboot de todos os tempos. Realmente, calem a porra desse grito, pois, ninguém merece.
O reboot que ninguém pediu reinou isoladamente como o pior filme do mês apenas por uma semana já que Maria e João: O Conto das Bruxas chegou para lhe fazer companhia e juntos melarem o gênero do terror. A proposta de se fazer uma versão mais dark e macabra do célebre conto dos Irmãos Grimm é inegavelmente interessante. Porém é jogada toda na merda com um roteiro ruim, que traz uma trama chata pra caralho e enfadonha no ponto morto. Apesar de levar uma minúscula vantagem com seu colega de empate pela competência em manter o clima sombrio e tenso, não escapa de ser outra merda que deve ser ignorada.
MENÇÃO HORROROSA:
Fechando o trio ruindade temos A Hora da Sua Morte, outro filme de terror com uma proposta interessante jogada na merda por um roteiro ruim, que entrega uma trama ridícula, abestalhada, uma verdadeira afronta a um expectador com pelo menos dois neurônios. Pelo menos, ao contrário dos dois piores filmes do mês de fevereiro, é uma daquela tranqueiras que são tão ruins que acabam provocando inevitáveis gargalhadas. E também vale pela bem mórbida curiosidade em ver num longa o Khallil do seriado Raio Negro e a eterna impagável Rochelle de Todo Mundo Odeia o Chris.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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